História Uma Benção de Vizinho - Solução

Suspirei pesadamente enquanto concordava com a cabeça.

- Mas e ai - Jimin disse ao se sentar no chão ao meu lado. - Não me diga que esta frustrado desse jeito só por que seu colega de quarto esta usando o apartamento como motel? - ele me questiona com um sorriso de lado no rosto enquanto uma de suas sobrancelhas esta erguida novamente.

- O problema não é ele usar o apartamento como motel - digo o encarando - o problema é ele usar o apartamento como motel TODAS as noites. - dou ênfase em Todas as noites para que eu pudesse deixar claro todo o meu desagrado com o fato.

- Tá brincando comigo? - ele diz risonho - Ele transa no apartamento de vocês todas as noites? - Jimin me pergunta com nítido interesse na vida sexual existente dentro do meu dormitório. - E eu aqui reclamando do s meus colegas de quarto. - o ruivo completa após um gritinho estridente seguido pela frase "Isso, isso, continua, bem ai", ser ouvida em auto e bom som vinda de dentro do meu apartamento.

- Você só poderia reclamar de seus colegas de quarto - começo a lhe dizer com a plena certeza de que minhas bochechas estão completamente vermelhas devido a onda de vergonha que senti após mais algumas frases sujas saírem da boca de Namjoon - se algum deles fosse um coelho como o Namjoon Hyung, por que se bem estou acostumado com as maratonas de gemidos que vem do quarto dele isso ai só vai acabar lá pelas três da manhã.

O ruivo então inicia uma crise de risos, ele se contorcia no chão com as mãos na barriga e com lagrimas escorrendo de seus olhos que adquiriram o formato exato de uma meia lua.

- Você esta bem? - pergunto meio receoso, afinal não tinha entendido de o que ele havia achado tanta graça.

— Meu Merlin — ele disse para então recomeçar a rir — você realmente acabou de dizer que seu colega de quarto é um coelho?

— Sim... — eu respondo ainda completamente intrigado com a graça da situação.

— Um dos meus colegas de quarto — ele começa, mas então se enterrompe paa mais uma crise de risos — TaeHyung, costuma te chamar de coelho. — o ruivo completa antes de recomeçar a rir.

Eu continuo estático tentando assimular o que me foi dito, e não sei pelo o que exatamente ficar mais surpreso pois 1) Kim TaeHyung, um dos colegas de quarto de Park JiMin não só estava no segundo ano da faculdade de artes cênicas, como também havia conseguido recentemente um papel de destaque em um dorama chamado Hwarang; 2) TaeHyung e JiMin haviam me posto apelido; e 3) Kim TaeHyung e Park JiMin, duas lendas entre os calouros do meu ano devido ao seu rapido susesso em suas respectivas areas, estavam FALANDO DE MIM, eles SABIAM da minha existência.

— Vocês me chamam de coelho? — lhe pergunto ainda incredulo com a descoberta.

— Sim, foi o que eu acabei de dizer - ele diz ainda rindo um pouco — desculpe por isso.

— Hm? —resmungo sem saber a que ele se referia.

— A crise de risos, — ele diz ainda se recompondo — minha mãe costuma dizer que tenho o riso solto — meu vizinho diz com um grande sorriso infantil grudado no rosto — qualquer coisinha minima me desencadeia uma crise de risadas.

— Hm, sem problemas eu acho. — digo.

— Mas você não estava falando sério quando disse que ele ficaria ai até as três da manhã não é?! — ele pergunta curioso, agora conseguindo controlar melhor sua risada solta.

— Não — falo me lembrando das noites a fio em que meus fones com músicas no último volume foram minha única salvação. — infelizmente não estava brincando.

— Uh — Jimin diz — então agora acho que ele quem vai passar a ser chamado de coelho!

Por mais que inacreditavel, Jimin havia recomeçado a rir. "Põe riso solto nisso" penso no que ele disse sobre rir descontroladamente de tudo. Apesar de a situação ser mais sem sentido e irracional do que engraçada, acabo por rir junto de JiMin, que a essa altura já se encontrava com as faces rosadas.

