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História Seven love letters - Sete cartas


Escrita por: myavengedromanc

Notas do Autor


Mais uma adaptação sim! Dessa vez com algo bem fofo <3
Esse livro originalmente se chama Cartas de Amor de Paris, e por incrível que pareça, é uma história real!!! Acho que foi isso que me deixou mais fascinada pela história, é quase inacreditável que alguém possa ter passado por um amor tão bonito e forte assim. E bom, pra deixar mais lindo ainda, decidi adaptar para frerard hsuahaus
Então alguns avisos antes de começar a ler:

1. Vocês vão perceber que Frank e Gerard são um pouco mais velhos do que a realidade... Preferi não mudar a idade dos personagens, porque isso faria com que eu tivesse que mudar as datas dos ocorridos ou então deixar mais curto o período de tempo de certos acontecimentos...
2. Gerard é Francês nessa história, então não estranhem, por favor.
3. Por ser uma adaptação, tentei AO MÁXIMO deixar tudo no mundinho mcr, mas foi quase impossível pela quantidade de personagens que são apresentados ao longo da história... Então tem personagens originais, espero que se acostumem com os nomes e tudo mais... Me desculpem por não ter conseguido adaptar a maioria deles :(
4. Tem algumas palavras/frases em francês, eu tento traduzir as mais importantes e deixar do ladinho, não sei nada da língua então to usando o meu amigo Google Tradutor, se alguém ai souber francês e ver erros feinhos, me perdoe, to só tentando hahahha mas oq não é TÃO importante assim, não traduzi e tal, então sem preocupação quando verem algo estranho escrito por aí haha

Bom, é isso, espero que gostem, pq eu realmente amei tudo isso
Boa leitura <3

Capítulo 1 - Sete cartas


Eu não sabia como sobreviveria ao desastre.

Como a vítima mais recente da demissão de uma empresa inteira, eu era um diretor de arte desempregado em Chicago, e novas oportunidades de emprego — freelance ou outras — eram difíceis de conseguir. O lobo mau da dívida do cartão de crédito tinha soprado e bufado e soprado para longe qualquer tipo de liberdade financeira. A raiva e o ressentimento tinham feito sua parte no que havia começado como um casamento feliz. Durante oito anos, eu dividi o quarto de hóspedes com meu cachorro, Ike. Não era de se admirar que meu marido, Chris, e eu não tivéssemos filhos, a não ser um “filho substituto”, peludo.

Meu aniversário de 40 anos estava logo ali, e eu não sabia que direção tomar quando todas as estradas pareciam levar direto para o fundo do poço. Então, na noite de 6 de maio de 2009, encontrei-me com a única pessoa que eu esperava poder me empurrar para o caminho certo, ou, pelo menos, tirar-me do meu estado de pânico. Bert me ouviu reclamar, resmungar e gemer por uma boa meia hora. Então seus lábios se curvaram num sorriso felino. Ele pegou a garrafa de Pinot Noir de cima do bar e encheu nossas taças até a borda. Antes que o vinho derramasse por todo lado, peguei meu copo, olhando para ele com desconfiança. Não tinha penas amarelas presas nos lábios de Bert; no entanto, como depois de ser seu melhor amigo por mais de 25 anos, eu sabia que ele estava aprontando alguma — sempre tramando, aquele idiota.

— Desembucha logo.

— 1989. Vinte anos atrás. Paris.

E foi assim que a melodia de nossa conversa deprimente mudou de uma canção intitulada “Stormy Nights” para “Happy Days”, e que nos deleitamos com nosso passado, revivendo cada momento glorioso, numa louca farra pela estrada da memória. Parecíamos muito com as mulheres de meia-idade daquele lendário comercial dos anos 1980, um em que elas ficam se lembrando da viagem que fizeram a Paris com uma xícara de café. Uma mulher diz:

“Eu amava aquele garçom”, e as duas riam e suspiravam. “Jean-Luc.”

Porém, nossa aventura parisiense de 1989 não poderia ser comparada a um simples comercial de café; tinha sido a escapada mais sonhadora que tínhamos experimentado em nossa vida, a nossa maior aventura. La vie en rose, Paris seduziu nossa alma. Não apenas ficamos enfeitiçados pela arquitetura, cultura e arte parisienses de tirar o fôlego, como também Bert e eu encontramos romance nas ruas históricas. Só que o meu Jean-Luc não era um garçom; era um “cientista de foguetes” sexy, que falava um inglês quase perfeito, graças ao seu trabalho na indústria aeroespacial e em parcerias internacionais. E teríamos sido totalmente relapsos se Quinn (o amigo dele, bonito do mesmo jeito) não tivesse desempenhado um papel importante naquela conversa animada.

