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História Sete Finais - 9 - Sessão 1


Escrita por: caploom

Capítulo 9 - 9 - Sessão 1


Fanfic / Fanfiction Sete Finais - 9 - Sessão 1

Disse que eu não posso continuar, não desta forma
Sou um sonho que morre pela luz do dia
Vou segurar metade dos céus e te dizer, que
"Oh, estamos pressentindo algo"

— Adventure Of A Lifetime

Seoul, Capital da Coréia do Sul

Soyoon estava de cabeça baixa. Olhava para os próprios pés juntos e bem fixados no chão. Suas mãos estavam enroscadas uma na outra, as pontas de seus dedos estavam avermelhados pela força a qual ela colocava no enlaço. Estava sentada em uma das cadeiras de frente para a mesa do diretor Pok e podia jurar que estava quase pedindo socorro.

Um frio na barriga passava com frequência em seu corpo, subia e descia congelando suas pernas, sua garganta e sua cabeça. Estava com medo. Não conseguia ao menos encarar o homem que analisava seu rosto com decepção.

— Por quanto tempo mais vocês vão ficar parados aí sem dizer uma palavra? — diretor Pok chamou a atenção dos alunos pela segunda vez. Parecia uma guerra, ninguém estava num bom dia na escola. — Não me admira que você esteja aqui, Taehyung. Mas, e você Soyoon?

— Por que eu sou sempre o delinquente que deveria mesmo estar aqui? — Taehyung retrucou, mas ainda parecia segurar o riso.

— Talvez pelo fato de você realmente ser um delinquente. — o diretor o respondeu rapidamente. — Sei que sua mãe não gostaria de me ouvir dizer isso, mas ainda assim é a verdade.

— Faz muito tempo que eu não venho pra cá. Dá um desconto.

— E no entanto, você está bem na minha frente agora, huh? — Soyoon ouviu Taehyung bufar e mexer as pernas impacientemente.

— Eu não tenho culpa pelo fato desta garota ser louca. — olhou com implicância para Soyoon.

— Mas foi você quem começou! — Yoon rebateu insatisfeita.

— E então? A culpa continua sendo sua. — o menino deu de ombros.

— A culpa nunca é minha. — Soyoon murmurou.

Taehyung revirou os olhos e deu uma cotovelada no braço da menina, em seguida abriu um sorriso de formato engraçado e se esticou na cadeira.

— Viu só? A culpa foi sua por estar sentada em uma cadeira ao meu lado.

Soyoon fechou os olhos por breves segundos sentindo sua cabeça latejar e desistindo de tentar acompanhar a mentalidade do garoto.

— Vocês acham mesmo que é possível que eu queira saber quem começou? Kim Taehyung, eu realmente já acredito que você é um caso perdido. Por quantas vezes mais você terá que vir até mim? Só esse ano já foram quatro vezes e estamos apenas no segundo mês de aula.

— E por quantas vezes mais você vai querer me dar sermões inúteis mesmo enquanto sabe que eu tô pouco me fodendo pra o que você me fala? — com a voz carregada de maldade, Taehyung respondeu o diretor enquanto mexia no enfeite marrom em sua frente. Soyoon levou as mãos até a boca por conta do susto ao ouvir tais palavras.

— Você tem que ficar em silêncio e pelo menos me ouvir enquanto eu falo, Kim!

— E você só tem que me liberar logo. Ah, qual é? Tanto você como eu sabemos que você só vai encher meus ouvir com merdas educativas, vai me ameaçar com um castigo, depois vai me liberar e então daqui à uma semana eu volto pra cá. — Taehyung suspirou. — Rotina idiota.

— Rotina a qual não deveria existir...

Era extremamente assustador a forma como Taehyung tratava o mais velho, mas era assustador e novidade apenas para Soyoon que ouvia tudo cada vez mais horrorizada com a voz firme que saía da boca do menino.

Enquanto a menina ficava calada com o intuito de ser esquecida pelo diretor, o outro simplesmente dirigia palavras de baixo escalão ao mesmo. O mundo era realmente injusto.

