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História Seulgi's Diary (Hiatus) - Talk to Me


Escrita por: stupidzs

Notas do Autor


Me desculpem a demora, eu acabei entrando em época de provas e foi corrido.
Vou tentar postar frequentemente, mas infelizmente não posso prometer nada T-T
Enfim, boa leitura!

Capítulo 3 - Talk to Me


     Eu acabei dormindo tarde, porque fiquei a noite inteira angustiado pelo o que eu havia lido. Era realmente um choque para mim… Porque sou um tipo de pessoa que se importa com todo mundo. Desde o desconhecido até as pessoas mais importantes da minha vida. Elas tem sentimentos, são sensíveis, algumas até vulneráveis ao extremo. Enfim, são humanos, tem um coração frágil e eu só queria poder ajudá-las de alguma forma, mas sinto que nesse caso específico será mais difícil... Não que eu queira ser o “Salvador da pátria”, mas eu também tenho meus sentimentos, sou sensível e tenho meus problemas, não posso passar por tudo que as pessoas passam mas sinto a dor que todos sentem, ou irão sentir algum dia.

     Mas de uma coisa eu tenho certeza: as vezes ter alguém que se importe com você – mesmo que seja um desconhecido – e que esteja disposto a te ajudar de alguma forma é bom, é ótimo, te dá mais forças para enfrentar tudo ou quase tudo na vida. Gosto de tentar fazer essa pequena diferença na vida das pessoas, – mesmo não conseguindo muitas vezes –, porque sei que eu adoraria ter alguém que se preocupasse comigo em momentos de caos. As vezes só o que precisamos é alguém que se preocupe e saiba ouvir nossas bagunças.

     Eu me sentia exausto, eram 7:00 da manhã e eu não conseguia nem raciocinar uma simples conta de 2+2. É, talvez eu tenha exagerado um pouquinho, mas eu estava muito cansado.

   - Vamos, Jimin! - Taehyung me chamava pela vigésima vez na manhã, dando tapinhas nas minhas costas. - O que aconteceu, hein?

   - Cansaço, isso me aconteceu. - disse bocejando.

   - Você não dormiu? Deveria ter descansado ontem! - ele me repreendia.

   - Eu dormi sim, um pouco, eu acho. - disse logo percebendo minha confusão. - A questão não é essa!

     Taehyung ria da minha confusão e eu o repreendi:

   - Não ria!

   - Certo… - ele disse se controlando. - Mas precisamos ir, ainda temos que tomar café.

   - Ok… - disse por vencido levantando da cama.

     (…)

     Dias de neve eram ótimos, menos quando você precisava se exercitar. Eu quase não preguei o sono á noite, então eu parecia um semi-morto-vivo dentro da faculdade, o que se pensarmos não seria uma ideia toda ruim… O que quero dizer é: Isso daria uma boa fanfic. Pelo menos isso seria algo que o Taehyung falaria.

     Enrolei meu cachecol no pescoço novamente, enquanto eu “ouvia” Taehyung reclamando de alguma coisa na qual eu não prestava atenção.

  - Dá pra acreditar? Ele simplesmente comprou um boneco-humano pela internet e o recebeu em casa! Não acha que isso seria incrível?
   - Como? - pisquei os olhos um pouco atordoado tentando processar a informação.

   - Você tá prestando atenção? - ele me lançou um olhar furioso.

   - Sim. - menti descaradamente.

   - Então sobre o que eu tô falando?

   - Hm… - tentei pensar algo que tivesse haver com internet e boneco-humano. - Algum amigo nosso comprou um boneco humano na internet num sex-shop? - parei por um momento e pensei. - Por que isso seria incrível? Está pensando em fazer o mesmo?

   - O QUE? - ele gritou já começando a rir. - Claro que não, seria estranho! As vezes você me assusta com essas suas ideias.

   - Mas por que seria estranho? - perguntei divertido e um pouco curioso.