Ainda sou grato por Bert e eu não termos nos apaixonado pelo mesmo cara.

Uma faísca acendeu os olhos azuis de Bert, que ergueu uma sobrancelha. Ele se inclinou para a frente e sussurrou:

— Você ainda tem as cartas do Gerard?

Ele sabia muito bem que eu tinha.

— Estão guardadas em algum lugar lá em casa. Por quê?

— Porque estou tendo a ideia mais gay da minha vida. –Ele riu anasalado e fez sua melhor expressão desafiadora. –Vamos criar um blog chamado “As cartas de amor mais bonitas do mundo”. As pessoas vão mandar as cartas delas para nós, e nós vamos rejeitar ou aceitá-las, comparando-as com as de Gerard. As cartas dele vão ser o parâmetro.

Como uma distração para minha vida desastrosa, a ideia despertou meu interesse.

Terminamos nossa garrafa de vinho e discutimos possibilidades para o blog. Concordei em pensar seriamente a respeito, mas não estava convencido por completo do entusiasmo de Bert. Publicar as cartas de amor de Gerard em um fórum público e compará-las a outras iria desmerecê-las. Eu não mantinha contato com o cara havia vinte anos. E se ele se deparasse por acaso com nosso “blog do amor” e reconhecesse suas palavras? Não seria pelo menos um tiquinho humilhante? Eu, sem dúvida, não ia querer me humilhar. O que eu precisava fazer era encontrar aquelas cartas, dar uma boa lida nelas e depois tomar uma decisão.

Já passava da meia-noite, e eu já estava sem assunto. Talvez tivesse sido o jeito com que eu estava batendo as unhas na taça de vinho que fez Bert enfim captar a dica.

— Precisa de uma carona para casa? — perguntou ele.

— Não, a caminhada vai me fazer bem.

— Você decide… Mas, tem certeza?

— É sério, estou bem.

— Pense sobre o blog, Frankie. — Bert deixou seu copo no balcão, me deu um grande abraço e depois foi sacudindo os ombros para fora do restaurante, cantando: “O blog do amor é um velho lugarzinho em que a gente pode blogar juntos. Blog do amor, baby. Blog do amor, beibiiiiiiiiiii”.

Deixo por conta do meu melhor amigo corromper uma música do B-52s com o único propósito de me fazer rir. Andando meio esquisito, saí do restaurante e corri duas quadras até em casa, pensando em desenterrar as cartas de Gerard como minha prioridade numero uno.

Eu era um homem em uma missão. Quase me matei puxando a primeira caixa de plástico para fora do armário de tralhas. Ela caiu no chão com um baque retumbante, errando minha cabeça por pouco. Felizmente, meu marido estava fora da cidade a negócios; portanto, o barulho não incomodaria ninguém, a não ser os vizinhos do andar de baixo e meu cachorro.

Ike, curioso sobre a comoção toda, entrou de fininho no corredor, sua respiração era como uma nuvem esverdeada pairando sobre meu ombro. Não importava. Acariciando as orelhas aveludadas de Ike com uma das mãos, levantei a tampa da caixa com a outra. Álbuns de fotos.

Fotos de modelo da minha infância. Memórias aleatórias do meu passado.

Seis caixas depois, eu ainda estava de mãos vazias e prestes a desistir, quando contei as caixas espalhadas pelo chão. Sete. O número exato de cartas que recebi de Gerard.

Tinha de ser algum tipo de sinal.

Porém, com certeza, eu estava me preparando para a decepção.

À primeira vista, a última caixa não parecia promissora. Estava cheia de arquivos, declarações fiscais e demonstrativos de pagamento antigos. Mas então prendi a respiração, tirei algumas pastas, e aleluia, minha busca pela felicidade momentânea foi concluída sob a forma de uma pasta de plástico azul-piscina cheia de cartas antigas. Com dedos cuidadosos, puxei as cartas de Gerard para fora e as inspecionei com atenção. Em estado impecável, pareciam ter sido escritas no dia anterior, apesar dos milhares de dias que tinham se passado.

Todas as folhas eram de um lindo pergaminho creme, adornado com tinta preta. Comparada à minha letra, que parecia pegada de galinha, a caligrafia de Gerard era poética, artística.

Empilhei as cartas em ordem, me enrodilhei no sofá e li.

