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História Seulement Vous - Capitulo 22


Escrita por: Alis_Green

Notas do Autor


Heey minna-san!
Nossa que demora a minha him =/ gomen gomen
Bom o capitulo de hoje é praticamente o ultimo, pretendo postar o epilogo em breve.
Sim estamos literalmente no final de Seulement Vous TuT
Preparem lencinhos, enquanto eu me escondo na montanha alta ne hehe.

Boa leitura

Capítulo 22 - Capitulo 22


Fanfic / Fanfiction Seulement Vous - Capitulo 22

➸3 anos depois, Londres, Reino Unido, inverno.

Escrever não era uma tarefa fácil, encarar a tela do computador com a seta do mouse piscando, o irritava. As palavras tinham sumido, e não sabia o que lhe interessava mais. Era como se não houvesse assunto para ser digitadas. A noticia boa era que não havia nenhum prazo para cumprir. Teria enviado sua ultima obra fazia alguns dias e recebera a ligação de sua editora lhe permitindo algumas semanas de férias. Mas não queria ficar parado, precisava escrever. Havia uma ideia em sua cabeça, apenas precisava por ela em prática. Mas como? Talvez sua editora seja de ajuda, encarou o telefone e recordou-se da ligação que ela lhe fizera. A voz de sua companheira de trabalho não havia soado alegre, mas com certa preocupação. Estaria estressado demais? Com o quê?

Bufava deixando com que seus dedos passassem por seus cabelos. Desviou o olhar para o celular que estava ao lado do teclado e tocou na tela para acender a mesma. Eram cinco da tarde, faltava uma hora para Yi Xing voltar do trabalho. Desbloqueando o celular, o ômega percebera o que lhe incomodava. Estava aberta a mensagem que Baekhyun lhe enviou. No dia anterior teria recebido ela antes de ir dormir, e aquilo foi o suficiente para bater contra sua própria emoção. Baekhyun estava a espera do segundo filhote.

Aquilo lhe apertava o coração cada vez mais. Pressionou o dedo contra o celular e logo voltava a ver as demais mensagens. Uma delas era de Dylan, seu amigo que teria se formado em obstetrícia. Abrindo a conversa, vira novamente o amigo lhe dar as porcentagens. Para que teria feito exames? Era um dos motivos de sua mais nova amargura. Porém aquilo estava se tornando uma doença, e agora parecia que tudo estava ficando pior. Era entrar em uma rua sem saída. Olhou a mensagem do amigo, que lhe mostrava o resultado adiantado, preferiu que ele lhe dissesse, se visse no papel poderia ver como um túnel tendo sua entrada soterrada. Com um médico lhe dizendo boas palavras, conseguiria se sentir esperançoso.

"90% de esterilidade"

Não teve como conter as lágrimas rolarem por seu rosto, já teria chorado quando vira a mensagem pela primeira vez. Era como se um grande buraco negro sugasse as suas esperanças e sonhos. Seu marido teria feito de tudo para lhe acalmar, mesmo sem saber o motivo de sua angustia, e compreender o que poderiam fazer. No final das contas apenas Jun Myeon estava por perder a sua esperança. Apagando a mensagem de Baekhyun, o ômega encarou novamente a tela do celular e negou com a cabeça. Observou a tela do computador, onde a seta ainda piscava esperando que escrevesse alguma coisa.

- Desculpa amigo, mas hoje está tenso demais.

Levantando-se da cadeira, foi até o cabideiro onde pegou seu casaco grosso e o vestiu. Deu uma olhada no tempo pela janela, estava nevando. Aprendera a gostar da neve quando era mais novo, sentir os flocos caírem em sua palma, e derreterem suavemente. Ah que delicia. Envolveu o grosso cachecol vermelho em volta de seu pescoço, e guardou o celular e sua carteira no bolso do grosso casaco.

Assim que trancou a porta do apartamento e saiu do prédio, escondeu suas mãos nos bolsos. A neve caia sem nenhum vento forte, poderia chegar no restaurante calmamente sem que fique resfriado. O inverno que passou em Londres passaram a ter um toque romântico. Sempre que a temperatura caía estava envolvido nos braços de Yi Xing, tendo seus lábios beijando de seu corpo e lhe dando prazer. Mesmo que sua mente o torturasse, era o marido que lhe salvava.

Caminhava sem nenhum interesse ao seu redor. Estava com 24 anos, casado, tem a profissão que ama e lhe dá um retorno agradável. Era reconhecido por seus leitores, tinha eventos que participava momentos em que tinha de passar uma tarde toda dando autógrafos nos livros. Ganhava presentes e até mesmo tirava fotos. Ser escritor era a melhor coisa que tinha escolhido para si mesmo. Porém era apenas a sua profissão, já o seu interior... se sentia mal toda vez que via como seus amigos estavam. Detestava aquele sentimento de inveja, mas não conseguia controlar. Se olhar no espelho e repreender a si mesmo se tornou hábito, entretanto se pegava olhando fixamente para eles e invejar.