— Reclama com Deus, eu quero sair logo dessa droga de sala. — revoltado, Taehyung mexia as pernas compulsivamente demonstrando total impaciência. — É sempre a mesma coisa.

— Você está tirando o resto de paciência que ainda me resta. Com um pouco mais de educação eu te livro das consequências dos seus atos. — o diretor explicou com calma, mas a expressão de deboche do mais novo mostrava o quanto ele não estava ligando.

— Eu que estou sendo paciente.

— KIM TAEHYUNG! — Sr. Pok gritou sem pensar, fazendo o menino lhe enviar um olhar atravessado. — Chega de brincadeiras, eu não estou aqui para aturar este tipo de coisa. Ou você se comporta agora e me ouve com educação, ou terei de tomar medidas drásticas em relação à...

— Deve ser muito difícil mesmo. — Taehyung interrompeu a fala do diretor demonstrando desinteresse. — Deve ser difícil se segurar pra não perder a paciência comigo quando sabe que não pode fazer isso.

— Não sei do que você está falando, garoto!

— Deve ser difícil... — Kim se aproximou com cuidado do homem a sua frente e deu risada. — Deve ser difícil ter que aguentar esse tipo de situação por saber que um garoto que tem idade pra ser seu neto, tem muito mais poder que você aqui dentro. Para de usar esse título de diretor pra me encher, todo mundo sabe que é só fachada.

Soyoon pôde ouvir sem muito esforço, o som da saliva densa descer com dificuldade pela garganta do Diretor Pok. Ele estava muito tenso naquele momento, tanto quanto Soyoon demonstrava estar.

— E você, Yun Soyoon? O que tem a me dizer sobre o episódio de hoje? Você acha bonito o que fez? Achou que ficaria tudo bem caso agisse da forma a qual agiu?!

Então, era a vez de Soyoon ouvir as palavras do diretor. Seu medo havia aumentado drasticamente naquele momento, pois sabia que pelo fato do diretor não poder fazer nada em relação à Taehyung e pelo garoto tê-lo deixado com mais raiva ainda, o mais velho descontaria toda a angústia dele na pobre garota.

Yoon ouviu Taehyung soltar mais um riso. Ele também estava ciente de que o diretor descontaria tudo na menina, sendo assim, estava se divertindo muito com a situação.

— Me desculpe, diretor...

— Me desculpe... Me desculpe! É só isso que você sabe falar, Yun Soyoon? Você acha que isso vai resolver tudo? Acha que pedir desculpas vai resolver toda a bagunça que você fez na sala? — exaltado, o diretor fez questão de pronunciar suas palavras rudemente.

— Não acho que vá resolver, diretor. Mas é a única coisa que posso dizer no momento.

— É a segunda vez, senhorita Yun. Você acha que tem condições de vir para a diretoria duas vezes seguidas? Acha mesmo? Por acaso se lembra do que eu disse quando veio para cá ontem? — Soyoon assentiu com cuidado.

— Me lembro de cada palavra, diretor Pok.

— Disse que não toleraria mais deslizes vindo de uma pessoa numa situação como a sua. Então por qual motivo me tratou feito idiota como se não tivesse ouvido minhas palavras?

— Na verdade, o senhor não disse algo desse tipo diretor...

— Não interessa. Não é algo que tenha que se dizer, você deveria saber disso! — Soyoon assentiu mais uma vez.

— Eu entendo, diretor Pok. Me desculpe.

— Você faz pelo menos ideia do quanto custa os materiais ao quais a senhorita destruiu hoje? — Yoon ficou calada. — Muito mais do que seus pais podem pagar.

Taehyung que ainda se mantinha na sala, franziu levemente o cenho e apoiou o rosto na palma da mão direita. A sala parecia estar mais tensa ainda, o ar parecia queimar e a temperatura ficava variando conforme o medo de Soyoon aumentava.

— Soyoon, você não é uma aluna com muitos privilégios. As leis desta escola são rígidas, devem ser seguidas sem falhas e temo que uma bolsista como você, esteja passando dos limites.

