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História Seu Pecado - XX - Qual é o seu pecado?


Escrita por: JulisBW_

Notas do Autor


Eu espero que não tenham sentido muito minha falta. Novamente, essa história está me sugando a criatividade, mas creio que nesse capítulo eu tenho finalmente conseguido retomar o rumo que eu queria dar para Seu Pecado.

Está romântico, emocionante e ao fim de tudo, está chocante. Não

Capítulo 20 - XX - Qual é o seu pecado?


 

Sakura abriu um sorriso disfarçado com uma expressão de confusão, estava feliz por ele estar ali, e as crianças sentadas no sofá, e por um milésimo de segundo, sentiu como se fosse uma família normal, seu marido, e seus dois filhos a esperando em casa para um jantar tranquilo onde conversariam sobre o dia deles, sobre as aventuras, e sobre as pretensões para o dia seguinte, onde brigariam por alguém ter deixado a tampa do vaso levantada, ou por que esqueceram se escovar os dentes, mas ela era Sakura Haruno, e as coisas não eram assim fáceis.

- Aconteceu alguma coisa? – Ela deixou sua bolsa pendurada no lugar já especifico para isso, e seguiu em direção as crianças, enquanto observava ele na cozinha.

- Mais tarde, falamos sobre isso, Deisuke e Sarada tem algo para te mostrar. – Ele explicou, apontando a colher de pau em sua mão para os filhos no sofá, fazendo com que a mulher sorrisse novamente, não era exatamente uma cena cotidiana, ver Sasuke de avental, cozinhando para a família, apesar de saber que ele era um excelente cozinheiro e que não iria admitir, mas, sentiu saudade da culinária do rapaz.

- Tudo bem. – Deu de ombros e sorriu enquanto seguia em direção aos filhos, ela gostava de pensar dessa maneira em relação a eles, tudo parecia muito repentino, mas gostava de imaginar que quando tudo se acalmasse, quando ela finalmente perdoasse Sasuke e as coisas se acertassem de verdade, eles seriam uma grande família.

O que era estranho é que por incrível que pareça, as crianças não tinham feito um grande alvoroço como costumeiro ao ver a mulher entrar, pelo contrário, ficaram até quietos demais, e essa atitude definitivamente não combinava com a duplinha que soltava pequenos risinhos no sofá, aqueles risinhos de antecipação quando se preparavam para aprontar.

Pensando bem, Sakura estava desconfiada, então em passos rápidos se aproximou deles, e teve uma grata surpresa ao descobrir o motivo das risadas, escondido através das pequenas mãozinhas, eles estavam ambos com o rosto pintados, Sarada tinha o desenho em forma de coelho e um cartão na mão, enquanto Deisuke estava pintado de dinossauro, e também carregava um cartão na mão.

- Oi mamãe, hoje foi dia especial de pintura na escola, e nós fizemos um cartão para celebrar, para falar algo para alguém especial com pinturas. – Contou eufórica a menina ao ver a mãe sorrindo boba para eles. – Eu sou um coelho. – Ela entregou o seu cartão para Sakura, e assistiu o irmão fazer o mesmo.

- Eu sou um dinossauro mamãe, olha para mim. – Deisuke disse, pulando no sofá para os braços de Sakura, que o recebeu com um sorriso, e um pouco de susto por quase não conseguir pega-lo

- Eu estou vendo, é um lindo dinossauro, só não vale morder a mamãe. – Disse Sakura simbolizando um gesto, como se fosse morder o pequenino, e ele caiu na risada, era encantador e calmante para a mulher ouvir a criança rir daquela maneira tão inocente, para ela, Deisuke já era quase tão seu como Sarada, seria capaz de fazer tudo para proteger aquele menino, e mesmo com tão pouco tempo, sentia sim, como sua mãe, e ai de quem dissesse o contrário.

- Quando ele começou a te chamar de mamãe? – Sasuke chegou por trás, surpreendendo-a, ele tinha um cheiro gostoso, de tomates misturados com algum tempero diferente, mas é claro que ele cozinharia algo com tomate.

- Faz alguns dias, eu quis te ligar no momento que ele falou, mas não queria atrapalhar seu treinamento. – Mal sabia a mulher, que atrapalhava mesmo assim, só a lembrança de Sakura era capaz de tirar Sasuke dos limites, e fazê-lo perder completamente sua concentração, por mais focado que ele tentasse ser.

