1. Spirit Fanfics >
  2. Serendipitia >
  3. Sorriso de boas-vindas

História Serendipitia - Sorriso de boas-vindas


Escrita por: gddsdestruction

Notas do Autor


Segura minha nova fanfic de NCT! Eu iria postar essa fanfic bem mais tarde porque eu literalmente só escrevi essa capítulo até agora, mas eu não ia conseguir me segurar e não mostrar um pouquinho do que eu estou planejando aqui. Eu me inspirei na música Serendepity do 2Young, ouçam é muito boa. Eu amo muito Yuwin, então sim eles serão o casal principal. Espero que gostem bastante e comentem!

Capítulo 1 - Sorriso de boas-vindas


Capítulo 1 - Sorriso de boas-vindas

Será que há uma teia de aranha na minha mente?

 

 

As passagens estavam em cima da mesa, assim como o meu passaporte, minha mala que alguém tinha arrumado para mim, meu celular, o Páo de dança tradicional e o colar da minha família. Ali estavam, basicamente, todas as coisas que eu iria precisar para ser chutado para fora do país.

  — Nossa, quanto exagero, você não tá sendo chutado para fora do país — Kun revirou os olhos, enquanto me acompanhava até a porta da frente. — Você só não está, hmm, bem… Indo por livre e espontânea vontade?

  — Isso para mim é ser chutado! — reclamei, arrastando a mala sem muita vontade. — Você tem muita sorte por seu grau sanguíneo estar bem longe da família real, Kun lao.

  O carro que iria me levar até o aeroporto estava parado do lado de fora da mansão e meu pai conversava em voz baixa com o motorista. Quando nos aproximamos, eu e Kun nos curvamos para meu pai e o motorista fez o mesmo para nós, logo em seguida entrando no veículo.

  — Bàba — falei, enquanto ele se aproximava de mim. Meu pai estendeu a mão para Kun e meu melhor amigo lhe entregou o Páo.

  — Dú shēng, quero que vista o Páo quando encontrar seus colegas de intercâmbio — ele pediu, com seu usual tom de voz contido. — Será como uma apresentação de sua cultura.

  — Colegas de intercâmbio? — perguntei, confuso. Até onde eu me lembrava, nada relacionado a companheiros de forca havia sido mencionado. — Eu… Pensei que iria sozinho.

  Meu pai negou e pegou o Páo das mãos de Kun. Assim como fazíamos desde que eu era muito novo, estendi os braços para o lado e ele, do seu jeito sério mas cuidadoso, colocou o tecido azul escuro com bordado dourado por cima das minhas roupas normais e amarrou com cuidado em minha cintura.

  — A empresa de intercâmbio manda todos os alunos em grupo. Eles me informaram mais cedo que outros três garotos e uma garota irão com você. Sicheng, eles irão se encontrar com você no aeroporto quando você chegar na Coreia do Sul — ele explicou, arrumando as dobras da minha roupa com as mãos hábeis. — Acho que irá se adaptar mais fácil se houver colegas ao seu lado. Trabalhar em grupo sempre ajuda.

  Assenti silenciosamente e até me forcei a sorrir, mas não pensava o mesmo que ele. Não concordava com o meu pai sobre o intercâmbio me ajudar a ter uma visão mais aberta do mundo, que seria uma experiência para minha futura carreira (que eu nem tinha a mínima ideia de qual seria), que eu iria conhecer pessoas maravilhosas.

  Eu queria ficar na China por incontáveis motivos que eu não conseguia listar de uma vez só. Mas eram motivos importantes para mim e se eu os contasse ao meu pai não faria a menor diferença, não eram importantes para ele. Então eu só concordei, sem reclamar, sem chorar, sem qualquer reação negativa.

  Eu não pareci feliz também, não sorri ou dei pulos de alegria. Eu estava indiferente, inexpressivo. Eu não sabia o que pensar daquilo, mas ser tirado do lugar em que você nasceu e foi criado não é uma situação fácil de ser aceita.

  Meu pai se despediu de mim com um tapinha amigável no ombro e um sorriso. Eu queria abraça-lo, mas ele não era o tipo de homem que fazia isso então eu só me curvei mais uma vez e ele se foi.

 Kun apareceu na minha frente, o rosto em uma expressão triste e desanimada.

  — Kun lao

  — Não, Sicheng. Você é meu melhor amigo desde há muito tempo, vou ficar triste pela sua partida mesmo que você não queira — ele me cortou, cutucando minha canela com a ponta de seu tênis. — Vamos ser melhores amigos ainda?

  Estendi minha mão e ele a apertou, com firmeza para aprofundar aquele momento. Nós tínhamos praticamente nascido juntos, uma vez que a família Qian servia à família real há muito, muito, literalmente muito tempo. Kun era apenas um ano mais velho que eu, mas embora usássemos honoríficos éramos como irmãos, com a mínima formalidade possível.

