História Seu coração me pertence? - I (Em Manutenção) - Mistério

Cobertura - Terça-feira (2ª semana) - 5:08 PM

 

Já fazem três dias desde que Dawon viajou, porém em todos ela fez questão de ligar, diferente de certas pessoas que prometeram fazer o mesmo (Vivian no capítulo 35 - Despedida).

O apartamento perdeu um pouco da vida que tinha, o que era de se esperar, no entanto, alguns fatos o deixavam livre do clima pesado. Eu sou a única louca aqui, sem dúvidas, pelo menos meus pesadelos diminuíram um pouco após a conversa que tive com a mãe de Hobi, ela foi meu braço direito esses dias, me ajudando a cuidar do filho, da casa, das roupas e da comida. Nos damos bem juntas e aprendo muitas coisas com ela. Apesar de que tenho que esconder minhas crises de choro e preocupação pelos cantos do apartamento...

Vivian, Jimin... poderiam pelo menos enviar mensagens, isso é pedir muito?

Não tive coragem de ver os noticiários, o desespero aumentaria. E Hoseok não pode saber sobre isso de forma alguma, não agora que ainda está em reabilitação. Então, minha situação não está nada agradável, ainda não sei onde arranjo forças para levantar da cama pela manhã...

– _______-ssi? Pode ligar a televisão para o Hoseok? Eu preciso cuidar do ensopado aqui! – A senhora disse da cozinha; eu estava no sofá estudando um pouco sobre fisioterapia, logo começará as seções de Hobi.

– Ah, claro! – Fechei meu notebook e me dirigi ao quarto dele, onde tem estado desde o almoço.

Dei dois toques na porta e entrei vendo-o deitado observando a janela.

– Oi... – Sussurrei me aproximando de sua cama. – Quer assistir algo? – O fitei, mas ele se mantinha fixado a janela.

– Não. – Respondeu frio.

– Ei, o que foi? – Questionei arqueando uma sobrancelha.

Ele respirou fundo e me olhou.

– Quero sair daqui... – Disse e mantive o silêncio, lamentando por dentro e olhando para o chão. – Sim, sei que não posso. Então... não se preocupe comigo.

– Não é isso... na verdade é, mas você precisa melhorar primeiro e-

– Já entendi, não perca seu tempo tentando explicar. – Riu fraco e fiz um bico por ficar sem palavras.

– Então... quer alguma coisa? – Suspirei sem ideias.

– Não, tudo bem linda... – Me surpreendi com a última palavra e o vi sorrir.

– T-a! É... S-Sua mãe precisa de ajuda- até depois! – Me virei sem jeito e saí do quarto queimando de vergonha.

Isso foi repentino, mas eu gostei. Só ele para me deixar feliz em momentos como esse.

 

~ Vivian P.O.V ON ~

 

Hotel, Bangkok – Sábado (1ª semana) - 9 PM

 

Estava secando meu cabelo no banheiro e Jimin estava conversando comigo encostado no balcão, me observando.

– Acho que essa turnê será um fracasso... – Disse cabisbaixo olhando a taça de vinho em sua mão.

Desliguei o secador encarando suas costas pelo espelho com certa raiva, não dele, mas sim o que o deixou assim, também sinto o mesmo.

Ele virou a cabeça para o lado voltando a me olhar e então coloquei o secador sobre o balcão de mármore branco, em seguida me aproximando de si.

– Não pense isso, você é um dos únicos aqui que possui otimismo ao extremo. Não é hora para mudanças... – Tirei a taça de sua mão e bebi o resto que havia nela. – Okay? – Sorri estendendo a taça de volta, agora vazia, ele a pegou sorrindo e beijou minha bochecha.

– Ok! – Respondeu se movendo para o quarto.

– Então... – O segui puxando a voz.

– O que foi? – Sentou-se na cama esperando que eu dissesse algo.

– Há algo me incomodando...

