História Sete noites, vinte e uma perguntas - Quarta noite

NOITE QUATRO

Imagine que sete números foram ordenados em ordem crescente: qual deles estará no meio? O quarto número. Era a quarta noite; noite em que eles se afastariam do início, mas também não se aproximariam do final. O céu estrelado abrilhantava a mediana de seus encontros. Chat Noir estava ansioso para começar mais uma etapa de sua aposta, por outro lado, não queria que tais noites acabassem. Bem, talvez tudo possa se resolver depois de reveladas as identidades. Quem poderá dizer que não, afinal?
— Chegou atrasada hoje, senhorita Ladybug. – o jovem herói expôs o fato, um tanto cansado de esperar - Nas suas aulas também é assim?
Ok, ele havia acertado. Quem lhe dera chutar igual a ele nas provas bimestrais...
— Hoje não é o meu dia começar?
— Espera... É que, antes de você começar, eu queria te falar uma coisa. – ela fez um sinal com a cabeça, indicando que ele poderia continuar. - Então, sobre o que eu te disse ontem, eu sinto m...
— Chat Noir, se você for se desculpar por ter falado sobre seu pai, não precisa.
— Não? – fez uma expressão um tanto surpresa, levantando suas orelhas felinas involuntariamente. - É que eu achei que era meio sem sentido eu falar aquilo.
— Mas eu gostei. – respondeu um tanto receosa (vá saber qual pode ser sua reação, afinal) - Eu gostei de conhecer seu outro lado.
— Gostou? – o gato preto abriu um sorriso sugestivo - Bem, se isso agradou a my lady, acho que eu não preciso me desculpar por nada.
A garota revirou os olhos, mas não pode evitar que um leve sorriso brotasse em seus lábios (sorriso esse que foi notado pelo loiro).
— Posso? – Ladybug pediu permissão para iniciar suas perguntas
— Ah, que deselegância a minha. – e voltou ao seu modo sedutor - Primeiro, as damas.
Em breve ela ficaria com dor nos olhos por tanto revirá-los.
— Você sabe que eu tenho mais informações que você, não é?
— Eu sei.
— E isso não te incomoda?
— Não, nem um pouco. – Chat Noir estava sorrindo muito, bem mais do que seu habitual. Seria um sinal? - Quanto menos informações eu tiver, mais tempo eu vou ter que passar com você.
— Espera aí! Essa aposta foi só uma desculpa pra você passar mais tempo comigo?
— Isso é você quem está dizendo, my lady. – tem como fazer esse moleque parar de sorrir? - De qualquer jeito, agora é tarde pra querer voltar atrás. - - Parece que hoje não fui que desperdicei perguntas.
— Acho que hoje você me alcança. – brincou a menina – Sua vez.
— Você também chega atrasada nas aulas? – repetiu a pergunta feita anteriormente, parecia estar, de fato, esperando aquela resposta. - Agora não tem desculpa, você vai ter que me falar. É só me dizer “sim” ou “não”.
— Sim, eu chego atrasada.
— Com que frequência?
Agora ele havia se superado! Quem em sã consciência gasta uma preciosa pergunta para fazer referências? E onde estão os memes do Capitão América quando a gente precisa?
— O tempo todo. – completou, rindo um pouco
— Você entendeu a referência! – ele parecia mais feliz do que um menininho ganhando um videogame novo de aniversário - Ah, my lady, você nunca me decepciona. Em qual fileira você senta na sala de aula? – Ladybug já não entendia mais nada do que ele estava fazendo. Qual o sentido da vida? Será que o céu é mesmo azul? - Dizem que isso diz muito sobre a pessoa.
— Na segunda. – como ele pensa nessas perguntas loucas? - E, mais uma vez, você desperdiçou suas perguntas.
— É mesmo? Daqui três dias vamos ver.