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História Seven Nation Army - Pacify Her


Escrita por: Becarinjela

Notas do Autor


oi ooooi ~~~

Sei que devem estar querendo me matar, mas leiam as notas finais ;-:

Capítulo 19 - Pacify Her


Definitivamente não tinha vontade alguma de voltar para o colégio. Apesar de ter perdido muitas aulas, não sentia nem um pouco a falta de ir para aquele ambiente onde várias pessoas queriam o meu mal, além de ter que enfrentar a presença de Armin.

Enrolei por uns cinco minutos em baixo das cobertas, até que resolvi levantar e tomar um banho. Minha aparência refletia claramente meu estado de espírito, já que vesti as primeiras roupas quentes que encontrei pela frente.

– Bom dia! – Meu pai disse, ao me ver na cozinha. 

– Bom dia. – Resmunguei baixo, mas sorri ao perceber que ele estava bem mais disposto do que quando começou a tratar seu câncer. Confesso que isso me encheu de esperanças.

– Alguém está de mau humor hoje? – Perguntou, enquanto eu enchia uma xícara de café.

– Dramas de adolescente. – Murmurei para encurtar a conversa e ele riu.

Depois de terminar de comer e fazer minha higiene, saí de casa. O vento do inverno estava tão gelado que parecia cortar meu rosto, fazendo com que o caminho para o colégio fosse muito mais doloroso.

– Eva! – Escutei alguém gritando quando cheguei nos portões e virei para trás para ver Rosalya. – Estou te chamando tem um século!

– Desculpa, hoje estou um pouco distraída. – Sorri fraco.

– Percebi. – Ela franziu a testa, parecendo lembrar de algo. – Você já viu o Alexy?

– Não, aconteceu alguma coisa? – Mordi o lábio, pensando logo em Armin. Preciso parar urgentemente de me importar com aquele idiota.

– Ele me ligou ontem pedindo para não faltar hoje de jeito nenhum, mas tinha algo errado no seu tom de voz. – Rosa franziu o nariz.

– Não estou sabendo de nada. – Falei e fiz um muxoxo, um pouco magoada por Alexy não ter dito nada para mim.

– Relaxa, tenho certeza que se fosse algo importante de verdade, ele falaria com você primeiro. – Ela disse, enquanto andávamos pelo corredor.

– Ou aconteceu alguma coisa com o irmão dele. – Sussurrei para mim mesma.

Ao entrar na sala, a primeira coisa que notei foi Armin. Ele estava sentado no fundo, colado na parede com a cabeça apoiada na mesma. Seus olhos estavam pesados e com olheiras, sinais de sua noite interrompida por pesadelos. Senti meu coração pesar uma tonelada quando ele olhou para mim, como se pedisse para que eu o ajudasse. Meu corpo implorava para ir até sua mesa e abraçá-lo, dizer que tudo iria ficar bem e que ele poderia dormir em paz, mas infelizmente não é assim que as coisas funcionam.

Olhando para os meus pés, sentei-me ao lado de Lysandre e observei Alexy de longe, conversando algo sério com Rosalya. Estava tão distraída com a presença de Armin que nem havia notado quando ela se separou de mim.

– Bom dia. – Lys disse, sorrindo de canto. – Como você está?

– Mal. – Olhei em seus olhos, que refletiram pena. – Não precisa se preocupar, nesses últimos meses estive mal muitas vezes, mas estou aqui até hoje, não é?

Parei de encara-lo assim que senti minha voz falhando e meu lábio inferior tremendo. Por que tudo tem que ser tão complicado? É só eu entrar no mesmo ambiente que Armin que minha mente já entra em colapso. Estava me sentindo bem melhor longe dele, mas bastou apenas olhar em seus olhos para abrir a ferida novamente e fazer com que a muralha que eu construí em volta de mim caísse em ruínas.

Não sei se Lysandre iria dizer mais alguma coisa, mas nossa conversa foi interrompida pelo professor, que havia acabado de chegar na sala. Sequei rapidamente as teimosas lágrimas que haviam caído com a manga do casaco e me concentrei o máximo possível na lição, que não estava fácil, já que eu havia faltado alguns dias. 

O sinal avisando o recreio era como se fossem os sinos do paraíso para mim, já que, durante o tempo de aula, senti um par de olhos azuis queimando as minhas costas por um bom tempo.