– Algo...?

– Bem, já faz algum tempo que não converso com minha irmã e preciso urgentemente de notícias sobre ela e Hoseok. Eu olho para aquela mala, – Apontei para a mala onde coloquei os celulares de todos. – E penso que não irei resistir por muito tempo. – Vi Jimin rir olhando para o objeto e depois me fitar mordendo o lábio.

– A ideia foi sua, apoio se desfizer. Porque não adianta esconder as notícias, ela saberá. Há televisões e internet em casa... – Disse o óbvio e fiz careta em desistência.

– Você tem razão, mas- – A campainha do quarto toca me interrompendo.

– Vivian? É o Jin, preciso falar com você...

– Essa hora...? – Sussurrei permitindo que apenas Jimin escutasse.

– Não diga que estou aqui. – Se levantou sussurrando e escondeu atrás da parede que dividia a porta com o quarto.

– Ah, Jin, estou indo! – Procurei um kimono para colocar por cima da camisola e o vesti indo para a porta, abrindo-a. – Oi! – Sorri ao vê-lo e ele me empurrou de leve para dentro, fechando a porta. – Está fugindo de alguém? – Ri soprado olhando sua feição séria e desfiz o sorriso ao notar que continuava me encarando. – Hello! Tem alguém aí? – Acenei na frente de seu rosto e ele voltou a realidade.

– Desculpa. – Riu fraco. – É que você parece muito com sua- – Apertou os olhos tentando enxergar melhor, suponho. – Irmã...

– Ah... – Me afastei com receio e sorri fraco. – É... já me... me disseram isso. – Ele se aproximava a cada palavra minha, eu já estava sem espaço para recuar, me encostei na mesma parede que Jimin, que estava do outro lado e Jin continuava muito perto. – Bom, o que queria falar mesmo? – Tentei disfarçar o clima estranho que estava se tornando.

– Eu não... me lembro... – Sussurrou abaixando a cabeça até meu pescoço; permaneci imóvel tentando raciocinar se isso estava realmente acontecendo, minha voz sumira nesses segundos, só conseguia pensar em "Jimin me ajuda!" – Você tem um cheiro bom. – Esfregou o nariz em meu pescoço ao se pronunciar e então me encolhi na parede arrepiada e em choque. Não deu um minuto e Jimin já aparecera furioso empurrando Jin.

Fechei os olhos com o barulho feito pelo choque da força usada pelo mesmo.

– FICOU LOUCO DE VEZ NÉ? – Exclamou olhando para o mais velho caído no chão.

– Jimin- – Tentei segura-lo pelo braço, mas ele se desvencilhou visivelmente irritado.

– O que pretende fazer?! Me diz! – Jin o encarou com ódio nos olhos me deixando um pouco assustada.

– Jimin, não! – O segurei com mais força desta vez. – Talvez seja o remédio que o deixou assim. – Sussurrei e ele franziu o cenho.

– Remédio?! Ele está bêbado, não consegue ver? – Bravejou.

– Não... – Murmurei; não senti cheiro de álcool nele.

– Vem, levanta! – Pegou Jin pelo braço. – Vou levá-lo para o quarto, tranque sua porta quando sairmos. – O observei ainda em choque com as mãos sobre o peito e ele pegou o casaco no gancho da parede de costas para mim; Jin se manteve calado e parecia zonzo quando se levantou.

– Onde você irá dormir? – Perguntei com medo de que não voltasse.

– Eu voltarei aqui. – Suspirou e me olhou por fim saindo com Jin do meu quarto. Parece que tentava se acalmar por isso disse que voltaria.

Tranquei a porta e voltei para a cama e normalizei minha respiração, resolvi esperar. É o que mais faço ultimamente: esperar.

