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História Seu Pecado - VII - Remissão de um pecador


Escrita por: JulisBW_

Notas do Autor


Primeiramente: CHEGAMOS AOS 200 FAVORITOS, MUITO OBRIGADA <3 Gente, autoras de fics que eu amo estão lendo a minha fic, estou muito orgulhosa mesmo.
Segundo: Esse capitulo se passa antes das cenas do extra, então não vão achando que eu já decidi com quem a Ino vai ficar ainda não.
Terceiro: Eu amei esse capitulo, particularmente já é meu favorito, acho que consegui colocar a emoção que eu queria passar, em tudo que detalhei.
Quarto: Ainda não fiz a revisão toda, pela hora principalmente, mas espero que gostem, e se acharam algum errinho, podem avisar.

Capítulo 7 - VII - Remissão de um pecador


Fanfic / Fanfiction Seu Pecado - VII - Remissão de um pecador

Sakura levantou-se desesperada, aquilo não podia estar acontecendo com ela, de todas as pessoas do mundo, de todos os nove milhões de moradores em Nova York, ela tinha que atropelar justo ele, o homem que mais amou na vida, talvez o único. O pânico já tomava conta da garota. – Você matou ele, ótimo, você matou o pai da sua filha antes mesmo que ela pudesse conhece-lo. PARABÉNS SAKURA. GRANDE MÃE VOCÊ– Ela gritava com si própria parecendo uma louca no meio das ruas de Nova York.

- Não, ele não pode estar morto. – O desespero ficava cada vez mais aparente, mais agoniante. – Ai minha deusa, eu não posso tê-lo matado, não antes de eu pessoalmente esgana-lo pelo que fez comigo.  Não antes da Sarada conhece-lo, que droga Sakura. – Ela tremia de desespero, as lágrimas queriam descer, mas ela as impediu. – Ok, você é um ser completamente racional, não é mais aquela idiota apaixonada por ele, tudo bem , você pode toca-lo, é claro que pode toca-lo, é só para sentir a pulsação dele, ai merda, ele não está respirando. – Sakura tentava se aproximar do corpo, mas era como se por impulso se afastasse.

- Seu idiota, porque você está aqui? Você não deveria estar aqui até semana que vem. – Ela falava com o corpo desacordado do homem no meio da rua, levava as mãos à cabeça e apertava o celular contra a mão, ainda tremia do susto, o airbag do carro não tinha acionado, o que foi um milagre, pois costumeiramente até uma simples freada brusca era o suficiente para que ele atingisse em cheio o rosto da rosada.

- Pensa, Sakura, pensa. – Ela resmungava enquanto seus passos no meio da rua pareciam furar o asfalto lentamente. – Você é advogada, pode dizer que sua filha estava no hospital, furou um sinal em desespero e o atingiu. – Sim, sim, ela pensou na solução. – Mas deixa-lo aqui não é ideal, eu deveria ligar e fugir? Argh. – Ela gesticulava de raiva devido a sua indecisão, já estava praticamente entrando no carro para fugir, quando o arrependimento bateu.

- E é claro que eles vão fazer uma checagem de antecedentes, e descobrirem que eu sou a ex, e vai parecer alienação parental, afinal de contas eu já escondi uma filha dele, atropela-lo e fugir não ia ser a situação ideal. Ai que droga. EU NÃO PODIA TER ATROPELADO OUTRA PESSOA?  – Praguejou para os deuses, mas de repente ouviu um som de tosse fraco e algo como se a respiração tivesse o alcançado e notou que vinha do chão, sentiu um alívio gigantesco ao notar aquilo.  

Ela se abaixou novamente, e viu que ele lentamente tentava abrir os olhos, procurando por alguma fonte de luz talvez. – O que eu falo, será que eu falo? Ai Kamisama, me ajuda aqui por favor. – Sakura sussurrava com si mesma.

- Tem alguém ai? – A voz fraca e arrepiante de Sasuke invadiu todo o corpo de Sakura, provocando sensações que ela mesma já tinha esquecido.

