Talvez eu estivesse sofrendo de demência pela falta de sono. Talvez os anos que eu havia passado reprimido sexualmente tivessem pesado. Qualquer que fosse a razão, nós mal pisamos no quarto do hotel e eu joguei Gerard sobre a cama, e montei em cima dele. Seu fervor imediatamente se equiparou ao meu. Em questão de segundos, nossas roupas estavam no chão, e já que eu havia andado morrendo de fome de amor, comecei a me alimentar freneticamente.
Eu estava faminto.
Ao que parecia, ele também. Quando fizemos amor naquela primeira vez, uma intensidade brilhou em seus olhos. Na verdade, seu olhar nunca deixou o meu. Sem fôlego, ficamos na cama; eu, envolto em seus braços.
— Não entendo — disse Gerard.
— Entender o quê?
— Alors, eu não entendo como alguém poderia te ignorar por tanto tempo. Você me disse a verdade?
Rolei de lado, equilibrando-me sobre o cotovelo e acariciando seu peito com a mão livre.
— Eu nunca, nunca menti para você. Quando disse que Chris e eu fazíamos amor seis ou oito vezes por ano, foi a triste verdade.
— Isso não é nada. Nada. — ele prendeu a respiração, olhou para o teto — Frank, você é um homem muito sensual, não uma peça de mobiliário. Não entendo como você deixou isso acontecer.
Era isso o que eu estava perdendo?
— Bem, aconteceu.
— Não vale a pena viver a vida se não existir paixão. — ele me virou de costas, sorrindo maliciosamente. Seus olhos presos aos meus, intensos — Temos de recuperar o tempo perdido.
Três orgasmos, um encontro de encolher os dedos do pé, de tremer as pernas e de quase hiperventilar, e uma hora e meia depois, descobri que Gerard era um amante insaciável e muito generoso.
— Onde estamos? — perguntei com ar sonhador.
— Em Chartres.
— Qual é o nome do hotel?
— Best Western.
Eu conhecia a marca como uma cadeia decente de hotéis nos Estados Unidos, quando se estava no meio de uma viagem de estrada e não se queria ficar num pulgueiro qualquer, mas aquele lugar era bom. Muito bom. Com tons de chocolate, bege e branco, a decoração era aconchegante e elegante — paredes revestidas com painéis de madeira, camas macias, uma charmosa escrivaninha antiga no canto, um tapete grosso e cortinas bonitas, até mesmo um lustre estilo candelabro.
— Está brincando.
— Eles não são assim nos Estados Unidos?
— Nem perto. — fechei os olhos. Talvez as coisas simplesmente fossem melhores na França?
— Apenas espere para ver o que mais eu tenho planejado para você, querido. — ele me deu um beijo no nariz e rolou para fora da cama. Seu corpo era perfeito. — Não vá dormir. Levante-se e vá tomar seu banho. Temos lugares para ver.
— Mas preciso dormir. — implorei.
— Você vai atrapalhar a sua programação. Você precisa ficar acordado. — Gerard caminhou até sua mala e pegou alguns pacotes pequenos de dentro. Sua bunda era bonita, redonda, não reta. Atraente. Seus ombros eram largos e curvados — Além disso, meninos que dormem não podem abrir os presentes.
— Eu gosto de presentes. — sentei na cama, com o lençol enrolado na cintura — Também tenho algumas coisas para você.
De sua mala, ele me entregou presente após presente. Um isqueiro zippo metálico — sempre quis um desse —, de um vilarejo da Provence. Um frasco de perfume Giorgio Armani, que comprou em Toulouse. Um cachecol de caxemira comprado em sua viagem à Escócia. Sabonetes franceses — Savon de Marseille — um arco-íris de cores e aromas, para a minha mãe.
Esse cara era bom. Muito bom.
Os franceses têm a reputação de serem os melhores amantes do mundo, o que não inclui apenas o ato físico do sexo, mas o pacote completo: a paixão, o romance, do começo ao fim.
Gerard certamente correspondia à reputação e ainda mais.