- Papai, quando você vai embora de novo? – Sarada perguntou o que não teve chance no carro, sempre que via seu pai, ela passava dois dias com eles, e depois ficava uma semana, ou até duas longe.

- Não meu anjo, dessa vez, o papai não vai mais embora. – Sakura o olhou, surpresa com a fala, e Sasuke aproveitou para pegar a menina no colo, e acaricia-la, Sarada sorriu contentíssima com a noticia, assim como Deisuke, que já queria fugir do colo de Sakura para agarrar o pai, mas foi impedido quando ela o apertou mais forte, e afagou seus cabelos.

- O treinamento já acabou? – Perguntou curiosa, e afoita pela resposta, mas Sasuke apenas acenou negativamente, não a respondendo, seguindo em direção a cozinha – Sasuke? O que foi?

- Agora não, vamos jantar, acabei de fazer uma macarronada deliciosa. – Comentou, deixando a filha no chão, e se afastando novamente, Sakura, no entanto, não aceitou aquilo como resposta, ela deu um beijo no menino, e o colocou no chão junto da irmã, e se afastou em busca dele.

- Como assim agora não? Sasuke fale comigo, você me disse que iam ser dois meses de treinamento, e que se você passasse, teria mais um de aprovação, mas só tem cinco semanas, o que aconteceu? -Ela pediu, já irritada com a atitude de Sasuke.

- Eu não quero falar sobre isso na frente das crianças. – Disse convicto, e ela o olhou atentamente, parecia envergonhado, não tinha traços de raiva, e sim, de tristeza o que apenas a deixou ainda mais curiosa, a mulher se aproximou gentilmente dele, Sasuke tinha suas mãos apoiadas no balcão da cozinha, ele parecia esconder alguma coisa, até de si mesmo.

Ela sentiu como ele estava em conflito, então resolveu não perguntar mais nada, apenas colocou-se ao lado dele, e o abraçou, colocando suas mãos ao redor do pescoço, deixando que ele sentisse sua presença.

De imediato, Sasuke retribuiu o gesto, puxando a mulher para mais perto, como se aquilo fosse tudo que ele precisasse. – O que quer que tenha acontecido, nós vamos enfrentar isso juntos, não porque não estamos juntos, que eu não vou estar do seu lado se precisar de mim. – Disse, tentando passar alguma tranquilidade, que por fora não pareceu mudar muita coisa, mas por dentro, acalmou o coração inquieto de Sasuke.

- Vamos jantar, eu te conto tudo depois, por favor. – Ele pediu baixinho, afagando os cabelos rosas dela, deixando que o cheiro familiar de Sakura invadisse seus sentidos, e tomasse conta dele. – Por favor. – Falou pedindo novamente.

- Tudo bem. – Ela assentiu, e deixou que ele se afastasse, não parecia ser capaz de tomar a iniciativa de quebrar o contato.

Eles jantaram em um clima descontraído, as crianças contavam tudo para Sasuke, detalhando cada detalhe do jeito deles, Sarada contava como Boruto a irritava na sala de aula, querendo sempre chamar atenção do professor de um jeito estúpido, enquanto Deisuke falava das suas aventuras no parquinho, contou ao pai sobre a nova mamãe e como ele achava ela muito linda, fazendo com que Sakura sorrisse boba para o pequenino, lhe dando um beijo após.

- Então, o Boruto pegou o piloto da professora e pintou a parede papai? Ele é um idiota. – A menina nem percebia, mas falava mais de Boruto do que qualquer outra coisa no jantar, e Sakura se divertia com a irritação da filha, enquanto Sasuke concordava sobre quão estúpido era seu afilhado.

- Boruto é legal, ele não deixa o menino mal bater em mim. – Deisuke comentou, surpreendendo a todos na mesa.

- Que menino mal? – Sakura perguntou imediatamente.

- O que fez isso aqui em mim. – O menino levantou a manga longa do uniforme escolar, mostrando um roxo, com marca de dedos em seu braço esquerdo, a rosada arregalou os olhos imediatamente, e Sasuke empurrou a cadeira assustado.

- Quando ele fez isso Deisuke? Por que não me contou quando fui te pegar? – Sasuke se levantou para verificar o braço do filho, o garoto por sua vez se assustou com a reação abrupta do pai.

- Hoje de manhã quando cheguei na escola, ele queria que eu desse a minha lancheira para ele, mas eu não dei, e o Boruto veio me ajudar. – Explicou, um pouco assustado, e com medo dos pais brigarem com ele por estar machucado. – Não queria que vocês brigassem comigo.