- Oi, eu sou a mulher que te atropelou, eu estou ligando para ambulância, não se mexe, por favor. – Ela tentou mudar o tom de voz para não ser reconhecida, mas falhou, ele a conhecia bem demais para isso, e reconheceria a voz da mulher em qualquer lugar

Sasuke estava sentindo todo o seu corpo, como se tivesse sido revirado, e chacoalhado, respirar estava difícil, e sentia uma dor dilacerante no peito, como se algo ainda estivesse sobre ele, e o comprimindo, mas tudo pareceu insignificante ao ouvir o som melódico tão familiar, e que um dia ele amou desesperadamente, e sentiu tanta falta.

- Sakura? – Ele tossiu de novo, e a rosada se arrepiou, como ele ainda podia lembrar, ela ficou indecisa sobre se revelar ou não, mas novamente tudo perdeu o sentindo quando os olhos deles que lentamente se abriam ainda demonstrando a dor que ele estava sentindo.

- Oi. – Ela respondeu sem graça, e ele tossiu de novo, dessa vez, sangue começou a sair pela boca dele, e a garota entrou em desespero, a ligação para emergência ainda não tinha sido feita, e pelo local onde estavam com certeza iriam demorar, e Sasuke não parecia estar em uma situação cuja espera fosse resultar em algo bom.  – Eu esqueci de ligar para emergência e preciso te levar a um hospital, depois a gente conversa. – Respondeu agonizando enquanto se desesperava pelo estado dele, o homem então apenas assentiu.

Sasuke ainda estava tentando processar tudo que estava acontecendo, o fato de que tinha sido atropelado, e pior, atropelado pela mulher que ama, e acreditar que Sakura estava ali diante dele parecia ser coisa de outro mundo, sentiu o pequeno e fino braço da garota envolveu seu pescoço e gemeu de dor ao tentar se levantar, mas ela parecia firme, e segura de si, e do fato que conseguiria o levar até o carro que até poucos segundos atrás o tinha acertado em cheio. Caminhou em passos dilacerantes até o carro, tendo a maior parte do seu peso sustentado por ela, chegaram ao veículo depois de um minuto de gemidos agonizantes, ela o alocou no banco do passageiro, colocou gentilmente o cinto de segurança, e seguiu para seu lado.

Antes de abrir a porta e entrar no mesmo carro que Sasuke, a garota respirou fundo e tentou mais uma vez assimilar a sequência de eventos que tinha acabado de acontecer, e o fato de que Sasuke Uchiha estava sentando no banco do passageiro do seu carro, pensou rapidamente em quantas vezes desejou que algo ruim acontecesse com ele, ou que ele simplesmente que ele aparecesse e pedisse perdão e que as coisas voltassem a ser como eram, e que ele pudesse ter criado a filha junto com ela

Sugou o ar para os pulmões mais uma vez, e entrou no carro, Sasuke gemia de dor, e ela estava ficando cada segundo mais preocupada.

– Nós já estamos chegando, tente não se mexer muito. – Ela pediu em uma súplica, esperava que ele falasse alguma coisa, mas o moreno permaneceu calado durante quase todo o percurso, algumas rápidas vezes, se encararam e Sakura quase perdia o controle do carro quando isso acontecia, e durante a última encarada, ela arregalou os olhos em desespero. – Sarada. – Ela falou e tapou a boca imediatamente.

- Quem é Sarada? – Foi então que a voz dele surgiu, e arrepiou todo o corpo de Sakura novamente, ela gelou, o que iria responder, teria que mentir, mas aquilo não era certo.

- É, ela é... alguém importante. – Por sorte, o hospital para onde o levaria seria o mesmo onde a filha deles se encontrava, e teria que fazer de tudo para que eles não se encontrassem, afinal de contas, ela queria que fosse tudo perfeito para filha, e ver o pai dessa maneira definitivamente não seria adequado.

- Hm. – Ele respondeu, e uma pilha de memórias veio à mente de Sakura, a maneira única e peculiar que ele tinha de responder tudo com um Hm, coisa que a irritava profundamente, mas naquele momento não pensou nisso, pois Sasuke tossiu mais uma vez, e o sangue parecia jorrar da boca dele, ela imediatamente alcançou o peito dele por cima da camisa e começou a massageá-lo para tentar aliviar alguma coisa.