  Kun era um dos motivos para eu ficar na China. Ele era a pessoa que me conhecia melhor em todo o mundo, a única em quem eu podia confiar inteiramente, a quem eu daria minha vida. Como eu podia me mudar para tão longe e não levar ele comigo? Era como pedir para que eu fosse embora e deixasse uma parte do meu corpo para trás. Tão doloroso quanto.

  Enquanto o carro se afastava comigo dentro, olhei para trás e Kun estava lá parado, acenando. E assim continuou até que o enorme portão da mansão da família real se fechasse atrás de mim e nos separasse.

 

* * *

 

  O voo que eu peguei para a Coreia do Sul durou 3 horas. Foi calmo e tranquilo, não haviam muitas pessoas no avião e eu dormi na maior parte do tempo. O Pào me incomodava, como um fardo pesado do que eu estava deixando para trás, mas eu não o tirei. Ele me fazia me sentir minimamente perto de casa.

  Fiquei pensando em como seria quando eu chegasse no novo país. Eu não falava nada de coreano além de coisas básicas como “onde fica o banheiro?”, eu não sabia como iria conseguir me virar. Sem contar nos colegas que meu pai disse que eu iria encontrar no aeroporto. Seria reconfortante porque eles também eram estrangeiros ou seria estranho porque éramos de países diferentes e não tínhamos nenhum vinculo?

  De uma coisa eu estava certo: eles não iriam saber nada sobre a minha ligação com a família real. É claro, era impossível de esconder uma vez que eu era o segundo na linha de sucessão do título de Imperador e Dong Sicheng era conhecido como o irmão mais novo do herdeiro Zhang Yixing e filho do Imperador Zhang Yicheng.

  Eu não gostava daquilo. A família imperial não tinha nenhum poder sobre o comunismo da República da China, mas éramos lembrados e celebrados por sermos os descendentes do irmão do último Imperador em exercício, Xuantong. Meu pai era o sobrinho neto dele e eu era seu sobrinho bisneto. Embora o país concordasse com o atual governo, eles tinham um carinho especial por nós. Meu irmão e meu pai eram quase figuras sagradas, embora tudo o que eles fizessem era comparecer em eventos de relevância nacional e fizessem doações para causas sociais.

  Era cansativo. Carregar um título, o príncipe Segundo Vencedor, por ser o segundo filho descendente do Imperador. Yixing era o Imperador Vencedor, era ele quem gostava do título e o carregava com orgulho. Enquanto a mim… Eu queria distância daquilo tudo.

  Talvez essa estadia na Coreia do Sul fosse uma coisa boa. Eu poderia agir normalmente, como um rapaz normal do ensino médio que estava curioso pela cultura sul coreana. Eu poderia fazer isso.

 Quando abri meus olhos novamente foi com a aeromoça me acordando gentilmente e minha boca estava grudada no assento porque eu tinha babado enquanto dormia. Assim que desembarquei no aeroporto de Incheon e consegui pegar minhas malas, sentei para checar as mensagens em meu celular. Como esperado Kun tinha me mandado algumas palavras de incentivo, assim como Yixing. Mas havia outro chat aberto.

 

Número desconhecido diz: Olá, frente do prédio Aeroporto. Todos intercâmbio alumínios você esperando? Lá, vamos estar!

 

  A julgar pelo chinês fresquinho do Google Tradutor, supus que deveriam ser os colegas do intercâmbio me avisando que… Eles estavam na frente do Aeroporto? Pelo menos era isso o que eu tinha entendido.

  Peguei minhas bagagens, três malas de porte médio, coloquei em um carrinho e me dirigi para a saída do aeroporto. O clima estava um pouco quente e o dia estava nublado, como se fosse chover. Muitas pessoas corriam para todos os lados e eu cheguei a me confundir para achar a saída, mas depois de alguns minutos acompanhando a corrida desgovernada deles acabei saindo. Mas em qual saída eles iriam estar?

   Eu me apoiei em uma parede e mandei uma mensagem para o número, perguntando em qual portão eles estavam. Praticamente no automático ele respondeu que no portão B, ao lado de onde eu já estava.

  Eram três meninos e uma garota, parados em uma rodinha conversando com sorrisos nervosos e os telefones celulares na mão. Por segurança, mandei outra mensagem pedindo para o dono do número levantar a mão para o alto e o mais baixinho deles o fez, olhando para os lados apreensivo.

  Caminhei com as pernas trêmulas até eles. Estava me sentindo ridículo com o Pào, porque os cinco estavam com roupas normais e quando me viram suas expressões foram de estranhamento.

  — Garoto chinês? — o garoto do braço erguido perguntou em um inglês com sotaque. Assenti, fazendo uma reverencia rápida quase que ao mesmo tempo que eles. — Qual seu nome?

