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História Servidão e Liberdade (Malec) - Capítulo 20


Escrita por: Thalia_Miranda

Notas do Autor


Olá!
Me perdoem! Pela demora, e pelo capítulo, que não vai ser fácil de aceitar...
Vejo vcs nas notas finais!

Capítulo 20 - Capítulo 20


 

 

Os homens devem ser adulados ou destruídos, pois podem vingar-se das ofensas leves, não das graves; de modo que a ofensa que se faz ao homem deve ser de tal ordem que não se tema a vingança.

Maquiavel

 

 

Alec estava testando a elasticidade da corda do arco quando a porta se abriu silenciosamente. Mas ele era um Caçador de Sombras e tinha uma runa de audição, então ele se virou e olhou para Magnus que entrava despreocupadamente. Alec amava quando Magnus parecia mais à vontade com ele.

- Magnus - cumprimentou, e sentiu, como sempre, a pele se arrepiar quando o outro chegou perto. Muito perto.
- Alec - o hálito morno e tentador de Magnus em seus lábios era definitivamente algo que ele não queria perder nunca. - Já está arrumando tudo?
- Sim - Alec conteve o desejo de levantar a mão e acariciar a nuca do feiticeiro. - Precisamos estar com tudo preparado, nenhum detalhe pode ser esquecido.
- Você está preocupado? - os dedos longos de Magnus o tocaram no punho esquerdo e ele sentiu a pele formigar no local.
- Um pouco - admitiu. Não via motivos para mentir para o feiticeiro mais.
- Você se sairá bem - os olhos dourados do feiticeiro o encararam - É o caçador mais habilidoso que conheço.
- Oh - Alec não conseguiu reprimir o sorriso. Já tinham lhe dito isso inúmeras vezes, mas vindo de Magnus, bom… isso era diferente- Obrigado.
Qual será exatamente minha tarefa na missão? - Magnus tirou uma mecha de cabelo de sua testa e se afastou, e Alec engoliu em seco, não muito contente com a distância entre eles.
- Você… hm… precisa neutralizar o Diurno. E não se preocupe, você estará seguro. Eu faço sua cobertura.
- Isto é animador- Magnus riu - Eu tenho um guarda costas?
- Guarda tudo - Alec sorriu de volta - Não somente as costas… Todo seu corpo é … precioso.
- Você é um pervertido.

Alec o encarou de volta, através do espaço do quarto. Sim. Com Magnus ele era um pervertido. E nem sabia disso antes. Só soube que podia passar horas e horas fazendo coisas sujas e totalmente deliciosas quando conheceu o feiticeiro.

- Suponho que sim - disse por fim.
- Eu vou neutralizar o Diurno - Magnus disse, dando de ombros - Mas também consigo cuidar de mim. Não precisa fazer duas atividades, vai tirar sua atenção.
- Hm … - Alec deu alguns passos para a frente - Na verdade, eu quero ficar responsável por você.
- Sério? - Magnus franziu as sobrancelhas - Por quê?
- Eu não sei Magnus - Alec estava mais próximo agora - Eu só não quero que se machuque.
- Não vou - Magnus mordia o lábio inferior.
- Não mesmo - Alec disse - Eu estarei lá.

 

Normalmente era Magnus quem tomava a iniciativa, mas Alexander estava totalmente sedento. Faziam dois dias que não se tocavam, e tudo que ele queria era se enterrar no corpo macio e quente do feiticeiro, então ele tocou sua nuca e o trouxe para mais perto.

- Me deixa beijar você - disse e Magnus colou seus lábios imediatamente.

Já tinha observado que quando manifestava alguma dose de afeto, o feiticeiro retribuía com muito mais entusiasmo. E Alec tinha medo de ser contaminado por esse entusiasmo, por isso, tentava não deixar todos aqueles sentimentos quentes saírem, mas agora ele estava mesmo com muita saudade de Magnus, então prometeu a si mesmo que tomaria mais cuidado outro dia…

Permitiu-se sentir a suavidade dos lábios de Magnus, sua língua brincando suavemente dentro de sua boca, o corpo pressionado contra o seu. Isso era diferente de desejo. Tinha desejo, mas também tinha algo mais, que Alec não saberia nomear. Era como a ligação parabatai com Jace, mas com … interesse sexual.