- Coloca tudo para fora, senão você pode se engasgar. – Foi involuntário, mas a mão de Sakura caminhava pelo tórax do moreno, e Sasuke sentiu arrepios ao sentir aquele contato tão desejado após todos esses anos.

- Sakura. – A mão dele então seguiu o mesmo caminho, e gentilmente tocou na parte superior da dela.

Ela fechou os olhos por um segundo, e deixou-se levar pela sensação prazerosa, e pelo calor daquele momento, e apenas continuou dirigindo, mas ao vê-lo gemer mais uma vez, pisou o pé no acelerador e logo em seguida viu que já estava na porta do hospital, saiu do carro, com as lágrimas escorrendo, pois, a situação tinha piorado, e o sangue já estava espalhando-se pela camisa dele.

- Ajuda. ALGUÉM ME AJUDA. – Ela gritou ao chegar na porta do hospital, o que alertou Sai que estava sentando na recepção e reconheceu a voz dela.

- Sakura o que houve? Você está bem? – Ele perguntou preocupado enquanto procurava no corpo dela algum vestígio de ferimento. – Você não parece ferida.

- Eu atropelei meu ex. – Ela respondeu enquanto tentava respirar direito, dois enfermeiros vinham em sua direção com uma maca, e ela se desvencilhou dos braços de Sai e seguiu para abrir a porta do carro.

- Você atropelou o Sasori? Mas por que? – Ele perguntou enquanto tentava ajuda-la de qualquer maneira.

- Não, eu atropelei meu ex. – Ela gesticulou firmemente, e então o branquelo se deu conta da gravidade da situação.

- Você atropelou o pai da Sarada? – Ele disse enquanto Sasuke era retirado do carro, e Sakura virou violentamente e tapou sua boca, mas não tinha sido rápida o suficiente, Sasuke tinha ouvido.

- PAI? – Ele arregalou os olhos e logo então desmaiou, fazendo Sakura entrar em pânico.

- SASUKE. – Gritou se aproximando do corpo, e tentando acorda-lo. – Sasuke pelo amor de Deus, você não pode morrer, não agora, ai droga. NÃO MORRE. – Ela implorava enquanto os médicos iam se aproximando e tentando retira-lo de cima dele.

- Senhora, Senhora, por favor, deixe-nos ajuda-lo. – Sakura estava decidida a não sair dali, sentia uma necessidade urgente e desesperadora de ficar ao lado dele naquele momento. – Não deixe ele morrer. – As lágrimas corriam por seu rosto, e foi necessário que Sai se aproximasse para poder retira-la dali.

- Vai ficar tudo bem com ele, os médicos vão fazer de tudo. – Sai consolou a rosada que voltou a chorar em seus braços por alguns minutos. – Como isso aconteceu?

- Eu estava vindo para cá para ver a Sarada. – Sakura então se deu conta novamente da situação da filha. – Ai meu Deus, a minha filha, como ela está? Ai que merda de mãe que eu sou. – A rosada já falava aos tropeços, e sua respiração era incorreta e acelerada, Sai então a prensou sobre os ombros.

- Ei, olha para mim, respira. Está tudo bem com a sua filha. Você é uma ótima mãe, Sakura, CALMA. – Ele disse pausadamente e com firmeza, mas dessa vez, era disso que Sakura precisava, de um choque de realidade.

- Onde ela está? – Sakura fungou e enxugou as lágrimas, seu rosto estava inchado e com lagrimas secas que faziam com que ele estivesse grudando.

- Quarto 207, ela está te esperando, Ino está lá, eu só vim buscar alguma coisa para ela comer. – Sakura respirou mais uma vez, e seguiu o moreno em direção ao quarto da filha. Antes de entrar, Sai a segurou. – Não acha melhor lavar o rosto, não vai querer explicar o motivo das lágrimas, eu acho. – E novamente ele tinha razão, ela seguiu para o banheiro mais próximo.