Sakura se abaixou na altura dele. – Ah meu amor, mamãe nunca vai brigar com você por algo assim, eu tenho que cuidar de você. – Eles estavam muito próximos, e Sasuke sentiu a preocupação genuína de Sakura com o filho dele, como se aquele menino fosse realmente seu filho, exatamente como ele se sentia.  

- Vamos colocar remédio agora? Amanhã eu vou na escola, qual é o nome desse menino? – Sakura continuou, e o menino foi contando tudo aos tropeços, sentando no sofá, enquanto sua irmã escutava atentamente ao depoimento do menino, preocupada e culpada por não ter visto nada, ela era a irmã mais velha, Boruto vivia dizendo como era dever dele proteger Himawari de tudo.

Depois disso, os quatro sentaram no sofá e assistiram um filme juntos, Sarada disse ao irmão que a partir de agora de alguém incomodasse ele, era para vir falar com ela, que ela ia “quebrar o pau” nele, os pais riram, mas por fim, alertaram a menina que se algo assim acontecesse com qualquer um dos dois, deveriam ir a diretoria ou a algum professor e falar, e dizer a um deles também, para que tomassem as medidas corretas, e que violência não era a opção que deveriam tomar.

- Eu sei que você se preocupa com seu irmão Sarada, mas não pode agir sozinha, por mais que eu sempre te ensinei que você é igual a qualquer um, seja ele, mulher ou homem, não quero você se envolvendo em brigas, você pode se machucar. – Sakura explicou e a menina ouviu atenta aos conselhos da mãe.

- Quando estiver mais velha, nós podemos matricular você no karatê, mas jamais para que você aprenda a brigar e sim para se defender. –  Retrucou Sasuke, recebendo um gesto positivo de Sakura.

Eles acolhiam os filhos como se estivessem em um grande casulo, era uma época relativamente fria em Nova York, o filme que passava na TV era procurando Dory, e as crianças estavam todos enrolados e rindo à toa com o filme, até que os pequenos começaram a ficar sonolentos, e antes das oito da noite, já estavam desabando de sono na cama deles. Ambos, Sasuke e Sakura ficaram no quarto contando histórias até que eles adormecessem de verdade.

Sasuke já estava arrumando suas coisas para ir embora, o combinando era que eles dormissem longe um do outro, para que não houvesse nenhuma chance de recaída, precisavam daquele tempo, daquela expectativa, dormir juntos não era melhor ideia, e sempre os deixava mais confuso, mas naquela noite, Sakura sabia que Sasuke precisava dela, e não hesitou em pedi-lo para ficar.

- Talvez... – Ela falou, tentando criar coragem, sentia-se como uma adolescente chamando alguém para sair pela primeira vez. – Você devesse dormir aqui. – Conseguiu despejar.

- Não quero atrapalhar, vou estar aqui pela manhã, antes deles acordarem. – Falou Sasuke, pensando que o motivo da preocupação dela fosse os filhos.

- Não é por eles, eu quero que você fique. – Disse a garota, reunindo toda a coragem disponível em seu corpo.

- Sakura, nós já falamos sobre isso, você mesma não quer cair em tentação, então por favor, não me peça isso. – Ele explicou com pesar, queria ficar, queria desesperadamente, mas também não queria que ela se arrependesse.

- Poxa, eu não quero transar com você, só quero dormir com você, conversar, eu sei lá, faz duas semanas que não te vejo, e tudo que conversamos foi sobre as crianças, quero conversar sei lá, sobre qualquer coisa. -  O Uchiha sentiu o desespero na fala de Sakura, que proferiu tudo com uma agonia, ela só estava com saudades, e por mais que ferisse seu orgulho admitir isso, lá estava ela, pedindo para que ele ficasse.

Sasuke se aproximou de Sakura, pegou o rosto dela com as mãos, e a beijou, completamente de supetão, deixando ela atônita com o movimento, não esperava um beijo dele, mas agora quis reagir com a mesma intensidade que ele estava lhe proporcionando, o contato saudoso e desejado demonstrava como eles ainda eram loucamente apaixonados um pelo outro.

- Oi. – Ele retrucou. – Acho que esqueci de dizer isso quando cheguei.

As mãos dele desceram do rosto, e a puxaram pela nuca para aproxima-la ainda mais, se é que era possível, aquele beijo era ardente e cheio de sentimentos, os rostos se moviam com uma sincronia perfeito em um ritmo que só eles conheciam, beijar quem você ama sempre lhe causa um efeito diferente de qualquer coisa, é como uma droga que você não cansa de experimentar em busca de uma sensação da qual jamais irá se cansar. E nos lábios de nenhum outro encontraria esta sensação.

