História Serei seu novo começo - Arco I - Sinceridade

Após Sakura partir para seu plantão, Sasuke ficou na mesa terminando sua refeição. Estava realmente bom, aquele tipo de doce era mais suave.

Se sentiu um pouco mimado por aceitar os cuidados de Sakura. Passara muito tempo sendo completamente independente, não se imaginava recebendo nem uma refeição pronta.

Mas era bom, ele deveria se abrir para esses sentimentos e pensamentos novos que viriam com o seu casamento, pois somente os aceitando poderia cuidar corretamente do seu relacionamento com Sakura, embora ele sabendo que mesmo se nunca fosse se importar com o modo que a tratava ou que a via, ela continuaria ao seu lado sempre.

Nunca a entendeu por isso, mas a agradecia.

Lavou os pratos e deitou em sua cama. O cheiro dela ainda estava ali, e o acompanhou enquanto voltava ao sono. Sonhou com Sakura vestida com sua camiseta, deitada ao seu lado, contando como fora sua missão, enquanto ele fazia delicados carinhos em suas pernas.

Mas é lógico que nunca contaria isso para ninguém.

*

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Acordou cedo, antes de o sol nascer. Colocou uma bermuda cor de areia e uma regata branca com brasão de seu clã nas costas. Estava quente antes mesmo de o sol aparecer.

Sai em direção ao local de construção da nova residência Uchiha.

Os construtores já estava começando a trabalhar. A cobertura estava praticamente completa.

Seria uma casa ao tradicional estilo japonês, por que Sasuke e Sakura concordavam preferir um estilo mais antiquado, mesmo com os avanços tecnológicos que vieram com o fim da guerra.

- Sr. Uchiha? – Uma voz feminina o tirou de seus devaneios.

- Sim, sou eu – Respondeu se virando para a mulher, que reconheceu como a arquiteta responsável.

- Procurei ontem por sua noiva, na casa dos pais dela, mas disseram que ela havia saído cedo em missão e não havia retornado.

Sasuke resolveu não citar a parte que Sakura havia dormido em sua casa, pois certos costumes continuavam muito bem vistos.

- Ela tinha plantão no hospital logo após nosso retorno – Emendou.

- Bem, enfim, pelo senhor pertencer a um clã, gostaria de sugerir que o brasão estivesse esculpido no portão de entrada. Como o senhor pediu que esses detalhes ficassem a escolha dela, e não a encontrei, preciso que me dê a resposta por que devo enviar ainda hoje para o carpinteiro o desenho do portão.

- Estive pensando nisso, cuide disso, por favor.

- Sim, e avise a Sakura que precisamos decidir as cores dos móveis de cada cômodo e...

- O quarto do casal vai ser em mogno com verniz escuro, diga a ela que é o que peço.

- Claro – Ela anotou no canto da prancheta – Vou pegar o brasão Uchiha nos arquivos de Konoha, até mais.

- Até mais.

Era a cor dos móveis que haviam no seu sonho.

E é claro que também não contaria a ninguém.

*

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Sasuke também ajudou o quanto pode na construção, gostaria de lembrar que sua casa havia sido erguida com pelo menos um pouco de sua força, já que até onde tinha ouvido sua namorada havia acelerado em pelo menos duas semanas o carregamento de madeira apenar com sua força de uma centena.

Saiu de lá ao fim da tarde, quando tudo estava coberto, paredes quase fechadas e o chão começava a ser lixado.

Foi para casa tomar banho, vestir uma roupa limpa e bebeu mais água do que jamais bebeu na vida.

Obrigou-se a colocar bermuda e regata novamente, quando foi sair para pegar Sakura de surpresa na saída do plantão e leva-la para jantar antes da leva-la em casa.

Saiu andando calmamente pelas ruas, sentindo a brisa morna do verão. As pessoas na rua ainda olhavam-no um pouco desconfiadas, mas aos poucos perdia sua fama de vilão e nukenin. Estivera servindo ativamente Konoha pro dois motivos: Queria casar logo e precisava de dinheiro para levantar a casa, e para limpar seu nome.

*

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Chegou ao hospital, e escorou-se um pouco afastado da porta principal. Poucos minutos depois que as portas automáticas se abriram, revelando Sakura com um vestido amarelo, o cabelo levemente comprido afastado do rosto com uma tiara e o olhar abatido.

