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História Serendipity - Not Today


Escrita por: otter_

Capítulo 3 - Not Today


— Deixa eu ver se entendi... ele é realmente seu namorado?

—Sim.

— E ele realmente não se importa que você esteja aqui comigo?

— Isso.

— E ele também tem interesse em mim e ficaria comigo se eu quisesse?

— Sim e sim.

— Mas se eu não quiser, eu posso só ficar aqui com você?

— Sim, só que se for assim, é bem provável que a gente não transe. — Jungkook riu com a expressão triste que Taehyung deixou escapar depois de sua última frase.

— Ok... — suspirou pensativo.

Os últimos minutos tinham sido um tanto quanto estranhos e Jeon estava um pouco cansado. Porém de forma surpreendente não fora tão difícil quanto ele pensava que seria. Jimin era bem mais sociável e quase sempre ele se encarregava de explicar — com bastante desenvoltura — sobre as regras do relacionamento dos dois. Naquela noite, no entanto, ele deixou todas as explicações a cargo do mais novo.

Kookie não havia entendido direito os motivos do ruivo, contudo achava que tinha esclarecido todos os pontos necessários. Não era algo muito complicado, entretanto mesmo em um ambiente como o da Hidden haviam pessoas que não aceitavam ou que tinham dificuldade para entender.

O relacionamento de Jungkook e Jimin não era monogâmico. Eles não gostavam do rótulo de relacionamento aberto, porque achavam que a expressão simplificava muito as coisas e reduzia a importância do laço estabelecido entre os dois. Eles eram namorados, se amavam e pretendiam morar juntos em breve. Todavia, também eram jovens, sentiam desejo e não achavam justo privar o parceiro de sentir atração por outras pessoas — e de externar esse tesão através de um bom amasso ou uma foda — só por conta de convenções sociais idiotas.

Quem disse que para ser feliz precisamos seguir tudo o que a sociedade considera certo? Por que o certo é se relacionar apenas com pessoas do sexo oposto? Por que o certo é casar, ter filhos e um emprego respeitável? Por que o certo é ser sempre ser dócil e educado com seus hyungs mesmo quando eles não têm razão? Park e Jeon perceberam que o "certo" da sociedade não os servia, então, através de bastante paciência e conversa, estabeleceram o que funcionava para eles. Essa lista — ou as regras como eles costumavam chamar — estava em constante atualização.

Naquele tempo, o acordo previa que poderiam ficar com qualquer garoto em festas, sem prévio consentimento. Eles possuíam códigos para avisar ao outro caso estivessem desconfortáveis com o peguete da vez — neste caso a pegação acabaria por ali — ou caso estivessem interessados em algo mais. O combinado também estabelecia que, ao menos na primeira vez, só haveria sexo se fosse entre os três.

Até aquele momento, o interesse que sentiram por outros garotos era prioritariamente físico — ou sexual —, e eles não haviam tido alguma ligação de cunho emocional. De qualquer forma, ficar com pessoas fora de ambientes festivos dependia de consentimento prévio. Havia, ainda, a combinação de tratar bem e com total respeito todas as pessoas com quem os dois se envolvessem, prezando pela sinceridade e o diálogo aberto, evitando ao máximo apenas usá-las. Em geral, eles mantinham contato com os garotos com quem se relacionavam e alguns haviam inclusive se tornado seus amigos.

Taehyung achava que tinha uma boa ideia da maneira como relacionamentos não monogâmicos funcionavam. Sabia que eles não tinham uma fórmula pré-definida e eram por padrão baseados no diálogo. Seu amigo mais próximo tinha um relacionamento tão longo que dizia estar meio que casado e ele e o quase-marido tinham outro namorado há algum tempo. Ele admirava a serenidade e a maturidade com que os amigos lidavam com o assunto e aparentemente a forma que Jungkook e o namorado viam as coisas era parecida. Gostou bastante da honestidade de seu dongsaeng e do jeito com que ele procurava sempre deixá-lo confortável.

Porém, o de cabelo castanho ainda não sabia como se sentia sobre tudo isso. Quer dizer, com certeza o tal Jimin era um puta gostoso. Ficar com ele poderia ser qualquer coisa, menos ruim. Mas ele estaria preparado para algo assim? Ele era desinibido e já havia experimentado muita coisa, entretanto nunca tinha tido interesse em sexo a três. E se a conexão com Park não fosse tão intensa quanto a com Jungkook? E se fosse estranho? E se ele fizesse algo errado?

Ele sabia que estava pensando demais e pensar era a última coisa que ele gostaria de fazer com um homem daqueles o encarando ansioso a poucos centímetros de distância. Optou pela saída mais simples, a que ele usava quase todas as noites.

