História Seu Mordomo 6 anos depois - Uma decisão

O infeliz dia do casamento de Ciel e Sônia, havia chegado, como ele estava com uma vontade de se suicidar, só assim para lhe tirar metade da culpa.

Todos os convidados estavam no hall da mansão, onde iria acontecer o casamento, elegantes e superficiais, assim Ciel definia os parentes de Sônia, a família Cately, a única pessoa a qual Ciel podia suportar daquela família, era a sobrinha de seis anos de Sônia, os empregados: Finnian e Snake, estavam de ternos de garçons e sérios como Sônia havia mandado.

Nesse momento Ciel se encontrava em seu quarto, se arrumando e se preparando mentalmente para passar a vida ao lado da mulher que ele não amava.

-Bochan, irá descer?- Finnian deu três batidas antes de perguntar.

-Sim, daqui a pouco- falou o azulado.

Era notável a insatisfação da parte de Ciel e um pouco de tristeza, Finnian sentia pena de seu Bochan, mas não poderia consolá-lo, não na posição que estava com servo, por isso resolveu voltar a servir os convidados no hall da mansão.

-Acho que minha desgraça começa agora- falou Ciel se olhando no espelho.

-Incrível sua falta de vida e emoção no seu próprio casamento.

Ciel se virou rapidamente ao olhar uma mulher de vestido vermelho, olhos vermelhos e cabelos negros e cumpridos.

-Quem é você?!- Ciel estava assustado com a semelhança dessa mulher com seu servo Sebastian.

-Ora, ora não se lembra de mim?- Amélia finge está ofendida.

Ciel nega com a cabeça e olha fixamente para a mulher à sua frente.

-Eu sou a mãe do Sebastian- Amélia respondeu animadamente- E você é muito fofo, para fazer cara feia.

-Fofo?!- Ciel nem conseguiu processar toda a informação, só ser chamado de fofo já foi o suficiente para suas bochechas inflarem e corarem.

-Você não me ouviu? Eu sou a mãe de Sebastian Michaelis e quero conversar com você- a morena disse firme.

Ciel sentiu um arrepiou percorrer sua espinha, estava ansioso e com uma ponta de medo daquela mulher.

2 horas atrás

Faltava apenas uma hora para o casamento de Sebastian começar, todos já estavam à sua espera, sua noiva estava usando um trajeto extremamente sexy preto, como traje, estava muito bela e invejável.

Já Sebastian trajava de apenas um colete preto e calça social da mesma cor. Se ele estava feliz? Nem ele mesmo sabia, sentia ódio, rancor e mágoa! Por Ciel Phantomhive. Esse casamento não seria baseado em amor ou afeto, apenas interesses e linhagens, típico de um casamento de demônios.

Nesse momento, era totalmente decisivo, sua expectativa em relação ao futuro eterno ao lado de uma bela demônia, então não era tão ruim assim.

-Que irônico, eu aqui me casando com alguém que nem sequer conhecia direito- Sebastian riu de sua desgraça.

-Se quer desistir, apenas diga!

Sebastian se vira bruscamente vendo a figura de vestido vermelho sentada na cama.

-NÃO INVADA MINHA PRIVACIDADE ASSIM OKA-SAN!- gritou frustado.

-Hum... privacidade? Eu já vi você pelado inúmeras vezes, afinal você saiu de mim e eu te dei banho até você completar 400 anos- disse Amélia calmamente.

-Hahahaha!- nesse momento Claude apareceu rindo atrás da porta- Hahahaha revelações!

-Faustus, não ria do seu irmão- Amélia o repreendeu, mas ele não a ouviu, na verdade nem ele e nem Sebastian a ouviram.

-Nem vem, você teve que andar de mãos dadas com a oka-san até completar 450 anos, porque você tinha medo de se perder e ser devorado por almas humanas!- revidou Sebastian.

-Hã?! Você sempre teve medo de janelas, porque acreditava que iriam arrancar sua cabeça, digamos que somos akumas e ter nossa cabeça arrancada é o que menos importa!

-CALE-SE PORRA! - gritou Sebastian.

-QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ME MANDAR CALAR A BOCA?!- gritou Claude.

Amélia estava ficando aborrecida com o comportamento infantil do seus filhos.

-Ei!- Amélia lhe lança um olhar assustador- Esse é o tipo de comportamento que dois akumas adultos devem ter?

-M-Mas ele começou!- Claude aponta para Sebastian.

