História Seu olhar - Brigadeiro

Pov- Camila Cabello

Me despeço das meninas e vou ao encontro de Lauren.

Eu: fala?

Lauren: você podia me dar uma carona pra casa? Meu irmão não me esperou.

Eu: por que você não pede pra alguma das suas amigas? Ou para Leah? Afinal vocês são bem intimas.

Lauren: se eu estou pedindo pra você é porque minhas amigas já foram embora e quanto a Leah, não sei ao que se refere.

Eu: deixa eu te refrescar a memória, você, Leah, quarto do seu Zé, lembrou agora?

Lauren: como você sabe disso?

Eu: e quem na escola ainda não sabe, tirando o namorado dela o Bob.

Lauren: um bando de fofoqueiro nessa merda dessa escola, mas enfim se não quer dar a carona é só falar e outra coisa eu não eu não lembro de ter te feito nada para você ser tão ignorante comigo.

 Nego e vou me afastando dela, porém como boa idiota que sou não consigo deixa-la para trás e volto, me aproximo dela e lhe dou a mão, ela pensa um pouco mais segura na minha mão e eu sinto aquele famoso choque me percorrer, ao chegarmos no bicicletário ela me olha confusa.

Eu: o que foi?

Lauren: o que estamos fazendo aqui, cadê o seu carro?

Eu: que carro Lauren?! Eu não tenho carro.

Lauren: e como vamos embora?

Aponto para a minha bicicleta.

Lauren: você tá doida eu não vou subir nessa coisa.

Eu: mas é uma mimada mesmo, nunca andou de bike?

Lauren: Camila olha bem pra minha cara de que já subiu numa coisa dessas.

Eu: bom neste caso pode ir pro ponto de ônibus ou a pé, pois todos já foram e eu vou de bicicleta, porque não tenho pônei, nem cavalo, nem chofer pra me levar pra casa.

Lauren: como você estuda aqui e não tem nada?

Eu: sou bolsista Lauren, eu não pago pra estudar aqui.

Lauren: Camila dá um jeito, eu não posso ligar pra minha mãe pois estou de castigo, meu irmão saiu com a Duda e meu pai está viajando, nem dinheiro eu tenho pra pedir um uber/táxi.

Eu: sobe logo Lauren, se não vou te deixar aqui.

Eu já estava perdendo o pouco de paciência que tinha com ela, que merda! Ela transa com a menina, perde a carona e eu que tenho que me virar?! O quanto insano é isso?! Ela se dá conta que não tem outra maneira e vem na direção da minha bike.

Lauren: onde eu vou?

Aponto o cano da frente pra ela sentar, ela então dá um impulso e sobe, pedindo pra eu jurar que não deixarei ela cair.

Eu: Lauren eu não vou te deixar cair, agora segura direito e me explica onde você mora.

Lauren: 16, Drake Street.

Eu: Ok, se segura.

Pov- Lauren Jauregui

           Não sei onde eu estava com a cabeça antes de subir numa bicicleta, tudo culpa da minha mãe, meu Jeep novinho em casa e eu aqui com uma pessoa que nem conheço direito, neste frio andando nesta coisa.  Depois de um tempo andando, por algum motivo que não sei qual percebo que Camila mesmo não indo muito com a minha cara está cuidando de mim, percebo isso nos seus gestos o modo de me segurar com uma mão e toda hora perguntando seu eu estou me machucando no cano da bicicleta é tudo muito estranho, porque eu não sou acostumada com isso, minha família não é do tipo protetora, meus pais são distantes vivem pro trabalho, meus avos eu só vejo no final de ano, meu irmão e eu não somos do tipo unidos, só com Taytay que eu tenho um certo cuidado, mas de resto eu não me importo com ninguém. Então porque essa sensação de segurança que estou tendo com Camila?! Não estou me entendendo, de repente para melhorar a situação começa a chover e chover forte com trovões e tudo, nem sei como ela ainda não caiu da bicicleta eu morro de medo de trovões e raios então estou apertando muito o braço dela, graças a Deus que já estamos chegando, Camila então pega um atalho quando finalmente eu abro os olhos vejo que já estamos em frente do meu prédio.