   - Você quer mesmo entrar num mérito de porque seria estranho comprar um boneco-humano na internet por um sex-shop?

   - É, tem razão. - apenas concordei rindo de nossa conversa.

     Sem ao menos perceber, já estávamos no refeitório. Nos aproximamos da mesa onde nossos amigos estavam e Hoseok perguntou:

   - Vocês demoraram, o que nós perdemos?

     Olhei para Taehyung rapidamente e disse:

   - Estávamos falando de como o Taehyung acharia incrível comprar um boneco-humano na internet por um sex-shop.

     Hoseok arregalou os olhos, Jungkook cuspiu seu café e todos começaram a rir. Taehyung me fuzilava com o olhar, como se dissesse “se mexe que eu te mato”. E eu, sarcástico do jeito que sou, apenas mostrei meu melhor eye-smile para ele.

   - Isso tem um nome e se chama vacilo, sabia, Jimin? - Taehyung fez questão de dizer.

   - Então é verdade?! - Hoseok chorava de rir.

   - Não! - ele disse rapidamente. - Quer dizer, é uma meia verdade.

   - Cada um com seus fetiches não é mesmo? - Yoongi disse enquanto encarava Taehyung de forma engraçada.

   - E qual seria o seu? - Taehyung rebateu sorrindo ladino.

   - Com certeza não seria algo envolvendo a compra de um boneco-humano em um sex-shop online.

   - ENFIM, - Jin chamou nossa atenção. - chega disso.

   - Que mal humor. – disse cruzando os braços. – O que houve Jin huyng?

   - Eu estou com dor de cabeça por causa desse maldito! – Ele disse apontando para o Yoongi.

   - O que o Yoongi hyung fez?

   - Ele ficou me perturbando a noite inteira.

   - A culpa não é minha se você escondeu minhas roupas.

   - Você tinha deixado elas no chão! Eu só as guardei.

   - Estavam arrumadas do meu jeito.

     Todos em volta riam da situação. Yoongi não era tão chato assim, só gostava de fazer graça.

   - Que seja. – Jin bufou encerrando a discussão. – Você não dorme no quarto hoje.

   - Mas que blasfêmia! – Yoongi disse irritado. – E aonde eu vou dormir?

   - Problema seu, só quero conseguir dormir pelo menos uma noite inteira hoje. – Ele se levantou e saiu do refeitório, ele estava claramente irritado.

   - Aish! – Ele se levantou.

   - Vai tentar conversar com o Jin hyung? – Hoseok perguntou.

   - Você acha mesmo que eu vou fazer isso? – ele disse irônico. – Vou convencer a Siyeon para me deixar passar a noite com ela.

   - Você perdeu a noção? É proibido ficar no dormitório das garotas! – Eu disse.

   - E quem disse que nós vamos ficar nos dormitórios? – Ele sorriu ladino e saiu do refeitório.

   - Yoongi nunca dá o braço a torcer. – Namjoon finalmente se pronunciou depois de toda a situação.

   - É melhor nem se meter nos casos dele. – Taehyung deu de ombros.

   - Concordo. – Disse suspirando enquanto olhava as horas no celular. – Eu vou pegar um café. Está quase na hora do treino.

     Enquanto caminhava em direção a máquina de café percebi que as ginastas estavam entrando no refeitório. Isso só me fez ir mais rápido em direção a máquina.

     Quando cheguei até ela, rapidamente tirei uns trocados do bolso e inseri na máquina. Peguei um copo para viagem e selecionei um macchiato de caramelo. Não podia dizer que me sentia confortável com a presença das ginastas no mesmo local que eu. Elas eram falsas, mentirosas, hipócritas e interesseiras. Pessoas assim são como produtos piratas. Te atraem pela facilidade, mas logo te decepcionam pela qualidade.

     Tampei meu café e me direcionei rapidamente a saída, porém, para minha infelicidade eu fui parado – ou cercado, como preferirem - pelo grupo. Logo Jiyoo me chamou:

   - Bom dia Jimin oppa! – ela forçava a voz para ser fofa e seu incansável sorriso me enjoava.