— Eu não preciso decidir nada agora, certo?

— Claro, imagina... a última coisa que a gente quer é que você se sinta pressionado a alguma coisa. — O sorriso sincero de Kookie o deixava tão fofo que Taehyung desviou o olhar para não agarrá-lo naquele instante.

O mais velho, então, tomou toda a cerveja quase em um gole só — a garrafa de soju jazia vazia ao seu lado desde que Jungkook começara a explicar as coisas — e sorriu safado para o rapaz a sua frente.

— Então vamos dançar, beber e aproveitar a festa — disse em um tom animado, enquanto levantava e puxava o outro pela mão.

No caminho até as escadas que levavam à pista de dança, Kim ficou de frente para Jeon, andando de costas. Ainda caminhando, deu um sorriso sem mostrar os dentes, o que o deixava extremamente fofo e quase irreconhecível.

— Pode chamar o Jimin, se quiser.

Jungkook estava bêbado. Acabara de sair do bar com a terceira garrafa de água da noite, esperando assim amenizar os estragos do dia seguinte. Seu corpo, no entanto, continuava bastante anestesiado e sua mente tinha os pensamentos embaralhados.

Enquanto caminhava, ele tentava calcular de cabeça quanto gastara na festa. Ele não deveria ter comprado tantas bebidas caras, quando seu bom e velho soju fazia o mesmo efeito, até mais rápido. Agora, era provável que seu orçamento ficasse apertado e ele tivesse que deixar para comprar Persona 5¹ apenas no mês seguinte.

Se bem que, a julgar pela imagem a sua frente, a última coisa que ele ia querer pelos próximos tempos seria mais um jogo de videogame para lhe distrair.

A pista não estava tão abarrotada de gente quanto há algumas horas, o que dava espaço para que o Bangtan — e alguns amigos agregados — dançasse sem pessoas empurrando ou encostando neles sem querer. Um pouco afastados, contudo, Jimin e Taehyung pareciam não ligar para isso e tentavam dançar cada vez mais próximos, apesar de ser fisicamente impossível que os dois se aproximassem mais do que já estavam.

Ao ver que eram observados por um dongsaeng quase hipnotizado, Kim sussurrou algo no ouvido do mais baixo, que atirou a cabeça para trás em um sorriso antes de virar de costas para ele e, como consequência, de frente para Jeon.

O corpo de Jungkook parecia não responder. Sua cabeça tombou levemente para o lado e ele só conseguia olhar, admirado — e com tesão — para a cena que se desenrolava a poucos metros de si. As mãos de Taehyung seguravam de forma possessiva a cintura de Jimin, que tinha os dois braços levantados, puxando os cabelo do rapaz atrás de si e oferecendo, assim, total acesso ao seu corpo. Ao mesmo tempo, Park rebolava de maneira quase pornográfica na altura de onde o mais novo tinha certeza estar o pau do jovem de cabelo castanho.

Os olhos pequenos e profundos do ruivo não desgrudavam dos do namorado nem por um segundo enquanto ele abria a boca — que com certeza estava mais inchada e vermelha do que antes — de um jeito sutil, como se soltasse pequenos gemidos. Foi só no momento que Park inclinou a cabeça para o lado que Kookie confirmou que eram mesmo gemidos e percebeu o motivo: Kim beijava com voracidade seu pescoço, vez ou outra subindo os beijos até a orelha ou descendo até o ombro. O mais alto agora usava uma das mãos para apertar perigosamente a parte interna da coxa do menor, que desceu um dos braços para acompanhar seus movimentos com a mão. 

Quando o mais novo entre os três achava estar à beira de um orgasmo visual, veio a gota d'água. Ainda sem tirar os olhos de Jungkook, Jimin segurou com firmeza a mão de Taehyung, guiando-a de uma maneira calma e quase torturante de sua coxa para sua cintura, subindo bem devagar pelo tronco até parar no pescoço. Jeon engoliu seco vendo o polegar do mais alto brincar com os lábios carnudos de seu namorado.

Assim que Park colocou a língua para fora procurando o dedo de Kim com um sorriso extremamente sexy, a dor da ereção intocada acordou Kookie de seu instante de abstração. Deixou sua água nas mãos de Hoseok — que dançava de forma animada com Yugyeom — e partiu em direção aos dois jovens.

Um misto de sensações o dominava nos poucos segundos que levou para acabar com a distância existente entre ele e os dois rapazes. Jungkook também queria provocá-los. Ele queria vingança. Queria aqueles garotos ajoelhados em sua cama implorando para que ele os fodesse com força. E ele teria isso mais tarde. Naquele momento, ele só precisava chegar perto deles o quanto antes para aliviar um pouco sua excitação.