Baekhyun e Chanyeol estavam felizes com a vinda de mais um filho. Além de terem todo o apoio da família Park, para bancar seus esforços. E quanto á Min Seok e Jong Dae, tinham sua família com os gêmeos. Porem não os invejava. A realidade da família Kim era viver em prol ao estado de saúde de Jong Dae, e sempre sorriam para si quando iam visitá-los. E seu coração apertava quando Yi Xing chorava temendo pela vida do irmão mais velho. Se sentisse inveja daquilo, “seria literalmente um monstro”.

Suspirando percebeu que estava parado em frente ao restaurante. Entrando no estabelecimento sentiu o bafo quente em seu rosto. Abriu levemente o cachecol e observou em sua volta, encontrando o intenso movimento. "Deve estar na cozinha" sem saber o que fazer, apenas se sentou e esperou por alguém lhe notar. Retirou o celular do bolso e começou a conversar com Luhan, o amigo que teria se formado em jornalismo estaria em outra cidade para fazer uma entrevista com jogadores de futebol. Conversavam pouco, já que a rotina do ômega chinês era intensa demais, demorava horas para responder de volta.

Ficara ali por alguns minutos, porém o aroma de um ômega lhe despertou a atenção. Ergueu a cabeça para observar a porta da cozinha, de onde vinha o aroma, e encontrara aquele garoto novamente. Espreitando os olhos, tal como tinha se tornado uma mania sua, tentou ver com quem aquele rapaz conversava, e não tardou em ver um braço tatuado. Tatuagens essas que sabia a quem pertencia. Apertou o celular em mãos e desviou o olhar para a mesa.

- Jun Myeon que surpresa em vê-lo a esse horário.

O ômega erguera a cabeça e sorria gentilmente para o senhor Wu. O cumprimentando coçou a nuca corando levemente em ser pego em seu pequeno surto de ciúmes.

- Vim buscar Xing, mas estou vendo que vão fechar tarde hoje.

- É – O rapaz puxou a cadeira e se sentou em frente ao escritor ômega, assentindo ele sorria largo diante do movimento que jamais vira em seu restaurante.  – Acho que seu marido é um ótimo cozinheiro, então estou abusando de seus dotes para erguer esse lugar.

- Nunca ouvi más palavras á respeito da comida daqui. – Acompanhara a mão do alfa que se erguia chamando outro garçom. Jun Myeon o cumprimentara quando foi reconhecido, e logo assentia ao pedido do alfa.

- Como está o irmão de Xing?

- Ah bem, apenas tomando medicamentos e fazendo exames como sempre. – O alfa assentia, teria conhecido os demais amigos de Xing quando comemoram o aniversário do mesmo no restaurante. – E fazendo bagunça como sempre.

- Gosto daquele cara,as histórias que ele me contou outro dia sobre a gangue na escola...uau.

Jun Myeon se sentia nostálgico, o brilho em seus olhos eram intensos e foram bem percebidos pelo senhor Wu. Relembrava dos tempos colegiais e mal percebera que se fazia quase nove anos que teria se formado. Nove anos que estava em um relacionamento com o seu primeiro amor.

- É os dois irmãos brigavam horrores na época da escola. Era difícil você não simpatizar com um deles.

- Imagino, mas também tive meus tempos de rebeldia na época da escola, a diferença é que não tinham muita coragem pra formar gangue comigo.

- Bom se pensarmos por um lado. – Jun Myeon olhava em volta e ria – Victorian London pode ser uma gangue.

- É, boa ideia. De dia garçom e de noite um justiceiro.

Os dois riam mediante a ideia do alfa, porém os olhos de Jun Myeon pousaram na cozinha onde ainda podia sentir aquele cheiro. Ficava observando o rapaz rir e tocar no braço de Yi Xing, no mesmo instante seu próprio corpo reagira aquilo. Seu braço se arrepiara, como se o toque tivesse sido em si mesmo. O alfa Wu seguia o olhar de seu amigo, fechou os olhos e suspirou baixo em ver a cena. Sabia que Jun Myeon era ciumento, já ouvira isso de seu amigo cozinheiro, mas nunca pensou que seria tamanha insegurança.

- Desculpa se meu filho te faz sentir inseguro.

- É uma péssima época para mim. – O ômega se ajeitava ao perceber que um garçom trazia os pedidos. Assim que a caneca contento um chocolate quente com creme foi pousado em sua frente,  o segurou sentindo seus dedos formigarem com a quentura. – Senhor Wu não sei o que se passa em mim, sinceramente. É seu filho, mas não gosto nem um pouco dele perto de Xing.