     Eu já conheci muito bem seu jeito, se não arrumasse uma maneira de escapar logo dali ia passar o dia todo lá.

   - Bom di... – fingi ser interrompido e botei a mão no bolso, logo tirando meu celular dali. – Preciso atender, me desculpem.

     Corri o mais rápido possível para fora do refeitório. Me sentia bem mais aliviado. Só de trocar duas palavras com o grupo já me parecia sufocante, eu simplesmente não conseguia aceitar como as pessoas conseguiam ser assim. O problema é que o mundo é real, mas as pessoas são de mentira. Pelo menos, parte delas.

     Enquanto ia em direção a quadra eu bebia o café e observava as grandes janelas da faculdade. Estava nevando muito e eu estava quase congelando. Não podia afirmar que estava com um psicológico bom para aturar os gritos do professor novamente, mas eu não podia fazer nada a respeito.

     Quando cheguei ao ginásio o professor não estava lá. Estranhei de primeira, mas logo ouvi as vozes dos meus amigos. Comecei a segui-las e logo os encontrei em uma das arquibancadas. Eles pareciam estar jogando algo. Logo Jungkook percebeu minha presença:

   - Venha aqui hyung! Hoje vamos comemorar.

   - Comemorar o quê? Por que o professor não está aqui?

   - A diretora nos alertou que por conta da neve ele não conseguiu sair de casa, ela disse que em Incheon a neve está bem mais intensa. – Hoseok disse.

   - Então não vamos ter aula? – Meu sorriso era de ponta-a-ponta.

   - Não! – Taehyung quase gritou, comemorando. – Sabe o que isso significa, Jimin?

   - Dia de comer carne?!

   - Sim!

   - Quem é o sortudo da vez então? – Perguntei me sentando na arquibancada também.

   - Não diria que é sorte pagar carne para todos. – Yoongi disse, bufando.

   - Só está falando isso por que está na final. – Namjoon rebateu.

   - Ei, mas o Jimin não participou!

   - Isso não é um problema. – Namjoon continuou. – O Jimin entra agora no jogo e os dois que ficarem racham a carne.

   - Quem está na final, além do Yoongi? – Perguntei curioso.

   - Eu. – Taehyung disse com uma famosa cara de “animação”.

   - Vão, se resolvam! – Jin se pronunciou. – Eu quero comer carne logo.

   - Pedra, papel e tesoura? – Perguntei e ambos afirmaram. – 1, 2, 3...!

     Eu coloquei pedra e Yoongi e Taehyung colocaram tesoura.

   - Aish! – Yoongi reclamou.

   - Nos encontramos no corredor principal ás sete. – Namjoon disse. – Nunca pensei que Yoongi compraria algo caro para nós.

   - Por isso temos que aproveitar bem hoje! – Jin disse, provocando Yoongi.

   - Mas ainda são 8:30. O que vamos fazer até as 19:00? – Taehyung perguntou.

   - Eu não sei vocês, mas eu vou voltar a dormir. – Yoongi disse saindo das arquibancadas e indo em direção a porta do ginásio.

   - Não perca a hora, viu? – Namjoon o provocou.

   - Aish, ok, ok! – Ele disse por fim, saindo do ginásio.

   - Por que não saímos para algum lugar? – Taehyung sugeriu.

   - Me parece uma boa. – Jungkook e Jin concordaram.

   - Faz tempo que não temos um dia inteiro de descanso, então eu tô dentro! – Hoseok concordou. 

   - Jimin e Namjoon? – Taehyung pendeu a cabeça para o lado.

   - Por mim tudo bem. – Namjoon disse.

     Rapidamente o diário veio em minha cabeça, eu queria muito ler as próximas páginas. Sem contar que eu não estava com muito ânimo para sair. Dias de neve são dias preguiçosos.

