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História Seven love letters - Um amor pelo qual valia a pena lutar


Escrita por: myavengedromanc

Notas do Autor


Gente, sei que demorei MUITO, mas é que tive uns problemas técnicos hashauasuh Mas já estou de volta e na reta final. Pois é, Seven Love Letters está acabando :(
Sobre o capítulo, quero lembrar que essa fanfic é uma adaptação de um livro que conta uma história baseada em fatos reais, então vocês verão pessoas reais conhecidas, não estranhem.

Capítulo 24 - Um amor pelo qual valia a pena lutar


“Inspire, expire. Você consegue. Você é um aventureiro destemido” tornou-se meu mantra.

As três dúzias de rosas alaranjadas e rosa-choque enviadas por Gerard no Dia dos Namorados solidificavam aquele novo sentimento de poder. E o e-mail de Gerard me impulsionava a seguir em frente.


 

Para: Frank

De: Gerard

Assunto: Joyeuse Saint-Valentin

 

Meu Amor,

Seu primeiro olhar nesta manhã vai se voltar para esta mensagem e, em minhas palavras, vai ver todo o amor que carrego por você. Quando nos conhecemos, você era apenas um adolescente e eu era um homem jovem, mas uma página de amor já estava se escrevendo sozinha — uma página num livro de história, a nossa História com H maiúsculo. Este livro foi então fechado tão rapidamente como foi aberto.

Depois, um dia, em maio de 2009, vinte anos depois, o livro foi aberto e as páginas em branco foram preenchidas com palavras de amor… de novo e de novo. Foi isso o que fiz, o que fizemos, em cada minuto, em cada hora de cada dia desde o mês de maio. Tenho seu coração nas minhas mãos e vou protegê-lo como se fosse um tesouro inestimável.

Minhas palavras nunca são desperdiçadas quando falam ou cantam Meu Amor por Você. O livro hoje está aberto…

Amor… neste primeiro Dia dos Namorados que compartilhamos pela primeira vez. Meu coração bate por você como nunca bateu antes. Sou fiel à sua alma e ao seu corpo. Sou fiel ao nosso juramento. Sou fiel ao meu compromisso. Sou um homem tão apaixonado por você, meu príncipe, minha beldade, minha belle.

Eu te amo. Feliz Dia dos Namorados. Não se preocupe.

Tudo vai dar certo. Vamos ficar juntos.

Gerard, seu homem


 

Sim. Eu conseguiria. Com o amor ao meu lado, poderia fazer qualquer coisa e eu estava lutando por ele com unhas e dentes. Gerard e eu ficaríamos juntos, não importavam os problemas que eu enfrentava.

O próximo item a ser cortado da lista era financeiro e extraordinariamente estressante.

Minha mãe me levou à audiência de falência. Entrei correndo no prédio, procurando minha advogada enquanto minha mãe procurava uma vaga para estacionar o carro. Senti náusea.

Minhas palmas transpiravam. Minha advogada me esperava na sala 110. Shannon correu em minha direção.

— Está com sua identidade e com seu cartão de seguro-social?

Meu estômago afundou.

— Cartão de seguro-social? — levantei um dedo. Um e-mail de lembrete teria sido legal — Desculpe, mas já volto.

Amor não me ajudaria com esse descuido. Mas será que não?

Saí correndo pelo corredor e liguei para minha mãe, afobado.

— Mãe, por favor, você pode voltar para casa e buscar o meu cartão de seguro-social? Está na escrivaninha branca dentro da gaveta pequena. — eu estava praticamente hiperventilando — Eles precisam.

— Frank, Frank, tudo bem. Acalme-se. Estou a caminho.

Voltei para a sala da tristeza e da melancolia, onde Shannon me entregou um pedaço de papel. Era um velho comprovante de seguro-desemprego, que indicava meus dados nele.

— Espero que isso sirva. Mas quem sabe? — ela apontou para um par de portas de aço inoxidável — Siga-me.

Um homem estava sentado na frente de uma mesa de metal longa; uma mulher digitava ao seu lado. Duas mesas ficavam de frente para eles de cada lado da sala, como a letra I maiúscula. Havia umas cinquenta cadeiras alinhadas em fileiras, algumas delas ocupadas por pessoas que tinham todas a mesma expressão temerosa que eu tinha. Mordi meu lábio inferior.

Shannon nos conduziu a lugares vazios e fez sinal para que eu me sentasse. Ela sussurrou:

— Quando chamarem seu nome, você vai se sentar à mesa mais próxima da porta. Vou me sentar na sua frente. — balancei a cabeça para mostrar compreensão — Basta responder às perguntas de forma honesta e vai dar tudo certo.

Olhei para meu relógio. Eram 11h30, a hora do meu julgamento. Meu nome foi chamado e minha mãe ainda não havia retornado. Como foi que eu tinha deixado de levar o cartão de seguro-social? O magistrado falou num gravador, dizendo meu nome e o número do caso, e que estávamos entrando nos procedimentos do capítulo 7 da lei de falência. Por cima dos óculos, ele olhou para mim e pediu minha identidade. Entreguei-lhe minha carteira de motorista de Illinois e meu comprovante de seguro-desemprego.