Foi quando tudo ficou claro para Taehyung. Mais claro e mais divertido. Foi uma surpresa o que o diretor havia revelado, mas não deixava de ser interessante aos seus ouvidos.

Então a pano de chão é bolsista...” Foi o que Taehyung pensou logo soltando um sorriso atrevido.

— Desde que entrou aqui foi avisada de que um deslize era o suficiente para te tirar daqui de dentro. Então você cometeu um deslize. Mas eu lhe dei uma segunda chance, e aí você comete mais um erro e destrói a confiança que eu tinha em você! — num tom gritante, o diretor pronunciou olhando diretamente para a garota a sua frente enquanto a mesma mantinha os braços colados ao corpo sem saber como reagir. — Não gosto de como isso soa e não vejo motivos para intervir mais uma vez por você.

— D-diretor Pok, o que quer dizer isso?

O coração acelerado quase podia ser visto palpitar caso olhassem para a blusa de Soyoon. Suas mãos suavam compulsivamente e a boca seca parecia cada vez mais sem meios para salivar; seu nervosismo era tanto que quase não conseguia se mexer com medo do que ouviria logo em seguida. Não podia acreditar no que estava acontecendo naquele exato momento.

— Uma carta será enviada para seus pais em breve, acompanhada de um representante de nosso colégio para que seus pais estejam cientes do que está acontecendo e assinem alguns papéis em relação à sua saída do Atakura Seoul. Junto disso também será tratado a forma de pagamento da multa pela expulsão por conta de mal comportamento.

Soyoon ouviu bem cada palavrinha pronunciada pela boca do diretor. Analisou bem também como ele falava com convicção e raiva nos olhos, ele com certeza estava mais do que irritado e desapontado com cada acontecimento. Mesmo sem acreditar, Soyoon tinha certeza de que havia captado bem a mensagem. Ela estava em choque e também sabia que se mexesse um pouco demais os olhos, choraria de raiva e medo.

— Como é...? Mas diretor, eu... e-eu...

— Você está sendo convidada à se retirar do Atakura Seoul. Eu sinto muito, Yun Soyoon. — o diretor foi mais direto sem nem ao menos olhar para o rosto assustado da menina.

— Não expulse ela. — a voz grossa do número 5°, Kim Taehyung, preencheu a sala novamente trazendo espanto para os outros dois presentes.

— O quê...? — Soyoon sussurrou espantada.

— Eu disse pra não expulsar a garota.

— O quê...? O que você está falando, Taehyung? — o diretor parecia cada vez mais contrariado.

— Você quer que eu admita logo de uma vez as coisas? Então o.k. Fui eu que provoquei toda a confusão na sala de química. Satisfeito? Agora não precisa mais expulsar a garota. — Soyoon abriu a boca o máximo que pôde sem acreditar no que havia ouvido sair da boca do moreno ao seu lado. Era muito assustador.

— Olha só, Kim. Eu não sei o que está acontecendo aqui, mas se você pensa que admitindo que você foi o único culpado pelo o que aconteceu hoje, Yun Soyoon será livrada das consequências de seus atos, você está muito enganado. Regras são regras e no segundo deslize, um bolsista não é mais boa o suficiente para continuar sendo uma aluna do Atakura Seoul. — Taehyung bufou e revirou os olhos o mais lento que podia.

— Escuta só, eu sei que eu não sou o sinônimo de esperteza, mas eu também não sou tão idiota assim. Eu sei muito bem, que expulsando esta garota daqui, quem estará perdendo é a escola e não ela. — Yoon fizera uma careta sem entender quais as reais intenções de Kim.

— Hunf... você realmente não se considera tão idiota com esse tipo de pensamento?

— Mas é claro que não. Eu sei bem que essa menina é a mais inteligente da escola. — Taehyung apontou diretamente para Soyoon. — Metade dos prêmios e troféus que temos aqui foram trazidos graças às boas pontuações em provas dela e do meu primo, Namjoon. Vai ser fácil pra ela conseguir bolsa em qualquer outra escola também boa aqui na Coréia. Mas pensa comigo, diretor... meu primo já foi considerado um dos adolescentes mais geniais da geração dele, e essa menina é vista como o cérebro versão feminina dele, ou seja... ela é muito inteligente. Caso ela vá para outra escola, consequentemente o título de melhor ensino da Coréia do Sul estará em jogo e o Atakura terá metade dos prêmios que costumava ter quando tínhamos Yun Soya... Quero dizer, Yun Soyoon como aluna.

