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História Seven love letters - Toque mais uma vez, Frank


Escrita por: myavengedromanc

Notas do Autor


Desculpa a demora :(

Capítulo 8 - Toque mais uma vez, Frank



 No início de julho, Gerard levou os filhos à Escócia para duas semanas de férias de verão, e nossa comunicação desacelerou. Em vez de dois e-mails diários e nossos telefonemas de duas horas, eu tinha sorte de ter notícias dele a cada três dias, e apenas se ele conseguisse encontrar um cybercafé. Na única vez em que ele conseguiu ligar, colocou os filhos no telefone. Para isso, eu não estava preparado. Elvire, a filha, foi a primeira.

— Bonjour. — disse ela, com a voz suave e doce.

— Oi, eu quero dizer, bonjour. Ça va? (está tudo bem)— Embora eles fossem apenas crianças, eu estava um pouco nervoso.

— Oui. Ça va. (Sim, está tudo bem)

 Uma pausa de quilômetros de extensão.

— Et vous? (E você) — perguntou ela.

— Moi? Ça va bien aussi. (Eu? Estou bem também) — outra pausa. Perguntei a ela sobre a viagem — Escócia, quero dizer, L’Écosse? C’est bien?

— Oui. — ouvimos a respiração um do outro. Ela caiu na gargalhada — Je vous passe mon frère. (vou passar para meu irmão)

Eu também não iria querer falar com algum cara estranho de língua travada que eu não conhecia. E, então, Gerard colocou o filho ao telefone. No momento em que a voz de Maxence chegou aos meus ouvidos, fiquei surpreso que um menino de 10 anos pudesse ter uma voz tão grave. Para piorar as coisas, não consegui entender uma palavra do que ele disse. Ele riu e passou o telefone de volta para o pai.

— Desculpe, querido. — disse Gerard — Os dois estavam muito curiosos a seu respeito, me enchendo um pouco o saco.

Gerard explicou que Maxence tinha ficado olhando por cima de seu ombro no cybercafé, querendo saber por que eu começava meus e-mails para Gerard com mon écureuil (meu esquilo), mon loup (lobo), mon Yeti (Pé-grande ou abominável homem das neves) e mon Shrek, todos animais ou personagens que Gerard, em um momento ou outro, tinha usado para se referir a si mesmo ao longo de dois meses de correspondência. Eu podia imaginar a risada de seu filho, profunda e gutural, e os risinhos de sua filha, leves e suaves, enquanto eles espiavam por cima do ombro do pai, tentando descobrir o que eu tinha escrito.

Os franceses sempre tiveram expressões engraçadas para termos carinhosos. Gerard, como a maioria dos pais franceses, referia-se a seus filhos como mes puces, ou minhas pulgas.

Uma vez, Gerard me chamou de ma biche, o que, ao ouvir a pronúncia de “puta” em inglês, bitch, tomei como altamente ofensivo, até que ele explicasse que queria dizer “minha corça”.

Normalmente, porém, Gerard me chamava de seu príncipe americano, o que havia me levado a me referir a ele como o meu “sapo”. O apelido era inspirado nos contos de fadas e também no fato de que os franceses eram muitas vezes chamados de sapos nos Estados Unidos, pois eram conhecidos por comer pernas de rã. Felizmente, Gerard não se ofendeu com o estereótipo. Em vez disso, ele riu, lembrando-me de que os americanos eram muitas vezes chamados de “porcos” pelos franceses. Eu preferia príncipe. Sem dúvidas.

— O que você disse a seus girinos sobre mim, ma grenouille? — perguntei, brincando com Gerard usando a palavra francesa para “sapo”.

— Achei que eu fosse o seu Príncipe Encantado. — disse ele.

— Pode ser. Mas eu ainda não te beijei.

— Pelo que me lembro, você beijou. Vinte anos atrás. Lembra da escadaria que levava até o meu apartamento em Paris?

Cara, eu lembrava. Antes que eu ficasse nas nuvens, trouxe o rumo da conversa de volta aos trilhos.

— E as crianças? Você disse a elas alguma coisa sobre mim?