   - Eu ainda não estou me sentindo cem por cento. – Menti. – Acho melhor eu ficar aqui por agora, de noite vai estar muito mais frio.

   - Jimin está certo, quando menos frio ele pegar será melhor. – Jin disse. – Repouse e tente ficar melhor até a noite.

   - Certo. – concordei.

   - Nos vemos mais tarde então. – Jungkook disse. – Vamos gente!

     Todos se despediram de mim e acompanharam Jungkook para fora do ginásio.

     Quando cheguei no dormitório automaticamente me joguei em cima da cama. Apesar de querer ler o diário, eu estava receoso. Era como se eu não acreditasse que alguém passou por tudo aquilo, como se fosse uma história de um livro.

      Apesar suspirei deixando esses pensamentos vagarem e peguei o diário dentro do meu livro de química e me sentei na escrivaninha. Liguei o abajur da mesma e comecei a ler:

    

     “Querido diário,

     Hoje eu mal consegui fazer a aula. Todos aqueles xingamentos, palavras de ódio e flashes da noite passada vinham me atormentar. Quase deixei um dos halters caírem nos meus pés em um desses flashes. Minha treinadora tentou conversar comigo, me perguntou do porquê da minha desatenção e eu apenas disse que não me sentia bem, que poderia estar doente ou algo assim. Felizmente – ou infelizmente, como preferir – ela acreditou. Não sei muito bem o porquê. Talvez por conta do meu constante comprometimento nas aulas ela provavelmente achou que eu não estava mentindo. Mas, tecnicamente, eu realmente não estava me sentido bem, então não sei se isso seria uma mentira. Enfim, vai do consentimento de cada um.

     No final ela me dispensou, me desejando melhoras. Queria que fosse tão fácil assim esquecer uma dor psicológica como esquecer uma dor física.

     Eu não queria ir ao dormitório. Se eu fosse minha colega de quarto, a Yerim, me faria várias perguntas, e isso era o que eu menos queria agora. Mesmo ela sendo minha amiga, não quero que ela se preocupe com os meus problemas. É meio clichê falar isso, mas não sei se agradeço ou reclamo pelas pessoas não poderem ver a bagunça que tem aqui dentro de mim.

     Eu não tinha um rumo. Encarava as pessoas no corredor principal da faculdade como se procurasse algo, alguém, ou alguma resposta sobre minha infelicidade e tristeza. Talvez eu só estivesse procurando alguém para culpar. O ladrão da minha felicidade, talvez? Mas quem eu poderia culpar? Quem poderia assumir esse posto? Ninguém ali tinha culpa. Ninguém ali, ao menos, sabia o que tinha acontecido comigo noite passada. Ninguém ali sabia que eu estava infeliz, muito menos que meu coração estava em pedaços.

     Apenas suspirei e segui em frente. Não sabia muito bem para aonde ia, mas eu não podia ficar parada no meio do corredor esperando perguntas de preocupação das pessoas.

     Quando menos percebi eu estava no jardim da faculdade. Lá era gigante e tinha um clima harmonioso. Aquilo me fez sentir um pouco melhor. Eu quase sempre ia ao jardim para passar o tempo, era um lugar bonito e aconchegante de se ficar. As vezes ia também para fazer pedidos em um pequeno lago que havia lá. Era meio que um ritual que eu fazia quando queria muito que algo funcionasse, desse certo ou melhorasse.

     Me senti extremamente boba ao fuçar em meus bolsos, encontrar uma moeda e me dirigir ao pequeno lago. Não que eu estivesse com muitas esperanças, mas era uma das únicas coisas me sobravam. Talvez, no fundo, aquilo me faria um pouco melhor. Talvez aquilo só fosse besteira minha. Só... Talvez.

     Juntei minhas duas mãos com a moeda e fechei meus olhos. Desejei que tudo melhorasse e os abri novamente, logo em seguida jogando a moeda no pequeno lago.

     Suspirei imaginando quantas moedas eu e vários outros alunos já tínhamos jogado naquele lago pedindo por algo.