— Oi Omma — o mais velho diz ao atender o telefone celular que eu nem mesmo havia reparado que estava tocando. — Sim... Vou... Eu... Tô bem sim... Não Posso mais rir? - ele continua pausadamente entre suas gargalhadas finais. — Não, só o otário do HoSeok que se trancou com o namorado dentro do nosso apartamento e não me deixa entrar. Sim eu vou.

Parei de prestar atenção na conversa ao telefone do meu vizinho enquanto pensava em como iria me vingar do hyung que mora comigo, afinal eram cerca de duas da tarde, quem precisa transar tão escandalosamente as duas da tarde?

— Heey? Você ainda esta ai? — Jimin pergunta enquanto estala os dedos em frente ao meu rosto.

— Sim, desculpe — digo — disse algo?

— Yeep — ele responde com mais uma risadinha. — O que vai fazer agora?

— Hmm — eu realmente ainda não havia parado para pensar em que iria fazer no restante do dia, afinal eu não poderia passar a tarde escorado em minha porta enquanto ouvia os gemidos escandalosos do casal dentro do meu apartamento. — Não tenho a minima ideia. — respondo sincero.

— O que acha de irmos tomar um café? — Jimin convida — já que somos vizinhos e estamos no mesmo barco...

— Tudo bem — respondo já me levantabdo e jogando minha mochila nas costas. — Para onde vamos? — pergunto enquanto caminhamos em direção ao elevador.

— Tenho uma amiga que abriu uma cafeteria aqui perto, se não se importar — o ruivo diz enquanto aperta o botão do térreo.

Apenas aceno com a cebeça enquanto vamos até o lugar em questão.

***********

Eu já estava no meu último pedaço de brownie e meu café já havia acabado a tempos, quando Jimin atendeu mais uma ligação. Não é como se eu tivesse ficado chateado por isso, na verdade bem pelo contrario, afinal haviamos conversado minimamente desde que saimos de nosso prédio.

— Junggukie? — ele diz de forma natural, me surpreendendo com a intimidade que ele adquirira com meu nome. — Você já tem algo pra fazer no restante do dia? 

— Como assim? — pergunto meio destraido pelo sono que ainda restava em mim, mesmo depois de uma xícara de café.

— Você vai ir pra casa de algum amigo, namorada?... — ele pergunta terminando de beber todo seu milkshake.

— Não tenho namorada. E não tenho muitos amigos... — pode ser uma frase simples, mas para alguem ante-social como eu, admitir isso é um sufoco. Quando minha mãe disse que eu iria dividir o aluguel com um cara que havia posto um anuncio no jornal procurando um colega de quarto (que não se importasse com barulho!), eu pensei que caso não infartasse de nervosismo, iria ser esquartejado pelo meu novo colega de quarto. O que graças a Merlin não aconteceu, já que NamJoon Hyung esta no 3° ano do mesmo curso que eu, e se mostrou um cara muito legal, apesar deste probleminha com suas maratonas sexuais.

— Hm entendo — o ruivo me diz, apesar de ser nitido em sua face de que ele, na verdade, não me entende coisa nenhuma. Jimin é bastante conhecido em nossa faculdade mesmo estando em seu segundo ano, ele já ganhou inumeras premiações em nome da faculdade em um tempo consideravelmente curto. Isso sem contar a grande quantia de garotas que ficam aos suspiros quando ele passa pelos corredores. 

Então não, ele não sabia como era.

— Mas então o que você vai fazer no restante do dia? Você não pode passar o resto da tarde escorado na sua porta ouvindo seu amigo gemer —  ele diz com um sorrisinho de canto. Seu comentário me faz recuar em uma careta, afinal meus planos eram mais ou menos isso, só que sem a parte de bancar o pervertido e ficar ouvindo o que se passava no meu dormitório.

— Bem... — começo dizer mas sou intenrrompido.

— Era isso que você ia fazer não era? — Jimin fala antes de soltar uma leve risadinha — Vamos logo. — ele diz antes de se levantar — Mas não vamos pra casa.

— O que? — lhe pergunto confuso — Pra onde vamos?

— Para uma festa. 

Se tem algo pior que um anti-social ter que admitir que não tem amigos ( muito menos vida social ), essa coisa era ir em uma festa cheia de gente. O que eu queria agora?

Morrer era o bastante.