História Sete Noivas para Sete Irmãos - Um plano

Algumas semanas se passaram, e com elas a chegada do inverno.

Os irmãos Uchiha, cortavam lenha sem conversar entre si. Tinham debates internos mais importantes para resolver. Como, lamentar por não verem mais as adoráveis damas que arrebataram seus corações.

“Sou uma doninha solitária

Solitária, infeliz e triste

Porque não tenho, uma doninha fêmea

Jurando ser verdade

Não posso fazer juramentos

A uma manada de vacas

Sou um velho e humilde sabujo

Ladrando à Lua

Porque não tenho uma amiga sabujo

Aqui para ouvir a minha melodia

Um homem não consegue dormir

Quando dorme com ovelhas

Sou uma velha coruja

Nas árvores a piar

Porque não tenho

Uma pequena coruja caçadora

Aqui para caçar o moscado

Não posso caçar nenhum moscado

Com um bando de árvores mortas”

Sakura fora ao celeiro pegar leite, e vira Suigetsu resmungando consigo mesmo. Parando para pensar, nas últimas semanas, seus irmãos mais novos estavam sempre assim. Amuados, resmungões, irritadiços, ou até muito silenciosos e dispersos. Naruto e Konohamaru, brigavam quando a lua aparecia todas as noites, lembravam-se dos olhos de Hinata e Hanabi. Gaara resmungava que ficar resfriado era bom, não tinha cheiro de flores no inverno. Ino, até onde eu sabia, estava sempre com cheiro de flores por ser uma ótima florista. Shikamaru reclamava dos ventos e tempestades problemáticos, principalmente em ocasiões que o céu escurecia e me lembravam os olhos tempestuosos de Temari. Neji, sempre reservado, apenas suspirava e olhava para fora dos portões com tristeza. Suigetsu, aparecia com machucados todos os dias, estava sempre distraído e por isso eu renovava seus curativos.

- É lindo, não é? – Ela se referia a paisagem. Era realmente lindo a seu ver.

- Não pra mim, já vi muitas vezes. Vezes demais. – Suigetsu continuava juntando feno, antes de disparar sem olhá-la, - Eu vou embora.

- Porquê, Sui? – Aquilo era repentino, e a assustara.

- Não vou passar outro inverno, com neve saindo pelos ouvidos por três ou quatro meses.

- E o que faremos sem você? Sentiríamos tantas saudades suas.

- Tem muita gente aqui, pra tomar conta da fazenda sem mim. – Vendo que estava decidido, ela apenas o deixou onde estava e saiu. Suigetsu não teve a intensão de ser rude, mas realmente não havia nada que pudesse demovê-lo de sua decisão.

Sasuke chegava com a carroça, quando ela saíra do celeiro. Disposta a não deixar que aquela situação se estendesse, foi até o marido para avisá-lo e pedir uma atitude de irmão mais velho.

- Sasuke!

- Hun?

- Sui, disse que vai embora!

- Quê?

- Ele disse que é por causa do inverno. Mas eu sei que não é isso! Ele está sofrendo por não ver a garota dele, todos estão. – Isso estava nítido agora.

- Porque estão sofrendo por elas? As viram por praticamente uma vez? – Aquilo era uma piada, seus irmãos sofrendo por garotas.

- Se for a garota certa, é necessário apenas uma vez. – Sakura, dizia com um aspecto sonhador - Tinha tantos sonhos, com eles vivendo aqui, dúzias de bebês e crianças, nos visitando no natal e aniversários. Se Sui partir, os outros também partirão, até que não reste mais nenhum. – Ele também não queria aquilo, não queria sua família separada, nem sua esposa triste, mesmo que não admitisse isso a ela.

- Eu falo com ele. – E desmontando da carroça, amarrou os cavalos. Precisava ter uma conversa séria com seus irmãos. Todos eles.

Sakura agradecera silenciosamente e entrara. Não era uma conversa para ela, e o almoço não se faria sozinho. Esperava que seu marido convencesse Sui. Estava tão feliz, que resolvera fazer as comidas especiais para cada um deles.

***

Sasuke encontrou seus irmãos no celeiro. Quietos, sem brigas. Nem ao menos olhavam para alguma direção, fitavam o nada. Sakura tinha razão, aquilo precisava acabar.