- Você precisava fazer alguma coisa? - perguntou, quando se separaram por um segundo.
- Hm … na verdade não - Magnus disse, encarando-o com curiosidade.
- Agora precisa - Alec riu e colocou as mãos em suas costas, puxando-o delicadamente em direção à cama.

 

 

Magnus estava estupefato. Alec estava sendo quase… carinhoso. Na verdade, ele estava mesmo sendo carinhoso. Havia algo quente em seu olhar azul, e ele estava tocando sua pele em lugares que não tinham muito a ver com estimulação sexual. Agora, por exemplo, Alec estava deslizando o dedo na parte externa de seu braço.

- O que aconteceu? - não resistiu a perguntar.
- Como assim ? - Alec sentou-se na cama, e Magnus ficou em pé, em frente a ele, ainda intrigado.
- Você parece… diferente.
- Diferente ?- Alec tirou a camiseta e Magnus não se impediu de dar uma conferida no tórax. Sim, ainda continuava tão perfeito desde a última vez.
- Sim - respondeu, olhando novamente para seu rosto - Não costuma ser tão… afetivo.
- Eu só quero… estar com você - Alec disse, sorrindo tentador e o chamou com a mão - Você vem?

 

Magnus foi. Alec tomou sua mão e o puxou repentinamente, fazendo com que eles caíssem na cama.

- Você não se cansa ? - Magnus riu.
- Disso? - Alec segurou seu rosto com as mãos longas - Não.

E o beijou novamente. Mordeu seu lábio inferior, enquanto as mãos desciam pelas suas costas, abria as pernas para  que Magnus se encaixasse ali, e o apertava com a força do mundo. Magnus não pôde evitar o suspiro. Sem se esforçar Alec era totalmente irresistível. Se esforçando assim então, era outro nível. De outro mundo. Magnus queria entender por que essa oscilação de comportamento, mas bom… isso teria que ficar para outro momento, porque agora Alec estava puxando sua túnica, e ele levantou os braços para facilitar o trabalho.

- Eu gosto de que você não tenha umbigo - Alec disse, e o feiticeiro riu. Isso era estranho. Ser elogiado. Mas era um estranho bom.
- Você gosta de tudo em mim - alfinetou, e Alec não se deu o trabalho de negar.
- É verdade - respondeu e se esfregou contra ele, roçando o membro no seu - Eu gosto.

Magnus estava tentando ser menos reativo, mas era difícil não desejar Alec com todas as forças quando ele estava assim. Então beijou a pele do seu tórax, rodeando a língua pelo mamilo intumescido.

- Ah Magnus - os dedos de Alec estavam em seu cabelo - Eu adoro isso.
- Eu sei - Magnus sorriu e sugou o outro mamilo, fascinado com a forma que o outro resfolegava de prazer.
- Quero passar o resto da minha vida fodendo  você - Alec disse e Magnus sentiu as pernas tremerem levemente. Alec estava pondo ele e o futuro em uma mesma frase. Okay, e sexo.
-E entre os intervalos, a gente pode comer alguma coisa.
- Ou eu posso comer você enquanto como outras coisas.
- Me parece impossível.

Alec tinha os dedos no cós de sua calça agora.

- Acho que não é. Na verdade, acho que nem preciso parar para comer… outras coisas.
- Alec - Magnus o encarou seriamente agora, fazendo com que o outro parasse a descida lenta e torturante que era despi-lo - O que está acontecendo?
- Magnus - Alec o encarou de volta e seu olhar estava quente, misterioso… mais profundo do que todas as outras vezes - O que está acontecendo é isso.