De fato, os argumentos apresentados pelo garoto foram inesperados. O diretor se surpreendeu com o raciocínio repentino do “garoto burro e mulherengo” que estava em sua frente. Pela primeira vez ele havia agido realmente como um herdeiro do clã Kim, que é o que ele sempre fora. Mas o mais assustador em meio a tudo, era que ele tinha total razão e estava agindo mais racionalmente que o diretor impulsivo facilmente levado pela raiva.

Desconcertado, o diretor coçou a garganta e afrouxou um pouco a gravata.

— Bem... se formos olhar por esse lado... podemos considerar uma nova chance para a senhorita Yun.

— Huh? — sem pensar, Soyoon pareceu muito mais confusa que qualquer outro na sala.

— O que foi, Soyoon? Por acaso não quer outra chance?

— Eu... claro! Só estou... — se virou para Taehyung o olhando singelamente e levemente corada. — Só estou surpresa.

— Certo. Porém, ainda assim, Taehyung... sua mãe não veria problemas em te ver de castigo por mal comportamento.

— Você só pode estar brincando... — Tae resmungou insatisfeito.

— Já que vocês dois se comportaram como crianças, nada mais justo que serem tratados como crianças. Quando será a próxima aula de química de vocês?

— A-amanhã no terceiro sinal, diretor Pok. — Soyoon respondeu receosa.

— Certo. Durante a aula de química de amanhã, vocês dois irão para a sala de detenção e escreverão quatrocentas e cinquenta vezes a frase “Não devemos estragar o que é feito para estudar; não devemos brigar onde efeito para estudar.”

— Eu não vou...

— Podem sair da minha sala.

— Eu não vou fazer isso! — Taehyung exclamou enquanto Soyoon já se levantava para sair.

— E você, Taehyung... sua mãe não vai ficar feliz em saber que você não apareceu na detenção... — Taehyung não deu mais ouvidos ao mais velho e saiu da sala furioso, em seguida, Soyoon fez o mesmo.

Passos atrás do menino extremamente alto a sua frente, Soyoon contava mentalmente tentando acalmar-se depois da turbulência a qual havia passado há pouco. Repensava varias vezes sobre o que deveria fazer agora, mas nada lhe dava coragem o suficiente para que ela fizesse o que realmente queria fazer.

Parou ao lado de Taehyung e começou à andar lentamente como se tentasse de alguma forma não chamar atenção para si, mas fora inútil no momento em que o moreno se virou e a fitou sem enrolação.

— Não se iluda pensando que eu fiz aquilo pela boa ação ou por você. — quando Soyoon pensava em abrir a boca, Taehyung foi mais rápido fazendo-a manter-se calada mesmo. — Eu só convenci o diretor à não te expulsar por saber que você é a aluna preferida da minha mãe. Ou seja, você vai até minha mãe muito em breve e contará pra ela sobre a boa ação que o filho dela fez, ou eu mesmo darei um jeito de você ser expulsa, entendeu? Talvez minha mãe considere isso uma melhora ou amadurecimento em relação à mim, e aí eu vou poder voltar à dirigir todos os meus carros sem restrição alguma.

— An? Você só me ajudou pelo fato de saber que sua mãe vai se sentir bem com isso e vai achar que o filho dela fez uma boa ação? — toda a cena na sala do diretor havia passado à ser repugnante naquele momento para Soyoon. Agora ela realmente se sentia usada.

— Sim. Ou seja, eu ter te ajudado não quer dizer que eu virei um bom moço arrependido. Eu só penso no meu bem estar. Eu estava me ajudando, então... não fica se iludindo sobre isso, bolsista. — após despejar as palavras nas costas da garota, Taehyung virou de costas e seguiu caminho rapidamente sumindo das vistas da menina.