A rosada encarou o espelho, e sentiu raiva de si por estar chorando por ele novamente, mas ela era humana, e a situação dele merecia, ela o atropelou, e podia tê-lo matado, porém não era isso que a incomodava, e sim o fato de que apesar de tudo, só a presença dele já era atordoante, e confusa, sentia-se fraca, como a garota de cinco atrás, sentia-se apaixonada novamente, e aquele turbilhão de sentimentos a invadia novamente, e ela simplesmente não conseguia conter. Mas Sarada prendia seu mundo, a filha precisava dela agora, mas nesse momento não mais que o pai.

Ela jogou água mais uma vez, e respirou fundo, enxugou o rosto, e encontrou Sai esperando por ela do lado de fora. – Obrigada. – Sussurrou, e ele sorriu em resposta, ambos entraram no quarto, e Sakura abriu o seu maior sorriso ao ver sua princesa sentada conversando com a Tia.

- Mamãe. – Ela abriu os braços para recebe-la, e Sakura sentiu um calor incrível tomar conta dela, a sensação de felicidade ao ouvir sua filha pronunciar aquela palavrinha já era o suficiente para remendar o seu dia.

- Oi meu amor. – Ela seguiu para perto da cama, e envolveu a filha fortemente, Ino percebeu o rosto inchado da amiga, e pensou que fosse de preocupação. – Você deu um baita susto na mamãe. – Ela falou fingindo um tom de bronca, e Sarada abaixou a cabeça.

- Desculpa, eu não sabia que tinha nozes naquele doce. – Ela respondeu inocente, e Sakura voltou a sorrir par filha.

- Não foi sua culpa meu amor, não precisa se preocupar. – Ela segurou o pequeno rostinho da menina, e deu um beijo da testa.

- Por que você demorou mamãe? – Ela perguntou curiosa, enquanto voltava sua atenção para o celular da tia.

- É Sakura, por que demorou tanto? – Ino foi quem falou dessa vez, e Sakura não queria preocupar a filha e muito menos a amiga.

- Problemas com o carro, demorou para ligar. – Ela mentiu, e rezou para parecesse convincente, o que magicamente aconteceu.

- Imagino, afinal de contas, o que mais poderia te atrasar. – Ino comentou risonha, mas Sakura não sentiu vontade de rir, de fato naquele momento tudo que queria era chorar, estava aliviada por sua pequena estar bem, mas seu coração doía de preocupação com Sasuke.

- Ei, mamãe vai pegar um café para ela, tudo bem? – Ela perguntou para filha que parecia mais interessada no jogo do que nela, e a menina apenas acenou a cabeça. Sakura chamou a amiga e pediu para que Sai ficasse ali com a filha. Por sorte, Sarada o adorava.

Ao saírem do quarto, Sakura desabou sobre os ombros da amiga, que se assustou, e pensou que toda aquela reação fosse por causa de Sarada, e tentou tranquilizar a amiga. – Sakura, ela está bem, foi só um acidente. – Ela falava, mas Sakura não respondia e continuava a chorar.

- Ino. – Ela mal conseguia falar ou respirar de tanto chorar. – Ele está aqui. – Ela disse por fim, e Ino ficou boiando na situação.

- Quem Sakura? – Ela perguntou curiosa.

- Sasuke, eu o atropelei, eu acho que ele vai morrer. – Falou em pânico. – Eu achei que eu matei o pai da minha filha. – Sakura não conseguia conter o quão pronunciar aquela frase estava doendo no coração dela. – Acho que matei o amor da minha vida. – Ela não queria assumir aquilo, não queria sentir aquilo, não era justo com ela, não era justo, já tinham se passado cinco anos, e todos aqueles sentimentos arrebatadores e dolorosos ainda estavam ali como se apenas uma semana tivesse passado. – Eu ainda o amo Ino, eu o amo tanto que está doendo em mim, se ele morrer Ino, eu não sei o que vou fazer, como eu vou contar para Sarada, ela nunca vai me perdoar. – Sakura parou de falar, e voltou a chorar, enquanto isso Ino tentava assimilar toda a informação que acabara de receber.

Sasuke estava no hospital, Sakura tinha o atropelado, e ela ainda o amava, resumiu nisso tudo que acabara de ser dito pela rosada. – Ok, vamos lá, primeiramente, O QUE? COMO ASSIM VOCÊ O ATROPELOU, VOCÊ FEZ ISSO DE PROPÓSITO? – Ino praguejou gritando com a amiga.