E ondulou os quadris contra as suas pernas, fazendo com que Magnus sentisse sua excitação. Foda-se, Magnus pensou. Outra hora descobriria, mas no momento, aproveitaria aquela versão de Alec em sua frente. Livrou-se das calças, suspirando quando Alec também se livrou da dele. Sempre ia admirar o membro do Caçador. A virilha delineada, os músculos fortes, as veias saltadas. Ele era perfeito. Fisicamente falando.

Estavam nus, enfim, e Alec estava tocando seu corpo. Não realmente tocando mas deslizando os dedos, de um jeito nunca feito antes. Magnus voltou a beijá-lo. O gosto de Alec, fosse da boca ou qualquer outro lugar, era um dos seus gostos favoritos. Alec retribuiu o beijo, aproveitando a proximidade para esfregar seu membro em seu corpo. O feiticeiro suspirou, sentindo-o palpitar contra seu baixo ventre, e contra seu membro já excitado também.

- Quero entrar em você - Alec disse, as mãos descendo e apertando sua bunda firmemente. Magnus adorava isso. Adorava quando Alec o tocava delicadamente. Adorava quando Alec o tocava com firmeza. Adorava quando Alec deixava marcas, de apertos, tapas…

Adorava quando Alec o tocava, era isso.

- Vem - Magnus permitiu. Ansiava por sentir Alec novamente, pulsando dentro dele. - O gel está aqui?
- Sim - Alec disse, apertando sua cintura e virando-o delicada mas firmemente. Magnus prendeu a respiração em antecipação. Sentia sua entrada se contraindo em expectativa, amava que Alec o tocasse lá. Sentiu a leve decepção quando o outro se afastou, e o alívio instantâneo quando ele retornou.
- Okay - Alec disse, e segurou seus quadris, para um melhor acesso. Magnus estava apoiado nas pernas e joelhos, e empinou os quadris o máximo que pôde. Sentiu todas suas células se contraírem de prazer quando Alec o tocou, por fora, deixando-o mais preparado, e gemeu quando o caçador introduziu um dedo lá.
- Você gosta de dedos - Alec riu, e deu um tapa leve.
- Dos seus - Magnus conseguiu dizer - Por Raziel, tudo em você é longo.

Alec introduziu outro dedo e movimentou-os, e Magnus rebolou contra os dedos, ansioso. Alec já tinha pegado o jeito das investidas. Agora ele estava mais ousado, menos inseguro. Isso era bom.

- Você quer mais... hm? - a voz de Alec ficava rouca quando ele estava excitado, e isso deixava Magnus incendiado de prazer.
- Por favor - Magnus sabia, mesmo que Alec nunca tivesse dito, que o outro gostava de sua bunda, então empinou-a mais e rebolou contra ele. - Vem logo.
- Se segure na cama - Alec disse e Magnus se segurou na cabeceira, abrindo as pernas e empinando o máximo que podia. Sentiu o mundo girar e perder o foco enquanto Alec se posicionava atrás dele, e passava o membro em suas nádegas, e logo depois, a cabeça em sua entrada.

Tinha algo que Magnus amava especialmente em Alec, quando estavam fazendo sexo. E ele prendeu a respiração, porque já sabia que vinha. E com efeito, gemeu alto, quando Alec segurou suas nádegas com as duas mãos, abrindo-o por completo, deixando o totalmente exposto, pronto para ser penetrado, apertando tanto que sempre ficava com as marcas das mãos abertas de Alec em cada lado de sua bunda. 

Alec entrou devagar, preenchendo-o e Magnus resfolegou. Sempre incomodava um pouquinho na hora de entrar, mas eles já tinham encontrado seu jeito. Um pouquinho mais para a esquerda, e Magnus rebolava contra ele, devagar e então.. estava completamente dentro. Magnus adorava tudo desse exato momento. As bolas de Alec contra a sua bunda. Seu pau enterrado tão fundo que tocava todo o corpo de Magnus por dentro. Magnus podia sentir a cabeça dele tocando naquele ponto… A mão de Alec abrindo-o por completo, o peitoral dele tocando suas costas, a respiração de Alec em seu ombro, as pernas se tocando.

- Mexa-se feiticeiro - Alec ordenou, e Magnus rebolou contra ele, subindo e descendo lentamente.