Soyoon se amaldiçoou como nunca havia feito antes. Agora sua vida iria mesmo se transformar numa bagunça, agora ele sabia que ela era uma bolsista e ele acabara de achar mais um motivo para agir como um babaca com ela, agora ele tinha motivos para fazer a menina se tornar alvo de piadinhas e brincadeirinhas insanas.

~◈~

Após voltar para as aulas e ser vítima de murmúrios novamente, Soyoon acompanhou o horário passar lentamente até que pudesse ouvir o som do sinal para o intervalo. Observou os alunos de sua sala saírem rapidamente enquanto conversavam animados entre si, procurou Wee San pela sala, mas viu a garota em tempo de sair acompanhada novamente de Uya. Soyoon se apressou em pegar o lanche na mochila e foi até San em passos largos.

— Wee San! — a mesma virou-se. — Você... vai lanchar com a Uya?

— Bem, eu... pensei que você não fosse querer lanchar comigo hoje depois da cena que eu fiz mais cedo. — Wee San falou um pouco mais baixo enquanto Uya observava a conversa de braços cruzados.

— Bem, eu não tenho com quem passar o intervalo, então...

— Você quer mesmo que a Wee San passe o intervalo com você? Você viu o vexame que você fez o número 5° passar? Logo, logo você vai ser odiada por toda a escola por ser assim tão tapada. — Uya exclamou olhando para Soyoon arrogante.

— Desculpe, Yoon. Eu prometi para a Uya que iria passar o intervalo com ela, sem contar que nós temos alguns trabalhos para fazer juntas então precisamos de mais tempo para conversar.

— Bem, se você prefere passar o intervalo com quem acabou de tratar mal sua melhor amiga, parabéns pra você! — disse Soyoon furiosa e magoada, passou pelas duas garotas batendo pé e sem olhar para nada em sua frente.

Por reflexo, viu Jung Hoseok parado na escada com os braços ao redor da cintura de uma garota de cabelos castanho e lábios carnudos enquanto a olhava como se estivesse prestes à beijá-la com vontade. Fez uma breve careta e passou pelo outro lado da escadaria tentando não olhar a cena, mas era quase impossível levando em conta sua curiosidade. Mas, quando o numero 6° se virou olhando para a mesma, ela levou um susto e desceu os degraus tão rapidamente que nem ao menos percebeu.

Após entrar no refeitório, Yoon procurou sua habitual mesa, mas quando ia até ela, ouviu a voz de Wee San acompanhada da voz de Uya, logo as meninas passaram ao seu lado indo na frente e sentando-se na mesa. Soyoon bufou e rodeou o olhar pelo local novamente buscando um novo lugar, mas não foi capaz de achar, e quando viu que o refeitório estava ficando animado pelo fato dos Sete Elite estarem entrando, decidiu que a melhor opção seria achar um canto fora do refeitório.

Antes de sair, encontrou com o olhar de Taehyung e logo desviou o sentido de sua visão para outro lugar acelerando seus passos.

Sua única saída foi comer no jardim da escola enquanto aguardava o sinal soar. Preferia mesmo ficar olhando as flores, árvores e céu a ter que ficar vendo Wee San com a tal garota mau educada, Taehyung se divertir com seus amigos sem remorso algum, e o garoto pelo qual era apaixonada trocar carícias com sua namorada.

Tentou se convencer de que faltava pouco para as torturas acabarem, mesmo que o ano tivesse acabado de começar. Se questionava se tudo o que estava passando era para compensar todos os anos de paz que teve na escola sem ser atormentada por ser uma bolsista. Era inacreditável saber que quase foi expulsa e que o responsável por isso fora o mesmo que impediu que fosse expulsa. Mesmo que soubesse que ele só havia a ajudado para ajudar a si mesmo, Soyoon ainda sentia-se aliviada e havia tomado a decisão de que depois do susto ao qual passou, passaria à se manter longe de qualquer confusão.

O diretor não precisou dizer nada mais para que Soyoon estivesse ciente de que qualquer outro problema em que seu nome estivesse envolvido, o mesmo não a perdoaria mais e ela seria expulsa sem direito de defesa.