– O que está acontecendo? – Lysandre perguntou, quando já tínhamos saído da sala.

– Hãm? – Falei, perdida.

– Olha. – Ele disse e apontou com a cabeça para a sala do grêmio.

Rosa e Alexy estavam parados na porta tentando olhar algo que estava acontecendo lá dentro. Eles pareciam nervosos, como se um monstro horrível fosse aparecer ali.

– Devemos ir falar com eles? – Perguntei, receosa.

– Acho melhor esperar. – Lys suspirou e continuou andando para o pátio. – Nós sabemos como aqueles dois são, não adianta falar quando estão neuróticos com algo.

– Sim, mas eu estou com uma sensação horrível, acho que pode ser algo com Armin. – Falei e ele fez uma carranca, como se esse nome o machucasse.

– Esse garoto não sabe a sorte que tem. – Suspirou.

Ficamos uns minutos em silêncio, sentindo a brisa gelada bater em nossos rostos. Por sorte, parecia que o muro do colégio dava um tipo de proteção contra o frio, possibilitando que ficássemos ao ar livre sem morrer de hipotermia.

Admito, estava preocupada demais com a agitação dos meus amigos. Sou uma pessoa intuitiva e algo me diz que alguma coisa ruim vai acontecer. Meus olhos estavam em alerta, percorrendo todo o pátio, em busca de alguma explicação para essa sensação.

– Lys, não estou me sentindo bem. – Falei, apertando a barra do meu casaco.

– Está passando mal? – Ele perguntou, virando para mim e me dando total atenção.

– Não é nada assim, mas sinto algo esquisito. – Respirei fundo.

– Você está preocupada porque viu Alexy e Rosalya nervosos. – Explicou. – A próxima aula é de química, já que você senta com ele, poderá perguntar o que aconteceu.

– É, mas o que me deixa ansiosa também é que todas as pessoas que seriam uma ameaça em potencial à mim estão aqui e me ignorando completamente. – Falei, sacudindo as mãos.

Isso era verdade, de onde estava sentada, podia ver Ambre com suas amigas e Iris em um canto conversando com Kim. Procurei por Armin, mas ele deve ter ficado na sala dormindo ou jogando, já que se estivesse aqui fora, com certeza Iris estaria com suas garras enfiadas no pescoço dele.

Com o barulho estridente do sinal, levantei de onde estava sentada e andei devagar pelo corredor ao lado de Lysandre. Castiel havia se juntando a nós e conseguia ouvir que estavam falando sobre um show que iriam fazer, apesar de não conseguir prestar muita atenção. 

Ao passar pela porta do grêmio, uma garota conversando com Nathaniel despertou minha curiosidade. Ela era absurdamente linda, sua pele negra se destacava em conjunto com seu cabelo encaracolado e volumoso e seu corpo possuía curvas elegantes, sendo pelo menos um palmo mais alta do que eu, o que a tornava mais intimidante ainda. Os olhos escuros dela se encontraram com os meus e pude sentir algo indecifrável, como se tivesse uma tempestade entre nós duas.

– Quem é ela? Nunca a vi por aqui. – Sussurrei, apenas para Lysandre e Castiel escutarem. 

– Aluna nova, se você viesse para as aulas, saberia que alguém iria chegar. – O ruivo sorriu, sarcástico.

– Nossa, olha quem está falando, o exemplo de pessoa. – Revirei os olhos, fazendo-o rir. 

– Realmente, todos estavam comentando que uma garota nova iria chegar, mas nunca tínhamos a visto. Acho que vamos conhecê-la agora. – Lys disse.

– Será que era por isso que Rosa estava tão agitada? – Perguntei, entrando na sala.

– Acho que agora é a hora de você descobrir. – Ele falou, entrando na sala e apontando com o queixo para a última mesa, onde Alexy estava sentado, gesticulando para minha amiga.

– Por favor, me digam o que está acontecendo! – Praticamente corri até eles, sentando-me na cadeira. Os dois pararam de conversar e se entreolharam, pensando no que me dizer.

– Eva, é sobre a aluna nova e... – Alexy começou a dizer, mas foi interrompido.

– Silêncio, alunos! – A professora Delanay entrou na sala, repreendendo todos. Rosalya se afastou e sentou na mesa ao lado, trocando olhares nervosos comigo.