Para Sakura beija-lo lhe trazia de volta a garota que acabara de entrar na faculdade de direito que se apaixonou pelo cara misterioso com os olhos negros penetrantes, era como voltar ao tempo onde jamais tinha sofrido por ele, seu beijo a fazia esquecer de tudo, como se nada mais ao seu redor importasse, e para Sasuke, beijar a garota lhe trazia de volta o melhor momento da sua vida, lhe trazia de volta a segurança de estar nos braços daquele que sempre quis estar, lhe fazia sentir amado como jamais antes.

Separaram-se a contragosto em busca de ar, mesmo que achassem que este não era necessário, e ainda ofegantes, encostaram a testa um no outro e sorriram, meio bobos, novamente, como se fossem adolescentes apaixonados depois do primeiro beijo. – Eu também senti a sua falta. – Proferiu Sasuke, passando a mão sobre os fios rosados dela. –Tanto que fui expulso porque sentia muito a sua falta. – Confessou envergonhado, e Sakura se afastou abruptamente.

- Você foi expulso? – Perguntou assustada.

- Oficialmente, eu fui dispensando dos serviços prestados ao FBI, mas em palavras sinceras, fui expulso. – Sasuke se sentou, puxando a mulher junto com ele, a acomodando em seus braços.

- Como assim Sasuke? Semana passada você me disse ao telefone que estava indo tão bem, que era o melhor. – Sakura não podia entender o que tinha acontecido, ela não estava lá, e ele precisava dizer para a mulher que o motivo de ter sido expulso era o fato de que ela não saia da sua cabeça, e por isso, sua mente não estava concentrada o suficiente para ser um agente.

- É sua culpa. – Ele falou sério, e ela o olhou extremamente ofendida.

- Minha culpa? O que eu fiz? Ah Sasuke se você disser que é porque eu estou negando sexo, eu juro que vou lhe bater agora. – Reclamou ela já irada, e ele apenas sorria vendo a mulher se irritar.

- Eu falava mais de você e dos nossos filhos do que das minhas missões, eu pensava em você o tempo inteiro e não conseguia me concentrar do jeito que devia, então fui dispensado. – Sakura arregalou os olhos em susto, não só pelo motivo, mas por ele ter “nossos filhos”, foi quase se imediato sua reação com lágrimas. – Não, Sakura, não é motivo para chorar, eu estou bem, vou tentar de novo em dois anos, mas agora é uma coisa boa, vou ficar na empresa e vou ficar com você e com as crianças.

Ela ficou em um silêncio ensurdecedor, deixando apenas as lágrimas singelas rolarem por sua face, não era um choro, não estava desabando ali, estava apenas emocionada, mas Sasuke não entendeu isso, e ficou apenas preocupado, por não saber que ela chorava de felicidade

- Você disse nossos filhos. – Retrucou finalmente, mas Sasuke ainda continuava sem entender. – Eles são nossos filhos agora, não são? – Ainda falava sorrindo.

- Bem, já que você é a mulher da minha vida, e eles são ambos meus filhos, nada mais certo do que eles serem sim, nossos filhos. – O homem respondeu com convicção, entrelaçando os dedos com a amada.

- Você quer dormir? Ou podemos fazer outra coisa? – Perguntou ela, na maior inocência, porém Sasuke não pensou desse jeito.

- Sakura, Sakura, não me provoque. – Ele respondeu, tentando esquivar sua mente de todos os pensamentos pecaminosos que a ocupavam nesse instante.

- Não é isso, tarado. – Disse, dando um tapa “gentil” contra o braço dele. – Quero assistir Suits. – Ela disse, meio com vergonha, como se pedir aquilo fosse de alguma maneira mais embaraçoso do que pedir por sexo.

- Nossa, não vejo Suits desde que... – Sasuke parou bem para pensar, e tentou lembrar a última vez que assistiu a série, e só então se deu conta, ao encarar o olhar envergonhando de Sakura para ele. - Você também não?

Ela acenou negativamente, Sasuke e Sakura tinham poucos rituais como casais, quer dizer, tinha poucas coisas que eles faziam somente a dois, e uma delas era maratonar séries, se começassem uma juntos, teriam que assistir apenas na companhia um do outro.

