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História Seu jeito de me olhar - Friends


Escrita por: AnaaFlor

Notas do Autor


Bom, boa leitura.

Capítulo 12 - Friends


Fanfic / Fanfiction Seu jeito de me olhar - Friends

Senti os lábios doces de Levi nos meus e meu coração acelerou, senti um arrepio percorrer minha espinha, e então, brutalmente ele se afastou e o ar gélido tocou meus lábios.

- Desculpa, eu não devia ter feito isso, acho que foi a euforia tomei uns remédios pra dormir no avião, não estou muito bem - ele estava atrapalhado e envergonhado - eu não devia ter feito isso.

Meu coração gelou, tudo bem, aceitei a anos que nunca daria certo entre nós, ele era intocável pra mim. Aquele beijo tinha sido uma chama de esperança por um instante. Mas agora racionalmente, deveria ter algo errado com ele, agora entendi tudo, era por isso que ele veio tão de repente, algo tinha acontecido, algo importante. Aquilo já tinha acontecido uma vez, três anos atrás, quando a avó dele morreu, ele tinha terminado com a namorada dois meses antes, e naquela noite, após o velório ele me beijou, e foi aí que tudo começou dentro de mim.  Quando ele foi embora aceitei que as coisas tinham terminado.

- Tudo bem, vamos esquecer isso - forcei um sorriso.

-Obrigada Ana, você é incrível, eu realmente senti sua falta.

Percebi que ainda estava no colo dele e fiquei vermelha, me levantei desajeitadamente.

- Eu também, foi difícil passar por tudo aquilo sozinha. Mas a mudança me fez bem, fiz amigos legais. E acho que tô namorado, meu primeiro namorado, acredita? Ele é incrível.

Vi um traço de decepção passar por seu rosto rapidamente, ou talvez fosse minha mente.

- Uau, quer dizer que finalmente alguém te fisgou - ele se ajeitou no sofá - não esperava que fosse acontecer tão cedo, mas, até que demorou, afinal, você já tem 17, e só agora arranjou o primeiro namorado. 

- Eu tava esperando um cara que valesse a pena e ao mesmo tempo sentisse que eu valia a pena, não foi muito fácil - sorri melancólica.

- Acho que você sempre escolheu de mais, mas e aí, como é o cara? - falou jogando uma almofada em mim.

- Não sei o que te dizer, ele é sensível, agradável e amoroso. Mas ao mesmo tempo é misterioso e me faz sentir coisa que eu nem imaginava - falei me lembrando do Lysandre.

- Vai ter que me apresentar pra esse cara, eu e ele precisamos bater um papo - ele me olhou sério.

- Claro - sorri - mas, primeiro eu e você precisamos ter uma conversa, o que aconteceu Levi?

- Tava meio sem graça de te dizer, nem sei por onde começar - percebi que ele estava tenso.

- O que está te incomodando?

- Oliva me pediu em casamento, sabe como ela é com aquelas ideias de autonomia feminina - ele passou a mão nos cabelos castanhos, isso era sinal de que ele estava angustiado - ela fez uma festa e tinha muita gente - ele fez uma pausa e me olhou de forma séria - eu não consegui dizer sim. Terminamos. 

Meu coração gelou, agora entendo o beijo, ele não estava bem, tinha algo a mais.

- E? - perguntei ansiosa.

- Como me conhece tão bem ? - seu sorriso era triste.

- Nós crescemos juntos, eu tenho que conhecer você - o encorajei com o olhar.

-  Logo depois de eu dizer não ela contou que está grávida, eu não sei o que fazer, ela não quer nem me olhar, ela sabe que não quero me casar com ela e acha que está grávida.

- Mas você não ...? 

-Eu sei, não contei a ela.

- Precisa dizer, eu não acredito que a Olívia fez isso, como ela pôde? Ela que sempre se disse correta - travei a mandíbula de ódio. 

- Ela fez um estardalhaço, me colocou como um monstro e eu nem se quer tenho a capacidade de engravidar uma garota, eu sou mesmo um inútil.

Suspirei. Claro que era isso, seu demônio mais profundo. Aquilo lhe era doloroso de mais, não poder ter filhos. Quando Levi descobriu nos aproximamos ainda mais. Passei por aquele momento com ele. Aquilo o destruiu. Seu sonho era ser pai, sempre foi, desde que o dele tinha o abandonado. Me sentei ao lado dele e o abracei, aquele era um segredo nosso, entendo porque ele não revelou a Olívia, ela não tinha o direito de saber algo tão pessoal. Principalmente depois do que fez.

- Isso não é nada de mais - acariciei suas costas - sei que gostava dela, mas ela não passa de uma vadia.

- Eu sei, mas isso me feriu, eu voltei a aquele dia, se lembra?

- Nunca vou esquecer. Depois daquele dia seremos você e eu, pra sempre - sorri acolhedora.

- Precisava te ver - seus braços agarraram minha cintura e eu o abracei de volta o acariciando.

Ficamos assim por muito tempo, em silêncio. Era assim que nós curavamos um ao outro. Sempre foi assim, nosso silêncio dizia tudo, só nós dois. 

