História Seu olhar, teu sorriso. - Frágil coração

Alguns dias depois do ocorrido, Frisk voltou a ficar no seu estado frágil, de novo. Desde aquele ataque sua saúde ficou muito fragilizada, então era comum ela passar bastante tempo em casa e em bons dias ela passeava nas ruínas.

Sans tinha vontade de ir vê-la, jogar conversa fora, sentir aquele doce perfume de novo…

-> Ai, Ai, ai… esses pensamentos de novo.

Malditos pensamentos que não abandonavam sua mente. Ele e Papyrus acompanharam o crescimento dela desde sua infância e ria a toa pensando em quanto a menininha que eles acompanharam, brincaram e ensinaram havia crescido e se tornado uma bela flor. Mas era inadmissível ele pensar nela daquela forma… ele era apenas seu tio.

Cansado, ele foi para Grillby’s comer alguma coisa e ao chegar lá ficou brincando com os cães e fazendo piadas com os outros para esquecer dela.

->...Sans? Alguma coisa está te incomodando? <- Perguntou seu velho amigo flamejante.

-> Claro que não Grillby. <- Mentiu esperando que Grillby não perguntasse nada.

->... você age assim quando não quer focar em algum problema…

-> ... sabe que eu esquento com coisas bestas…

-> Mas nada que você se preocupa é a toa.

Sans pensou em desmentir, mas seria melhor ele ficar quieto e deixar passar. Ele não queria que seu amigo descobrisse, então pegou sua garrafa de ketchup e bebeu lentamente.

-> … é bem mulher.

O que Grillby tinha de calado...ele tinha de esperto já que conseguia pegar as informações no ar. Às vezes Sans acreditava que ele lia mentes, pois sua capacidade de interpretar as reações era bem assustadora.

Por sorte chegou alguns clientes que interromperam a conversa. Grato por isso, Sans aproveitou o momento e saiu escondido. Entretanto ao atravessar a porta uma mensagem chegou no seu celular.

“Se quiser, podemos jogar sinuca hoje a noite no horário de sempre.”

Estava evidente que Grillby tinha interesse em saber sobre quem Sans tinha interesse e obviamente Sans iria recusar o convite. Ele começou a patrulhar Snowdin e toda a área ao arredor já que hoje Papyrus ficou ajudando Undyne e provavelmente iria chegar mais tarde pois eles estavam praticando a receita que a Tori tinha ensinado.

Ele estava descrente que aquelas anomalias apareceriam de novo. Já que havia mais de anos que não se ouve nenhum relato de qualquer problema, todavia manter Frisk e outros monstro vivos era a prioridade da Guarda Real até o dia...em que ela falecesse.

Pensar nisso destruia seu coração, ele sabia que isso aconteceria um dia, mas rezava para que demorasse bastante. E por um instante se lembrou dos diversos sustos que eles tiveram com as quedas de sua frágil saúde, tinham muito medo de usar magia de cura e gravar sua condição.

-> Sans?

-> E-e-eai Tori, tudo bem? O que faz aqui em Snowdin?

-> Hahaha Sans, seu bobo

Daí Sans percebeu que tinha chegado na escadaria de sua casa e todo errado tentou disfarçar. Conversaram um pouco sobre como cada um estava e como ia a saúde de Frisk. Aparentemente ela estava se recuperando muito bem do acidente com as abóboras.

-> Posso fazer um visita?

-> Claro, ela vai adorar, mas acho que ela e o Flowey não retornaram das ruínas.

-> Estão folheando pelas ruínas?

-> Sim, Flowey precisava de seu sol diário então Frisk se voluntariou para levá-lo, não sabe o quanto isso me quebra-galho.

-> Hehehe se ela não fosse tão frágil, provavelmente trabalharia numa floricultura já que ela entende do ramo.

-> Hahaha por falar nisso… eu crisântemo que deve está na hora deles voltarem.

-> Jacinto isso também, posso ir buscá-los se quiser.

-> Oh Sans, você estaria me quebrando uma árvore.

As conversas com a Tori sempre o agrada, até porque além dela ser sua grande companheira de trocadilhos e piadas, ela é como uma grande amigo em que podia confirmar… bem, mais ou menos até porque ela era a mãe de Frisk… e claro e evidente que ele jamais iria pedir para ela ajudar ele a ficar com sua filha e...o que diabos ele tava pensando?

-> Sans, você é um esqueleto adulto que sabe controlar suas emoções… Você não é mais um adolescente com fogo no rabo… Que nem o Grillby? heh~... para ficar planejando coisas assim.

E foi negando bem baixinho até quase a entrada das ruínas, o único lugar onde recebia a luz bem fraquinha do sol, mesmo distante ele tinha uma audição muito boa e podia ouvir uma conversa com as vozes familiares que estava procurando.

-> Fico feliz por você se preocupar assim Asriel… mas você sabe… nada vai melhorar minha situação. <- Sans ficou curioso a respeito desse nome.