E eu tinha lhe comprado um livro sobre peixes, um chapéu, e algumas camisetas horríveis de Malibu para ele e seus filhos? Confesso que tudo estava relacionado ao seu amor por mergulho, mas em comparação aos presentes que ele me deu, eu me sentia um péssimo presenteador, exceto pela Calvin Klein preta sexy, que eu tinha comprado antes de viajar, que na verdade, não eram realmente para ele...
Fiel à sua palavra, Gerard não me deixou voltar para a cama depois da minha chuveirada.
Em vez disso, nós nos dirigimos à Cathédrale Notre-Dame de Chartres, considerada uma das maiores conquistas da arquitetura gótica e também a razão por estarmos em Chartres, a cidade com o mesmo nome. Gerard me pegou pela mão, levando-me através de um parque e, em seguida, por um labirinto de ruas menores. Não me incomodei em perguntar como ele conhecia o caminho. Seu passo era determinado, tentei acompanhar seu ritmo.
Depois de serpentear pelas ruas de tijolinhos, passando por restaurante após restaurante, paramos. Pisquei para afastar o sono dos olhos. Lá estava, em toda a sua glória, os torreões, parecendo ter saído de um castelo de areia, disparavam pelo céu azul, chamando o paraíso, uma linha direta com Deus: Chartres. As esculturas e os entalhes eram magníficos, para não mencionar os arcobotantes. Ah, sim, a terminologia da faculdade de artes estava voltando a mim. Eu só consegui murmurar:
— Uau.
O teto disparava acima da minha cabeça. Vitrais derramavam tons de pedras preciosas pelo chão, oferecendo representações de histórias bíblicas. Fui imediatamente atraído pela Madonna Azul, sábia, régia, e exibindo um indescritível sorriso de Mona Lisa. Bebi meus arredores, imerso num mundo de cor e luz: magníficos azuis, vermelhos, verdes e roxos.
Gerard me pegou pela mão discretamente.
— Quer ver a torre?
Eu poderia dizer pela sua expressão de garoto que ele queria mostrá-la a mim. Então me deixei levar. Compramos nossos bilhetes e começamos a escalada angustiante. Desde o primeiro degrau, lamentei a decisão, cada passo se tornando mais trabalhoso do que o anterior. Eu me vi caindo escada abaixo pela pedra calcária dura.
— Quanto falta até ao topo? — coloquei minhas mãos nos joelhos para recuperar o fôlego.
— Trezentos degraus.
Ecoei suas palavras:
— Trezentos degraus?
— Querido, não precisamos ir até o topo. Tem um monte de pontos de vista ao longo do caminho.
— Não, não, não. — eu disse, embora meu corpo cansado estivesse implorando para dar meia-volta — Meu pai me criou para respeitar o dólar. Você pagou sete euros por cada um de nós. Vamos subir.
Quando chegamos ao topo, meu olhar saltou do telhado verde pálido às gárgulas, delineadas por um céu azul que começava a escurecer, e então para a aldeia e os campos de trigo abaixo de nós: tons de amarelos e vermelhos. Havia história ali. A história real. Gerard estava atrás de mim, sua respiração suave no meu ouvido, as mãos sobre meus quadris e, naquele local histórico, senti como se o conhecesse havia séculos. Exatamente como ele havia prometido duas décadas antes, eu estava vendo a França por intermédio dos olhos de um francês. O sino da igreja tocou sete vezes e sua melodia encheu o ar, reverberando em meu corpo e em meu coração. Foi então que eu decidi que sete era o meu número da sorte. Eu também queria saber o que mais o destino tinha reservado para nós.
— É melhor a gente ir antes que nos tranquem aqui dentro — disse Gerard.
Do lado de fora da catedral, a cidade de Chartres era cheia de belas ruas sinuosas e pontes de pedra românticas, uma surpresa esperando em cada esquina. Música ecoava nas ruas.
Seguimos a melodia e nos encontramos em uma grande praça, na qual havia uma banda tocando num palco central: um vocalista, um baterista, um guitarrista, e dois acordeonistas.
Como uma festa gigante, cerca de uma dúzia de cafés cercavam o palco, todos com mesas ao ar livre, cada um cheio de gente fumando, bebendo e rindo. A banda tocava uma música frenética e estonteante com ritmos variados, e os músicos eram teatrais em seus movimentos.