Depois que senti que ele estava bem me lembro fazendo algumas piadas e nós demos gargalhadas. Depois de conversarmos um pouco subi pro meu quarto pra me arrumar. E então tive uma ideia, peguei meu celular e mandei uma mensagem para o Lysandre.

****

Me: Ocupado?

Lysandre: Não minha linda, às suas ordens ;)

Me: Que tal conhecer os três homens da minha vida em um jantar essa noite? 

Lysandre: Isso parece assustador, eu adoraria.

Me: Nos vemos no restaurante do meu pai às 21hrs, pode ser?

Lysandre: Claro, obrigada pelo convite, mal posso esperar pra te ver.

Me: Boa sorte, bjo

***


Me vesti da melhor forma que pude, o tempo estava chuvoso e frio, eu não tinha muitas roupas pra ocasiões como essa no frio.

Peguei um vestido simples preto tubinho Midi, calcei um salto dourado e coloquei um Max colar e brincos de brilhantes que faziam parte de um conjunto que ganhei da minha avó. Por fim um sobretudo amarelo, meu preferido, eu precisava de sorte aquela noite, não podia imaginar como meu pai reagiria a surpresa.

Quando desci as escadas encontrei Thomás e Levi conversando e pude ouvir papai arrumando algumas coisas na cozinha. Me aprecei pra chegar até meu irmão, o qual eu não via a quase um ano. Ele estava de costas pra mim sentado em uma poltrona ao lado de Levi que estava no sofá. Me abaixei e o abracei por trás. Senti seu corpo se contrair, e então relaxar, e ele pegou minha mão e apertou. Fechei os olhos e senti seu cheiro com meu rosto cravado em seus cabelos cacheados. 

- Vem até aqui, dizer oi direito - falou animado.

Rapidamente o soltei e dei a volta na poltrona. Ficamos frente a frente, como a muito tempo não acontecia. Eu o olhei, agora de pé. Ele era tão alto, sempre mais alto que eu, seus braço estavam musculosos, provavelmente ele ainda fazia natação. Seus olhos verdes brilhavam encantadoramente e enquanto sorria suas covinhas enfeitavam aquele rosto angelical, eu e ele sempre fomos muito diferentes, mas nossa aparência era semelhante, exceto pelp fato de meus olhos serem cor de amêndoa, eu também tinha covinhas e meu cabelo curto era uma mistura de cachos amassados, mas o cabelo dele era loiro enquanto o meu era castanho. 

- Senti sua falta baixinha - ele falou me apertando em seus braços.

Seu abraço era extremamente familiar e nostálgico. Eu o abracei de volta com dificuldade pois ele me apertava bastante. 

- Preciso contar uma coisa Ana, por isso eu e Levi viemos, caso sua curiosidade já esteja te matando - Thomás sorriu me desafiando, como quando éramos mais novos.

Eu sempre fui muito carinhosa, mas a nova escola, a nova cidade, os novos amigos e o fato de estar namorando ocuparam minha mente e nem havia pensado sobre o porquê de os dois terem vindo juntos.

- Deixa eu adivinhar, só vai contar depois do jantar?

- Exatamente, você está linda - ele me deu um beijo na testa e se afastou se sentando novamente - como a mamãe está?

- Bem, mas acho que ela deve estar solitária sem mim, ela sente sua falta, precisa ir visitá-la logo.

- Eu sei, está nos meus planos. - sorriu com a cara que ele fazia sempre que fazia algum plano maquiavélico.

- Agora eu estou milhares de vezes mais curiosa - falei dando um tapinha no braço dele.

- Eu sei - sorriu.

Estávamos todos na limousine a caminho do restaurante e papai conversava animadamente com os meninos, eu estava em silêncio esperando o melhor momento pra dizer, assim que eles se calaram um instante falei alto rompendo o clima do lugar.

- Meu namorado vai encontrar a gente no restaurante.

Os três me olharam um pouco surpresos, mas Levi estava apenas fingindo. Papai parecia estar engasgado e Thomás serrou os olhos. Um instante depois meu irmão começou a rir descontroladamente e papai lhe olhou confuso. Levi passou a rir também e papai e eu ficamos em silêncio, atônitos. Ele tomou coragem e falou cuidadoso.

- Desde quando você tem um namorado? 

-  Desde terça.

- Quando conheceu e onde?

- O conheci no sábado, na academia de luta.

- Não posso acreditar - Thomás interrompeu - até que enfim as coisas estão ficando divertidas pra você, devia ter vindo morar com o papai antes.

- Thomás, silêncio.

Papai falou áspero, ele raramente ficava assim. Então o medo me fez sentir uma pontada.

- Espero que seja um bom rapaz, é bom que tenha o convidado pra nos conhecer logo - Levi falou tentando ajudar.

- Bom, eu também - papai falou sério.

E o resto do caminho foi em completo silêncio.

Quando chegamos ao restaurante, vi Lysandre parado na porta, ele estava lindo e nervoso, sorri ao ver que não era a única.




Notas Finais


Obrigada por ler


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