— Bem, príncipe — disse Gerard com uma risada —, Maxence estava muito preocupado a respeito de por que eu estava ligando e escrevendo tanto para uma pessoa chamada Frank, especialmente depois de ter visto sua carta. Então, ele perguntou quem era você.

— E você disse…

— Expliquei que Frank era um grande amigo meu dos Estados Unidos. E, em seguida, Max me perguntou com um rosto muito sério: “Papa, você é gay?”.

— Ah, não.

— Ah, sim. Expliquei sobre minha sexualidade, mas eles não acreditaram em mim. Como eu, um cientista, eles queriam provas.

— Não acredito que você nunca contou isso à eles.

— Bom, sempre os ensinei respeitar a todos por igual, achei que eles em algum ponto tivessem tirado as próprias conclusões. 

Enquanto esperamos que nosso acesso de riso passasse, um pensamento me veio à cabeça. Não tínhamos realmente discutido o divórcio dele em muito tempo.

— Alguma notícia sobre a Natasha?

— Ela encontrou um apartamento, e estou ajudando-a até nosso divórcio estar finalizado. Tenho esperanças de que ela já tenha se mudado quando eu e as crianças voltarmos para casa.

— Será que as crianças vão sentir falta dela?

— Querido, eles só perguntaram se ela vai levar a gata.

Meu coração doía só de pensar sobre seu relacionamento conturbado com aquela mulher.

— Bem, você vai arranjar um gato novo para eles.

— Vou deixar com você e as crianças. — mesmo sem me ver, Gerard já estava tentando me incluir na vida de seus filhos. Ele soltou o ar de maneira ofegante — Acho que a Natasha encontrou alguém novo. Algumas mulheres são como macacos: não vão embora em silêncio, a menos que estejam agarrando firme outro galho.

— Isso foi uma insinuação de gêneros? Não tenho nada de macaco. — eu disse — E se você é um galho, pode quebrar. Nós não nos vemos há vinte anos.

— Vamos mudar isso.

Meus batimentos cardíacos aceleraram.

— Vamos?

— Podemos falar em agosto? É um bom momento para mim, já que as crianças vão estar na casa da avó. Chequei minhas milhas da Air France e tenho o suficiente para comprar uma passagem ida e volta de Los Angeles a Paris.

Havíamos tocado no assunto de nos vermos, mas nenhum plano real havia sido definido. Eu poderia fazer aquilo? Poderia voar mais de oito mil quilômetros para visitar um homem que eu não via há vinte anos? A resposta veio rapidamente. Eu podia ter cometido muitos erros no passado, mas não era um idiota. Vinte anos atrás, eu havia deixado um pedaço do meu coração numa plataforma de trem na Gare de Lyon. Agora eu tinha a chance de recuperá-la. E tinha um plano.

Assim que eu desligasse o telefone, eu iria resgatar meu fundo de previdência minguante, o que me daria cinco mil dólares. Segundo o site da Fidelity, tudo o que eu precisaria pagar era uma taxa de dez por cento. Com o dinheiro, eu poderia pagar meus cartões de crédito, tornar os pagamentos mais fáceis de gerir e deixar ainda uma reserva de dois mil dólares.

— Posso comprar minha própria passagem — eu disse.

— Não, Frank. Não posso deixar.

— Mas eu…

— Você nem sequer tem um emprego.

— Eu passeio com cachorros…

Era uma causa perdida, e eu não ia criar caso com ele por esse motivo. Sério, se ele queria usar seus pontos de passageiro frequente comigo, que fosse assim. A julgar pelo seu tom de voz, não havia motivo que o fizesse recuar.

— Tem certeza de que você pode usar as milhas?

— Já reservei a passagem. Tudo o que eu preciso saber é se as datas de 2 a 12 de agosto são boas para você e então vou comprar.

Eu me atreveria a seguir meu coração.

— Minha agenda está escancarada.

— Isso é um sim?

— Sim!

— Quer ouvir o que eu planejei?

— Não, quero que tudo seja uma surpresa. Amène-moi n’importe où. (Leve-me a qualquer lugar.)

No momento em que desligamos o telefone, liguei para Bert. Antes que eu pudesse pronunciar uma palavra, ele disse:

— Você não vai acreditar!