- Eu avisei ele para que tomasse cuidado, mas acho que o garoto está se interessando pela culinária. Xing é um bom rapaz que está trazendo inspiração á ele.

- Inspiração? Estou sentindo o cheiro dele daqui – Erguendo a xícara a levou entre os lábios, assoprou por um instante e bebericou da bebida quente. – Eu sinto o corpo de Xing reagir aos toques dele, não é a mesma coisa comigo.

O alfa se encostou na cadeira bebendo do chocolate quente, olhou para a cozinha e conseguira capturar o olhar do filho. Cerrou o cenho e voltou sua atenção á Jun Myeon que fitava o marido na cozinha. Fora um teia de troca de olhares, intensas e sem nenhum sentimento transbordado. Yi Xing ao ver que o marido estava no restaurante estranhara, não teria sentido de seu cheiro e muito menos percebido algum sentimentos ruim. Enxugou as mãos no pano de prato e seguia para as mesas, se não tivesse sua blusa sendo segurada pelo garoto.

- Ainda precisamos ver o molho da carne, onde pensa que vai?

Jun Myeon ainda observava, apertou da xícara em sua mão em ver o olhar maldoso daquele rapaz para com o seu marido. “Venha a mim”. Senhor Wu observava atento ao filho, estava descrente em vera atitude do filho daquela maneira. O alfa chinês parecia sem saber o que fazer, o motivo era não saber o que o seu ômega sentia. Estava estranhando aquilo, algo estava errado, mas o que era? Por que isso?

- Xing...

O ômega coreano arregalara os olhos quando ouvira aquele sussurro, era seu apelido, somente sua voz poderia soar manhosa em chamá-lo daquela forma. Era algo intimo seu! A xícara estourou em suas mãos com o aperto, soltou um gemido em ter a bebida quente sobre sua pele. Senhor Wu se assustara como barulho da xícara, assim como os demais clientes.

Yi Xing dera um passo em direção do marido, e mais uma vez foi segurado pelo garoto.

- Ya a carne...

- Me solta –O olhar raivoso do alfa fez o rapaz assustar-se – Agora.

- M-Mas precisamos...

- Foda-se a carne.

Segurando firme o pulso do garoto, o fez soltar de sua blusa, assim que livre correu até o ômega. Não sabia onde lhe tocar, nem se poderia ter o direito de fazê-lo. O segurou pela cintura para guia-lo até a cozinha, sem nada ser dito apenas deixou com que a água corrente cobrisse toda a mão do ômega.

- Me desculpa eu deveria ter ligado...

- O que raios está acontecendo contigo? – Yi Xing olhava para o ômega, o cenho cerrado e a forma como a voz, mesmo sussurrada, parecia grossa fez o ômega estremecer. – Há dias estou percebendo que está distante, me diga o que está acontecendo com você Jun?

- Podemos não falar disso aqui?

O alfa olhou em volta e percebera que os demais funcionários olhavam para a cozinha curiosos. Soltou um longo suspiro e assentia, focando em apenas estancar o sangramento na palma da mão. Pegou um pedaço de pano e envolveu a mão enferma, guiou o ômega pela saída dos fundos para saírem. Percebera que o rapaz não tinha ido ao restaurante de carro, começou a caminhar com Jun Myeon em seus braços em passos rápido para chegar o quanto antes no apartamento.

- Xing!

Jun Myeon parou de caminhar naquele mesmo instante, olhou para o alfa que parecia querer quebrar o mundo diante de si. O ômega se virou para observar o garoto que ignorava sua presença ali.

- Por que está indo embora?

O ômega olhou para o marido que fechava o punho. O garoto era filho do senhor Wu, e talvez Xing pudesse temer fazer algo de errado que colocasse seu emprego em risco.

- 90% - Sussurrava Jun Myeon para o alfa, que desviou o olhar para si, ainda com a pupila dilata em fúria. Porém o mesmo relaxara ao encontrar os olhos marejados de seu ômega – Dylan disse que sou 90% estéril.

- O que?

Jun Myeon não conteve as lágrimas e suspirava baixo olhando para o garoto atrás de si, que lhe fitava friamente. Todos se surpreenderam quando Senhor Wu aparecera segurando o filho pelo pulso e o puxando para dentro do restaurante. O garoto se debatia e gritava pedindo para que Yi Xing fosse consigo, porém o progenitor já estava furioso com a situação, segurou o filho em sua frente deixando um tapa em seu rosto.

- Você vai entrar nesse restaurante e esperar que sua mãe chegue pra te levar. E se não me obedecer então terá um bom motivo para chorar, estamos entendidos?