- Sempre que eu tentava assistir, lembrava de você reclamando de que aquilo não aconteceria na vida real, sempre que ouvia alguém falando de um novo episódio, eu fugia para não ter que lembrar que eu não conseguia fazer isso sem você, parece estúpido, não é? Quer dizer, quem não consegue ver séries por causa de um ex? – Ela falou, era evidente o quão lembrar do tempo que ele não esteve com ela era doloroso, para qualquer deles, mas não eram os grandes gestos que lhe faziam falta, e sim a vida que tinham juntos, cada mísero detalhe era uma lembrança que ardia, que quebrava cada um aos poucos ao ser tocada.

- Eu não consigo entrar no cinema desde que você foi embora. – Confessou Sasuke, fazendo com que ela tirasse o olho da vista que seu apartamento tinha para Nova York e se voltasse para ele. – Perdi a estreia dos meus filmes favoritos e não consegui levar Deisuke em nenhuma animação, por mais que ele quisesse, as vezes o mandava com Hinata, mas eu não conseguia entrar em um, porque eu não ouviria você reclamar que o livro era melhor, ou que o 3D não era necessário para aquele filme, não teria a minha crítica favorita assim que saísse dali, então não via motivos para entrar no cinema.

- Eu senti tanto a sua falta. – Essa foi a vez que esta frase soou mais sincera, não que das outras vezes tenha sido proferida em vão, mas agora ela parecia ter um peso maior, Sakura o encarou de uma maneira terna, subiu no colo de Sasuke contra o sofá e começou a toca-lo, não de uma maneira sexual, não, eles não planejavam transar naquela noite, ela apenas queria senti-lo. – Senti sua falta quando chovia, quando dirigia e não brincava de Zitch Dog., quando escutava Bon Jovi e não tinha você para encenar os solos da guitarra, são as pequenas coisas que fizeram ser insuportável ficar cinco anos sem você. – Ela chorava, dessa vez, ainda tentando manter o controle, suas mãos tocavam o rosto dele, como se tentassem conhecer e absorver cada detalhe de Sasuke para nunca mais esquecer.

- Sarada era um lembrete constante seu, os olhos dela, os cabelos, o jeito que fica emburrada, até a maneira que ela fala o maldito Hmm, é parecido com você, mas ainda assim, eu morria de medo de te esquecer. – Ela continuou emocionando o homem a sua frente, que observava com cautela o sofrimento estampado na voz dela.

- Quando você foi embora, eu bebi três litros de uísque, e bati o carro do meu pai contra uma árvore, eu não queria viver, preferia morrer a ficar longe de você, fiquei internado alguns dias, e quando acordei, minha vida ainda era horrível, mas eu precisava viver, se eu quisesse ter a chance de um dia ir atrás de você novamente, Sakura, mas eu não tive coragem, porque eu casei com outra mulher, eu te deixei ir embora, eu te mandei embora, era minha culpa. – Sasuke se culpou por ter deixado ir, e agora se culpava por ter perdido cinco anos ao lado dela, quando seu pai entrou em coma poderia ter vindo atrás dela, quando os médicos disseram que ele não iria acordar, poderia ter saído do pais, largado tudo e ido atrás da única mulher que domava seus pensamentos.

- Eu tive cinco anos Sakura, se eu fosse você não me perdoaria, eu não fui homem o suficiente para merecer o seu perdão, ainda acho que não sou, mas droga, eu não consigo viver sem você, eu não quero viver sem você. – Ele levou as mãos a cabeça, até esse instante estava aproveitando os toques leves das sutis mãos de Sakura contra sua pele, mas o nervosismo tomou conta dele, não conseguia suportar a possibilidade dela o deixar novamente, de se afastar, de ter que vê-la ser feliz com outro.

- Eu não queria te perdoar, nos primeiros anos imaginei você voltando, imaginei a nossa briga e você me pedindo perdão e então seriamos feliz, no terceiro ano, eu já me imaginando pisando na sua cabeça, te humilhando e sendo feliz com outro, e Sarada nem se importaria com você, no quarto ano, eu queria tanto te bater, porque eu te xingava todos os dias, porque eu pensava em você todos os dias, e eu queria entender porque você não vinha atrás de mim, e eu comecei a pensar, porra será que eu não fui nada na vida dele? Será que eu não fui importante para pelo menos merecer que ele viesse atrás de mim? – Ela confessou, rindo de nervoso, e até de desespero com as lembranças.