Por mais hipnótica que a música fosse, as pessoas dançavam entusiasmadas na frente do palco, girando e batendo palmas.
— É música cigana? — perguntei.
— Não, na verdade não. — disse Gerard— É a música da região, um francês muito antigo misturado a um monte de diferentes influências, algumas ciganas, um pouco de tango.
Basicamente é música folclórica.
— É ótima. — Mesmo cansado como eu estava, não pude evitar perceber meu pé acompanhando a batida. No entanto, logo que gastei a energia extra para fazer isso, desabei em Gerard. Ele me pegou, apoiando-me pelos cotovelos.
— Vamos comer alguma coisa. E então vamos te levar para a cama.
Com intenção perversa, ergui a sobrancelha no que eu esperava ser um jeito sedutor.
— Mal posso esperar.
— Tu es une homme gourmande. — Gerard sussurrou calorosamente em meu ouvido, sua mão deslizando pelas minhas costas. “Um homem muito, muito, muito guloso.”
Meus joelhos cederam debaixo de mim.
Ele passou o braço sobre meus ombros e seguimos caminho até um restaurante pelo qual havíamos passado mais cedo. Chique, mas confortável, o salão era lindamente decorado, até mesmo romântico. Com as cortinas em xadrez azul e branco, a decoração era típica do interior francês em alguns aspectos, mas exótica em outros. Influências marroquinas estavam em toda parte: abajures de contas, mesas de azulejos, almofadões e biombos de ferro ornamentado.
Gerard pediu cordeiro e tajine de legumes, um prato nomeado segundo as panelas de barro nas quais nossa refeição seria servida, e uma jarra de vinho.
Não havia necessidade de falar, e sorri para minha boa sorte. Gerard acariciou meu polegar com o dele. Só tínhamos passado um curto tempo juntos, mas já tínhamos encontrado nosso ritmo. No que parecia ser apenas um minuto depois, o garçom colocou uma grande panela de barro em nossa frente, com pão árabe ao lado. Uma mistura de aromas de dar água na boca envolveu a mesa. Complexos e aromáticos, os ingredientes estimulavam meus sentidos — maçãs, peras, damascos, azeitonas, limões, amêndoas e uma variedade de especiarias, como canela, açafrão, gengibre e pimenta. A carne praticamente derretia na minha boca e os legumes — abobrinha, cenoura e cebola infundidos num molho à base de tomate, temperado com os sabores de canela, páprica, cravo e pimenta caiena — estavam deliciosos.
O jantar foi quase tão picante quanto nossa química.
Engolimos nossa comida e voltamos ao hotel para a “sobremesa”.
Normalmente, eu dormiria virado para o lado oposto da cama em relação ao meu parceiro, sem querer que nada perturbasse meu sono. Entretanto, nada sobre a nossa relação era usual, e foi como se tivéssemos sido colados um ao outro, minha cabeça apoiada no ombro dele, minha perna envolta sobre seu corpo. Mesmo a nossa respiração parecia estar em sincronia. Acordei algumas horas mais tarde, surpreso de ainda me encontrar enredado nos braços de Gerard.
Ele acariciou minhas costas com a ponta dos dedos suaves.
— Você é lindo, Frankie, a rosa mais bonita do meu jardim. Faz horas que estou acordado, apenas observando você dormir. — ele rolou em cima de mim, pressionando seu corpo contra o meu, sua atração por mim perfeitamente clara — Adoro ficar olhando para você.
Tivemos uma segunda rodada de sobremesa às quatro da manhã.
Ah, sim, eu estava recuperando o tempo perdido.
**
Um príncipe encantado, que estava fazendo todos os meus sonhos se tornarem realidade, Gerard me informou que nossa próxima parada nessa excursão, para reacender o romance, era o Château de Razay, um castelo do século XVI, no Vale do Loire, perto de alguns dos mais famosos castelos da França, no qual iríamos ficar por duas noites.