Camila: pronto está entregue.

Eu: vem, vamos entrar Camila, está chovendo muito forte pra você voltar nessa coisa.

Camila: Lauren, entra logo eu conheço uns atalhos e tenho várias coisas para fazer em casa, então preciso ir

          Nesta hora o céu abre um clarão do raio que acabou de cair, eu abraço Camila tão forte que ela deixa a bicicleta cair, eu me desespero tanto que começo a chorar, ela percebendo o meu estado me pega no colo e o porteiro nos deixa entrar. Ela me encostada na portaria e pede permissão para guardar a bicicleta, o rapaz diz que ela pode ir que um dos manobristas do condomínio iria guardar, acho que ele percebeu que eu não estava bem e facilitou, então nós seguimos até o elevador.

Camila: Lauren, Lauren qual é o seu andar?

Como eu ainda estou estática ela me chama de novo, ambas muito molhadas.

Camila: ei olha pra mim, fica calma e me fala qual é o seu andar?

Eu: cobertura.

Ela aperta e o número da cobertura e o elevador finalmente se move. Quando entramos em meu apartamento eu continuo aérea então Camila pede licença e vai ao encontro de Ana nossa governanta, para minha sorte mais um barulho forte de trovão e nada da chuva cessar, quando percebo Camila está do meu lado com uma toalha e começa a me secar, não sei porque seu ato faz com que eu volte a chorar.

Camila: Lauren você está me assustando, por favor fica calma e me fala o motivo de você estar assim?

Eu: quando eu era pequena, tipo uns cinco anos eu- eu...

Flashback On

 Estávamos Taytay, Zayn e eu brincando na casa de campo, eram férias e meus país nos deixaram aqui com os empregados para variar enquanto iam a um baile de caridade ou sei lá.

Tay: Lo, vamu blinca de pega-pega?

Eu: não Tay está chovendo muito, vamos brincar de boneca aqui na cabaninha que o Za montou.

Tay: mas, mas eu quelo correr na chuva Lo.

Eu: não Tay não pode, se você gripar o papa vai ficar bravo e a mama não vai deixar a gente ir na casa da Ki brincar.

Ela faz um biquinho mais concorda.

Depois de um tempinho que estávamos brincando, eu acabo cochilando acordo com Za me perguntando onde a Tay estava porque ele queria que fossemos com ele até a garagem pegar a sua bola, ele tinha medo de atravessar o jardim sozinho e já estava escuro, só daí eu percebo que Tay não estava mais comigo, nós começamos a procura-la, quando eu me lembro que ela queria correr na chuva eu aviso Zayn e nós  vamos lá pra fora atrás dela, de repente eu escuto um barulho forte e vejo que minha irmã estava caída perto do celeiro se contorcendo toda, ela havia sido eletrocutada por um raio, a babá corre até Taylor, meu pai e minha mãe que haviam chegado também foram ao seu encontro, quando eu percebo que meu pai pegou minha irmã toda mole do chão eu penso que ela tinha morrido e apago.

Flashback off

Camila que ouvia tudo atentamente seca as minhas lagrimas e entende o motivo de eu odiar chuvas como esta, claro que minha irmã não morreu, mas ficou com apenas 70% de audição do ouvido esquerdo e como eu era pequena eu fiquei traumatizada.

Camila: ei meu anjo calma, claro que é natural você não gostar, mas nada vai acontecer, prédios são seguros e isso não muito comum, o que aconteceu com a sua irmã foi um acaso, ok? Agora que tal nós irmos tirar essas roupas molhadas antes que as duas fiquem doentes e eu fazer um brigadeiro pra você?

Eu: o que é brigadeiro?