Sasuke já estava se pondo em movimento, quando notou uma outra garota correndo em direção a Sakura.

- HARUNO-SAN! – Ela gritou chamando a atenção da kunoichi.

- Sim? – Ela pareceu curiosa de repente.

- Sou a noiva do ninja que você reanimou na madrugada passada – A garota falou ofegante – Precisava agradecer a você – Ela encheu os olhos de água – Eu não sei o que faria se o tivesse perdido, eu o amo desde que tinha seis anos. E agora que estávamos tão ligados... Ah, meu Deus! Obrigada, obrigada!

Sasuke se aproximava por trás de Sakura, lentamente, com cuidado para não interromper  a conversa.

- Oh, não precisa agradecer – Sakura sorriu cansada – Você é a Haruki-san, certo?

- Como sabe meu nome?

- Ele me perguntou sobre você quando acordou do coma induzido faz cinco minutos, avisei que provavelmente você estava chegando, pois fora pra casa tomar um banho rápido. Eu vi que você passou a noite e o dia ao lado dele.

- C-como você prestou atenção nisso?

Sakura sorriu gentilmente para a moça, enquanto Sasuke parava a três passos dela.

- Por que é exatamente o que eu faria pelo meu noivo.

- Eu espero que ele tenho cabelos e olhos negros – Sakura não entendeu a garota – Preciso ir, quero ver  o Hibari-kun, com licença! – Entregou uma caixa de chocolates caseiros nas mãos de Sakura – Obrigada de novo e até mais! – Saiu correndo.

A rosada suspirou confusa e se virou para ir embora. E a cena que viu ela carregou consigo até seu último suspiro.

Sasuke a olhava vidrado, com os olhos marejados. Sakura segurou a única lágrima que cairia com o polegar quando levou a mão para acaricia-lo. Sabia que ele detestava demostrar fraqueza.

E detestava mesmo, mas ela iria ser sua mulher. A única no mundo que veria o reflexo mais puro do que ele era. E ele sabia que ela o amaria, fosse forte ou fraco.

Entregou-a um carinho raro entre os dois, mas que aquele momento merecia. Inclinou-se e a surpreendeu ao pressionar seus lábios nos dela por alguns segundos.

Depois de se afastar de uma Sakura estática e vermelha, acenou com a cabeça para que ela o seguisse.

Sasuke se sentiu incomodado com os olhares curiosos, mas queria muito fazer aquilo. A profundo sinceridade de Sakura em falar de seus sentimentos era um golpe duro contra suas fortalezas.

*

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Comeram carne com moyashi no restaurante que mais tarde se tornaria o favorito deles.

Sasuke lhe falou sobre os avanços da casa e lhe lembrou de procurar a arquiteta. Sakura gravou isso, e lhe contou dos seus companheiros de missão. Os dois mais novos estavam fora de perigo, mas em dois dias, assim que o quadro do mais velho se estabilizasse...

- Terei uma cirurgia delicada e arriscada. Qualquer falha no controle do meu chakra e o homem nunca mais mexe os membros – Suspirou profundamente colocando comida na boca.

Sakura parecia ir de uma garota apaixonada as vésperas do casamento a uma médica renomada cheia de problemas em três segundos.

- Apenas descanse bem antes e dará tudo certo – Sasuke colocou comida na boca, mastigou e engoliu – Isso deveria ser apenas mais uma cirurgia entre tantas que já fez.

- Tem razão, obrigada Sasuke-kun.

Sakura estava radiante com o modo que a conversa fluía sem que eles percebessem. Estavam evoluindo como casal.

*

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Sasuke a deixou na porta de casa com um beijo na testa, e logo sumiu na escuridão.

Sakura tirou os sapatos e entrou em casa.

- Agora virou visita, mocinha? – Mebuki resmungou.

- Ora mulher, você sabe como são os plantões dela – Kisashi resmungou.

- Desculpa, mas realmente não pude vir, tinha pessoas que precisavam de mim – Falou, omitindo os fatos – Boa noite.

Subiu e se afundou nas cobertas, decepcionada por só achar seu cheiro ali.