- Não, é claro que não, foi um acidente. – Ela respondeu de supetão já que estava assustada com a reação da loira.

- Certo, então vamos verificar como ele está, e depois você lida com seus sentimentos, nesse momento precisamos lidar com o fato de que você pode ter matado alguém. – Sakura estava tremendo e provavelmente em choque devido as palavras dela. – Não, não, você não ganha o direito de paralisar agora, Sakura é o Sasuke, você não vai ficar bem sem saber o que está acontecendo com ele.

Porém a garota não conseguia se mexer, além das lagrimas rolando pelo rosto dela, nada na garota reagia. – Sakura, SAKURA, REAJA DROGA. – Ino gritava, mas não surtia efeito, até que ela pensou em uma solução mais radical e desferiu um tapa contra o rosto dela, o que definitivamente a fez reagir.

- AI VADIA. – Ela gritou, e ambas chamaram atenção de uma enfermeira que passava pelo corredor e fez um sinal de shiu para as duas.

- Já que você reagiu, vamos procurar saber como o Sasuke está. – Ela saiu pelos corredores, puxando Sakura pelo pulso, até que a rosada encontrou um dos médicos que atendeu o moreno, e seguiu em sua direção arrastando Ino, ele, por sinal, pareceu bem satisfeito em vê-la.

- Ah senhora, estava mesmo procurando por você, a polícia está lhe procurando para saber o que aconteceu, mas antes disso, preciso que você me forneça algumas informações sobre o paciente já que não achamos nada nele.

- Certo. – Ela assentiu, mesmo sem assimilar complemente tudo que ele falou, parecia que Sakura estava um modo automático, e apenas respondia as coisas.

- Nome dele por favor. – Ele pediu enquanto pegava um formulário em uma prancheta.

- Sasuke Uchiha. – Respondeu.

- Tipo sanguíneo? – Perguntou.

- O Positivo. – E Sakura novamente respondeu.

- Doador de órgãos? – Nesse momento ela arregalou os olhos, porque ele estava perguntando aquilo.

- Por que quer saber disso? Ele está morto? – Ela voltou a respirar em pânico, mas Ino que estava próxima e tentou acalma-la o que novamente não surtia efeito, e já estava frustrando a loira, desconhecia a Sakura que estava diante dela.

- Não, não, é apenas formalidades do hospital. – Ele respondeu apertando uma mão contra ombro da mulher, fazendo com que ela respirasse aliviada.

- Então, sim. Ele é. Eu posso vê-lo? – Ela perguntou tímida.

- No momento ele está em cirurgia, ele teve o que chamamos Hemotórax, houve uma pressão muito grande sobre o tórax dele que causou um rompimento nos vasos da cavidade, você o trouxe na hora certa, mais alguns minutos e teria sido fatal. Tudo indica que ele vai ficar bem – Sakura caiu no chão ao ouvir aquilo, ele vai ficar bem, fora praticamente o que ela ouviu, ele vai ficar bem.

- Ele vai ficar bem Ino. – Falou olhando para amiga, que naquele momento só sabia retribuir o abraço.

- Sra Uchiha, o seu número por favor, em casa de emergência. – E novamente Sakura apenas reagiu, e anotou os números referentes ao seu celular, e por um segundo ficou feliz por ter sido chamada de Sra,Uchiha, mas não durou muito, e Ino percebeu, mas antes que ela pudesse desmentir, a loira a impediu.

- Não sabemos com quem ele está aqui, e você ainda tem que se explicar para polícia. – Ino sussurrou. – Afinal de contas o que ele estava fazendo aqui? Pensei que a fusão só fosse semana que vem

- Eu também não sei, apenas sei que o atropelei, e que isso não vai pegar bem para qualquer corte, principalmente quando ele descobrir sobre a Sarada. Ino, ele tem tudo nas mãos agora, ele me tem nas mãos novamente. – Sakura respondeu indignada, e pouco a pouco, a sua “consciência” voltava a si.- Vou ter que implorar para ele não prestar queixa.