Shannon entrou na conversa.

— Ele não está com o cartão de seguro-social, mas temos um recibo de seguro-desemprego.

O magistrado assentiu.

— Registre que um documento emitido pelo governo está sendo fornecido como comprovante de seguro social.

A mulher que estava sentada ao lado dele digitou. Soltei um suspiro de alívio quando meu caso foi aceito. O administrador folheou as páginas do meu arquivo.

— O senhor está incluindo seu carro neste processo?

— Sim. Eu o entreguei voluntariamente na semana passada.

— E sua dívida total, não incluindo o carro, é de vinte mil dólares?

— Sim, senhor.

— Aqui diz que o senhor passeia com cachorros. — resmunguei uma afirmação — E o senhor ganha aproximadamente cem dólares por semana?

— Sim, senhor.

— Onde o senhor mora?

— No momento, vivo na casa dos meus pais.

Afundei mais e mais no meu assento.

— O senhor se divorciou recentemente?

Eu me mexi na cadeira dura de madeira.

— Sim.

— O senhor não recebe nenhum apoio do... –Ele fez uma pausa, provavelmente verificando se eu fui mesmo casado com um homem. –Seu ex-marido?

— Não.

— E ele não pode ajudá-lo com esta dívida?

Sufoquei uma risada. A dívida de Chris com cartões era pior do que a minha.

— Não.

O magistrado olhou para uma folha diante dele.

— O senhor recebe cerca de mil e quatrocentos dólares por mês com o seguro desemprego. Não vai durar para sempre. Quando acaba?

— Em um mês.

O magistrado analisou os documentos, sacudindo a cabeça em sinal de desaprovação, estalando a língua. Seus olhos dispararam adagas na direção da minha advogada.

— Com esta declaração de finanças desleixada, a senhora fez cada mês fechar com uma soma positiva de dinheiro. Suas projeções são inúteis. O seguro-desemprego do seu cliente vai chegar logo ao fim e ele obviamente não vai morar com os pais para sempre.

O queixo de Shannon caiu.

— Mas ele não tem recursos para…

— Recursos ou não, nessa declaração financeira desleixada não se mostram projeções de aluguel, utilidades, contas médicas, nada.

Para me enquadrar no capítulo 7, meus documentos tinham de provar que eu não tinha renda suficiente para pagar minhas contas, também conhecido como o “teste de meios”.

Aparentemente, as projeções de Shannon não eram benfeitas e a menção de plano de saúde me fez encolher de medo. Ruína financeira não era minha maior preocupação.

— Mas meu cliente não tem recursos. Demonstro que ele… — interrompeu Shannon, mas o magistrado não a deixou falar.

Todos na sala nos encaravam, seus olhos disparando entre mim e minha advogada. Eu queria gritar.

— Vou reagendar a audiência para que a senhora possa organizar o balanço financeiro do seu cliente. Além disso, precisarei ver comprovantes de gastos. Se tudo estiver em ordem quando derem entrada de novo, não vai haver razão para apareceram aqui novamente. — ele escreveu algo num bloco — Espero que todos os papéis estejam em minha posse dentro de um mês, a contar de hoje.

Antes de nos separamos, Shannon colocou a mão nas minhas costas.

— Não se preocupe. Vamos corrigir isso.

Forcei um sorriso e, com os dentes cerrados, minhas palavras saíram lentas e determinadas.

Tirei a mão dela de mim.

— Vou providenciar o comprovante dos meus gastos e estimativas para todo o resto amanhã de manhã, incluindo minhas despesas médicas recentes.

Shannon saiu porta afora e pegou o corredor. Fui até lá fora e liguei para minha mãe com as mãos trêmulas de raiva, meu corpo tremendo de medo. Dez minutos depois, subi no SUV.

— Desculpe ter pedido para você ir até em casa por nada.

— Vai dar tudo certo, Frankie. Parece que o magistrado estava pensando no que seria mais vantajoso para você. E eu trouxe boas notícias comigo.

Boas notícias? É, claro, como se talvez eu tivesse ganhado na loteria?

Minha mãe me entregou duas cartas, uma do escritório de atendimento ao público do governador Arnold Schwarzenegger e uma do escritório do senador Pavley, ambos oferecendo assistência para me ajudar a conseguir a certidão de nascimento.

— Obrigado. Muito obrigado.

Minha mente passou de chateada e com raiva a flutuante, num estado que eu chamei de euforia absoluta.

Até que caiu a próxima bomba, quando Gerard me ligou.

— Querido, tenho uma má notícia. — disse ele — Todos os documentos devem ser certificados pelo governo do seu país.

Sibilei por entre os dentes.

— Mas eles são certificados.

— Não com uma Apostila da Convenção de Haia.

Eu sabia exatamente o que era a apostila. Também sabia que nem sempre se exigia esse tipo de autenticação de documentos. Agora eu tinha de enviar cada documento para o Secretário de Estado de cada estado de emissão para obter um selo especial, confirmando que meus documentos já certificados eram cópias autênticas dos originais.

Fechei os olhos e apertei.