Sentindo um frio imenso na barriga, os primeiros minutos de química passaram rapidamente sem nada de anormal. Estava me remoendo de curiosidade para saber o que estava acontecendo, mas por um momento, quando comecei a observar as costas de Armin, quase esqueci de tudo. Ele realmente era muito bonito, mesmo aparentando estar cansado.

– Alexy, o que você queria dizer? – Sussurrei baixo, esperando que só ele escutasse.

– Silêncio! Não é hora para fofocar, Evangeline! – A professora me repreendeu e eu corei. Por Deus, parece que a aula dela é uma prisão.

Ele não teve a audácia de me responder, apenas escreveu no canto do meu caderno o nome de Armin e eu estremeci, mesmo sem entender. A aluna nova o conhece?

– Com licença. – Uma voz diferente soou na porta da sala, que se abriu lentamente e fez aparecer a garota que vi no corredor.

– Você é a novata? – Delanay perguntou e a menina assentiu. – Seja bem-vinda, pode se apresentar rapidamente para seus colegas de classe.

– Tudo bem. – Ela disse e ajeitou a mochila no ombro, se posicionando na frente de todos. Pela visão lateral, pude ver o tronco de Armin enrijecendo e ficando extremamente tenso. 

– Eva, se quiser ir embora, eu vou entender. – Alexy sussurrou no pé do meu ouvido. Por que eles estavam tão nervosos, só eu que não tinha percebido o que estava acontecendo?

– Oi, gente, sou a nova colega de classe de vocês. – A garota começou, sendo simpática. Não conseguia tirar meus olhos dela, a sua beleza era chamativa e completamente oposta à minha, muito mais interessante. – Acabei de me mudar para cá para correr atrás de algo muito importante para mim. – Ela riu, olhando para Armin e depois para Alexy. – Meu nome é Heather, espero que sejamos amigos!

Quando a última frase chegou aos meus ouvidos, tive que por minha mão na frente da boca para suprimir um grito de horror. Agora tudo fazia sentido, Alexy sabia que ela estava aqui, a garota que partiu o coração da pessoa que eu sou apaixonada. Senti todo o sangue sumindo de meu rosto e tive que agarrar o braço de meu amigo para não cair da cadeira. Isso não pode estar acontecendo.

– Alexy, o que é isso? – Perguntei, engolindo o bolo sufocante na minha garganta. 

Enquanto Heather se sentava numa cadeira vaga perto de Armin e Iris, pude perceber o quanto ele estava mal. Seus punhos cerraram na mesa enquanto seu maxilar travava e seu rosto empalidecia, como se acreditasse que aquilo era mais um de seus pesadelos. Ao seu lado, Iris encarava a aluna nova fazendo uma careta, tentando entender o motivo daquela presença ter afetado tanto Armin.

– Precisamos conversar depois. – Alexy disse para mim e eu assenti desesperadamente, me recusando a acreditar que aquilo era real.

[...]

Durante o restante da aula, a atmosfera do lugar estava tensa e pesada. Armin tentava ignorar a presença de Heather, mas pude perceber que ele olhava para ela frequentemente pelo canto de olho, enquanto ela não parava de sorrir. Não consigo imaginar o caos que esse lugar estaria se não fosse aula da Delanay.

Ainda não havia sentido o impacto da chegada de Heather. É óbvio que eu a odiava, mesmo sem conhecê-la, por ter magoado Armin, mas o que eu mais estava sentindo agora era medo. Eu imaginava-a como uma pessoa bonita, já que Armin é lindo, mas não sabia que era tanto assim, além de que, ela tinha confiança, algo inexistente para mim. 

Arrependo-me amargamente por não ter perguntado quando tive a chance se ele ainda nutria sentimentos por essa garota, apesar de agora eu ter certeza que se ele estava começando a sentir algo por mim, isso acabou quando ela pisou nessa sala, ainda mais por estarmos brigados.

– Vamos, Eva. – Alexy disse, enquanto o sinal ainda estava batendo.

– Acho melhor você voltar com seu irmão, a Rosa me explica tudo. – Falei, observando Armin, que parecia perdido guardando seu material. Por sorte geral, Heather foi cercada pelos outras pessoas da classe, que estavam curiosas para saber de onde ela tinha vindo. 