Na França, ao que se pode perceber, existem muitos tipos de acomodação para se escolher, incluindo motéis, hotéis que vão de zero a cinco estrelas, gîtes (casas alugadas), auberge (pousada), luxuosos relais et châteaux (castelos), ou um chambre d’hôtes (hospedagem domiciliar). Composto por 29 quartos, o Château de Razay fazia parte da última categoria — basicamente um bed-and-breakfast sofisticado numa mansão. Na viagem até lá, eu estava conversando, animado, sobre como o interior francês era bonito, com suas colinas ondulantes pontilhadas de vacas, quando Gerard disse:
— Acho que você precisa praticar o seu francês.
— Zut alors. Eu não falo desde os vinte anos.
— C’est comme le vélo. Tu n’oublies jamais.
— Não é como andar de bicicleta. Eu esqueci tudo.
Ele ergueu as sobrancelhas.
— Mais, tu m’as écrit des lettres en français.
Eu tinha sido pego.
— Sim, mas tive ajuda para escrever. — sorri inocente — Google Tradutor…
— Bem, agora você tem a mim.
— Sacré bleu. — eu disse.
— Você está citando um desenho animado?
— Por quê?
— Ninguém mais usa essa expressão. — disse ele, e riu.
Ao longo das próximas horas, Gerard falou em francês, me atualizando sobre a terminologia francesa moderna, e eu fiz uma tentativa de assegurar o meu lado da conversa, mas era uma verdadeira luta, especialmente quando, toda vez que eu abria a boca, ele me corrigia. Não, ele disse, você nunca pronuncia a última letra. Por exemplo, devant. Observe o t. Foi pronunciado devan. Minha cabeça girava. Não tinha como fugir ou voltar para a conversa quando eu bem entendesse. Estávamos percorrendo uma estradinha rural quando, grato por uma distração, eu gritei:
— Arrête! Arrête!
Uma nuvem de poeira explodiu em frente à janela. Gerard freou o carro e saiu cantando os pneus para o acostamento.
— Querido, ça va? Tu es malade?
— Não, não estou passando mal. Estou perfeitamente bem. — eu disse — Mas olhe só este campo. Olhe como é lindo.
— Pensei que era algo sério, mas são só des tournesols. — disse ele, com a mão sobre o coração como se estivesse tendo um infarto de mentira — Suponho que você queira tirar uma foto.
Ele já me conhecia muito bem.
Não havia nada mais francês do que passar por um campo infinito de girassóis em plena floração no verão, reluzindo em dourados, amarelos e laranjas. Tournesol, a palavra francesa para girassol, como Gerard explicou, significava voltar-se para o Sol, e o campo que tínhamos diante de nós parecia saído dos meus sonhos. Flores amarelas exuberantes inclinavam seus rostos felizes para os céus, seus caules altos dançando na brisa. Pontilhado com nuvens, o céu azul-pálido proporcionava um belo contraste aos tons da terra. Câmera em mãos, pulei para fora do carro. Com uma expressão confusa, Gerard me viu tentar montar o meu minitripé sobre o capô, mas não parava de tombar.
— Venha. — eu disse — Não quero só uma foto de flores. Quero uma foto nossa na frente delas.
Coloquei minhas mãos nos quadris e bati o pé até que ele, relutante, saiu do Ford. Algumas tentativas e erros mais tarde, finalmente consegui minha foto. Gerard me puxou para um beijo apaixonado.
— On y va. — disse ele — Vamos lá.
Ele abriu a porta do passageiro e um minuto depois estávamos seguindo nosso caminho.
Lancei um olhar de soslaio a Gerard. Até mesmo seu perfil era sexy, com o maxilar delicado e as costeletas esculpidas. Eu poderia ter ficado olhando para ele durante o dia todo. Eu estava tão alegre que não reconhecia esse lado bizarro da minha personalidade. Eu queria beijá-lo.
Na verdade, eu queria fazer mais do que beijá-lo. Em vez disso, peguei a mão dele. Quando me transformei naquele menino apaixonado?
Por fim, a construção entrou em nosso campo de visão e o lugar gritava: “Romance, romance!”. Era uma reminiscência de um castelo, hortênsias rosadas, vivas e vibrantes, circundando a casa principal, tijolinhos cor de creme com a cobertura de telhas cinzentas, pontudas, beirais arredondados em gesso.
— C’est magnifique! — exclamei.