— Não posso autenticar minha certidão de nascimento com uma apostila, quando eu nem sequer estou com a certidão de nascimento. E se não chegar a tempo? Não podemos fazer uma festa de casamento se não estivermos casados. Talvez devêssemos suspender a cerimônia para familiares e amigos até que a gente saiba como estão as coisas.

— Nós não podemos. — disse Gerard — Toda a minha família já reservou as passagens. É a viagem da vida deles. — ele limpou a garganta — Tem outra coisa.

— O quê?

— A mairie não vai aceitar os documentos que o advogado contratado levantou.

Aparentemente, precisamos pegar os formulários no consulado em Marselha.

Lágrimas quentes de frustração escorreram pelo meu rosto. Engoli em seco.

— Isso é um pesadelo.

— Querido, você está aborrecido.

— É claro que estou! Estamos parando num obstáculo depois do outro. Eu só queria que algo fosse fácil pelo menos uma vez. Isso é ridículo. — fiz uma pausa — Você teve tanto trabalho assim quando se casou com a Natasha?

— Não. — respondeu, sem rodeios — Só com você.

Deixei minha cabeça cair para trás na cama. Só havia uma coisa que eu pudesse fazer: cruzar os dedos e ter esperanças do melhor.

— Envie-me todos os documentos de volta para que eu possa cuidar disso.

A título de curiosidade, pesquisei Natasha no Google e descobri que ela havia se casado de novo em fevereiro. Encontrei uma foto dela parecendo um chantilly gigante de vestido de noiva, parada ao lado de um cara magrinho de smoking. Havia se casado com outro francês.

Enviei o link a Gerard por e-mail. Ele me respondeu:

 

Bom para ela. Ela parece feliz, meu pequeno espião. Acho que isso significa que eu deveria parar de pagar pelo apartamento dela.


 

Eu me perguntava por que Gerard e eu estávamos tendo tantos problemas. Claramente, Natasha estava livre e desimpedida.

Ao longo dos dias seguintes, recebi uma notícia de Chris de que a morte estava batendo à porta de Ike. Ele não conseguia se recuperar de um quadro de pneumonia e agora seus órgãos estavam sofrendo falência. Não estava comendo, nem andando, e Chris tinha de usar uma cinta especial para levantá-lo. Pedi-lhe para configurar o Skype em seu computador, para que eu pudesse dizer adeus ao meu cão.

Os olhos de Ike estavam vidrados e tristes. Ele estava esparramado no chão, ofegante.

Disse-lhe como ele era um menino doce e como eu tinha orgulho dele. Depois fui às lágrimas.

— Você tem que acabar com o sofrimento dele. — eu disse — Este não é o Ike que eu conheço. Ele nem sequer consegue abanar o rabo.

— Eu sei, Frank — ponderou Chris —, mas é muito difícil.

Ele mal conseguia falar.

— Não tive a intenção de te mandar um cachorro doente. — disse eu.

— Eu sei — respondeu ele.

— Fizemos o nosso melhor pelo Ike.

— Eu sei. — disse ele — Frank, por favor me diga que o nosso casamento não foi de todo ruim. Tivemos alguns bons momentos, não tivemos?

— É claro que tivemos.

— Gostaria que tivéssemos sido melhores um com o outro. Tenho que ir. — disse ele — Não posso…

— Entendo.

Tremendo e segurando as lágrimas, fechei o Skype.

No dia seguinte, Chris enviou um e-mail desanimador, pedindo-me para ligar de novo. Ike não conseguia mais se mexer, e seu corpo só tremia e sacudia. Com a minha bênção, Chris agendou a eutanásia de Ike. Ele não estava mais vivendo uma vida de cachorro. Por mais difícil que fosse, tive de apoiar a decisão.

Chris e eu conversamos e trocamos e-mails, sofrendo pela perda do nosso filho peludo postiço. De certa forma, Ike era meu último elo com meu ex-marido. Agora, antes que mais dano pudesse ser feito, finalmente era chegada a hora de contar a Chris sobre Gerard, as crianças e nossos planos de nos casarmos. Então eu contei.

— Conheci alguém. — disse eu.

— Oh.

— Vamos nos casar.

Ele prendeu a respiração.

— O quê?

— Vou me mudar para a França.

Não dissemos nada por um momento.

— Bem, espero que você tenha encontrado o que estava procurando, que você seja feliz — sua voz ficou presa na garganta. — Deus, Frank, queria ter podido ser essa pessoa, aquela que te desse luz, não que a apagasse. Quem quer que seja, ele é um homem de muita sorte.

Ele pediu desculpas por suas ações passadas. Pedi desculpas pelas minhas. Nós dois lamentávamos. Estávamos bem, ou tão bem quanto poderíamos ficar. Eu finalmente podia seguir em frente. Bem, se o governo francês me permitisse.

 


Notas Finais


Vou tentar postar o próximo ainda essa semana, só faltam três capítulos e um epílogo pra acabar.
Espero que tenham gostado do capítulo, mesmo que os problemas só cresçam... Mas, tudo vai voltar a ser açucarado, prometo
Até o próximo <3


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