- Pelo que eu vi há dez segundos atrás, ele sempre te teve nas mãos, agora eu entendo a sua constante necessidade de não querer nem que toquem no nome dele, você ainda é louca por ele, o seu ponto fraco tem nome e sobrenome. – Detestava admitir aquilo, mas Ino estava cheia de razão, Sasuke era sim, um dos seus pontos fracos.

- Eu sei, ok. Eu sei a influência que Sasuke tem em mim, mas nesse momento, eu não me importo, eu me importo que ele está em uma mesa de cirurgia e que sim, ele podia morrer. – Sakura respondeu imponente. – E agora eu preciso contar a ele a verdade, porque eles estão a menos de 100 metros um do outro, e não é mais justo, eu fazer isso com nenhum do dois.  Eu o odeio Ino, mas isso nunca me impediu de ama-lo também.

Sakura foi falar com os policias e explicou sua versão da situação, e eles pediram apenas que ela não saísse da cidade, e que deveriam esperar pela versão do rapaz. Ino e Sai tiveram que ir embora do hospital, e Sarada no meio da noite acabou tendo outra reação alérgica a algum medicamento injetado nela, fazendo com que Sakura entrasse em um estado ainda mais preocupante, parecia que naquele momento tudo conspirava para lhe tirar da sua sanidade. Sasuke saiu bem da cirurgia, e ela teve que explicar que não era esposa dela, e sim a ex namorada, e mãe da filha deles, mesmo que ele mesmo não soubesse disso, usou desse argumento para colocá-lo em quarto vizinho, o que levantou suspeita, pois não quis colocá-lo no mesmo quarto que a filha, mas ela explicou que Sarada tinha um sono muito leve, e temia acorda desnecessariamente com a movimentação. O que pareceu uma desculpa esfarrapada na hora, mas acabou fazendo total sentido. Sakura se dividia em duas para ficar nos quartos, estava preocupada com os dois, sua filha respirava com dificuldade, pois a reação provocou um choque anafilático nela, que travou sua garganta, mas rapidamente os médicos agiram, e a rosada continuava se sentindo mal, como se tivesse sido uma péssima mãe por estar tão perto da filha, mas não ter notado uma nova reação, mas o médico a tranquilizou dizendo que foram praticamente imperceptíveis, os sintomas externos. Sakura pediu uma poltrona e dormiu segurando a mão da sua pequena, enquanto velava por um sono tranquilo dela. Logo pela manhã de segunda, Sarada acordou manhosa, perguntando se teria que ir para escola, o que arrancou um sorriso da mãe, que negou para ela.

A menina ficou feliz por alguns segundos, pois logo em seguida chegou o seu café da manhã, Sakura a deixou com uma enfermeira, disse que iria ao banheiro e pegar alguma coisa para comer, no entanto ela se dirigiu ao quarto ao lado, e percebeu que o moreno já estava acordado, ela se perdeu facilmente nos olhos ônix do seu amado, a cara fria e emburrada de sempre tomava conta do seu rosto.

Sasuke acordara com dificuldade, sentiu seu peito mais pesado, como se estivesse cortado, abriu seus olhos lentamente e procurou familiaridade em algum lugar, pelo ambiente notado, percebeu que estava em um hospital, e flashes da noite anterior começaram a invadi-lo, lembrava de ter sido atropelado, e da dor. Mas a sua memória parecia querer estar brincando com ele, pois lembrava fielmente do rosto de Sakura, do seu toque em seu corpo, fora ela que o atropelou. Sorriu internamente, o desejo de vê-la era tão grande que devia estar imaginando coisas, pensou ele. Mas como teria imagens tão vividas dela, e com uma aparência mais adulta do que da menina que mandou embora cinco anos atrás, será que tinha sido possível, mesmo depois de todos esses anos, será que fora Sakura quem o encontrara naquela noite. Então a certeza veio em forma de uma linda mulher parada em frente ao seu quarto.

- Então eu não estava sonhando. – Ele falou, e Sakura falsamente sorriu para ele. – Você atropelou.

- Sasuke. – Disse enquanto se aproximava. Ela estava tremula e não sabia como reagir, ou muito menos o que falar. – Eu... – Começou a gaguejar, e as palavras pareciam ter sumido do seu cérebro, assim como o oxigênio naquele momento, então despejou tudo de vez. – Sinto muito, eu não tinha te visto. Estava com pressa.