Então, a boca de Alec estava em seu pescoço, uma onda de sensações o invadiu, os lábios quentes, beijando-o, lambendo, e ele ondulou com mais força, tomado por uma explosão de coisas que não sabia nomear.

Alec estava beijando sua pele.

Raziel.

Fechou os olhos, e Alec começou a estocar contra ele, fazendo a dança que já era conhecida, mas sempre, a cada vez, inteiramente nova. Então os dentes de Alec se cravaram em suas costas, e Magnus perdeu completamente a sensatez.

Alec estava mordendo-o.

Rebolou com mais força, sentindo-o pulsar dentro dele.

- Me morde outra vez - pediu, sabendo que depois acharia isso patético, mas Alec simplesmente fez,  obedeceu, mordendo sua omoplata, seus ombros, seu pescoço. E o paraíso só estava começando.

 Alec soltou sua bunda e subiu as mãos com firmeza pelo seu tronco, apertando cada parte, a mão esquerda subiu para seu mamilo, e a direita, desceu para… lá.

Alec estava tocando seu membro, com força, masturbando-o, enquanto estocava dentro dele. Deuses.

Isso era… inacreditável.

- Alec - ele gemeu - Você é o melhor…
- Eu sei - Alec disse, estocando com tanta força que a cama deslizou alguns centímetros. E era uma cama de dossel. - E eu vou mesmo te comer todos os dias da minha vida.
- Sim - Magnus não tinha dúvida. Ele daria para Alec, alegremente, todos os dias da sua vida. - Me fode forte.
- Deita - Alec ordenou  e Magnus obedeceu, puxando um travesseiro de penas para se apoiar .

Magnus estava delirando. Empinou e gemeu, quando Alec entrou de uma vez, preenchendo-o totalmente, tocando o no ponto certo, e arremeteu-se contra ele, diversas vezes, profundamente.

- Alec - a fricção de Alec contra ele, e de seu membro contra os lençóis era delirantemente boa - Eu vou…
- Sim - Alec agora segurava sua nuca contra o colchão e seu quadril com a outra mão, estocando firmemente - Goza.

E pela primeira vez, Magnus gozou primeiro, sentindo-se derramar contra os lençois impecáveis, contraindo-se e apertando Alec dentro dele, que gemeu e balbuciou seu nome… O mundo perdendo o sentido por alguns segundos, só Alec acima dele fazendo tudo parecer certo e bom, e normal, e eterno.

Tremeu de prazer, e apoiou-se nos antebraços para que Alec continuasse tendo acesso a ele, ainda sentindo as ondas de prazer quando Alec gozou dentro dele, sentindo seu líquido quente preenchê-lo e o membro palpitar dentro dele.

Alec saiu devagar e ele se virou, rapidamente, apertando-o em um abraço. Para sua surpresa, Alec correspondeu e ele respirou forte, pasmado, abismado.

Não era sexo o que tinham feito, tinha outro nome e outro significado. Magnus sabia disso, e o silêncio resfolegante de Alec, junto com o abraço apertado que ele retribuía, demonstravam que ele também sabia.

 

 

 

O abraço não durou muito tempo. Alexander sorriu, embaraçado, e retirou o braço de sob o corpo de Magnus, levantando-se cambaleante. Magnus o acompanhou com o olhar, enquanto ele alcançava a calça jogada no chão e a vestia.

- Isso foi ótimo - Magnus arriscou, e Alec sorriu, mas não o olhou de volta.
- Sim - o outro concordou. - Eu preciso terminar de arrumar tudo e verificar o andamento dos preparativos. Por favor, se arrume também e se precisar de algo, qualquer coisa… me avise.
- Certo - Magnus se sentiu um idiota. Alec era um bom amante, apenas isso. Ele sabia que demonstrar afeto fazia parte do ritual de conquista. Beijos no ombro não significavam nada. Não que ele quisesse que significasse. - Vou arrumar tudo.
- Até amanhã ao amanhecer - Alec disse. Magnus sabia que isso significava que não deveria aparecer até o outro dia, pela manhã.
- Até - disse, tentando imprimir, nesta única palavra, o máximo de frieza que conseguia.