Assim que saímos do carro e pisamos no caminho de pedrinhas, um porco barrigudo negro gigante, que imediatamente se deitou e girou de costas, implorando por um cafuné, nos cumprimentou. Alegremente, fiz carinho, surpreso de encontrar sua pele áspera e eriçada. A proprietária foi tão calorosa e acolhedora quanto. Ela praticamente desceu os degraus aos saltos para nos cumprimentar com os antigos dois beijinhos europeus e então nos convidou a segui-la até nosso quarto. Deixamos nossas bagagens no porta-malas e corremos atrás dela, que despejava um francês veloz de sua língua. Apenas sorri e concordei com a cabeça. Dentro do castelo, cada parede era pintada de amarelo-girassol, complementado com carpete vermelho. Bonito, de uma forma “olhe para mim, sou feliz, embora minhas cores briguem um pouco”, havia um grande contraste entre o exterior elegante e muito mais discreto, mas não importava, pois o nosso quarto era absolutamente delicioso, com uma cama de dossel com cortinas brancas esvoaçantes. A mulher nos entregou uma chave e saiu, seu sorriso nunca deixava o rosto. Olhei para a cama e, em seguida, arqueei as sobrancelhas para Gerard.
— Tsc, tsc, tsc. Mais tarde, meu amor. Depois desta manhã, acho que temos que te preservar. Além disso, você não quer visitar o Château de Chenonceau?
Depois de ver uma foto do meu pai parado em frente ao castelo histórico quando ele tinha uns vinte e poucos anos, fiz um pouco de pesquisa a respeito do lugar. Conhecido como o château des femmes, o castelo das mulheres, o lugar exibia toda sua glória passada, cuja beleza fria de pedra refletia sobre o rio Cher e cujos belos jardins se abriam para os milhares de turistas que o visitam a cada ano. Turistas como eu. Ele não decepcionou. Nem o château que visitaríamos em seguida: Chambord, o maior castelo no Vale do Loire.
Embora tivesse ficado impressionado com o meu conhecimento de Chenonceau, era a vez de Gerard dar a aula de história enquanto esperávamos na fila para os ingressos.
— O Château de Chambord — ele começou, arrastando cada sílaba e pronunciando de uma forma que eu só poderia descrever como muito francesa — é reconhecido em todo o mundo não só por causa do tamanho, mas pela arquitetura renascentista italiana impressionante. — ele disse isso com orgulho e seus olhos se iluminaram — Construído como um pavilhão de caça para François I…
Olhei para a magnífica estrutura, quase indescritível com a fantasia de seu imenso telhado parecendo se estender por quilômetros, as torres, as chaminés, e os jardins bem cuidados.
— Espere um segundo. Este lugar era um pavilhão de caça?
Ele deu de ombros e virou as mãos com as palmas para cima.
— O que posso dizer? Os franceses são extravagantes, e esta é uma obra-prima d Renascença, a joia da coroa. Incroyable!
Pavilhão de caça e seu símbolo da salamandra à parte, Gerard foi verdadeiramente incrível. Olhei para ele, esperando que ele começasse a reclamar e resmungar sobre como estava quente ao ar livre e como a fila para entrar não se mexia. Ele não levantou a voz ou saiu ralhando. Apenas ficou lá, em silêncio, me dando uma aula de história, enquanto me chamava de príncipe.
— Você não está irritado com a fila?
— Deveria?
— Não, não, não. — eu disse — Só estou acostumado a um tipo diferente de reação. — os olhos dele se arregalaram com a compreensão.
— Querido, nunca deixo as pequenas coisas da vida me incomodarem, especialmente as coisas que eu não posso mudar. Entendeu?
Pessoas funcionam em dois níveis: racionais e emocionais. A julgar pelo tom calmo de sua voz e por seu comportamento ultra tranquilo, Gerard pensava nas coisas antes de sair esbravejando.
Ele esgueirou a mão até minha bermuda, acariciando minha coxa. Tirei a mão dele num movimento rápido. Ele ignorou meu constrangimento óbvio e apontou em direção ao castelo.
— Foi na tenra idade de 25 anos que François mostrou ao mundo a visão espetacular que ele tinha. Tenho orgulho de compartilhar isso com você. Quero compartilhar tudo com você.
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