~ Vivian P.O.V OFF ~

~ Jimin P.O.V ON ~

Francamente, fiquei sem paciência com o hyung, ele passou dos limites desta vez. Pode beber, se chapar, mas faça isso sozinho, não precisa atrapalhar as outras pessoas. E na verdade, eu nem mesmo sei o que estou falando, para onde estou nos levando e o que está acontecendo agora.

– Droga! – Parei no corredor do hotel e soltei o braço de Jin que se desequilibrou um pouco e apoiou o ombro na parede com um sorriso de lado. – Está rindo do quê? Só por que é mais velho? Acha que eu sou trouxa? – Bravejei irritado com sua cara de deboche.

– É você quem está dizendo... – Levantou uma das mãos alto em desistência e a outra limpou o canto da boca fazendo uma careta de dor.

– Vou levá-lo até Heechul, você deve voltar para casa e descan-

– NÃO! Eu não posso voltar agora, não posso! – Reclamou como um louco. – Não irei aguentar vê-la... sofrer. – Segurou meus ombros com os olhos marejados, não sei dizer como estava minha expressão nesse momento, talvez... assustado com a mudança repentina. – Me desculpe por ter feito aquilo, não era intenção, eu só sinto muita falta dela, entende? Por favor, não quero que ______ saiba disso. Por favor... – Abaixou a cabeça e respirei fundo para não enlouquecer também, já estava me preocupando essas crises dele.

– H-Hyun-

– Jimin, por favor, por favor! – Repetia me interrompendo e apertando mais meus ombros.

– JIN, EU JÁ OUVI! – Gritei tirando suas mãos de mim. – Mas que droga... não vou falar nada, mas você deve ficar longe de Vivian. – O alertei e o mesmo assentiu com a mão segurando a testa.

– Obrigado. – Ele agradeceu e emiti um som em resposta seguindo o caminho que suponho estar certo.

– Até quando vai continuar assim? – Questionei em sussurro olhando as portas.

– Até ver ______ bem e conseguir ter a confiança das fãs... – Respondeu. Emiti um riso soprado. – O quê?

– Se decida...

– Por quê?

– Primeiro diz que não quer "vê-la sofrer" e agora quer "vê-la bem". Não faz sentido, e você sabe que quem a deixa assim é você mesmo, né? – Parei em frente a porta que me lembrei ser do quarto dele e dei passagem para que abrisse. – Então não adianta lamentar sobre o leite derramado. – Se manteve calado abrindo a porta e entrei logo atrás de si.

– Eu sei disso, mas é inevitável, entende? Às vezes me sinto estranho quando penso nela, como se fosse minha propriedade.

– Você é obsessivo, eu já te disse.

– Não! Não é isso! Eu não sou assim Jimin. – Se irritou.

– Mas suas atitudes o faz parecer. – Expliquei encostado na parede vendo-o se jogar na cama.

– São só detalhes...

– Não.

– Você é psicólogo agora? – Ri com sua expressão e cruzei os braços.

– Enfim, – Resolvi mudar o assunto. – O que foi fazer lá? – Me segurei bastante para não lembrar do que vi.

– Vivian? – Assenti. – Ah, eu vi uma pessoa estranha hoje e ela me ajudou a fugir daquela bagunça no aeroporto. – Franzi o cenho.

– Que pessoa? – Perguntei.

– Uma mulher, não consegui ver o rosto.

– Hum... e o que isso tem a ver com minha namorada? – Dei ênfase na última palavra, mostrando que ainda estou afetado.

– Eu queria pegar meu celular de volta, mas então... aconteceu isso. – Abaixou a cabeça, parecia arrependido.

– Você pelo menos sabe o porquê desta mulher ter lhe ajudado? – Sentei na poltrona ao lado da cama.

Sei que devo ter paciência com ele, mas está sendo difícil. Vou tentar ao máximo transparecer que nada aconteceu, porém não garanto total afinidade. Para todos os efeitos eu o conheço bem, e sei que está muito diferente do que antes.