 

 

A noite ainda estava escura, mas os galos já começavam a cantar, quando Magnus se reuniu aos Caçadores de Sombras frente à Casa Lightwood. Reunir era um exagero da situação, na verdade. Ele ficou ali perto, enquanto os outros se reuniam em um grande círculo, num debate acalorado sobre as técnicas que usariam. A noite estava gélida, mas o frio que Magnus sentia, vinha de dentro. Ainda não estava certo de sua decisão, mas mesmo assim, não podia desfazer o que fizera.

Por meio de Cat, Ragnor lhe passara os procedimentos necessários para romper a Ligação. Magnus não precisara usar nenhum deles. Foi, sem grande espanto, que percebeu que nada mais o unia a Alexander, do que um finíssimo fio de atração sexual. Contudo, relutava em ir embora. Queria ficar e olhar nos olhos do Caçador, quando ele finalmente descobrisse o que lhe fora reservado.

Contrariando o que ele desejou e esperou por meses, não havia um contentamento descabido. Apenas a fria certeza da vingança. Era como observar, de um lugar seguro, uma tragédia que se desenrolava, totalmente fora de seu alcance e de sua vontade de ajudar.

Apertou os olhos ao discernir Cat atrás dos Wayland que chegavam. Ela o encarou, com dureza, ciente do que ele fizera. E ele retribuiu o olhar, encolhendo os ombros. Não podia mudar. E nem queria.

Dorothea também chegou, acompanhando seus senhores. Eles se conheciam pouco, mas Magnus podia sentir, entre eles, os três feiticeiros submundanos e seres vis daquele meio, um não explicitado acordo. Eles se entendiam. E ele não estava mais se sentindo tão só.

- Bom dia meus bons senhores - Alexander apareceu à porta, todo vestido de preto, acompanhado de Hodge.
- Bom dia senhor! - os homens responderam, animados. A possibilidade de exterminar submundanos os alegravam. Magnus odiava a todos eles.
- Já discutimos as estratégias. Os Wayland seguem ligeiramente à norte. Os Carstairs, por favor, formem a retaguarda. Eu, Hodge e Magnus Bane iremos à frente. Lembrem-se: matar todos, conservar o Diurno vivo. Bom combate a todos.
- Bom combate, senhor - alguns disseram, enquanto montavam os cavalos.

Magnus acenou em reconhecimento quando Alexander se aproximou, e montou Duque. Esperou Alexander e Hodge o ultrapassarem e seguiu, atrás deles.

Eles andaram por milhas, trotando rapidamente, mas em silenciosamente.  Até Duque, normalmente resfolegante, estava em completo silêncio. Parecia compreender a importância da missão. Quando a  terra começou a ficar íngreme, eles diminuíram o passo.

- Vamos esperar o dia amanhecer para nos aproximarmos da caverna - Alexander disse, para ninguém em especial, já que ele tinha repassado o plano centenas de vezes e todos sabiam decorado as diretivas.
- Já está próximo - Hodge afirmou. Magnus concordava com ele. A noite estava silenciando, e o dia começava a pedir passagem. As estrelas estavam ficando opacas no céu, sumindo lentamente.
- Suponho que Jace já esteja cercando o local - Alexander falou outra vez - E que os Carstairs estejam vigiando para impedir uma possível fuga. Você pode deter o Diurno?

A pergunta era dirigida para Magnus, que deu de ombros.

- Farei o meu melhor - assegurou. E faria.

 

 

 

 

 

 

Lydia tremia levemente. Tinha acabado de acordar, com o braço doendo, inerte. Era o peso de John Monteverde sobre ele. Ela estremeceu novamente, ao pensar no pecado que tinha cometido. Mas estavam sob efeito de muito vinho, e ele era gentil. Era educado. Se importava com ela. E não saía correndo quando ela tirava a roupa. Na verdade, ele a ajudou a tirar a roupa. Com um puxão ela soltou o braço, e Monteverde rolou tranquilamente pela cama, roncando despreocupado.