Ao ouvir o sinal soar, levantou-se imediatamente já com intenção de começar à agir conforme seu plano para ser uma aluna perfeita e digna da bolsa de estudos. Tinha que ir para a biblioteca para começar à cumprir o castigo graças à confusão em que se meteu com Wee San. Ajudaria a secretária da biblioteca e só sairia de lá no final do horário escolar.

Foi depressa até o corredor tão conhecido por ela que levava à enorme biblioteca. Abriu a porta grande e marrom com cuidado e logo o clima quente, aconchegante e cheiroso tomou conta de seu corpo. Soyoon tinha certeza de que ajudar na biblioteca não seria realmente um castigo e ficava feliz por isso.

Andou cuidadosamente até o Sr. Cory e chamou sua atenção educadamente.

— Ah, Yun Soyoon! — com a voz naturalmente baixa, o mesmo cumprimentou a garota. Sr. Cory era um homem jovial de trinta e oito, nascido no Irã, porém, radicalizado na Coréia do Sul. Muitas pessoas tinham curiosidade de saber mais sobre sua vida, mas o mesmo ainda era um homem reservado, apesar de muito simpático.

— Bom dia, Sr. Cory... como vai?

— Estou bem. Veio me ajudar aqui na biblioteca, não é mesmo? — esbanjou um sorriso divertido. — A inspetora Sora veio me avisar ontem mesmo que você teria que me ajudar aqui como um castigo. Eu quase não acreditei quando ela disse seu nome e “castigo” na mesma frase.

— Bem, foi uma baita confusão. Mas fico feliz que tenha que passar meu tempo ajudando aqui na biblioteca. — Yoon deu um sorriso amigável para o homem de cabelo ondulado e expressão calma.

— Também fico feliz que venha me ajudar, é sempre bom ter sua companhia por aqui. Fique tranquila, as coisas aqui são sempre calmas. — Yoon assentiu enquanto passava para o outro lado do balcão.

Cory explicou como as coisas funcionavam e como esperado, Soyoon aprendeu tudo rapidamente. As poucas horas em que Soyoon esteve lá, já estavam fazendo bem para o humor da garota. Cory era animado e sempre conversava sobre assuntos interessantes, isso fazia o tempo passar mais rápido, pois, apesar da biblioteca ser um dos lugares preferidos de Soyoon, não era um lugar muito frequentado, então na maioria das vezes as coisas acabavam ficando caladas e tediosas demais.

— Soyoon, terei que ir até a diretoria verificar a lista dos livros que estão para chegar até o fim desta semana, então, você terá que ficar aqui no meu lugar até eu chegar.

— Não se preocupe, as coisas aqui são paradas até demais. — Yoon sorriu e Sr. Cory agradeceu logo saindo.

Yoon olhou ao redor procurando algo como tarefa, mas como esperado, todas as pessoas que estavam na biblioteca se mantinham concentradas lendo e ninguém novo entrava no local, sendo assim, Soyoon se sentou e pegou um livro chamado “A Era da Paz” e começou à ler com atenção.

O livro era extremamente interessante, não sendo incomodada, Soyoon se afogava no que lia sem se importar com qualquer mínimo ruído que soasse perto dela. Sabia que já havia passado pelo menos meia hora desde que começara a ler, e só foi interrompida após ouvir uma leve batida no balcão e um barulho de garganta. Olhou para cima e tomou um leve susto ao ver o número 2°, Min Yoongi, parado esperando ser atendido.

— Por acaso é você que está administrando aqui? — foi um pequeno choque ouvir a voz do garoto pela primeira vez, o menino era tão frio que até mesmo sua voz causava uma sensação estranha aos ouvidos de Soyoon.

— Sim. Quero dizer, agora sim. — Yoongi resmungou alguma coisa mas foi inaudível para Soyoon. Era impressionante como o garoto era pálido. Seus olhos extremamente pequenos faziam parecer que ele estava sempre analisando tudo e seu queixo bem marcado lhe dava um ar mais arrogante do que ele já era.