— O quê?

— Encontrei o álbum de fotos da nossa viagem. Eu mandei ontem pelo correio, junto de algumas outras surpresas. — ele deu uma risada de hiena — Então, qual é a sua novidade?

Minha próxima frase se derramou da minha boca num só fôlego.

— Gerard quer que eu vá a Paris e estou pensando em ir. — falei, apesar de já ter me comprometido verbalmente com a viagem. Talvez uma parte de mim quisesse que Bert me convencesse a desistir da decisão insana.

— Quando?

— No começo de agosto.

— Ai. Meu. Deus. Você super vai a Paris. Se você não for, eu vou te matar. Isso é incrível. Acho que o Gerard é o cara certo e sempre foi. Ele é sua alma gêmea. 

Era? Todos os sinais pareciam apontar para o sim. Porém, eu me perguntava: Por que tenho de percorrer todo o caminho até a França para encontrar mon âme soeur? (Minha alma gêmea?) Mais tarde, naquela noite, por curiosidade, abri um site de namoro. Era hora de investigar. Havia outros homens por aí como Gerard?

 

Você é: homem

Procurando: homens

Faixa etária: ?

Para uma investigação científica, leis da atração etc., eu tive de pensar sobre o último campo para dar uma resposta sincera. Muito mais jovem estava fora de cogitação. Eu não conseguia me imaginar numa relação duradoura com alguém que precisaria apresentar a identidade para comprovar maioridade num bar. E se alguém me confundisse com o pai do dito-cujo? Quanto a homens mais velhos, eu não precisava de uma figura paterna que quisesse que eu colocasse minha mãozinha na dele. Depois de pensar um pouco, coloquei a idade entre 37 e 47 anos, uma faixa de dez anos que parecia razoável, não velho demais, não jovem demais — como Cachinhos Dourados.

Primeiro cara: queria homens entre 18 e 45 anos. Hum… pedófilo em potencial ou serial killer. Segundo cara: passava tempo demais na praia. Isso era bom, mas não deveria estar trabalhando? Também queria homens entre 18 e 30 anos. Ele tinha 47. Foi um total alerta para a realidade. Ah, sim, os caras mais velhos queriam seus homens mais jovens — muito, muito mais jovens.

Próximo.

E próximo.

Fui procurando homens como se fossem anúncios de calçados, para perceber que nenhum deles seria perfeito para mim. Eu sabia exatamente o tipo de pessoa que estava procurando, se tivesse a sorte de reencontrar o amor, e sim, depois de não entender por muito tempo o que era, eu queria encontrar o amor. Queria um homem aberto à possibilidade de ter filhos e que quisesse, e não precisasse, tê-los comigo. Eu não precisava de um homem rico, mas queria estabilidade. Queria ser atraído por ele física, intelectual e emocionalmente. Queria ser capaz de me comunicar com ele abertamente, não como se estivesse pisando em ovos. Queria um homem que não estivesse procurando uma figura paterna. Meus pensamentos gravitaram para Gerard. Eu estava caidinho pelo meu francês não visto.

As fantasias se desenrolando nos meus sonhos tinham ficado cada vez mais vivas e eróticas. Por exemplo: aquela em que eu estava usando uma calça skinny, com nada por baixo. Isso mesmo, sem cueca ou samba canção, nada. Apenas marcando tudo o que ele poderia se interessar. E estávamos em um lugar público, um parque ou um beco escuro, e ele me pressionava contra uma árvore ou uma parede de pedra, e sua mão deslizava subindo pela minha coxa, e sua respiração aquecia meu pescoço, e seu corpo estava preso ao meu, e…

O que eu poderia dizer? Eu havia sido reprimido. Ou isso, ou eu tinha adormecido durante uma exibição de Emmanuelle no Cinemax. De qualquer forma, um dia eu acordei com a necessidade de ouvir a voz de Gerard, mas era muito cedo para ligar. Nossa correspondência tinha evoluído de amigável a romântica, depois para indiretas sexuais e, então, para as diretas, por isso decidi enviar a Gerard um e-mail de uma linha só, usando alguma gíria francesa “de sacanagem” que eu tinha aprendido num site. 

