História Sete crianças Sakamakis - Capítulo 10

POV Hikari

Após uma conversa em particular com papai e com meus tios, fora decidido que eu iria me entregar para Karl e os outros como uma espécie de distração enquanto Azusa pegava as adagas em seu quarto, a preocupação principal era sermos descobertos, mas considerando o quanto sou importante no plano e com o fato de que todos contavam comigo, tentaria a qualquer custo não desapontá-los.

Meus tios Kanato,Laito e Subaru junto de meu melhor amigo Azusa e eu andamos até a mansão Mukami, que só ficava a alguns minutos de casa. Eu parei de frente para o portão enquanto eles entravam pela entrada secreta sobre a qual Azusa falara. Quando empurro o portão fazendo-o ranger começo a sentir o medo á flor da pele enquanto caminho até a porta, no momento em que minha mão estava prestes á tocar em sua superfície, ela se abre e percebo que posso estar sendo esperada por eles.

Entro lentamente na mansão, dando passos curtos sob o tapete azul carpete do hall de entrada, encosto a porta e quando me viro para o corredor me deparo com meu avô e os outros.

-Olá Hikari. - Diz meu avô parecendo surpreso em me ver.

- Olá vovô. - Digo irônica. Minha avó se aproxima e me dá um tapa em minha cara.

- Isso lá é jeito de tratar o seu avô? - Pergunta irritada.

- E desde quando um tapa é a forma mais eficiente de se educar uma criança? - Rebato.

- Chega de enrolação! - Grita Beatrix. - O que veio fazer aqui?

- Vim me entregar à vocês, porque quero que me avô seja invencível apesar de tudo o que já me fez.

- Eles te contaram não foi? - Pergunta Richter dando uma leve risada.

- Sim, contaram. E tia Bea, tirar o cachorrinho de tio Shu foi uma atitude estranha da parte da senhora considerando que o que mais queria era que ele fosse responsável. A senhora não acha que o cachorrinho era o melhor exemplo para isso acontecer? - Ela parece surpresa com minha resposta. - E vovó, posso eu saber porque meu pai estudava 23 horas e meia e na meia hora que sobrava ficava brincando? Não seria mais justo 23 horas e meia brincando e meia hora estudando? A senhora viu que mesmo que ele estudasse o dia todo em nada se refletia seus esforços na escola. - Richter riu enquanto minha avó parecera ofendida e irritada com meu "sermão".

- Gosto de você Hikari. - Diz meu avô me rodeando. - Você é linda, e esperta e corajosa. - Por que estou amando o modo como ele diz cada palavra? É tão estranho, parece até que gosto dele,não do Karl, mas do corpo que ele está a possuir, afinal é o Kou Mukami que está bem ali diante de mim.

- Não tenho medo de vocês mesmo que sejam vampiros e eu uma humana.

De repente, ouvimos um vaso se quebrar e enquanto Karl e Cordelia vão ver o que houve, Richter me segura pelos braços enquanto seu rosto exibe um sorriso maldoso.

- Você não acha que ela merece um castigo Beatrix? - Pergunta enquanto eu ainda me debato mesmo sendo inútil. Minha "tia-avó" retribui o sorriso e me leva até um quarto escuro, me jogando no chão, ela aperta um interruptor e o cômodo se ilumina enquanto me dou conta de que estou numa sala de tortura.

- Vai ficar de castigo por um tempo por tentar nos enganar. - Disse pegando numa tira de couro negra e lisa.

- Tia Beatrix, não! - Imploro enquanto recuo sabendo o que iria acontecer, ela se aproxima ainda mais e ergue o chicote acima da cabeça quando meu avô aparece e grita:

- NÃO! - Ele berra enquanto Beatrix acerta o chicote em meu peito, caio no chão e minha visão fica turva e mais escura a cada segundo enquanto vejo Karl correndo até mim parecendo preocupado.

Vejo três portas de cores diferentes, uma branca, uma verde e uma vermelha, nāo sei onde estou mas sinto que devo escolher uma delas, e então escolho a verde que aparentava ser a melhor opção e minha visão fica turva novamente, todavia desta vez ela fica mais nítida ao invés de mais escura e me vejo numa cama com Kou Mukami ao meu lado, leva alguns segundos até que eu me lembre de que ele é Karl Heinz. - Você está bem? - Pergunta preocupado enquanto recuo assustada. Assinto com a cabeça. - Que bom saber disso. Seus tios e seu amigo fugiram, o que vieram buscar eu não sei mas sei muito bem o que vocês planejavam fazer lá. Sei que ainda restam Aya,Tadashi e Shinishiro.- Arregalo os olhos pensando por aquele lado. - De qualquer forma,nós iremos lá buscá-los. - Disse com um sorriso malicioso.

- Por que o senhor me salvou? - Pergunto curiosa.

- Por que se Beatrix a chicoteasse várias vezes, isso poderia causar uma hemorragia interna que acarretaria em sua morte, o que tornaria meu plano inútil.- Percebo que ele talvez não saiba do meu conhecimento sobre o plano.

- Que plano? - Pergunto me fazendo de desentendida.

- Você sabe qual é. Seis crianças híbridas de uma mesma linhagem, em outras palavras que tenham descendência de uma mesma pessoa, no caso eu, serão sacrificadas para que eu possa me tornar o vampiro mais forte da história.

- Mas o senhor já é o mais forte, por que isso então?

- Para que eu seja cem por cento imortal.Ninguém, nem mesmo Shin e Carla poderão me matar.

- Entendi.

- Você é inteligente, mas é triste saber que será a primeira a ser sacrificada. - Disse parecendo triste com aquilo

- Deixe-me adivinhar. É porque eu sou a mais velha? - Ele abriu um sorriso maroto.

- Exatamente minha querida Hikari. Sabe por que você tem esse nome? - Perguntou enquanto se aproximava, fiz que não com a cabeça. - Sua mãe considerava Ayato a pessoa mais sombria que ela já conhecera, tanto que por conta disso ela resolveu te dar o nome de Hikari para que meu filho soubesse que há salvação até para alguém como ele, já que você e eu sabemos muito bem que Hikari significa luz.

- Como sabe que é por isso mesmo? - Pergunto curiosa.

- Porque sua mãe me contou. - Eu tinha ideia do que ele quis dizer, ele talvez estivesse se referindo ao cinco dias em que a estuprou,um detalhe que me irritava e me chocava ao mesmo tempo. Ele as estuprou por cinco dias porque era esse seu preço pela vida de cada criança, foi por causa disso até que tia Yukari foi estuprada por dez dias, cinco dias pela vida de Tsuda e mais cinco pela Sayaka.