- Se pudessem ver suas caras - ele deu uma risadinha. Parecem um bando de bebês, doentes por amor. – Seus irmãos apenas se viraram pra ele, sem expressão, sem palavras, voltaram a fitar seus ‘nadas’ pessoais. – Se gostam tanto assim delas, porque não fazem nada em relação a isso? Porque não vão casar com elas?

- Claro, ir casar com elas. Como se isso fosse fácil! – Naruto exclamou.

- Você sabe que nunca nos deixarão casar com elas, agora. – Shikamaru, se fez entender. Não precisava falar mais nada, todos lembravam bem os motivos desastrosos.

- Façam como os romanos com as “Mulheres soluçantes” ou as “ Mulheres Sabinas”, ou seja lá como chamavam. Esses romanos estavam com o mesmo problema. Estavam desbravando um novo território, e havia poucas mulheres como aqui. Existiam essas “mulheres soluçantes” na cidade, e o que os romanos fizeram? Foram até lá, e as pegaram. Agora, se não sabem fazer o mesmo que os romanos, não são meus irmãos. Claro que estando em Konoha, no temível território de Deus, precisarão capturar um pastor também.

- Esses romanos foram os que colonizaram o território a Norte? – Gaara perguntou esperançoso.

- Não, não! Isso foi nos velhos tempos. Li isso no livro da Sakura. – Ele disse.

- Ah ótimo, um livro! – Naruto soltou com sarcasmo e descrença.

- Isso é história! Aconteceu de verdade. Vou contar! – E para provar que não falava besteiras, Sasuke contara a história aos irmãos.- Ao que parece, as mulheres foram nadar, enquanto os maridos estavam no pasto. Uma tropa romana estava de passagem, e as viram daquele jeito.

 Então levaram todas para que se secassem, pelo menos é o que diz Plutarco. As mulheres estavam soluçando prontas para serem amarradas. Músculos latejando, por causa de toda aquela corrida. Parece que choravam e se beijavam por toda aquela região romana. Por isso não se esqueçam, quando levam uma noiva soluçando pronta para ser amarrada, daquela corrida tumultuosa..

- O que aconteceu depois? – Neji, perguntara.

- Juntem aqui, vou contar. – Sasuke, prosseguiu, - Eles nunca devolveram o que roubaram. O vencedor fica com o espólio. Levaram-nas pra casa deles, com recriminações para pequenos pavilhões, mas bonitos. E nunca viram, assim disseram, uma tal domesticidade absoluta, com um bebê romano em cada joelho chamados Claudios e Brutus.

Enquanto os romanos bebiam e provocavam lutas, elas se mantinham ocupadas com a casa e as crianças, e diziam a elas, “Um dia, as mulheres terão direitos.”

- Passando todas as noites? – Konohamaru, perguntava eufórico.

- Cozinhando! – Sasuke reafirmara.

- Enquanto os romanos lutavam. – Naruto estufara o peito.

- Escutem isso, “Agora, quando os homens foram busca-las, as mulheres não quiseram ir.” – Neji, lera um trecho em voz alta.

- Parece que quando os romanos a levaram, levaram suas amigas também! – Shikamaru, se mostrava interessado, apesar de receoso.

- Isso aconteceu de verdade, uma lição pra vocês. Peguem-nas como aqueles romanos fizeram, ou pensarão que são doidos.

- As soluçantes estavam muito tristes.. – Shikamaru alertou.

- Mas secretamente, estavam exultantes! – Suigetsu exclamou, e todos ovacionaram.

- Talvez se lembrem quando encurralarem os bezerros. – Sasuke, prosseguiu.

- Os pobres queridinhos. – Naruto e Gaara, sorriram ao falar juntos

- O que estão fazendo aí sentados, depois de tudo que contei a vocês? Porque não vamos busca-las? – Como se esperassem apenas isso, levantaram pegando seus casacos, sacolas vazias grandes de guardar grãos, cordas e mais.

- Faremos como o Robin dos bosques! – Konohamaru, disseram com um sorriso contagiante.

- E faremos das soluçantes, mulheres felizes outra vez! – Naruto, dissera.

- Elas ainda soluçaram por um tempo.. – Shikamaru, disse apenas para não deixa-los sem aviso. Estava tão empolgado quanto os outros.

- Mas nós as faremos sorrir! – Disseram juntos. E saíram antes mesmo do jantar, para ir à cidade, atrás de suas soluçantes.