J’ai la trique pour toi.

Cliquei em enviar, pensando que aquilo com certeza fosse impressioná-lo, já que definitivamente não era o tipo de francês que a gente aprendia na escola, definitivamente não o que ele esperaria ouvir de mim, naquele momento. Entrava no palco, pela esquerda, um americano moderno e muito atrevido — quando escondido atrás de uma tela de computador. Eu estava orgulhoso de mim mesmo por tomar a iniciativa, até que recebi a resposta dele, poucos minutos depois:

 

Sua frase “J’ai la trique pour toi”? Eu ri, mas estou um pouco assustado, especialmente pela minha bunda. Não se esqueça que sou virgem nesse quesito. Então se você quer usar “la trique”, acho que vou ter de andar com as minhas costas viradas para a parede. 
Além disso, nunca vou pegar o sabonete quando tomar banho com você! Por favor, Frank, proteja minha virgindade! Beijo.

 

Claramente, não era a resposta que eu esperava. O que eu tinha perdido na tradução?

Abri o site e cheguei à conclusão de que, embora sim, a pequena frase, o pequeno pensamento fosse uma gíria para “tesão”, a tradução literal era: “Tenho uma vara grande para você”. O que implicaria que eu estava com uma ereção pronta para penetrá-lo! Antes que eu assustasse o cara com a minha vara grande, eu respondi:
 

Zut alors! (Caramba!) Desculpe! Li em algum lugar que “avoir la trique” era uma gíria para sentir tesão. Fique tranquilo, sua virgindade está a salvo comigo. Agora, vá em frente, ria! Ria o quanto quiser.

 

Ao que ele respondeu de imediato:

 

Você é incrivelmente engraçado e bonito. Vou te ligar em cinco minutos, apenas o tempo de beber o meu café. Tu es superbe, Frank.
 

Esperei pela ligação, relendo a nossa troca de mensagens, me encolhendo de vergonha.
Cinco minutos mais tarde (como prometido), o telefone tocou. Olhei para ele, com medo de atender. No terceiro toque, eu agi. Era melhor não me martirizar. Siga em frente, Frank.

— J’ai la trique — eu disse.

Gerard não conseguiu dizer nada, de tanto que estava rindo. E foi contagiante. Entre minhas tentativas de recuperar o fôlego, assegurei a ele que, ah, sim, me dê algum tempo, porque esta vai ser a primeira de muitas gafes que eu com certeza vou cometer. Bodhi me cumprimentou com um de seus grandes beijos, a língua grudando no meu queixo e lambendo até meu olho.

— Não, não, não. — gritei — Se você ouviu a respiração ofegante, não fui eu. Foi o Bodhi, o golden retriever dos meus pais. Deixei o telefone cair na cama.

— Você dorme com cachorros? — ele parecia chocado, talvez até com nojo.

No momento em que ele disse cachorros, Bodhi saltou de novo na cama, tomando seu lugar com os outros, Ike, Jack e Gunnar. Sim, minha cama era uma bola de pelo gigante de vários tamanhos e cores.

— Não. — expliquei — Só durmo com o Ike. Todos os outros vêm até a minha cama de manhã. — ou no meio da noite. Ou sempre que tinham vontade.

— Ah — ele respondeu com um suspiro.

— Por favor, não me diga que você não gosta de cachorro.

— Ah, eu gosto de cachorro. — ele começou — Mas…

— Mas o quê?

— Lugar de animal não é na cama.

De forma confessa, toda a minha família mimava seus animais além da razão. Se ousei contar a Gerard que eu levava os cachorros para comer cachorros-quentes e para dias de praia? Não, eu teria de revelar uma bola de pelo de cada vez. E não era o momento.

— Qual é a sua altura? — perguntei.

— Mudando de assunto?

Sim.

— Não, é só que eu não me lembro. Todas as fotos ficaram com o Bert. 

— Pelo menos você tinha fotos. — era a vez dele de rir — Eu não tinha nada. Nenhuma carta, nenhuma foto. Nada. Você simplesmente me deixou parado nos trilhos do trem e desapareceu…

— Hahaha. Devo começar com os violinos? Porque essa é a história mais triste que eu já ouvi. Sem contar que eu pedi desculpas.