Com outro passo, estava em frente aos dois. Em um movimento rápido, puxou Jimin pela cintura para perto de si, pressionando a ereção do ruivo em uma de suas coxas definidas. O mais velho se apoiou nos ombros do namorado, rebolando para aumentar o contato entre seu membro e o corpo do outro.

Enquanto isso, o mais novo usou a mão livre para segurar com firmeza a nuca de Taehyung, emaranhando os dedos no cabelo castanho do outro e puxando-o para um beijo intenso. Jungkook mordia e chupava o lábio inferior de seu hyung, que apenas com isso já soltava alguns suspiros manhosos, esforçando-se para trazer Jeon mais para perto.

Ainda se movendo contra a perna do namorado, Jimin observou o beijo dos outros dois, baixando as mãos para arranhar de maneira sutil seus troncos por baixo das camisetas. Não conseguia conter os gemidos baixos que insistiam em sair de sua boca. Apoiou a cabeça no ombro de seu dongsaeng, dando pequenas mordidas e vendo o mais novo se arrepiar e gemer.

Taehyung deu um pequeno sorriso de lado, sem quebrar o beijo com Jungkook, e levou uma das mãos para a bunda de Park apertando-a com força e o estimulando a continuar com o movimento dos quadris. Aproveitou para se posicionar melhor, ficando mais uma vez com Jimin de costas para si. Perdeu o contato da mãozinha do menor arranhando seu tronco — ela agora acariciava de leve sua coxa —, mas ganhou a bunda do ruivo acertando sua ereção a cada rebolada.

Céus, eles realmente estavam fazendo aquilo. No meio da pista de dança. E ninguém dava a mínima. Kim já havia estado na Hidden algumas vezes, no entanto naquele momento estava começando a amar aquele lugar.

O trio logo se acalmou — antes que começassem a transar na frente de todos — e passou a apenas dançar de forma sensual trocando beijos e carícias. Jungkook havia parado de beber, porém Jimin e Taehyung continuaram experimentando drinks diferentes do cardápio e tomando alguns shots.

Depois de virarem mais uma dose de tequila, o de cabelo castanho escorou-se no balcão do bar, segurando os outros dois garotos pela cintura.

— Essa noite está excedendo todas as expectativas — disse, deixando seu sorriso quadrado aparecer.

Não esperou resposta do casal, apenas os puxou para outro beijo triplo.

Mesmo sendo o mais novo entre os três jovens, Jungkook se sentia o mais responsável. Deveria ter insistido com os hyungs quando sugeriu que eles parassem de beber há cerca de uma hora. Talvez tivesse conseguido amenizar a situação atual.

Ele finalmente havia convencido os dois a descerem de um pequeno palco na lateral da pista que continha uma barra de pole dance. Tinha medo de que se eles continuassem lá por mais tempo alguém acabasse sem roupa, pois Jimin já estava no processo. O menor tinha a camisa quase toda aberta — e só não estava sem ela por insistência do namorado. No caminho até Jeon, que estava escorado na escada que levava ao mezanino, Park cochichava coisas no ouvido de Taehyung e os dois riam com malícia.

Entretanto, antes de estarem perto o suficiente de Jungkook, Kim parou um desconhecido, o abraçando. Ele apontou para o mais baixo e depois para Kookie, gritando alegre que iria transar com os dois homens mais bonitos e gostosos da festa.

Ao chegarem perto do mais novo, Jimin o puxou forte pela mão, tendo alguma dificuldade para subir as escadas. Jeon só teve tempo de segurar a cintura de Taehyung do jeito mais firme que conseguia antes de seguir o namorado. O rapaz de cabelo castanho, no entanto, parecia não se importar com a caminhada. Ele estava concentrado no que parecia ser seu novo passatempo preferido: usar a boca para brincar com os piercings da orelha de Jungkook, enquanto lhe apertava a bunda com vontade.

Não que ele precisasse de outros indícios, contudo foi quando já estavam no topo da escada que o maknae entre os três teve certeza absoluta que o namorado estava completamente bêbado. E nem era pelos olhinhos minúsculos, que mais do que nunca pareciam não estar abertos, ou pela falta de capacidade de andar dois passos em linha reta. Muito menos pelos risinhos sem motivo definido, acompanhados de pequenos soluços fofos.

O que fazia Jeon ter certeza de que o ruivo havia passado dos seus limites era o destino daquela longa caminhada: o banheiro da área VIP.