O garoto assentia e entrara na cozinha novamente, o dono do restaurante se virou para o amigo e assentia para si, como se lhe desse autorização para sair mais cedo. Yi Xing não perdera tempo, puxou o ômega contra seu corpo e o guiou pelas ruas em direção do prédio onde moravam. Não dissera uma única palavra, porém conseguia sentir as emoções do ômega novamente. O que era um alivio. Deixara com que o menor esperasse em frente á garagem, o alfa fora até o apartamento para pegar as chaves do carro, e com a pressa que conseguira jogar em suas pernas, voltar o quanto antes.

O ômega que esperava em frente á garagem olhava para sua mão enfaixada, sentia em sua pele o toque quente do alfa. “Ele ainda me ama, mas que bobo eu sou”, o sorriso largo e os olhos marejados o faziam rir diante da tolice que teria pensado sobre o seu marido. Teria sido realmente necessário que toda aquela situação tivesse ocorrido? Apenas para que sua segurança retornasse? O ômega teria de pedir desculpas por isso, mas não imaginava que tudo aquilo era um maior.

Assim que o alfa conseguira chegar com as chaves e retirar o carro da garagem, os dois híbridos seguiram para o hospital.

Min Seok não sabia se ria ou se chorava, as almofadas estavam espalhadas pelo chão, a pequena manta que tinha em seu sofá parecia ter virado uma cabana. Passou os dedos em seus cabelos e ria incrédulo com a infantilidade que sua sala aparentava. Respirou fundo e começou a juntar as almofadas, enquanto imaginava qual seria o próximo cômodo em que estaria repleto de bagunça. Dobrou a manta e arrumou o sofá o empurrando para o lugar onde deveria estar, apreciando do silêncio seguiu para o seu quarto.

Teria chegado do hospital fazia alguns minutos, e parecia que seu segundo trabalho já havia começado. Parou na porta ao ver o cômodo escuro, a luz do corredor mostrava Jong Dae e os gêmeos dormindo serenamente. Sorria largo mediante a cena, segurou o celular e tirou fotos do momento de paz que tinha. Mas seu olhar captou a pequena montanha de roupas acumulada no canto do quarto, balançando a cabeça entrou silenciosamente para pegá-las e levar na lavanderia.

Sentia-se bem apesar de tudo, enquanto trabalhava Jong Dae cuidava dos filhos e sabia que toda aquela bagunça era sinal de que dormiriam a noite toda. Seguindo para a lavanderia o ômega separou as roupas e começava a lavar as mesmas, ouvira um barulho estranho e seguia para o quarto, comum quando isso ocorria. Teria treinado sua audição para qualquer barulho que o esposo fazia, como se estivesse preparado para qualquer emergência. Da porta do quarto via o alfa tentar se sentar na cadeira de rodas, sem que as crianças acordassem.

- Deixa que eu te ajudo.

O sigma se surpreendeu com a voz de Min Seok, e soltou uma risada baixa em ser pego no flagra. Por mais que tentasse evitar de ser visto em momentos constrangedores como aquele, que demonstrasse a sua falta de praticidade, sempre surgia o ômega para lhe dar suporte. Tendo de sua cintura segurada e o corpo jogado para a cadeira, o mais velho se ajeitou na cadeira. Empurrando as rodas, os dois híbridos saíram silenciosamente do quarto e seguiram para a cozinha.

- Quanto tempo que chegou?

- Alguns minutos. Aliás, o que andaram aprontando? A sala estava um caos.

- Ah eles queriam brincar de guerrinha, mas acho que não fui um bom soldado.

Jong Dae aproximou-se da mesa, pegando sua xícara serviu-se do café preto e adicionou um pouco do leite. Bebericou da bebida e sorria satisfeito, ainda estava quente o suficiente para poder lhe esquentar. Observou o marido atentamente, o ômega olhava para uma prateleira ao alto onde os remédios do sigma estavam ajeitados, Min Seok pegava alguns comprimidos e lhe entregavam enquanto sorria. Não era o mesmo sorriso que tinha na época da escola, quando eram jovens e tinham o mundo em suas mãos, mas ainda assim parecia ser um belo sorriso. Encostando os lábios na palma da mão do ômega, Jong Dae deixava os comprimidos em sua boca e bebia o café com leite para ajudar a engoli-los.

- Como se sentiu hoje?

- Bom devo dizer que do joelho para cima ainda tenho uma boa mobilidade.

Queria saber como que aquele ômega conseguiria sorrir, estava deplorável! Jong Dae se lembrava do dia em que tivera uma recaída, foi levado para o hospital e quando recobrou a consciência via que suas pernas estavam sendo perdidas. Não as sentia de nenhum jeito. Teria tentado o seu melhor para esconder sua frustração, mas não conseguia. Teria de lidar com isso pelo resto de sua vida, e apenas o que mantinha suas esperanças era o seu marido, que fazia o seu melhor em achar uma cura.