– Não, eu nunca a vi na minha vida, de certa forma sinto que a conheço de algum lugar... não sei dizer. – Passou a mão no cabelo indeciso.

– Bom... então ela apenas o salvou e foi embora?

– Sim.

– Nossa...

– Eu sei... estranho. – O silêncio invadiu o quarto por um breve momento e escutei o som da brisa bater nas cortinas.

– E seu braço? Está doendo? Cabeça? – Quebrei a barreira.

– Estou bem.

– Ótimo, então... vou voltar. Não saia desse quarto, ouviu bem?

– ... – Assentiu sem me olhar; o encarei por alguns segundos e virei indo para a porta.

– Jimin, obrigado por me entender. Você é uma boa pessoa... – Disse.

– Tudo bem, mas, fique longe dela. Depois lhe trarei seu celular.

– Tá... boa noite.

– Uhum. – Fechei a porta e respirei fundo tomando meu rumo de volta.

Realmente sufocante.

~ Jimin P.O.V OFF ~

 

Cobertura, Seul – Quinta-feira (2ª semana) – 2 PM

 

A semana estava demorando a passar, o ferimento de Hoseok ainda está cicatrizando, restam aproximadamente duas semanas para que cicatrize totalmente e, assim, darei início a fisioterapia.

Hoje a ahjumma da barraca me ligou e dessa vez falou comigo, disse que viria me visitar. Combinei um horário e dei o endereço, porém os receberia em meu apartamento, para prevenir a privacidade de Hobi e sua mãe.

– Estou indo! – Exclamei do hall de entrada anunciando minha saída.

– Volte logo, estaremos te esperando! – A mãe disse e sorri involuntariamente fechando a porta.

Desci as escadas e pensei “quanto tempo eu não fazia isso...”. Cheguei até a porta e destravei com o código, em seguida entrando. O apartamento estava impecável, havia contratado uma diarista que vinha duas vezes na semana para limpar geral. Ela é ótima no que faz, o cheirinho suave de flores me deu imensa vontade de ficar.

– Ah, que maravilha, Vivian vai adorar- – Me interrompi ao lembrar dela, coloquei as sacolas com comida que trouxe e deixei sobre a pequena mesa na entrada, peguei o celular com certa irritação e tentei chama-la novamente.

Assim que tocou a primeira vez, ela logo atendeu.

Telefone ON

Vivian: _____! Me desculpa. – Não acreditei que finalmente ela me atendera. – _____? Está aí?

Eu: Por que fez isso comigo? – Uma lágrima escorreu de meu olho esquerdo e a limpei.

Vivian: Não foi intencional, eu só... só estava...

Eu: Não inventa desculpa, eu sei bem o que aconteceu!

Vivian: Sabe?! – Se surpreendeu.

Eu: Garota, todo mundo sabe, larga de ser burra!

Vivian: Olha, estamos fazendo o possível para te livrar disso, então não saia de casa durante essas semanas, por favor...

Eu: O quê? O que eu tenho a ver com isso, estão acusando o Jin-

Vivian: Droga... – Ela murmurou, porém, pude escutar.

Eu: Ei, me explica direito, eu te liguei várias vezes e nenhuma você me atendeu, me diz o que está acontecendo! Por que ninguém está me dando atenção?! Vocês pelo menos estão bem?!

Vivian: Eu te ligo mais tarde, esteja sozinha. – Desligou o telefone.

Eu: Ah, eu não acredito. Vivian? VIVIAN?!

Telefone OFF

– DROGA! – Taquei meu celular ao longe. (Por sorte caiu no tapete macio)

Peguei de qualquer jeito as sacolas em cima da mesinha e as levei para a cozinha, colocando os frios na geladeira e o resto em qualquer armário. De longe qualquer um me veria bufar.

Escorei no balcão por um minuto e respirei fundo. Daqui a pouco a ahjumma chegaria, devo fazer o lanche e esquecer tudo, se for possível.

