POV BRU
Acordei com meu celular tocando. Com muita dificuldade, abri meus olhos e peguei o celular que tocava alto.
"Chamada de Chico"
Atendi.
Bru: alô
Chico: Bru?
Bru: eu mesma
Chico: te acordei?
Bru: eu precisava acordar mesmo
Chico: então, bom dia -falou animado
Bru: bom dia -tentei alcançar o tom de animação dele mas o sono estava mais forte- mas, e ai? O que devo a honra da sua ligação em plena -olhei a hora- 7h34 da manhã?
Chico: então, você sabe que eu sou modelo, não é?
Bru: sim -falei com os olhos fechados.
Chico: vamos ter um evento muito importante e precisamos de cinco modelos. Philip, meu empresário, quer modelos conhecidas, mas eu lembrei de você, e acho que você seria excelente pra isso, você tem tudo o que ele precisa.
Bru: mas eu não sou modelo, muito menos uma modelo conhecida
Chico: e se eu disse que eu te coloquei nisso e você esta entre as 10 meninas pra fazer o teste de cast? -sentei rápido
Bru: você o que?!
Chico: não me xinga. É que enquanto ele ia falando de como ele imaginava tudo aquilo na reunião, eu só consegui imaginar seu corpo
Bru: se estava com saudades, era só ligar -brinquei e rimos- eu não tenho estruturas pra ser modelo
Chico: tem, tem sim. E é só um trabalho, um bom trabalho que te dará um bom dinheiro. Eu só preciso que você fale sim pra eu poder fechar
Bru: aonde vai ser?
Chico: Paris
Bru: oh, Deus! -passei a mão na cabeça- Quando vai ser o teste?
Chico: depois de amanhã
Bru: você é louco, Francisco! -ele riu.
Chico: e ai?
Bru: estou com medo de você acabar me levando pra Turquia pra eu virar prostituta, ou vender meus órgãos -rimos.
Chico: putz! Você descobriu, e agora? -rimos
Bru: precisa da minha resposta ate quando?
Chico: ate meio-dia pra eu pegar as suas passagens
Bru: posso te retornar daqui a pouco?
Chico: pode
Bru: então já te ligo -desliguei e me levantei- eu esqueço que aqui no Brasil tem o "beijo, xau" antes de desligar -falei enquanto saia do quarto- mãe?
Mãe: na cozinha -fui ate lá
Bru: recebi uma proposta de emprego em um evento -me sentei em frente a ela.
Mãe: evento? Aonde?
Bru: é, Paris -ela arregalou o olho e se engasgou com a bolacha.
Mãe: vai fazer o que em Paris? É pra que esse trabalho?
Bru: é pra eu ser modelo
Mãe: fotográfica ou de passarela
Bru: passarela
Mãe: mas, filha, aquelas mulheres são tão desnutridas -ela me imitou -eu tinha essa mania de falar toda vez que eu via alguma modelo ou quando alguém dizia que eu tinha porte de modelo- ela riu.
Bru: o cachê é alto, mãe, nós precisamos de dinheiro, precisamos sair dessa vida.
Mãe: você quer ir?
Bru: eu quero dinheiro -rimos- eu quero tirar a gente daqui, sabe? Todo esse lance com meus avós, com o Daniel. Eu preciso, sabe?
Mãe: ah, filha, você se cobra tanto... -acariciou meu rosto.
Bru: eu só quero mudar, mãe. Se você não quiser, eu continuo procurando emprego por aqui mesmo
Mãe: com essa crise? Acho melhor você aceitar -sorriu
Bru: você tem razão?
Mãe: você precisa se distrair e fazendo o que tem vontade
Bru: por que eu sinto que você não quer
Mãe: eu quero, eu só não quero você longe. Você passou por tanta coisa e eu não estava la pra te proteger de todo o mau.
Bru: mãe, fica em paz, Anne esta em Londres -ela riu- devo aceitar?
Mãe: é claro, a gente precisa mudar de vida -ri fraco, levantei e abracei ela.
...
Chico: alô?
Bru: quando vamos?
...
Dan: vai embora de novo? -o ignorei enquanto arrumava as malas- vai continuar me ignorando? -sim- você esta fazendo isso há quase duas semanas e isso é tão infantil -o olhei.
Bru: eu sou a infantil da história? E sim, estou indo embora. Não é o que você queria? Então.
Dan: eu não quis dizer aquilo
Bru: mas disse -fechei a mala.
Dan: me desculpa
Bru: eu só quero que você, uma vez na sua vida, me ajude
Dan: eu vou ajudar
Bru: eu espero
Dan: vai voltar pra Londres?
Bru: não, eu não volto mais pra la
Dan: e pra onde você vai?
Bru: Paris. Tenho um teste pra modelo. Se eu passar, vou trabalhar em um evento importante e ganhar um dinheiro bom.
Dan: acha que você vai passar?
Bru: ainda pergunta?
Dan: desde quando você é convencida?
Bru: não fui convencida, eu quis dizer que sou azarada. Se eu passei vai ser por milagre de Jesus -ele riu.
Dan: então vou começar a rezar desde agora -eu sorri enquanto tentava colocar a pulseira- eu senti sua falta, B. Não foi fácil sem você aqui, ainda mais quando fui aceito no trabalho e não tinha ninguém pra comemorar porque a mamãe resolveu passar a folga dela dopada. Você pode ficar com raiva e me xingar de todos os nomes, mas eu não fumo maconha porque eu gosto, mas pra esquecer do inferno que é minha vida.
Bru: vem cá -abri os braços e ele me abraçou- eu fumei maconha em Londres -ele me olhou surpreso
Dan: você o que?
Bru: pois é, e depois fui assaltada -rimos.
Dan: mas você gostou?
Bru: de ser assaltada? Não, foi muito ruim -brinquei e ele riu.
Dan: não quis dizer isso.
Mãe: Bruna, tem um homem te procurando -gritou.
Bru: leva minha mala? Eu já vou.
Dan: ta -pegou a mala e saiu do quarto.
POV TAI
Bea: você acha que eu deveria ligar pra Bruna?
Tai: eu pensei em mandar uma mensagem. Eu sinto falta dela. E ontem, depois da nossa conversa com os meninos, acho que todos nós percebemos que fomos precipitados
Gray: pode ter sido qualquer pessoa que queria ferrar a Anne e acabou colocando a culpa na Bru
Tai: ta, mas quem?
Thay: eu -olhamos pra ela.
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