Não era a primeira vez que acordava naquela situação. Tudo bem, era a segunda, mas ela estava se culpando, porque da primeira vez tinha jurado não repetir. E bom, a carne é fraca, ela supunha. Espiou o membro despido dele, e riu consigo mesma da diferença enorme que ele tinha de agora em comparação a horas antes. Não parecia a mesma coisa. Não mesmo.

- Ei, acorda - ela o sacudiu. O homem dormia como uma pedra - Levante-se. Saia da minha cama.

Monteverde abriu um olho sonolento.

- Acorde - ela o sacudiu com mais força - Fora da minha cama.
- Sim madame - ele se levantou, com esforço, pegando suas roupas e tapando as partes íntimas.
- Agora, vá embora - ela ordenou.
- Sim, senhorita - ele fez uma reverência. Havia seriedade em seu rosto, mas seus olhos brilhavam com malícia.

Somente quando ele saiu é que Lydia percebeu que seu inteiro seio estava a mostra. Raziel. Isso com certeza tirava metade da sua autoridade.

Lydia não sabia o que fazer. Mr. Gideon não tinha mais aparecido. Nem Magnus com a poção. Não tinha com quem conversar, já que a velha cozinheira se limitava apenas a resmungar coisas incompreensíveis quando ela tentava começar um assunto.

Então, lhe sobrava John. John Monteverde... Do passeio no jardim, regado a vinho e risadas, até sua cama, nua e (por Deus), quase completamente despudorada, fora um pulo. John e vinho eram uma combinação perigosa. Ela suspirou. Sabia que seria morta caso seu senhor descobrisse seu caso. Não sabia como esconderia isso, já que a primeira vez de uma mulher era única. Ela tinha sangrado e doeu mais do que ela pensava. De início, ela imaginou que todas as vezes seriam assim. Mas então, dessa vez não tinha doído tanto. E não tinha sangrado. Esse era então, o diferencial entre uma moça virgem e uma moça não virgem. Gideon perceberia a diferença. Caso ele aparecesse, uma vozinha disse no fundo de sua mente.

Ela sacudiu a cabeça, tentando afastar o cenário de probabilidades ruins que apareciam quando ela pensava em Gideon descobrindo isso. Seria decapitada. Queimada como traidora. Ele daria suas carnes para os cães da Casa comerem. Raziel. A possibilidade de tragédias era infinita.

 

 

 

Lucas, o mordomo de sua senhoria, os Lightwood, abriu as portas para um mensageiro afoito, que estava a ponto de arrebentar o grandioso Portal de madeira antiga.

- Senhor - ele ofegava - Vão pôr tudo abaixo. Pelo Anjo! Vão queimar tudo.
- Respire menino - ele ordenou - O que está dizendo?
- Na vila - o rapaz disse, após tomar ar o suficiente para falar - Os moradores estão ameaçando pôr fogo em tudo.
- Como? - Lucas demorou vários segundos para processar - Para quê pôr fogo em tudo?
- Eu não sei - o menino disse, como se dissesse o óbvio - Mas estão indo para a casa de provimentos, com tochas e tudo o mais.

Então, o mordomo se alarmou. A casa de provimentos da vila ficava um pouco afastada, e era vigiada normalmente por um dos Carstairs, que estava na missão. Seus senhores estavam longe, e ele estava totalmente impossibilitado de fazer algo. Olhou para baixo, na colina, e viu, de longe, a movimentação que se avolumava, com várias pessoas carregando tochas de fogo. Levou as mãos à cabeça, angustiado. O que deveria fazer?

- Onde está o senhor Lightwood homem? - o mensageiro o sacudiu. - Precisa avisá-lo. Vá acordá-lo.
- Ele não está aqui - Lucas disse, mais para si do que para o outro- Ele não está aqui, e não pode fazer nada.

 

 

 

Magnus sentiu o cheiro dela, muito antes de ouvir os passos leves e certeiros que Alexander e Hodge ouviram. Os dois se levantaram, em guarda, e Magnus permaneceu esperando, o coração falseando. Por que ela estava vindo? Não era esse o trato.