Min Seok se sentou no colo do sigma, envolveu seus braços em seu pescoço e selou sua bochecha. Jong Dae sorria contente e abraçava o marido, como se o seu calor pudesse lhe deixar aconchegado.

- O que devemos fazer senhor Kim? – O ômega deixava a xícara sobre a mesa, podendo assim ter todos os dedos do sigma alfa sobre sua pele. – Sua cirurgia está agendada.

- Eu quero viver, minha família está aqui e eu quero viver para ver os meus pequenos entrarem na escola e serem um Phenex.

Rindo, o ômega assentia entrelaçando seus finos dedos sobre os cabelos do marido. Acariciou-lhe a nuca, não demorando para tomar de seus lábios em um beijo simples e carinhoso. Com um simples toque, pareciam ter apenas dezessete anos de volta, em um beijo doce que parecia ser um sonho inalcançável. Encostando ambas as testas, o sigma apreciava aquele belo ômega diante de si, acariciava de suas bochechas suavemente, as selando demoradamente em seguida.

- Papai!

O casal desviava os olhos para a porta da cozinha, soltaram risos baixos em verem as facetas sonolentas de seus filhotes. A garota de olhos amendoados tinha os traços de Jong Dae, era idêntica ao pai e também era apegada ao mesmo. Já o garoto puxara as feições de Min Seok, porém seu jeito de ser era do sigma. Min Seok se sentia abençoado com seus filhos, não esperava que eles lhe puxassem alguma genética, estava satisfeito em ver que eram assim. Saindo do colo do sigma, que fizera um pequeno bico nos lábios, o ômega guiou os três híbridos para a sala arrumada.

Estando ali, Min Seok se sentou em um pequeno banco ao lado da cadeira de rodas de Jong Dae, e as crianças sentaram no colo de ambos. Sophie, a pequena garota, estava encolhida sobre os braços protetores do sigma, enquanto Jack se mantinha no colo do ômega, o abraçando protetoramente.

- Papai vai viajar?

Min Seok olhava para o marido que sorria tristemente, ele acariciava os cabelos da filha e negava com a cabeça enquanto torcia internamente para que ela não chorasse. Ajeitou o colar que havia lhe dado de natal no ano anterior, a garota não o tirava de modo algum. Selando de sua testa, via o pequeno, e encantador, sorriso crescer em seus lábios.

- O papai vai no médico, para ver se sara do dodói.

- Quando que o papai vai? – Jack segurava firme na blusa do ômega, evitava olhar para o pai sentindo-se medroso cada vez mais. Sob os braços protetores de seu progênitos, sentia-se melhor podendo erguer o olhar, mesmo que de forma tímida.

- Hm...daqui algumas semanas – Min Seok acariciava o cabelo do menor e então pigarreava – Agora eu quero saber...quem fez a bagunça na sala?

Jong Dae olhava para os filhos, que retribuíam com surpresa. Entrando novamente na brincadeira, Jack saltou do colo de Min Seok e sentou-se ao lado da irmã. O sigma virou a cadeira de rodas e olhou desafiadoramente para o marido.

- Nunca irá saber, seu meliante. – Virando a cadeira em direção do corredor o alfa respirava fundo contendo a risada – Tropa, vamos fugir antes que a base inimiga nos encontre.

- Sim capitão!

Min Seok olhava surpreso para aqueles três híbridos imersos na cumplicidade da brincadeira. Soltando uma risada baixa deixou a preguiça de lado para entrar no personagem e brincar mais um pouco com eles.

A intensa neve que caía do céu escuro de Londres, era o cenário perfeito para um romance. Mesmo com a mão machucada, Jun Myeon não deixava de se sentir amado. Olhava para a janela, desfrutando do corpo nu de seu alfa atrás de si. Teriam feito amor assim que chegaram em casa, Yi Xing sentia a necessidade de expressar os seus sentimentos, sentia a necessidade de amar aquele ômega e de nunca mais permitir que se sentisse daquela maneira novamente.

Deslizando as pontas de seus dedos pelos braços do ômega, selou-lhe o pescoço sentindo seu adocicado cheiro mais uma vez. A risada baixa e rouca lhe arrepiou a pele, fez com que seu corpo todo se contraísse, deixando com que o nó feito se apertasse mais no interior do marido. Os dedos se aproximaram ás semelhantes de Jun Myeon, acariciando deixou com que se entrelaçassem, as ergueu e aproximou de seus lábios onde as selava carinhosamente.