— Vinte anos depois.

— Ah, você nem se lembrava de quem eu era. — tínhamos encontrado um ritmo natural com as provocações de brincadeira, mas a minha pergunta tinha sido deixada sem resposta — Eu realmente gostaria de saber. Qual é a sua altura?

— Por volta de 1 metro e 76.

Ele tinha dito a um garoto americano sua altura em metros em vez de pés e polegadas?

Metros? Eu não tinha tempo de fazer a conversão da medida no Google. Então fiz o que qualquer pessoa que não quer fazer papel de idiota faz: fiquei quieto.

— Qual é a sua altura? — ele finalmente perguntou, quebrando o silêncio desconfortável.

— Tenho 5 pés e 6 polegadas. 

Ele prendeu a respiração.

— Oaouh, oaouh, oaouh, eu não lembrava que você era tão baixo, quase um anão. 

— Não é verdade. — respondi resmungando. E espere um segundo. Lembrava-me dele ser muito mais alto que eu, mas convenhamos que até que eram poucos centímetros a mais. Achei que eu pudesse superar; afinal, inteligência e senso de humor eram mais importantes— Imagino que, quando a gente se encontrar, vou precisar de um salto, posso ser uma drag queen?

— Querido, é claro que pode. — ele riu, de coração dessa vez — Existem outras medidas que você queira saber?

Um rubor tomou conta das minhas bochechas. Meu rosto ficou quente.

— Não. Não existem outras medidas que eu queira saber — rolei para fora e desci da cama para o chão, ofegando de histeria. — Meu Deus! Não acredito que você acabou de me perguntar isso.

 

**

 

Devido à forma como Gerard e eu tínhamos nos conectado nos momentos mais sérios, assim como nos mais bem-humorados, meu instinto me disse para aproveitar ao máximo o tempo que passava com meus pais, especialmente com minha mãe. Já que tinha perdido sua juventude cuidando de mim pequeno, minha mãe estava revivendo seus 20 anos de novo. Muito para o desgosto do meu pai, agora ela tinha a mim para sair, e quarta-feira à noite era noite de karaokê em um dos pontos quentes de Malibu. Por isso, minha mãe convidou algumas de suas amigas para se encontrar com a gente, o que me fez ficar um pouco deslocado por ter que sair com tantas mulheres, então eu convidei o Ray. Chegamos cedo ao Malibu’s Wine Barrel para pegar uma mesa e comer alguma coisa. Eu nunca tinha ido lá antes e tinha de admitir: o lugar era legal.

Com paredes de madeira escura, um bar gostoso, exceto pelo fato de que ficava ao lado de um Bank of America num centro comercial.

Por cima de uma bandeja de queijo e um pecaminoso, mas delicioso Pinot Noir, logo descobriria que a minha reputação tinha chegado antes de mim. Graças à minha mãe, todos na cidade sabiam sobre a minha história com o meu francês, o que também significava que eu era o centro das atenções, especialmente entre todas as solteiras recentes. Um dos amigos da minha mãe me apresentou a uma garota de Nova York chamada Rainbow, que também estava passando por um divórcio. Fizemos amizade rapidamente.

Um belga enlouquecido, tentando mostrar os pontos altos de Malibu, comprou cinquenta garrafas de champanhe e as mandou para cada mesa no local. Ele percorreu o bar, dizendo a todos que era o herdeiro da fortuna de um famoso autor de livros infantis e que tinha todos os direitos de licenciamento. Engraçado, eu sempre pensei que aquele autor em particular era da Inglaterra. Depois que tentou flertar com todas as mulheres da nossa mesa, sem sucesso, fazendo eu e Ray rir, ele finalmente deixou o nosso canto, e a conversa voltou imediatamente para Gerard.

— Quando você for para a França, pode trazer um francês para mim também?

— Como ele é?

— Ele tem irmão?

— Você tem alguma das cartas aqui?

Ali estava eu, no meio de uma mudança, com uma aventura emocionante e muito esperançosa aguardando por mim. E eu percebi como tinha sorte por estar me apaixonando.



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