 Camille apareceu na clareira, majestosa como sempre, quase em um passe de mágica. Ela adorava chegadas dramáticas. Ao seu lado, um rapaz de pele branca e cabelos escuros, sorra displicentemente. Alexander atirou uma estaca em sua direção, que ela prontamente aparou e quebrou, sorrindo, inabalável.

- Olá Caçadores. E Magnus - ela sorriu para ele, que sentiu os olhares incrédulos dos Caçadores sobre si.

O tempo oscilou de uma forma estranha, e Magnus ergueu a barreira de proteção, antes que sucumbisse ao torpor. Então, esse era o Diurno.

- Ora Magnus - ela deu um passo a frente - Assim não tem graça brincar com eles.
- Fique longe - Magnus avisou - Vá embora. Não era esse …
- O trato? - ela sorriu, desdenhosa - Por favor, há certas coisas as quais não resisto. Sangue de Caçadores tem um gosto excepcional. Me deixe brincar com eles. Dois minutos, apenas.

Ela parou, à beira da barreira, sorrindo despreocupada, mas cuidadosamente evitando tocar a linha mágica.

- Simon - ela chamou o Diurno, que deu um passo a frente - Acredito que você possa lidar com isso.

Magnus sentiu a pressão nas bordas da barreira. Pressão forte, que quase o fez ceder.

- É uma barreira forte - Simon disse, afrouxando a investida, e Magnus aproveitou para revestir ainda mais. - Ele sabe o que está fazendo.
- Claro que sabe - Camille sorriu - É o feiticeiro mais poderoso que conheço.
- Vá embora - Magnus grunhiu - Não me faça lutar contra você.
- Bobinho - Camille desdenhou - Porque esse esforço irracional para proteger dois Caçadores, que comerão sua pele quente, assim que sairmos daqui?
- Magnus ?- a voz de Alexander o alcançou, cheia de incredulidade - O que está acontecendo?

Camille revirou os olhos e deu de costas.

- Eu preciso de sua força - Magnus sussurrou, enquanto Camille se postava ao lado de Simon.
- Como? - Alexander continuava imóvel, boquiaberto, mas estendeu a mão para ele.
- Sua força - Magnus gritou - AGORA.

Mas não foi rápido o suficiente. O poder de Camille e o Diurno contra ele, de uma forma tão impetuosa, o jogaram ao chão, a barreira se quebrando em minúsculos cacos de algo muito parecido com vidro. Camille avançou para Alexander, enquanto Simon atacava Hodge. Magnus se levantou rapidamente, a raiva inundando suas veias, potencializando sua energia.

- Vadia! -  ele atacou Camille, antes que ela perfurasse a pele de Alec - Você nunca muda!

Ela riu alto, como se estivessem em uma brincadeira, e o atacou de volta, com uma rapidez tão fluida que ele não chegou a ver seus movimentos.

- Para um imortal, você é tão sentimental Magnus...

A força dela, entretanto, não era páreo para a raiva fervente que invadia Magnus. Ele a empurrou contra o chão e virou-se para ver…

Alec estava lutando contra o Diurno, e Hodge estava caído desacordado. O caçador de sombras estava em sérios apuros. Ele estava se movendo muito lentamente, a runa de velocidade perdendo cada vez mais seu poder enquanto o Diurno manipulava o tempo ao redor deles. Magnus sentia-o se modificando, se tornando pesado ao seu redor, pesado e surdo, e ele não conseguia se mover na direção correta, no tempo correto, antes de projetar um feitiço já o sentia ser bloqueado e Simon estava sorrindo vitorioso enquanto agarrava a gola de Alec e estendia os dentes sedentos para sua jugular.

Iriam morrer, Magnus deu-se conta disso, enquanto Camille voltava a atacá-lo com força renovada.

 

 

 

Alguma coisa estava errada.