Não iriam dizer nenhuma palavra, e nem seria preciso. O ômega se movia lentamente, sentindo o nó lhe dar um mínimo de prazer novamente. Ao olhar por cima de seu ombro, não tivera tempo de reação. Seu queixo fora segurado com suavidade, e seus lábios tomados em um beijo calmo e profundo. Com dificuldade, conseguira ficar de frente ao alfa, e em pouco tempo o calor voltava naqueles corpos.

Ter seu corpo envolvido nos braços fortes de Yi Xing, ter seus lábios beijando sua pele, ter sua voz gemendo por seu nome, ter seu corpo se movendo sobre o seu lhe dando prazer. Parecia ser um sonho á ser realizado. Por um curto momento se lembrou quando tinha dezessete anos, vivia como presidente do grêmio estudantil observando de longe aquele alfa, um alfa tatuado e rebelde que se metia em brigas sem motivo algum. O amou secretamente por três anos, o admirava de longe, torcia por si de longe, sem ousar lhe tocar. Como poderia aquele Jun Myeon, imaginar que seu futuro seria aquele?

- O que foi?

Acordando de seus pensamentos, o ômega percebera que estava apenas observando aquele alfa. Uma emoção lhe atingia o peito, como se algo o tivesse despertado de um sono profundo. Yi Xing começara a sentir aquilo, uma emoção nova e desconhecida, mas que parecia totalmente gostosa. Jun Myeon tocou o rosto do alfa, e sorria largo diante de sua bobeira.

- Que bobo eu sou, esqueci o que me era importante.

- E o que é importante para ti?

Sorriso largo, deixou com que sua mão quente ficasse no rosto de Yi Xing. O alfa manteve-se calmo diante do marido, sentindo o coração do mesmo disparar naquele pequeno momento de silencio.

- Você.

Com ambos sorrindo em cumplicidade, pela segunda vez naquela noite com neve, eles se amaram.

Chanyeol segurava a mão da filha que olhava atentamente para a porta á sua frente, á sua direita Baekhyun acariciava a pequena barriga tentando se manter sério e forte. Á sua frente Yi Xing segurava a mão de Min Seok junto com Jun Myeon, os gêmeos estavam de olhos fechados como se fizessem algum pedido.

Jong Dae havia entrado na sala de cirurgia fazia alguns minutos, e os mesmos pareciam ter sido horas. Teria dado folga para seus funcionários, aquele dia estava marcado no calendário como se fosse um feriado. Olhando para Hanna, via um brilho de esperança em seus olhos, a garota ainda mantinha grandes sentimentos por aquele sigma, mas ela entendia melhor a relação que ele tinha com o seu tio Min Seok. Ela era agradecida por ele lhe permitir amar o seu marido, afinal ainda era uma menina e ainda precisava aprender a amar os outros.  Soltando-se da mão do pai, a garota se aproximou dos gêmeos e os puxou para si.

- Irei comprar doces, vem comigo.

Min Seok sorria sussurrando um obrigado quando o olhar da garota se encontrou com o seu.Mesmo sendo nova ela parecia madura, uma maturidade que o ômega sabia que não tinha, mesmo com sua idade. Quando sentiu os filhos longe de si, permitiu-se chorar. Fora guiado por seus amigos, para se sentar em um dos bancos pretos de plástico, e ali recebia palavras e conforto que necessitava. Estava com tanto medo, não sabia exatamente o que fazer, nem o que pensar. Na verdade não queria pensar, sua mente seria medrosa o suficiente para deixar-lhe mais angustiado.

Cobrindo o rosto com suas mãos, não permitiu que os soluços altos fossem ouvidos, tentou se acalmar nos braços de seus amigos ômegas. Ao olhar para Yi Xing, encontrou uma ponta de esperança. O alfa tinha se encostado na parede, estava de braços cruzados e olhos fechados como se estivesse calmo. Mas pelo toque que Jun Myeon tinha sobre seus braços, Min Seok percebia que era apenas por fora que aquele alfa era calmo.

- Não chore antecipadamente, sabe que ele não iria gostar disso...

- Seria como se eu tivesse antecipando sua morte. – O ômega assentia limpando o rosto, então esboçara um sorriso largo para o ômega. – Myeonnie esqueci de te avisar, seu amigo Dylan foi transferido para cá.

- Ah é? – O ômega olhou para o marido alfa, que se mantinha naquela mesma posição. Mordendo o lábio inferior, suspirou e assentia para o amigo de longa data. – Devo ir vê-lo então, onde ele está?

- Provavelmente no segundo andar... eu te mando uma mensagem caso tenha alguma noticia.