Jungkook e Jimin não transavam em banheiros de festa. Pelo menos não com outras pessoas. Não fazia parte das suas regras oficiais. Mas, devido à natureza de seu relacionamento, não podiam dispensar proteção, o que quase sempre não era algo simples de se conseguir em um banheiro que se tivessem sorte teria uma cabine com porta.

Entretanto, era notável que Taehyung havia mexido com o de cabelo laranja com a mesma intensidade que mexera com Jeon. Aparentemente, o mais baixo entre os três achava que não conseguiria aguentar uma viagem de táxi de 15 minutos para ter o que queria em um local privado. E Kookie não conseguia julgá-lo, pois também estava bastante excitado.

O mais novo lembrava que tinha uma camisinha na carteira e Park sempre carregava outra — e um pequeno sachê de lubrificante. Não seria a melhor situação em termos de conforto, porém era possível que todos resolvessem seus problemas de forma segura e satisfatória.

Perdido em seus pensamentos, ele quase não notou quando chegaram ao seu destino. O banheiro da área VIP era moderno, com uma iluminação baixa e não cheirava mal — o que surpreendia tendo em vista que se tratava de um banheiro de balada. Havia uma área comum, onde estavam colocados diversos espelhos, poltronas e as torneiras para lavar as mãos, e três portas: a da esquerda — pouco utilizada — ia para os toaletes femininos; a da direita, para os masculinos; e a do meio, com uma entrada um pouco maior que as outras — e para onde Jimin já estava se dirigindo — dava para o banheiro acessível para deficientes físicos, que era unissex.

Mal se trancaram no local e Jungkook já foi empurrado pelo menor contra a porta. Park atacou seu pescoço com beijos e mordidas, indo com as mãozinhas por dentro de sua camiseta arranhando de leve seu abdômen e subindo o carinho ao mesmo tempo em que tirava a peça.

A alguns passos de distância, escorado em uma das barras de segurança ao lado do sanitário, o de cabelo castanho observava a cena, extasiado. Os dois garotos pararam o que estavam fazendo para o encarar. Os músculos expostos do peito de Jeon deixavam sua respiração ofegante ainda mais sexy e em algum momento o mais baixo dos três havia aberto os botões que faltavam de sua camisa, que agora caía por seus braços, deixando todo o seu tronco definido a mostra. O casal encarava Kim, ambos com um sorriso safado no rosto e esperando apenas um sinal para atacar.

Taehyung tinha certeza que havia morrido e estava no paraíso.

— Eu não acredito que uma vez na vida a sorte está do meu lado. — O sorriso quadrado tinha muita luxúria, entretanto também deixava claro sua felicidade. — Sério, olha pra vocês... eu... eu... — Seus olhos se arregalaram e ele não conseguiu terminar a frase.

Mal teve tempo de abrir a tampa do sanitário e já estava colocando para fora todas as bebidas que havia ingerido aquela noite. Ele sabia que havia falado de sorte cedo demais. As coisas nunca eram tão simples para ele. Envergonhado, escondeu o rosto entre os braços, enquanto abraçava o vaso sanitário.

Ele estava vomitando na frente das duas melhores pessoas que ele havia conhecido recentemente. O que mais poderia dar errado?


Notas Finais


Olar, pode xingar, eu não só deixo como de repente mereço. Só posso dizer que as coisas aconteceram da forma que devem acontecer pra história. Disgurpa, não desistam de mim, por favor nunca pedi nada pra vcs <3

Só uma notinha sobre o relacionamento Jikook: acho que ficou claro, mas não tem poliamor ali, não. O relacionamento não é monogâmico, só que eles não se envolvem emocionalmente com os peguetes (:

¹ Persona 5 é um RPG disponível para PlayStation. O foco maior é no enredo e em quests/mini games, então até noobs como eu podem jogar sem sofrer (e ainda tem uma opção de jogar só pra "curtir a história", em que eu acho que vc não morre nunca, não sei). O visual é simplesmente LINDO, parece um anime interativo (e os cgs são animações de verdade, tipo anime mesmo... já falei que é lindo? *-*). É realmente muito complicado falar da história sem dar spoilers. Se passa no Japão e você controla um adolescente. Ao mesmo tempo que ele tem que lidar com os dramas cotidianos (escola, amigos e mais várias tretas da vida dele), ele também faz parte de um grupo chamado de PhantomThieves, que está propondo mudanças na sociedade. Não consigo falar mais sem dar spoilers, mas tem um review bem legal aqui: http://br.ign.com/shin-megami-tensei-persona-5/47744/review/review-persona-5. Sério, melhor jogo da vida <3


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