Gideon nunca se atrasava, e o sol estava prestes a despontar. Se o sol aparecesse, toda a missão estaria invalidada. Era por isso que Izzy tinha deixado Jace montando guarda à frente do covil dos vampiros, e estava caminhando na direção em que Alec supostamente deveria estar vindo. Não muito longe ela ouviu os barulhos. E sentiu o cheiro. Sangue e vampiros. Mofo, coisas velhas guardadas há muito tempo. Ela sabia que esse era o mesmo cheiro que sentira ao entrar no covil naquele fatídico dia. Com impetuosidade, calcou os pés no cavalo, cavalgando mais rapidamente, ao mesmo tempo em que reforçava a runa do silêncio. A visão noturna lhe mostrou os rastros inconfundíveis de Alec e por cima deles, rastros de alguém que ela desconhecia. Mas o cheiro era conhecido. O Diurno. Ela aproximou-se devagar, circundando a clareira onde barulhos de sucção ecoavam. Aquilo a deixava enjoada. Então seu coração parou quando ela viu. Magnus estava pateticamente mexendo as mãos em uma vagarosidade absurda, o rosto num esgar de desespero, o corpo numa estranha posição que demarcava que antes de ser atingido pela confusão mental do Diurno, ele pretendia alcançar Alec.

E Alec… Alguém, o Diurno, estava… por um instante, Izzy pensou que ele beijava a mão de um Alec desnorteado. Mas logo a compreensão chegou à sua mente entorpecida. O Diurno estava bebendo da veia no pulso. Uma vampira majestosamente bonita, bebia delicadamente o sangue de Hodge, com um ar entediado. Tudo isso Izzy viu em segundos. Então, ela pegou a estaca que carregava no bolso interno do casaco, e com uma pontaria certeira, atingiu, pelas costas, o coração do Diurno.

 

Depois disso, o caos se instalou. Quando o Diurno caiu para a frente, sobre o corpo de Alec, a confusão mental se desfez, e Magnus lançou um feitiço sobre Camille. Ela congelou como estátua, apenas os olhos se movendo em desespero. Hodge não se mexeu, mas Alec empurrou de cima de si o Diurno, que rolou, mostrando os olhos incrivelmente castanhos, a boca escorrendo o sangue de Alec, a estaca despontando pela parte de frente de seu tórax. Magnus parecia totalmente aéreo. Izzy observou atônita, enquanto ele se deslocava ligeiramente para a esquerda, e Gideon atirou uma flecha, que acertou árvore imediatamente à sua frente.

- Você não vai a lugar nenhum - havia raiva na voz do irmão, e Izzy sacudiu a cabeça. O que estava acontecendo? Magnus estava com eles! O que Alexander estava fazendo?
- Izzy - Gideon ordenou - Amarre ele, corrente bloqueadora.

Pelo costume em obedecer, Izzy estendeu o chicote, que vibrou e se enrolou na perna esquerda de Magnus, rapidamente subindo para as pernas e mãos, e ele a encarou com um olhar vazio e frio como a noite que ia embora.

- Traidor - Gideon grunhiu, com tanto ódio, que Izzy enfim entendeu.

A emboscada tinha sido armada pelo feiticeiro.

Magnus tinha sabotado a missão.

 

 


Notas Finais


Olá! Sim, isso faz parte do script da história desde sempre... rsrs
Por favor, deixem suas impressões. Eu estou tão sem tempo que não vou conseguir escrever muito aqui nas notas finais. Algumas pessoas me perguntaram se eu abandonei a fic. Não abandonei não, estou apenas totalmente sem tempo de escrever, mas mesmo assim, me esforço nos intervalos de tempo, para não deixar a fic muito parada. Obrigada a quem ainda não abandonou isso daqui. Amo vcs de verdade. Agora a história está entrando em um contexto meio obscuro, pesado, triste... E também é algo difícil tanto de ler quanto de escrever. Espero que vcs continuem acreditando que "o sol vai nascer amanhã"
<3 Até qualquer dia. ( não vou mais prometer postar em determinado dia, por que sempre sempre sempre descumpro as promessas)
Adieu


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