Jun Myeon depositava um selar na testa do ômega, Baekhyun que estava em silencio resolvera acompanhar o amigo, sabendo que Min Seok estaria melhor na companhia de Yi Xing. Soltando um suspiro baixo, encostou a cabeça na parede e se permitiu relaxar por alguns momentos. Apenas manteria a calma para poder receber a noticia de como teria sido a cirurgia.

Enquanto os três híbridos esperavam, Baekhyun acompanhava Jun Myeon em passos apressados pelos corredores. Ao se aproximarem das escadas, pularam os degraus com a maior agilidade que poderiam ter. O ômega escritor tentava não demonstrar sua ansiedade, uma vez que estava acompanhado de um gestante, mesmo assim mordia os lábios ao ver que estava andando rápido demais.

- Ya vai com calma, ele não vai fugir.

- Eu sei, mas não sei.

Soltando uma risada em meio de um suspiro, Baekhyun olhou para os corredores á procura de alguma sala de obstetrícia. Guiou o melhor amigo até que entrassem na sala, encontrando o alfa de cabelos negros e óculos segurando um envelope branco.O breve sorriso que lhe dirigia, fez Jun Myeon soltar uma risada baixa, era tão previsível a sua chegada?

- Está aqui o resultado do exame, e não...eu não li dessa vez.

- Tudo bem obrigado Dylan.

O alfa apenas moveu as mãos após entregar o envelope, sabia que seu amigo estava no hospital por outro motivo. Ao saírem da sala os dois ômegas ficaram a fitar o papel branco, talvez um pensando se deveria abrir enquanto o outro tentava adivinhar qual seria o resultado. Mas Jun Myeon não aceitaria ler em uma situação daquelas, teria de se manter calmo por Yi Xing, lhe dar forçar para quando a cirurgia terminar. Puxando Baekhyun pelo pulso, os dois rapazes seguiam para a sala de espera calmamente.

Teriam chegado no momento correto, assim que Jun Myeon se aproximou de Yi Xing entregando o envelope, a porta do centro cirúrgico se abria mostrando o doutor Oh com a vestimenta verde. O tecido estava impecavelmente limpo, e de imediato todos os híbridos ficaram em sua volta esperando por alguma noticia sobre o sigma. Min Seok apertava as mãos dos gêmeos, que olhavam sem entender a situação em volta, apenas querendo saber o motivo do pai deles estarem longe.

Yi Xing cerrava os dentes e os punhos, o seu olhar estava vidrado no médico que retirava a máscara de seu rosto. Os olhos frios deixavam os adultos apreensivos e até mesmo com medo de que algo pudesse acontecer. O seu olhar apenas focou no ômega Min Seok, daria preferência á ele por ser marido, pigarreando baixo para ter completa certeza em sua voz, o médico finalmente dizia o resultado da cirurgia.

- Eu não sei ao certo lhe dizer, mas acredito que deva ser forte o suficiente.

- O que aconteceu com ele?

A voz baixa de Min Seok não escondia o seu medo, os olhos se encontravam marejados, se não algumas lágrimas já rolavam em seu rosto.

- Preciso que entre no centro cirúrgico, o paciente está acordado.

- O que? Mas...ele deveria estar anestesiado!

- Ele está te chamando nesse momento, então recomendo que você e o senhor Xing entrem no centro cirúrgico agora mesmo.

Assim que o doutor Oh deu as costas, Min Seok deixou com que seus filhos fossem consigo para o centro cirúrgico seguindo o médico. Yi Xing se virou depositando um selar demorado nos lábios do esposo e corria para alcançar o cunhado e os sobrinhos. Os quatro híbridos tiveram de trocar suas roupas, suas mãos foram lavadas e desinfetadas, assim como tiveram de por luvas acrílicas.

A sala onde Jong Dae estava por fazer cirurgia era esverdeada, os instrumentos de alta tecnologia estavam espalhados estrategicamente. Ao centro a cama onde o sigma estava, de olhos abertos tendo em sua cabeça uma toca branca e sobre seu rosto uma mascara que lhe dava oxigênio. O médico apenas os deixou entrar na sala para poder se retirar, Min Seok olhava para o cunhado e fez sinal para que fosse primeiro. Como se quisesse que o tempo fosse prolongado.

O alfa se aproximou da cama e observou seu irmão mais velho. Lembrou-se de quando eram crianças e brincavam juntos, e de como tinha ficado feliz quando o mesmo voltou da América. Segurou sua mão fortemente, Jong Dae abria os olhos lentamente e sorriu ao ver e reconhecer o irmão caçula. Mesmo com aquela máscara, era possível ver o belo sorriso em seu rosto pálido.

- Você também veio.

- E por que não viria. Sua teimosia ainda me espanta, acordar no meio cirurgia?