~ Jin P.O.V ON ~

Nova Iorque, Estados Unidos – Quarta-feira (2ª semana) – 11:30 PM

 

– Demorou um pouco, mas, aqui está. – Jimin estendeu meu celular e o peguei em alívio.

Faz quatro dias desde que pedi esse favor.

– Obrigado. – Sorri fraco e ele levantou as sobrancelhas em consenso.

– Vou sair com o Kook e o V, quer ir com a gente? Vamos beber em algum lugar... – Disse olhando o chão, observei suas roupas, jaqueta preta, calça rasgada também preta e bota, alguns acessórios prateados.

– Não, tudo bem. Vou ficar aqui, se divirtam. – Sorri espalmando seu ombro.

– Na verdade vamos apenas lamentar. – Riu soprado.

– Então não exagerem e chamem um motorista para trazê-los.

– Estamos em New York hyung, talvez iremos voltar só de manhã. – Riu desajeitado.

– Jimin...

– O quê omma? – Ficou sério ao mesmo tempo zombando.

– Você está bem?

– Claro, o grupo está afundando, não poderia estar melhor. – Riu forçado.

– O quê? – Não acreditei no que ouvi.

– Esqueça o que eu disse, acho que exagerei no-... – Se interrompeu. – Que se dane. Até depois. – Virou e saiu em passos rápidos com o pulso frente a boca.

– Esse cara voltou a ser um adolescente? – Sussurrei para mim mesmo olhando Jimin sumir no corredor.

[...]

Nova Iorque, Estados Unidos – 2:27 AM (4:27 PM em Seul, Coréia do Sul)

 

As horas se passavam e nada deles voltarem, agora que estamos em um apartamento é mais fácil esbarrar com eles pelos cômodos. Não queria me aproximar de Vivian, não quero assustá-la, porém ela é a única que deve saber algo. Me dirigi até seu quarto e ouvi sua voz, em seguida a de Yoongi e um suspiro de Namjoon. Ela estava chorando, não sei bem o porquê, mas podia se perceber pelo tom e sugadas de nariz.

Parei na porta hesitando, não conseguia ouvir a conversa. Então meu celular começou a vibrar e notei que era uma chamada, porém o número era privado.

Atendi me afastando do quarto ao lado, indo para a sala. Uma voz feminina soou e eu reconhecia esse tom.

“– Seus amigos correm perigo, venha busca-los antes que façam algo que os prejudiquem.” – Disse e desligou; arregalei meus olhos e olhei para o celular, uma mensagem surgiu e abri vendo o endereço do local mandado pelo mesmo número.

Me apressei pegando minha carteira e chaves, algo me dizia que não era coisa boa.

~ Jin P.O.V OFF ~

 

Seul, Coréia do Sul – 3:10 PM

 

Deixei o lanche pré-preparado e me sentei no sofá para esperar a ahjumma. E como combinado ela chegou na hora, como sempre os coreanos são pontuais.

Abri a porta e me surpreendi, ela não estava sozinha.

– Ah, que surpresa, Dr. Kim! – Sorri ao vê-lo, cumprimentei ambos e dei passagem para entrarem.

– Ele tem frequentado a barraca desde aquele dia... então resolvi trazê-lo já que é seu amigo. – A ahjumma sorriu dizendo.

– Que boa surpresa, estava sentindo falta de vocês dois. – Rimos juntos.

– Como tem estado? – Kim levantou as sobrancelhas ao dizer.

– Bem... – Mordi o lábio levando-os para a sala. – As coisas estão um pouco... complicadas. Sentem-se. – Nos sentamos, sorri e ambos se entreolharam, estranhei o comportamento deles. – O que foi? Parecem que estão de luto ou algo do tipo... – Revirei os olhos.

– Você não tem noção de nadinha, né? – Kim cerrou os olhos e me surpreendi.

– Noção de...?

