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História Seu próprio demônio - Passado


Escrita por: Darksideofmoon

Notas do Autor


Tentarei postar um capítulo novo amanhã.
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Capítulo 7 - Passado


O dia seguinte ao acontecido foi calmo. Apesar de minha vontade ser contrária, cedi às insistências de Kushina e dormi na cada dos Uzumaki. 

Sasuke não havia dito mais nenhuma palavra e, se antes já falava pouco, fechara-se totalmente, não respondendo nem aos apelos dos pais, que, apesar de preocupados com o moreno, não deixavam de olhá-lo com pena, mesmo que disfarçada. 

E eu até agora não havia entendido absolutamente nada. Ninguém deu-me explicação alguma, e com Naruto naquele estado, confesso que estava um pouco deslocada com a tensão familiar ali. 

Em certo momento da tarde, Kushina e Minato me chamaram para conversar. Disseram que com toda essa confusão teriam que passar a noite em seus respectivos trabalhos: a ruiva no hospital e o loiro na delegacia. 

A matriarca perguntou se teria algum problema deixar-me como responsável e não esperou resposta alguma, apenas entregou-me um papel com o número de seu celular e deixou bem claro que se acontecesse qualquer coisa, mínima que fosse, era para telefonar-lhe. 

Então eles foram embora e restamos nós três.  

Olhei de soslaio ao moreno sentado no sofá, encarando o nada, e suspirei. Ele aparentava estar realmente mal. 

Andei até o quarto dos meninos e sentei-me na cama de Naruto, que estava acordado e não tardou em sorrir. 

-Sasuke não está nada bem – Disse sem mais delongas – mas até agora eu não entendi o que aconteceu. 

O sorriso do garoto murchou e ele suspirou, cansado. Também era doloroso para o loiro ver o irmão daquele jeito. 

-Sabe, Sakura, o Sasuke já passou por muita coisa. Vocês dois são até semelhantes nesse aspecto. 

Franzi o cenho, confusa. 

-O que quer dizer? 

Naruto fechou os olhos e respirou fundo, como se ponderasse de devia ou não contar-me. 

-O Sasuke não é filho dos meus pais. Bem, seus pais biológicos e os meus eram muito amigos, então vivíamos praticamente um na casa do outro. E, bem, Sasuke tinha um irmão, seu nome era Itachi. Itachi tinha dezoito anos quando se envolveu com drogas, e isso só foi piorando. Quando faltou dinheiro para suprir seu vício, ele criou uma dívida alta com os traficantes. Os homens ameaçaram a família de Itachi e deram-no sete dias para arrumar o dinheiro, mas era uma fortuna. Daí você já pode imaginar: invadiram a casa e mataram os pais de Sasuke, e teriam feito o mesmo com ele se tia Mikoto não houvesse o escondido. Sasuke tinha dez anos quando tudo isso aconteceu, e, como você pode imaginar, não foi nada fácil. Ele não falava e não comia, o que levou-o várias vezes ao hospital. Passou dois anos frequentando um psiquiatra, e, bem, falar disso, mesmo depois de nove anos, ainda é totalmente proibido para ele, por isso digo que mereci essa surra, eu puxei o gatilho da arma. 

Abri e fechei a boca diversas vezes, sem saber o que dizer. Sasuke também havia perdido os pais na infância, eu sabia totalmente como era aquilo, mas eu conseguiria olhar para ele novamente depois de saber daquilo? 

Lancei um olhar triste a Naruto. 

-Onde está Itachi? 

Ele balançou a cabeça de forma negativa. 

-Fugiu antes de tudo acontecer, ninguém mais o viu. 

Era por causa disso que ele enlouquecera, ouvir Naruto dizer aquilo fora demais para sua cabeça. 

-Eu... como eu posso ajudá-lo? 

O loiro pareceu se surpreender com essa pergunta. 

-Ele é muito orgulhoso, nunca aceitaria ser ajudado por alguém - Suspirou – eu já tentei, de todas as formas possíveis, mas ele se fechou totalmente. 

Se antes achava que éramos parecidos, agora eu tinha total certeza. 

Mas para Naruto eu me abrira, de coração e alma. Contara-lhe tudo o que havia acontecido comigo quando o conhecia por menos de um dia, como Sasuke não conseguira fazer isso conhecendo-o por mais de nove anos? 

E a resposta que eu não queria me veio à mente: ele não queria ser ajudado. 

E, bem, eu também não queria ajuda alguma antes. 

Naruto levantou-se, tomando minha atenção. 

-Por ora, Sakura, é melhor que permaneça na sua – Disse indo até a porta - não queira deixá-lo zangado. 

E saiu. 

Depois de um tempo eu o segui, encontrando os irmãos em silêncio, lado a lado no sofá, encarando a televisão, onde passava um documentário sobre a vida nos polos. 

Eles estavam totalmente desconfortáveis, mas parecia que nenhum deles estava a fim de comentar sobre isso. 

Sentei-me ao lado de Naruto e recebi um olhar de gratidão dele, parece que estaríamos ocupados pelas próximas horas. 

Aquele documentário era totalmente entediante, e quando o sono começou a chegar, deixei-me levar, esquecendo totalmente do que vinha junto com isso. 

 

O cenário agora era diferente. Uma masmorra, me parecia. E eu estava justo no centro dela, pendurada pelos pulsos por uma corda que pendia do teto. 

Então ele apareceu, com o mesmo sorriso cínico no rosto. 

-Olá, gracinha, sentiu minha falta? 

Era só o que me faltava, como se eu já não tivesse problemas o suficiente para lidar. 

-Bem, hoje quero ter uma conversa pacífica com você - Se aproximou lentamente, até estar a menos de centímetros do meu rosto – quer dizer, se você colaborar será pacífica. 

Um calafrio subiu por minha espinha e eu estremeci, aumentando o sorriso em seu rosto. 

-Quero que me responda apenas uma pergunta: qual é o verdadeiro nome de Sasuke Uzumaki? 

Franzi o cenho, por que diabos ele precisava saber disso? 

-Oras, não importa, apenas diga – Respondeu aos meus pensamentos e eu trinquei os dentes. Maldito. 

-Eu não faço ideia. 

Seu sorriso murchou um pouco, como se esperasse a resposta. 

-Resposta errada, docinho. 

Socou meu estômago, tirando todo o ar de meus pulmões. 

E isso se repetiu várias e várias vezes, até que ele se irritasse e passasse a cortar meu corpo com uma adaga que tirara do bolso. 

Quando aquilo parecia não acabar mais, ele olhou-me com ódio. 

-É melhor que amanhã esteja pronta para responder, Sakura, pois eu não serei bonzinho assim. 

 

Acordei com a respiração descompassada e não pude deixar de notar que estava no sofá e a televisão ainda se encontrava ligada, porém os dois irmãos estavam dormindo, mesmo que um sobre o outro. 

Fiquei por um bom tempo assistindo ao programa que passava, e quando ouvi o barulho de um carro estacionando na garagem fechei os olhos, fingindo dormir. 

A porta foi aberta e o barulho de passos tomaram o local, logo a voz de Kushina se fez presente: 

-Faça silêncio e deixe-os dormir aí, devem estar cansados. 

Logo um cobertor foi posto sobre nossos corpos e não consegui conter o sono que se apossava, novamente, de meu corpo. 

Então adormeci, finalmente num sono sem sonhos, ou seja, sem Orochimaru. 

 



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