      Porém, apenas continuei seguindo em frente, mesmo sem rumo. Não muito tempo depois, comecei a ouvir algumas vozes próximas a mim. Olhei para os lados e vi um grupo de garotos. Um deles tinha uma bola de basquete na mão, então provavelmente eram da área de basquete. Nenhum dos rostos estava-me parecendo familiar, porém, um deles se destacou. Park Jimin. Ele já fez publicidade para escola algumas vezes pelo seu “ótimo carisma e notas”, além de fazer um sucesso considerável com a maioria das garotas.

      Sinceramente? Eu não achava ele isso tudo. Não que eu o odiasse, mas não sentia nem um pouco de vontade de conhece-lo. Ele não parecia ter conteúdo algum, tem mente infantil e parece ser bastante do tipo teimoso. Somos diferentes. Mas também, quem sou eu para ‘exigir’ dele as qualidades que nem eu tenho? Só... Não o caracterizaria como meu tipo ideal. Se é lá que isso existe.

     Apenas dei de ombros e, sem escolha, tive que voltar ao dormitório, mesmo contra a minha vontade. Eu não poderia evitá-lo para sempre. Além do mais, a única coisa que eu queria fazer no momento era dormir e não acordar mais. Todas aquelas palavras ainda eram tão presentes e doíam tanto. Mesmo eu sabendo que aquilo era errado, que eu não deveria me abalar por aquilo, eu não conseguia. Eu não conseguia simplesmente não ligar para aquelas palavras, não conseguia dar as costas a elas.

     ‘Se nem minha vó não se importa, por que eu deveria me importar?’

     Isso rodeava em minha cabeça. Parecia que era mais forte do que eu. Eu não deveria me importar, mas eu me importo. Droga, eu me importo muito.

     E mais uma vez, meus olhos começaram a se embaçar. Então, eu corri. Corri sem olhar para trás. Corri sem me preocupar com a reação das pessoas. Corri porque era uma das únicas coisas que eu podia fazer no momento.

     Quando cheguei a porta do meu dormitório, minhas mãos estavam encharcadas e meus olhos estavam inchados. Eu me encontrava tão irritada por me importar que sentia raiva de chorar. Suspirei e destranquei a porta, entrando no dormitório. O que eu menos podia esperar é que eu não estava sozinha lá dentro.

   - Pensei que você não ia chegar nunca. – Yerim, minha colega de quarto reclamou.

    Logo levantei o rosto, vendo que minhas quatro amigas estavam ali.

   - O que está acontecendo, unnie? – Sooyoung me questionou. – Fale comigo.

     Funguei e encarei elas novamente.

   - Nesse estado seria até hipocrisia minha mentir, não é? – forcei uma risada. – Só... Tudo está tão complicado, eu estou me sentindo tão mal, não sei nem por onde começar.

   - Nós sabemos que você não é muito de falar sobre os seus problemas, não precisa dizer se não quiser, nós entendemos. – Joohyun disse.

     - Nós queremos que saiba que você pode contar conosco quando você quiser. Nos melhores momentos, para darmos risadas juntas. Nos piores momentos, para que choremos umas nos ombros das outras. Nós sempre vamos estar ali, bem ali do seu lado, para qualquer hora, momento, ou lugar. - Seunghwan disse, suspirando em seguida. – Caramba, nos importamos com você. Vimos que você saiu abalada da aula e mesmo quando chegou na mesma já não parecia bem.

       Mesmo me sentindo desconfortável com a situação, eu contei tudo. Disse tudo a elas porque sei que em um momento ou outro iriam arrancar as palavras de mim, e também eu não tinha escolha. Eu estava praticamente encurralada, não tinha como sair bem daquela situação. Mesmo não querendo preocupa-las com os meus problemas, eu me senti um pouco mais aliviada depois de tudo.

     Quando terminei de relatar a noite passada, elas pareciam preocupadas e tristes. Logo me pronunciei:

   - Me desculpem. Não queria deixar vocês assim.