- Então não foi de propósito? – Ele perguntou e ela o encarou surpresa, e seu corpo inteiro reagiu.

- Não, mas é claro que não, eu nem sabia que você estava em Nova York, achei que só viria na semana que vem. – Respondeu em um tom de defesa, afinal de contas estava ofendida

- Não iria te culpar se tivesse feito de propósito, além do mais. – Ele ia falar, mas foi interrompido. – Achei que me odiasse.

- Odeio. – Respondeu singela. – Mas jamais te machucaria desse jeito. – Sasuke a olhou mais uma vez, ela estava tão linda, tão mais mulher do que ele lembrava, sua mente estava tomada por seu perfume que invadia o quarto e bagunçava seus sentidos.

- Quanto tempo ein. – Ele falou tentando se sentar na cama, mas foi impedido pelas mãos dela em seu peito.

- Não devia se levantar. – Disse rapidamente, e se afastou ao percebeu o efeito que o toque dela tinha causado no corpo do rapaz.

- Eu... – Ele queria falar alguma, Sakura já notava isso, ela também queria, era como se a situação fosse embaraçosa demais, fosse difícil demais encara-lo depois de tanto tempo, e principalmente depois do que ela tinha feito. – Senti sua falta. – Disse o moreno por fim, e as defesas de Sakura se desarmaram por segundos, mas ela conseguiu assimilar suas palavras, letra por letra, as engoliu e fechou-se de novo.

- Talvez se não tivesse me largado, não estivesse sentindo minha falta. – Rebateu a mulher.

- Touché. – Disse Sasuke rindo, mas se arrependeu ao sentir a pontada de dor que o atingiu ao fazer isso.

- Não se esforce idiota. – Sakura praguejou irritada, ainda mantendo distância.

- E agora você se importa com isso? – Falou irônico.

- Claro que me importo Sasuke, não seja tão cego, se não importasse não estaria nem aqui.

- Acho que está aqui para ter certeza que não me matou, afinal de contas, não iria querer isso na sua consciência.

- O quão idiota você pode ser, ME IMPORTO COM VOCÊ, SEMPRE VOU ME IMPROTAR COM VOCÊ, NÃO QUERO QUE MORRA.-  Sakura estava se controlando para não gritar com ele, mas dessa vez não conseguiu.

- Por que você ainda se importa comigo Sakura? EU SÓ FIZ MERDA COM VOCÊ, EU NÃO MEREÇO QUE SE IMPORTE COMIGO. – Ele também alterou o tom de voz, mesmo que aquilo lhe causasse um dor insuportável, a qual lhe arrancou um gemido de dor, que fez com que Sakura se aproximasse dele, e verificasse o curativo em seu peito, ela ficou calada, não queria responde-lo, pois sabia que a resposta era ridícula, era tudo que ela não queria. Sentou na cama, e tentou acalma-lo, já o tinha machucado demais, pelo menos fisicamente, não queria ser responsável por sua piora.

- Não grita, você só vai piorar. – O choque provocado pelo contato dos dois foi inevitável, Sakura escondia o rosto para que ele não pudesse vê-la chorando, mas Sasuke ouviu os gemidos baixos dela, e fez um esforço ainda maior, e apesar da dor, sentou-se na cama.

- Sakura, olha para mim. – Ela virou o rosto, mas ele segurou o queixo da garota, e a virou, fazendo com que suas esmeraldas se fixassem em seus olhos negros. – Sakura por favor, você não está colaborando. – Ele disse, enquanto ainda sentia as mãos dela sobre seu peito.

- Eu não sei porque ainda me importo com você, tens razão, deveria te odiar, e achava que te odiava, com todas as minhas forças, pedi para que você morresse, desejei isso durante cinco anos. Mas quando você estava diante de mim, e o meu "desejo" estava prestes a acontecer, um buraco se abriu no chão, e em mim, eu não queria perder você, eu não queria que você morresse. – Confessou, enquanto ela se levantava, mas Sasuke agarrou seu pulso, e a fez sentar novamente

- Obrigada. – Ele envolveu seus braços sobre a cintura dela, a apertou firmemente contra o corpo dele, mesmo dolorido. – Por ainda se importar. – E só ali, sem que ele pudesse ver, Sakura se permitiu chorar, não queria retribuir o abraço, mas a falta que sentiu do calor do corpo dele foi demais, os finos braços dela atravessaram o pescoço dele, e o envolveram, por alguns segundos Sakura se perdeu no cheiro dele, e não sabiam quanto tempo queriam ou deviam ficar daquela maneira, mas a pior pessoa que poderia interromper aquele momento apareceu na porta.