Camila: você nunca comeu?

Nego com a cabeça.

Camila: é um doce brasileiro, muito bom! Vem vamos tomar um banho e trocar essas roupas e eu faço para você, mas só se você parar de chorar.

Engraçado que eu nunca deixo as pessoas verem esse meu lado, essa Lauren frágil, bom, mas é só dessa vez, não é como se nós fossemos virar melhores amigas nem nada, eu levo Camila a um dos quartos de hospedes, vou ao meu quarto e pego um conjunto de moletom e uma calcinha fechada que eu acho que serve nela, embora ela seja mais alta que eu ela e mais magra.

Eu: toma Camila, tem toalhas limpas no banheiro, fica à vontade.

xxx

Devidamente de banho tomado e trocada eu procuro Camila que não estava mais no quarto de hospedes, ao descer escuto vozes na cozinha e encontro ela com Ana conversando.

Camila: está mais calma para comer o melhor doce do mundo?

Eu: vamos ver se é tudo isso mesmo?

Camila: vamos ver!

Ela então pega uma colher e pega um pouco do doce que estava em uma panela no fogão e me dá na boca.

Camila: e então?

Pra deixar ela um pouco indignada eu falo:

Já comi coisas muito melhores na vida, confesso que esperava mais de você e desse doce, ela me olha incrédula, quando Ana resolve interceder por ela.

Eu gostei bastante, a menina Camila tem jeito para cozinha já pedi até a receita, tenho certeza que Tay, Zayn e seu pai vão amar, só dona Clara que não porque vive de dieta.

Eu: é verdade Ana, Camila isso deve engordar mais do que tudo no mundo eu não posso engordar eu sou líder de torcida, ai meu Deus.

Camila: primeiramente, você não gostou mesmo? Quem em sã consciência não gosta de brigadeiro? Segundo só engordaria assim desse jeito que você está falando se comer sempre e com exagero, tudo moderadamente não tem problema algum e outra não sei pra que tudo isso, todos sabem que você é a menina mais bonita do colégio.

Eu: sou é?

Acho que ela se dá conta do que disse e fica vermelha.

Eu: o tal do brigadeiro é muito bom mesmo só estava te enchendo. Rsrs.

Ela então sorri timidamente.

Camila: bom então minha missão está cumprida, vou aproveitar que a chuva passou e vou embora, Ana foi um prazer te conhecer, você me acompanha até a porta Lauren?

Eu: você tem certeza de que já está bom pra você ir? E se voltar a chover? E se um raio te pegar?

Camila: a chuva já passou totalmente e outra em Seattle se esperarmos não ter chuva nunca sairemos de casa, fica tranquila eu estou acostumada e vou pegar atalhos pra chegar em casa.

Eu: bom neste caso tudo bem, vem eu te levo na porta.

Ana que acompanhava nosso diálogo dá um abraço na Camila e eu a levo até a hall do elevador, num ato inesperado ela pega a minha mão e olha bem dentro dos meus olhos, parecia até que estava tentando enxergar minha alma.

Camila: seja sempre aquilo que você é quando não tem ninguém olhando, você é simplesmente linda quando não tem ninguém por perto.

Eu: não entendi?

Camila: um dia você vai entender.

Ela então chama o elevador vem em minha direção e me beija no rosto, o elevador chega ela ainda me dá uma última olhada enquanto a porta se fecha depois disso eu retorno para a cozinha atrás do brigadeiro que é simplesmente fantástico, claro que não admiti isso pra ela, pois obvio que não podia ficar muito por baixo eu já demonstrei muita fraqueza por hoje, maldita chuva. Melhor guardar esse brigadeiro pros meus irmão e meu pai não acharem, porque a Camila não vai fazer pra mim de novo então melhor conservar.

É Lauren Jauregui, chorando, comendo doce e pegando carona com uma nerd de bicicleta, definitivamente você não é mais a mesma.