- Não é minha culpa. – O sigma tinha a voz rouca e baixa, fraquíssima comparada a sua voz estridente. – Eles injetaram tantas coisas para que eu voltasse a dormir, que não sinto nada do meu corpo.

- E por quis ver a gente? – O alfa puxou um banco para se sentar ao lado do irmão, as lagrimas já rolavam por seu rosto quando sentiu a mão fria e tremula tocar a sua semelhante.

- Cuide do Myeonnie, eu ainda o amo. Não como meu marido, mas como o meu primeiro amigo.

Yi Xing soltara uma risada baixa assentindo, forçava-se a manter sério mesmo que seu rosto mostrasse outra coisa.

- Não se preocupe com ele e tente se recuperar.

- Cuide da minha família... mesmo que dê certo aqui eu vou precisar de suas asas demoníacas.

- Eu também te amo meu irmão.

Min Seok ficava encostado apenas escutando a voz do marido, Sophie já percebia que seu pai estava doente, sendo assim pedira colo para Min Seok quando sentiu suas pequenas pernas enfraquecerem. Alguns minutos passados da conversa, Yi Xing segurou firme a mão do irmão e se pôs a chorar, o ômega olhou os monitores que ainda mostravam os sinais vitais. Estava tudo bem.

O alfa se retirou depois de conversar com o irmão, porém iria esperar pelo cunhado junto ao médico, atrás da porta da sala. Min Seok se aproximou se sentando com os filhos em seu colo, os gêmeos não demoraram em segurar firmemente a mão do pai e começarem a chorar alto em vê-lo daquele jeito. Tão fraco.

- Meus pequenos não chorem, eu ainda não perdi a guerra. – Esticando seus dedos trêmulos, conseguira limpar o rosto de seus filhotes. Sorrindo gentilmente acariciou seus cabelos e sabia que os pequenos iriam dar trabalho ao ômega. – Estou indo á outro campo de batalha onde protegerei vocês, então Jack será o novo capitão.

- Não quero, papai vai continuar sendo.

Jong Dae respirava fundo para tentar dizer mais alguma coisa, mas sabia que suas palavras não seriam compreendidas pelos pequenos. Min Seok aproximou-os do sigma, que depositou um selar demorado em ambas as testas.

- Amo vocês meus pequenos.

Mesmo com dificuldade, Min Seok conseguira acalmar os gêmeos e deixar com que ficassem com Yi Xing. Ao voltar a se sentar no banco, segurou firmemente a mão do sigma e selou-lhe demoradamente o dorso. Estava sozinho com o marido, permitiu-se chorar e mostrar o seu medo. Mesmo que seu rosto fosse limpo pelo marido, sabia que aquela seria a primeira vez que choraria por tanto tempo.

- Você é um idiota Jong Dae, deveria continuar a lutar.

- Não me adianta, por despertar aqui nesse momento, ouvir os médicos dizer que não sabem o que fazer. – Apontando para a máquina ao seu lado, o sigma sorria – Virei um robô por causa disso, é o que me mantém vivo.

- Pelos céus, não me importa isso. Te quero vivo ao meu lado, me amando!

- E estou aqui, sempre estarei. – Min Seok se debruçava sobre o braço do marido, sentia os dígitos ásperos tocarem sua pele macia. Quando que suas mãos ficaram daquele jeito? – Ainda me lembro do dia que se declarou para mim.

- Fui um tolo em pensar que ficaria mais feliz com lado de Myeonnie.

- Estou feliz rodeado por minha família e amigos. – Jong Dae fizera um esforço em erguer o rosto do marido, tocou-lhe as bochechas em uma caricia sutil, enquanto seu sorriso crescia mais. – Que tolo eu fui, deveria ter prestado atenção em ti quando nos vimos pela primeira vez, naquele imenso auditório.

- Deveria mesmo, estava tão lindo com a roupa dos Phenex. Sempre um galã de novela.

A risada era quase inaudível, Min Seok retirou a mascara do rosto de Jong Dae e pode depositar um selar demorado em seus lábios.

- Eu te amo, meu amado Jong Dae.

O sigma piscava lentamente sorrindo após o selar, seus lábios ainda formigavam, e seu coração respondia á isso. Segurando os dedos do marido, os entrelaçando, Jong Dae deixava sua ultima respiração soar como uma jura de amor.

- Deixarei para me tornar o teu anjo da guarda, para guiar seus passos e te encontrar no paraíso, meu Seokkie.

 ❖❖


Notas Finais


O que acharam deste capitulo? Muito dramático? Chato? Cheio de emoções?
Peço desculpas pelos erros, eu queria postar o quanto antes para poder finalmente fazer o epilogo e terminar a fic (ja estou acumulando trabalhos da faculdade).
Espero que tenham gostado, e até o ultimo do ultimo capitulo </3


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