- Mamãe? – A pequena dos olhos negros encarou a cena, sua mãe estava abraçada a um homem forte, que parecia estar muito machucado, mas ainda não conseguia ver seu rosto.

Sakura arregalou seus olhos, e entrou em desespero, aquela definitivamente era a pior maneira que aquela situação podia acontecer, mas sua filha já estava diante dela, e a Sarada sabia muito bem como era o rosto do pai, e Sakura percebeu ali que não teria mais volta, ela encarou Sasuke que ainda não tinha propriamente se dado conta de tudo, focou os olhos do moreno dele. Um flashback da noite passada voltara a sua mente, lembrou quando um homem falou para Sakura que ela tinha atropelado o pai de Sarada, e naquele momento tudo parecia se encaixar.

- Papai? – Ao finalmente ver o rosto do homem, a menina chocou-se, era ele, o homem do foto, o homem do parque que achou parecido com o homem da foto, era o seu pai, o homem com os braços envoltos sobre o corpo de sua mãe era o seu pai, quem ela tanto sonhara conhecer, a pequenina deixava lágrimas finas escorrerem por seus olhos, estava emocionada, de uma maneira que nunca tinha sentido antes, estava feliz, via em sua mãe, um olhar estranho, e no homem, confusão, como se ele não entendesse bem, afinal de contas, será que ele sabia quem ela era.

A menina correu para a cama onde ele estava, e sua mãe reagiu rapidamente e a pegou no braço. – Mamãe, é o papai, é mesmo ele? – Sarada olhava curiosa e feliz para o rosto da mãe, que apenas acenou positivamente.

Sasuke estava perdido, a menina era sua cópia, fiel em todos os sentidos, não havia dúvidas sobre a paternidade, era linda e tão pequena e indefesa, e apesar da semelhança via muito de Sakura nela, seu coração parecia que ia explodir, não sabia como se comportar, estava tremendo, incrédulo, olhou para Sakura e viu uma confusão desesperadora nela.

- Então, essa é a nossa filha, Sarada. – A menina praticamente saltou dos braços de Sakura, e se atracou no pai, ele gemeu devido a dor do impacto, e a rosada reagiu imediatamente pronta para tirar a filha dali, mas ele fez um sinal para que ela deixasse.

Sasuke sentiu os braços pequenos em volta do seu pescoço, e sorriu feliz, e extasiado, e por um segundo, sentiu-se completo, como nunca antes. A menina segurava o pai tão forte, como se nunca mais fosse solta-lo.

Sakura observava a cena emocionada, e com uma pitada de ciúmes, estava extremamente feliz por sua filha, mas a preocupação vinha logo em seguida, não sabia como seria a reação dele, e o pior, como iria explicar para filha tudo aquilo, sem fazê-la parecer um monstro sem coração.

- Papai, você é tão bonito, mais do que na foto. – Ela falou timidamente, enquanto se afastava do ombro dele, mas ainda sem larga-lo.

- Obrigada Sarada, você também é muito linda. – Sasuke sorriu, enquanto suas mãos vasculhavam o rosto da menina, estava confuso, mas a certeza que aquela menina era sua era forte, e iminente, um misto de sentimentos o atingia naquele momento, mas por enquanto, estava conformado em ficar ali, abraçado com a filha. 


Notas Finais


UAU, QUANTAS EMOÇÕES
Confesso que chorei um pouco escrevendo esse capitulo, agora quero saber o que vocês acharam? Toda crítica é bem vinda gente.
Eu não sei quando vou poder postar o próximo capítulo, vou entrar em um trabalho complicado da faculdade, então não sei quando vou arranjar tempo, mas vou tentar o máximo não demorar.


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