— Minha irmã pediu que eu buscasse esse livro — sua mão pálida colocou um papel em cima do balcão e olhou sugestivamente para Yoon. Soyoon pegou o papel e leu “Segredos da Biologia” —, você tem?

— Ah... sim. Acho que temos, só um segundo.

Soyoon virou-se saindo de trás do balcão e foi indo na frente enquanto olhava as placas que indicava os números das prateleiras pela biblioteca. Olhou para o lado de rabo de olho e percebeu que o garoto a acompanhava calmamente, na verdade, era quase impossível não perceber isso já que o cheiro dele era bem marcante.

Soyoon encontrou o corredor da prateleira de livros de biologia e passou à procurar com atenção pelo livro. Conseguiu ver uma levada do livro ao qual Min procurava, eles estavam na antepenúltima prateleira, Yoon suspirou, só tinha 1.63 de altura, teria que pegar a pequena escadinha que havia ficado na secretária.

Antes que se afastasse, viu novamente a mão de Yoongi, mas desta vez ela se direcionava até o livro o pegando. Era perceptível que Yoongi não era muito alto, Soyoon já ouvira falar que ele tinha mais ou menos 1.76 de altura, mas era claro que ele era bem mais alto que Soyoon e que conseguiria pegar o livro com extrema facilidade.

— A-ah... bom, só preciso anotar o seu nome e o código do livro. — Yoon avisou fitando o caderno que segurava em seus braços desde que saiu do balcão.

— Coloque o nome da minha irmã, Min Nya. — Yoongi retrucou sem dar muita atenção para o que a menina havia falado. Soyoon assentiu e escreveu, em seguida olhou novamente para Yoongi, mas o mesmo não a olhava então ela teve que chamar sua atenção.

— Bem... pode me dizer o código do livro?

— Hunf. K33597JG. — Yun assentiu enquanto escrevia, em seguida sorriu, mas fora ignorada novamente.

— Obrigada. — fechou o sorriso e se preparou para se afastar, mas antes que completasse o ato, ouviu mais uma vez a voz agradável do garoto.

— Jimin disse que vai dar a entrevista essa sexta-feira. Achei que você deveria saber. — depois de dar o aviso, o menino começou à andar para sair da biblioteca, mas Soyoon logo congelou o corpo ao ouvir o que foi dito. Correu até o garoto pálido e segurou seu braço com força, assim que o tocou, sentiu que ficou tenso e o soltou imediatamente.

— Espera... — Yoongi se virou para olhá-la e franziu o cenho. — Será que... será que você pode dizer ao Jimin que a entrevista não pode acontecer?

— Não. — virou-se novamente para sair, mas Soyoon segurou seu braço novamente. O garoto arregalou os olhos e bufou.

— Será que dá pra me soltar? — questionou estressado, mas Soyoon o ignorou.

— Por favor. Não há mais condições dessa entrevista acontecer!

— Olha só, você fez um show de drama porque queria que essa entrevista acontecesse. O Jimin cancelou várias coisas por conta disso, então se essa merda de entrevista não acontecer, meu amiguinho Park Jimin vai ficar com muita raiva. E eu não te aconselho à deixar o senhor número 1° com raiva. — Soyoon engoliu seco ao ouvir o tom de sarcasmo do garoto. — Mas se ainda assim você quiser cancelar... resolve isso você mesma.

Soyoon apenas assentiu soltando o braço do menino. Ele começou à se afastar novamente, mas no meio do caminho parou e olhou para trás novamente, Soyoon fez uma expressão de confusão e ainda assim questionadora.

— Mas quem quer essa tal entrevista é sua... amiga. Amiga? Tanto faz. Não é isso? — Yoon engoliu saliva e suspirou.

— Sim... é minha... amiga... — respondeu baixinho e levou a mão até a testa.

— Que seja. Não é da minha conta mesmo. — finalmente saiu da biblioteca sem olhar para trás.

Soyoon negou com a cabeça enquanto fazia careta e controlava a vontade de se jogar de um prédio.


Notas Finais


🔴 CURIOSIDADE: Soyoon mora em um bairro perigoso de classe média baixa.

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