-Hã? Não tem coragem de assumir sua própria culpa, ainda é um demônio chorão?

-Diga isso de novo e eu arranco suas tripas, maldito!- gritou Claude furioso.

-CALEM A BOCA! MICHAELIS E FAUSTUS!- gritou Amélia batendo na mesa- QUAL O PROBLEMA DE VOCÊS, PORQUÊ SEMPRE ESTÃO BRIGANDO?!

Os dois se encolheram um pouco constrangidos e Amélia continuou.

-Vocês...deviam está sempre unidos...- lágrimas correram seu rosto pálido, ela ainda tinha um pouco de humanidade consigo.

-Oka-san...- disseram juntos.

-Eu quero falar com Michaelis, Faustus saia por favor- pediu.

Claude saiu sem pestanejar, já Sebastian olhava um pouco intrigado para sua mãe.

-Então, eu quero lhe fazer apenas uma pergunta- disse Amélia.

Sebastian assentiu.

-Você acha que seria feliz tomando uma decisão precipitada por causa de seu ódio por Ciel Phantomhive?

Sebastian gelou e olhou para sua mãe, ela o conhecia melhor que ninguém, mentir para ela era o mesmo que se entregar.

-Eu não tenho ódio por Ciel, ele fez a escolha dele e eu fiz a minha- disse Sebastian simples.

-Eu não quero ver você infeliz meu bebê- Amélia sorrir acariando o rosto de Sebastian- Eu te amo e o que mais quero é ver você feliz.

-Acho que não posso alcançar a felicidade, mas posso chegar perto dela- responde Sebastian se afastando- Por favor oka-san, poderia me deixar sozinho, daqui a pouco eu vou descer.

Amélia quis dizer alguma coisa, mas resolveu sair do quarto e deixar seu filho sozinho. Ela tinha que fazer alguma coisa, não podia deixar seu filho sofrendo dessa forma.

******

-Então o que quer conversar comigo akuma?- Ciel perguntou seco.

-Primeiro melhore seu tom, pois sou uma dama- Amélia suspira- E segundo, porque se casa se não a ama?

-Por minha reputação, que estaria arruinada caso o casamento não acontecesse- respondeu um pouco irritado com sua afirmação.

-Hum, entendo- Amélia se aproxima do jovem que recua um pouco- Calma eu não irei devorar você, eu já me alimentei hoje.

Ciel arregala os olhos como se tive ouvido a coisa mais anormal do mundo e ele ouviu a coisa mais anormal do mundo.

-E Sebastian? Por quê você o traiu?- Amélia pergunta firme.

-Bom... eu estava bêbado e com raiva de ele ter me deixado com uma simples carta que dizia que se ele não voltasse eu tinha a liberdade de cancelar o contrato.

-Vocês humanos são estranhos, agora eu irei lhe dizer o que realmente aconteceu- Amélia suspira- Você perdeu sua memória e eu fui capturada por shinigamis, Sebastian como meu filho e Claude também foram me resgatar com Richard meu marido, o motivo de Sebastian não ter lhe dito nada, era porque tinha medo de você debochar de sua afirmação, era apenas isso.

Ciel arregala os olhos e aperta as mãos em sinal de frustração.

-Pouco me importo, afinal ele é um akuma!- Ciel cospe as palavras.

Mesmo assim Amélia não se sente intimidada com o seu tom. Pelo o contrário, se aproximou mais de Ciel e o olhou com um olhar irônico.

-Sabe que se este casamento acontecer, você estará na merda pro resto da sua vida e o motivo, essa mulher vai tentar matá-lo na lua de mel para herdar seus bens, afinal ela está dizendo que está grávida de você, digamos que este bebê nunca vai existir e sabe o porque?- Amélia dizia de maneira fria.

-Por quê?- perguntou o azulado.

-Sônia Cately não pode ter filhos, nasceu sem o útero, por isso em todas as vezes que dormia com vários nobres, ela nunca sequer engravidou- Amélia sorrir- Ou seja você irá se casar com uma puta.

-Ela tem razão, suportar aquela mulher, hugh prefiro que arranquem meus braços e me façam devorá-los- disse a voz mentalmente para o azulado.