   - Desculpa por ser uma má amiga. – Yerim começou a chorar. – Caramba, você passou por isso tudo e eu nem cheguei a te perguntar se você estava bem hoje, mesmo percebendo que você estava estranha. Me desculpe mesmo...

   - Não chore, Yerim! A culpa não é sua. – A abracei me sentindo mal por ver aquela cena.

   - Nunca mais deixe sua vó falar isso sobre você. Isso é agressão verbal e é crime. – Joohyun disse. – Por que não denunciou?!

   - Eu simplesmente não posso denunciar minha vó! – Disse sentindo meu coração apertar. – Ela só tem a mim e aos meus pais, além do mais, ela é minha família.

   - E você não pode continuar aceitando essas agressões! – Seunghwan disse. – Sei que ela é sua família, mas precisa ser punida! Isso pode te causar diversos problemas psicológicos futuros.

     Nunca pensei que elas iriam me ajudar tanto. Falaram que eu precisava relatar as agressões rapidamente e que, se eu não fosse, elas fariam isso por mim. Porém, pedi um tempo para pensar. Apesar das circunstâncias eu não queria jogar tudo para o ar.

     Elas realmente não queriam que eu passasse por isso, isso me deixava feliz. Me sentia realmente idiota por não ter conversado com elas antes, se eu soubesse que poderia ser recebida e ajudada tão bem provavelmente não teria angustiado tanto esses sentimentos. Conversamos tanto sobre o assunto que nem vimos o tempo passar. No final, elas me fizeram prometer que não iria ficar receosa ao contar alguma coisa a elas, principalmente se for algo que esteja me deixando mal.

     Eu me sentia tão amada e protegida, me sentia tão bem. Era incrível, parecia que elas sabiam exatamente as palavras certas e os momentos certos.

   - Eu estou tão feliz por ter amigas como vocês... – Disse começando a chorar de alegria. – Vocês são tão especiais para mim, não sei nem como agradecer.

   - Não agradeça, somos amigas, não somos? Isso já é o suficiente. – Sooyoung disse sorrindo enquanto me abraçava.

   - Por que não vamos comemorar o bom humor de Seulgi novamente? – Seunghwan sugeriu.

    Todas riram e concordaram.

   - Sabe o que isso quer dizer... ? – Yerim disse empolgada enquanto nos entreolhávamos.

  - Karaokê! – Todas nós dissemos juntas.

     (...)

     Eu não me divertia assim faziam meses. Sempre que íamos ao karaokê a noite valia a pena. Não nos contentávamos em apenas cantar, mas fazíamos coreografias para as músicas também, era hilário. Era incrível a maneira de como conseguíamos transformar uma música em humor.

     Eu me sentia tão leve, como se eu não estivesse mais carregando aquele peso todo. Eu me sentia feliz por ter pessoas tão especiais na minha vida.

 

     Até amanhã, querido diário.”

 

     Eu me sentia tão feliz em saber que ela estava melhor. Mesmo não a conhecendo, conseguia sentir sua dor pelas palavras. Mas... Uma coisa me intrigava: Ela não gostava de mim? Por que? Eu aparento mesmo ser do jeito que ela descreveu?

     Várias perguntas rodeavam minha cabeça, mas de uma coisa eu tinha certeza: Eu iria fazer ela ter uma boa impressão de mim. Por que? Nem eu sei ao certo. Eu só gostaria de demonstrar que eu não sou tudo aquilo e que também tenho minhas qualidades.

     Mas parece que a cada página eu estou perdendo. Apesar de descobrir o ciclo de amizade da dona do diário, sinto que isso não é o suficiente. Quero ter mais informações, só o seu nome já seria uma informação de ouro, mas até agora, nada.

     Espero conseguir mais informações, a cada página eu me torno mais curioso.


Notas Finais


Não sejam leitores fantasmas, quem comentar ganha cookie~
xxx
Twitter: @stupidzs_


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