 

Carta Um

PARIS, 28 DE JULHO DE 1989

Meu doce Frank,

Realmente não sei como começar esta primeira carta. Não por não ter nada a dizer, mas porque tenho tantas coisas para colocar neste papel, que não consigo organizar meus pensamentos. Não tenho nenhum dicionário aqui para escrever o inglês perfeito de Shakespeare, então, desculpe os erros que cometi e os que certamente vou cometer.

Por favor, não pense que é fácil para mim expressar meus sentimentos em uma carta, contudo, quando nosso coração bate por alguém, acredito que é melhor não esconder. Talvez você pense que é muito cedo para declarar meus sentimentos. Talvez a maioria das pessoas pense que é, contudo não me importa como os outros vivem, porque estou fazendo o que preciso para me expressar para você. Ninguém antes de você abriu meu coração em tão pouco tempo, contudo, com você, todas as minhas barreiras se estilhaçaram em mil pedaços.

Frankie, sei que vai ser difícil para nós mantermos um relacionamento forte, porém na minha vida eu aprendi que “onde há uma vontade, há um caminho”, e acredito nisso. Encontrei em você um garoto gentil com muitas qualidades que podem fazer um homem feliz. Gostei do seu jeito engraçado, do seu tipo de loucura, da sua paixão pela arte, mas principalmente eu amei a sua presença ao meu lado. Sinto falta da sua voz. Ela ainda canta em minha mente como um pássaro meigo cheio de felicidade. Você coloca milhares de sóis na minha mente… como uma fada. Por isso, obrigado pelo tempo que compartilhamos juntos, repleto de carinho e alegria.

Seria um desastre se colocássemos um fim nessa paixão entre nós. E sou um homem que não pode viver sem paixão. É a força do meu ser, o melhor que podemos fazer. Senti isso naquela noite no restaurante: uma conexão silenciosa. Eu precisava falar com você ou ficaria decepcionado comigo mesmo se não soubesse o que poderia acontecer. Assim, por essa paixão, vou tentar o meu melhor para salvá-lo. Sinceramente quero viver algo excepcional com você.

Quando seu trem partiu da estação, não perguntei onde você iria ficar em Nice. Fiquei louco, louco por você, é claro. Eu poderia ter ido até você no fim de semana. Minha cabeça estava nas nuvens e, hoje, o dia inteiro, fiquei muito irritado comigo mesmo por ter sido tão estúpido. Você me disse para ir junto, mas não pensei no fim de semana. Claro, Frank, eu teria feito isso por você.

Desejo de verdade que essa história seja incrível, romântica (yeah!) e ao mesmo tempo erótica (hummm!). Eu queria te dar muitos prazeres para você me manter no fundo da sua mente, e estou um pouco frustrado por não ter feito isso. Ainda assim, você continua sendo meu lindo menino; o menino de quem eu gosto muito.

Temos muitas coisas em comum, tanto intelectual quanto fisicamente, e é difícil ser atraído pelas duas coisas numa mesma pessoa. Por isso, quando a gente acha essa pessoa, não quer deixa-lo ir embora. Eu queria muito estar com você, mesmo que seja complicado. Temos de avançar juntos, de mãos dadas, coração com coração, pele contra pele.

Não posso terminar esta carta. É uma loucura. E eu sou louco também!

 

 

**

 

As palavras de Gerard eram um afrodisíaco, um alimento para os famintos de amor. Lê-las era melhor do que comer chocolate compulsivamente, e consumi suas cartas com um apetite voraz, cada página era mais bonita, poética e romântica do que a anterior. Suas palavras eram requintadas, cheias de paixão e promessa. Por mais que ele tivesse escrito, eu sentia meu coração batendo a cada palavra. Eu definitivamente precisava de um impulso novo.

Eu admirava sua coragem. Nunca fui alguém de expressar meus sentimentos. Não como ele.

E, Deus, naquele momento, o que eu teria feito para ter apenas um mínimo de paixão na minha vida. Mas ali estava eu, no sofá, me perguntando o que tinha acontecido, tentando entender em que momento tudo o que eu tinha sonhado um dia simplesmente tinha dado errado. Eu não tinha nada: apenas uma dívida e um casamento morto, culpa e medo. Onde estava tudo o que era meu? Segurei-me às cartas de Gerard.

A ideia de Bert usar essas cartas como uma espécie de barômetro do amor… bem, o conceito dele havia criado asas e voado janela afora. Eu me encontrei agarrado pelas mãos fortes da culpa e do arrependimento. Em 1989, Gerard me escreveu sete lindas cartas numa tentativa de manter acesa a chama entre nós.

E nunca as respondi.

Pas un mot. (Nem uma palavra.)

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado, o próximo é maior, prometo não demorar <3


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