-> Não me conformo de te ver assim… é doloroso demais. Me nego aceitar que as coisas tem ser assim…

-> Nada é como a gente quer… você sabe muito bem disso. Nossos sonhos foram destruídos…e do jeito que nos encontramos...não sei se vale a pena continuar tendo determin-

-> NUNCA MAIS DIGA ISSO! É FÁCIL PARA VOCÊ FALAR COISAS ASSIM PORQUE NÃO É VOCÊ QUE VAI SENTIR A DOR DE PERDER E DE FICAR SE REMOENDO POR NÃO SER CAPAZ DE SALVAR A PESSOA QUE AMA ….de novo…. <- Respondeu chorando.

Sans se aproximou e se escondeu entre as pedras próximas de Frisk e Flowey.

-> Desculpa… mas ficar definhando dessa maneira é frustrante… ver todos vocês...dessa maneira… se matando par-

-> Para a gente também é frustrante… não termos a capacidade de te ajudar… ou se temos… a gente tem medo… como é o caso da magia de cura… Mas não vou desistir de encontrar uma solução. Eu e a Alphys estamos procurando isso… tá bom…?

Então Flowey utiliza suas raízes para puxar o rosto de Frisk para mais perto do dele e com suas folhas ele limpa as lágrimas de seu rosto ainda esperando sua resposta que ela estava relutante em dar. Eles ficaram se encarando por um tempo e a única coisa que se ouvia era o coração de Frisk batendo forte, cada batida angustiava Sans, já que elas não eram para ele como na noite de Halloween… e sim para a flor que criou coragem e beijou ela e ambos fecharam seus olhos.

Seus lábios se encostaram e ficaram assim por um longo tempo, aproveitando ao máximos cada instante. Era um beijo inocente e puro, que só acontecia uma única vez… era o primeiro beijo de ambos e isso abriu um profundo abismo no coração de Sans.

Foi a primeira vez que ele sentia que não podia ter ela só para ele e pior, que ela tinha alguém que realmente se importava com ela ao ponto de quebrar as regras e ir atrás da Alphys para tentar salvá-la. O que ele havia feito por ela? Absolutamente nada, apenas aceitou as coisas… como sempre fez. Isso o remoia internamente, a dor da culpa e possível rejeição.

Ele não aguentou e saiu dali… a procura do único local onde poderia ficar sozinho e que ninguém iria interrompê-lo, Waterfall. Ele estava muito chateado e sem motivação para falar com alguém. Passou o restante do dia por lá e só voltou a noite para contar a história de ninar do seu irmão, ao descer as escadas ele viu que Papyrus tinha trazido uns animes para assistir com Frisk quando ela melhorasse e como Undyne ficou na casa de Alphys, ele decidiu ver um para poder esquecer do que tinha acontecido.

-> One Piece...Naruto… Code Geass terceira temporada.... Kekkai Sensen segunda temporada… hm?

E chamou sua a atenção um dvd sem nome e resolveu vê-lo.

-> Animal Cosplay? Deve ser coisa de nerd...

Era um anime que contava sobre uma garota que foi amaldiçoada a se transformar no cosplay que ela fazia, claro de animais como o nome sugere, e só poderia se livrar da maldição se encontrasse alguém que amasse verdadeiramente ela. Um anime puramente ecchi com bundas e peitos para todos os lados.

-> Hehe... Os humanos inventam cada coisa…

Dai ele desligou o aparelho, guardou o anime num lugar em que seu irmão não pudesse pegar e foi dormir.

Foi um dia longo e muito difícil. Ele tentava ao máximo esquecê-la, mas não conseguia.

-> Por que Frisk… por que logo ela? <- Indagava enquanto procurava inutilmente por algum vestígio de seu perfume na cama e adormeceu a procura de seu perfume.

O som de seu despertador o irritou, mas não foi o suficiente para fazê-lo levantar da cama, tateou pelo colchão a procura de seu celular e repentinamente ele parou.

-> Sans você não vai se levantar?

-> … nope...não quero sair daqui…

-> Seu esqueleto preguiçoso… você não tem jeito mesmo… venha cá… eu vou te ajudar a acordar agora mesmo…

E então Sans que estava no canto da cama, foi puxado para o meio carinhosamente. Ele podia sentir um calor macio deitando em cima dele e *smack*. Recebeu um beijo repentino, quentinho, macio e longo… mas ele sentia que faltava algo e decidiu abrir seus olhos para admirar quem ele estava aguardando.

Claro, era Frisk e ela estava sexy com um cosplay de um carneiro, que era uma tiara com orelhas e um pequeno par de chifres, até que eram semelhantes aos de Toriel. Usava um pequeno top cheio de lã cobrindo seu busto, um short curto que também era de lã e em seus pulsos e calcanhares tinha algum acessório de lã, tornando-a tão fofa e adorável.

Então Sans começou a acariciar seus quadris lentamentamente, com muita vontade de tirar aquele short e top, mas algo estava incomodando… e muito… e quando ela finalmente foi beijá-lo de novo ele acorda agarrado com sua trouxa de bagunça.

-> Humanos… e seus fetiches… <- disse reclamando, mas mentalmente estava gostando do que estava sonhando.

-> Frisk… seria bom se seu cheiro continuasse.