– Seu nome está circulando por aí, não ficou sabendo? – A ahjumma acrescentou e assustei.

– Como?

– Vocês irão se casar? – Kim perguntou.

– O quê?! Do que estão falando? – Me levantei de súbito.

– Há uma foto sua e do Jin na capa de todas as revistas, com o mesmo título “Jin pretende se casar e deixar a carreira de ídolo” – Encenou como se abrisse uma faixa no ar e mudou a entonação; ri em nervosismo, não entendendo o que se tratava.

– Espera, espera. Ele disse que irá se casar comigo? Pare de brincar... – Ri soprado.

– Sun Hee disse que é verdade. – Disse a senhora.

– Sun Hee nem trabalha com eles mais! – Exclamei, estava perdendo o controle.

– Calma, isso é apenas a mídia, não temos certeza. Vim aqui para saber se era verdade. – Kim se levantou apoiando a mão minhas costas.

– N-Não é. Não existe nada mais entre eu e o Jin. – O encarei e ele olhou para a ahjumma.

– Tudo bem, agora, senta aqui e se acalma. – Kim me empurrou para sentar e assenti fazendo o dizia.

– Você sumiu, o que tem feito? – Ahjumma perguntou.

– Tenho um paciente particular, preciso monitorá-lo 24 horas por dia. – Falei com pesar na voz.

– Hum, esse paciente, por acaso, é aquele seu “amigo” de antes? – Como ela sabe? Travei um pouco.

– Sim... – Respondi em suspiro, quase que não sai.

– Aproveite agora... lembre-se do que eu disse antes.

– Eu sei, mas a situação no momento não me favorece, entende?

– Sempre há alguma saída, apenas se oriente da forma correta. Tenho certeza que irá conseguir resolver.

– A mídia é muito forte.

– Você é mais. – Kim apertou meu braço e sorriu de leve, retribuí com um sorriso fraco e permanecemos em silêncio por um momento.

~ Jin P.O.V ON ~

Cheguei ao destino com a ajuda de um taxi e olhei em volta, haviam muitas pessoas, não conseguia achar os garotos. Andei pelo bar inteiro os procurando, cheguei ao lado de fora cansado e encostei a mão no poste de luz para respirar.

– Jin... – Escutei meu nome em sussurro, virei para trás procurando sua origem e vi uma mulher com o rosto tapado fazendo sinal para que eu a seguisse. Igual a mulher do aeroporto. Minha mente borbulhou e eu a segui sem pensar duas vezes, entrando em um beco suavemente iluminado.

~ Jin P.O.V OFF ~

~ Jimin P.O.V ON ~

Disse que saí para beber, mas na verdade fomos para uma lan house, ideia de quem? Claro que de Kim Taehyung. Não reclamei porque foi divertido, compramos algumas, que aqui se chamam, cervejas e tomamos enquanto jogávamos. As horam passaram rápido e o estabelecimento ficara vazio por ser dia útil. Dei tapas na cabeça dos mais novos e os chamei para ir embora, resmungaram algo indecifrável e me seguiram.

Chegamos em casa comentando sobre o jogo, era de luta, não me lembro o nome, estava em inglês (não sou muito bom nessa língua).

– Cara, eu ganhei de você cinco vezes, você é muito ruim, sério! – Tae me provocava enquanto eu destrancava a porta do apartamento.

– Ah, e perdeu todas para o Jungkook! – Retruquei.

– Verdade! – Kook riu alto e me senti orgulhoso vendo o semblante sério de Tae.

– Abra logo essa porta! – Ficou irritado e zombamos dele, abri a porta e vi todos acordados ainda.

– Hey, hey meus queridos, acordados até agora, que surpresa. – Comentei e me fitaram sérios.

– O que houve dessa vez? – Tae disse ganhando minha atenção.

– O Jin sumiu.

– O quê?! – Dissemos em uníssono.

Era só o que me faltava.

~ Jimin P.O.V OFF ~