- Quando Naruto me ligou, e contou sobre a empresa, eu pensei em todas as maneiras que poderia brigar com você, ensaiei no espelho vários discursos, eu gritava comigo mesmo por ser tão estupida, eu te odiei por cinco anos porque eu não conseguia parar de te amar. Eu amo você Sasuke, eu não consigo parar de amar você – Ele entregou seus lábios contra os dela, e afagou seus cabelos em um gesto de carinho e amor, tomando a mulher, suas mãos foram até a cintura dela

- Me desculpa Sakura, por não ter sido o homem que você merece. – Ele falou, e logo em seguida depositou um beijo contra seu rosto. – Por não ter sido o pai que nossa filha precisou. – Novamente, ele repetiu o gesto, dessa vez contra o outro lado do rosto dela. – Por não maratonar séries com você. – E assim ele continuou a fazer, se desculpando. – Por ter esperado cinco anos para lutar por você, por não ter estado aqui durante os primeiros passos e falas de Sarada, me perdoa por ter deixado você nos braços de outro homem, por ter perdido tudo que você passou, por não ter brigado com você no carro ou cantado os solos de guitarra de Bon Jovi.

- Eu preciso que você me perdoe Sakura, preciso que me aceite de volta, preciso voltar a ser seu. – Ele suplicou com lágrimas no rosto, desesperado pelo perdão.

- Eu preciso que você me conte o que seu pai contra você, eu preciso que me conte sobre Amsterdã.

Sasuke engoliu o seco, Amsterdã era o que o afastou ele da vida que sempre sonhou ter ao lado da mulher que amava, era o que destruiu a oportunidade de presenciar a infância da sua filha.

- Eu preciso da verdade, preciso saber o que de tão sério aconteceu que você resolver abdicar de três anos comigo como se fosse nada, por uma vida que você não queria, ao lado de alguém que você não amava, eu preciso saber, e depois disso, eu posso te perdoar. – Sasuke retirou lentamente a mulher de cima de si, e levantou do sofá, inicialmente Sakura pensou que ele fosse embora, e se isso acontecesse, não sabia se realmente poderia perdoa-lo.

- Você precisa saber sobre Amsterdã. – Ele retrucou e começou a andar de um lado para o outro pela casa, sem conseguir formular as palavras para expressar tudo que tinha acontecido naquela sequência de 30 dias, que mudaram o rumo de sua vida completamente.

- Sasuke? – Ela perguntou, já preocupada, ele continuava a caminhar, como se quisesse afundar o chão, de tão fundo que pisava, até que após alguns segundos, ele parou, e encarou Sakura.

- Você realmente quer saber o que aconteceu? – Ele perguntou com uma seriedade jamais vista por ela estampada no olhar, e Sakura acenou positivamente, ajeitando-se no sofá para ouvir, quando ele repetiu o gesto por ela, sinalizando que estava pronto para falar.

- 9 Anos atrás, antes de eu conhecer você, antes de eu entrar na faculdade, e você precisa entender que eu não sou mais essa pessoa, que eu era um adolescente mimado que não se importava com ninguém. – Ele falava com um pesar, como se tentasse preparar ela para um perdão eminente, como se o que ele tinha feito tivesse perdão, era impensável e por anos aquilo o atormentou de um jeito que jamais pode explicar, até ele conhecer Sakura tinha pesadelos regularmente, era uma noite, um momento que nunca sairia dos seus pensamentos, mas a garota tinha sido sua luz por muito tempo e até Deisuke entrar em sua vida, os pesadelos tomaram conta.

- Sasuke, você está me assustando, dá para você falar logo. – Disse, afoita e nervosa com a situação, ela estava com medo, não queria que o que ele falasse fosse um divisor de águas, algo que os afastaria ainda mais, no entanto não podia deixar que aquele segredo continuasse a atormentar as suas vidas, porque enquanto ele ainda existisse, Sakura não conseguiria confiar totalmente em Sasuke. – O que aconteceu de tão grave, que seu pai te usou contra mim?

- Eu matei uma criança. 


Notas Finais


*Zitch Dog é uma brincadeira originária da série How I met you mother, consiste em duas pessoas dentro de um carro, sempre que algum deles ver um cachorro do lado de fora, tem que falar Zitch dog, e ao fim da jornada, quem tiver dito mais vezes, ganha.

Reservei o próximo capitulo para revelar finalmente em detalhes tudo que aconteceu em Amsterdã. Será que a Sakura vai ser capaz de perdoar o Sasuke? Depois de tudo ? Só aguardar <3

O que acharam deste capítulo? Consegui achar meu rumo?


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