  — D… — comecei a falar, mas hesitei por um momento. Se eu falasse meu nome, será que eles iriam reconhecer? Não que meu nome fosse muito famoso, mas eu não iria arriscar. O príncipe Segundo Vencedor iria ser uma piada…

  O Segundo Vencedor.

  — Winwin! — respondi, sorrindo para desfaçar o nervosismo. — Meu nome. Winwin.

  Eu não sabia falar inglês, praticamente nada. Eu não fazia a menor ideia de como iria me comunicar com eles ou com qualquer um naquele país.

  — Muito prazer, Winwin! — o mais alto de todos respondeu e ele era muito bonito. Até demais. Assim como seu inglês  — Meu nome é Johnny. Essa é minha irmã, Jane, este é Ten e esse é o Yuta.

  A garota que era tão bonita quanto ele mal sorriu para mim, enquanto Ten era o garoto que tinha levantado o braço e parecia ser muito simpático. Mas quando meus olhos encontraram a figura do tal Yuta eu senti todo o meu rosto esquentar. O sorriso dele era a coisa mais linda que eu já tinha visto no mundo e eu já tinha visto outras coisas bonitas para comparar. Era um boas vindas silencioso mas sincero.

  O sorriso de Yuta era como estar em casa.

  O mais alto, Johnny, começou a falar algo animadamente mas eu não entendi nada então apenas fui assentindo. Ele pareceu ter feito alguma pergunta por causa da entonação de sua voz mas eu só continuei a concordar e ele franziu as sobrancelhas sem entender.

  Ten deu uma risada amigável e puxou Johnny pelo braço explicando algo para ele que eu também não entendi. Johnny deu um sorriso envergonhado e coçou a nuca.

  — Desculpe! — ele pediu em chinês. — Você entende inglês? Eu, hm, falo pouco chinês.

  — Pouco inglês também. Vocês são da onde? — perguntei em chinês pausadamente para que ele pudesse entender.

  Johnny sorriu animado, respondendo um “entendo” em chinês e se aproximou de mim, ficando ao meu lado e colocando o braço em volta dos meus ombros. Ele era uns bos centímetros maior que eu e sua proximidade me deixou envergonhado porque ele era… Bem, ele era grande.

  Percebi que Yuta, o rapaz do sorriso bonito, estava me olhando e ao ver minha reação ele deu uma risada baixa.

  — Eu e Jane somos norte-americanos, coreanos mas… Nascemos e sempre moramos na America. Ten é tailandês. Yuta é japonês — Johnny apontava para cada um enquanto explicava com um chinês bem precário, mas estava indo bem.

  — Sou chinês — falei e todos eles sorriram, como se eu fosse um retardado. Talvez porque já estava óbvio que eu era chinês? Eu só não tinha pensado em outra coisa para falar.

  Ficamos mais algum tempo conversando informalidades. Expliquei a eles o que era o Pào e eles ficaram impressionados quando contei que sabia fazer a dança tradicional chinesa. Na verdade todos ali tinham alguma habilidade. Johnny sabia tocar piano, Ten sabia dançar e Jane também, enquanto Yuta tocava violão.

  Seguimos para fora do aeroporto e me aproximei de Ten, perguntando como deveria salvar o contato dele em meu celular.

  — Você tem meu número? — ele indagou, enquanto parávamos próximo ao ponto de táxi.

  Mostrei a ele meu celular e ele riu.

  — Esse é o Yuta — ele explicou e puxou o japonês pela jaqueta, explicando algo para ele em coreano. Todos eles sabiam coreano em um nível quase fluente e aquilo fez com que eu me sentisse culpado pois eu não tentei aprender o idioma, mesmo sabendo que iria para a Coreia com antecedência.

  Yuta sorriu para mim daquela forma novamente e pegou meu celular. Eu estava tão hipnotizado por seus 32 dentes alinhados que nem reclamei por ele não ter pedido permissão e quando percebi ele já estava devolvendo o aparelho para mim.

  Yuta salvou seu contato como “Sushi”. Dei uma risada ao ler aquilo mas quando olhei em volta ele já não estava mais perto de mim, e sim dentro do táxi junto com Jane e Johnny.

  — Você vem comigo — Ten informou, me puxando pelo braço. Ele me ajudou com as malas e assim entramos no táxi.

  Eu estava igual um bobo olhando para o celular e quando guardei o aparelho em meu bolso já estávamos muito longe do aeroporto.

  Eu não sabia o que a Coreia do Sul tinha reservado para mim, não sabia o que iria acontecer dali para frente mas eu esperava que de alguma forma as coisas fossem ser tão bonitas quanto o sorriso do Yuta.


Notas Finais


Então Sicheng desembarcou na Coreia do Sul e agora tem quatro amiguinhos (se bem que a irmã do Johnny não parece muito convidativa, né?) e o chinês já tá de olho nesse sushi hein. Será que temos um grupo inseparável formado ou nada vai ser o que oarece? Fiquem ligadinhos nessa aventura!!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...