-Bom eu te direi uma coisa: a melhor felicidade de uma mãe é ver seus filhos felizes e não vê-los tentando alcançar "o próximo da felicidade ", eu sei que para akumas isso é quase impossível, mas ao ver você e Alois entrando em meu castelo, eu vi um brilho que nunca tinha visto em Sebastian e Claude, um brilho diferente, não era luxúria e sim algo muito maior e poderoso, de primeira eu julguei como desejo ou fome, mas depois eu entendi que era outra coisa, era amor, amor que Claude e Sebastian sentiam e agora vendo Sebastian algumas horas atrás, eu não vi esse brilho ao estar prestes a se casar com Liu, eu compreendi que um amor verdadeiro só acontece uma vez e agora...- Amélia acaricia sua barriga- Eu sei que a continuação dele, são os frutos, que eles devem ter tanta felicidade quanto seus pais, é esse o desejo dos seus pais que eu sei que em qualquer lugar que estejam, não estariam felizes com esse casamento arranjado e seu filho infeliz, Rachel e Vicent não iriam querer isso.

Ciel suspira com todas essas verdades lhe jogadas na cara, se apoia na escrivaninha, será que ele ainda podia voltar atrás e largar tudo, viver um amor proibido, será que Ciel Phantomhive iria poder ter está chance?

-Mas se você não entendeu, eu deixarei isto- Amélia deixa um objeto de tamanho médio na escrivaninha- Ele serve para levá-lo ao lugar que mais deseja ir, apenas deseje segurando este objeto, é a sua última chance.

Dito isso Amélia sumiu, deixando Ciel sozinho novamente. Nesse momento Finnian bate na porta.

-Pode entrar- diz o azulado.

-Bochan, todos estão esperando- diz Finnian um pouco angustiado com as reclamações de Sônia.

-Vou descer- Ciel pega o objeto e o coloca no bolso de sua calça social, veste seu terno azul escuro quase preto e desce com Finnian.

Como previsto todos já estavam no jardim esperando, Sônia já estava descendo e Ciel também, mas o azulado se apressou para chegar primeiro que ela, afinal quem deveria chegar por último era a noiva.

O momento mais decisivo de sua vida, ele olhou para todos os convidados, tudo estava em câmera lenta.

-Seja homem!- gritou alto voz em sua cabeça- Você sabe o que quer!

Ciel olhou para o belo vestido branco de Sônia, sentido pena da pureza a qual o vestido demonstrava com uma mulher tão vulgar. Colocou a mão em seu bolso da calça, sentiu um calafrio, seu coração acelerou, fechou os olhos e respirou firmemente.

-Sim, vá ser feliz Ciel- disse a voz em sua cabeça- Meu trabalho já está feito, não precisa mais de mim, então isso é um adeus.

-Mas o quê?- Ciel pergunta.

-Eu só estou aqui, para por você no lugar, adeus para sempre Ciel Phantomhive- disse a voz pela última vez.

O quê aconteceu com Ciel, ninguém sabia, era como se nada tivesse acontecido, os convidados olharam para Sônia com um olhar assustado, Finnian e Snake sorriram, como se soubessem o que havia acontecido.

-ONDE ESTÁ O CIEL?!- Sônia pergunta furiosa e corre na direção do altar, o qual Ciel havia sumido.

Todos começaram a cochichar entre si, Sônia se sentiu ridicularizada, seu pai pegou a filha pelo braço e a arrastou até a carruagem, tamanha a fúria que sentia no momento, assim partiram, sua filha foi ridicularizada e seu pai quase morto de vergonha. Os parentes de Sônia se apressaram e foram embora sem ao menos provar da comida da "grande festa de casamento", Finnian e Snake limparam tudo e guardaram a comida para mais tarde, parecia que hoje ia ser um dia chuvoso.

-Onde será que o Bochan foi?- Finnian perguntava para Snake.

-Foi ser feliz, disse Emily- Snake falou por sua cobra.

******

Em lugar quase desconhecido ou um lugar em que nenhum homem gostaria de estar, Ciel Phantomhive já se aproximava no portão de um castelo extremamente macabro, por sorte ele não precisou enfrentar aquelas escadas intermináveis, ele veio até aqui, com o único objetivo: ser feliz com aquele o qual amava, mas será que este alguém o aceitaria de volta?

-Você veio mesmo?- Amélia apareceu na porta do castelo.

Ciel foi guiado por Amélia, até o corredor dos quartos, evitando os convidados, já que eram todos akumas, ao chegar em um quarto da porta em um tom vermelho sangue, deu-lhe três batidas. Seu sangue congelou ao ver o ser que abrira a porta.

-Você...?