– Tudo bem, eu e ele precisamos conversar mesmo. – Concordou e me abraçou. – Não se preocupa, não vou deixar aquela cobra roubar ele de você.

– Alexy, ele nunca foi meu de verdade. – Falei, no meio do abraço. – Cuida dele, ok?

– Sempre cuidamos um do outro, dessa vez não vai ser diferente. – Ele saiu sorrindo e foi até Armin para irem embora.

Peguei minha bolsa com dificuldades e fui até Rosalya, que explicava algo para Lysandre rapidamente. Ela realmente estava estressada com isso tudo.

– Oi. – Aproximei-me devagar dos dois.

– Eva, Alexy já te explicou a situação? – Ela perguntou, andando ao meu lado para fora de sala e puxando Lys conosco.

– Não, mas eu meio que já entendi o que aconteceu. – Falei, cabisbaixa. – Armin havia me contado que tinha uma namorada e que um dia ela foi embora sem avisar.

– Sim. – Ela respirou fundo, passando pelo pátio e mandando um olhar venenoso para Heather, que surpreendentemente estava falando com Iris. – Melhor falarmos disso fora do colégio.

Depois de concordarmos, fomos para uma lanchonete ali perto. Rosalya pediu um sanduíche enorme, enquanto eu e Lysandre preferimos tomar um café. Ela explicou para Lys quem era Heather e sua relação com Armin no passado, contando detalhes que imagino que ela tenha descoberto hoje por Alexy.

– Então, ela estava em um intercâmbio no Japão por um ano e aparentemente acabou semana passada. – Rosa continuou suas explicações. – Ela mandou uma mensagem para Alexy avisando que estaria voltando, como se fosse uma psicopata ou algo assim, mas ele ignorou achando que era uma brincadeira.

– Mas Alexy não gosta dela? – Lys perguntou.

– Claro que não, você gostaria de mim se eu fosse embora para outro país sem avisar o Leigh? – Ela respondeu e ele negou com a cabeça. – Então, é a mesma coisa.

– Você acha que ela voltou para tentar ter Armin de volta? – Perguntei, falando pela primeira vez.

– Sim, esse é o problema. – Rosa resmungou, mastigando seu sanduíche furiosamente. – Ninguém mexe com o meu OTP! – Ela gritou, dando um soco fraco na mesa.

– O seu o quê?! – Arqueei uma sobrancelha para ela, ignorando a expressão confusa de Lysandre. Em outras situações eu teria achado isso engraçado, mas estava preocupada demais.

– Não está mais aqui quem falou. – Rosa sorriu.

– O que é OTP? – Lys perguntou.

– Não é nada importante. – Ela disse, quando viu que eu iria explicar. – Enfim, isso é uma situação de emergência, ninguém sabe o que Armin está sentindo agora ou se ele sente falta da Heather.

– Se eu tivesse sido abandonado desse jeito, nunca mais gostaria de ver a pessoa. – Lysandre disse, pensativo.

– Sim, mas pelo que Alexy disse, aquela garota é muito manipuladora e Armin ficou arrasado quando ela foi embora, sabe? Ele foi usado e depois descartado como se fosse um brinquedo velho que a dona simplesmente enjoou e jogou fora. – Rosa continuou. – Talvez com ela de volta, os sentimentos que ele tinha venham à tona e ele fique confuso.

– Não tinha hora pior para essa garota aparecer. – Resmunguei. – Eu e Armin estamos brigados, não tem nenhum jeito de eu tentar impedir essa garota de machuca-lo novamente.

– Claro que tem, ele está apaixonado por você, Eva. – Rosa sorriu. – Acho que ele e você são os únicos tontos que não perceberam isso ainda.

Um silêncio se estabeleceu na mesa depois das palavras de minha melhor amiga. Realmente, a conexão que eu havia sentido em cada beijo e toque de Armin não poderia ter sido notada somente por mim, mas ele nunca havia falado sobre seus sentimentos, embora eu também nunca tenha tocado nesse assunto, apesar de ter certeza de estar apaixonada. 

Mesmo com todas as nossas brigas, fui invadida por determinação. Não poderia abandonar Armin sozinho nesse momento, ele era importante demais para mim. Conheço todos os seus problemas e sei como ele é atormentado pelo passado, não posso deixar que ele sofra mais ainda, preciso ajudá-lo, sei que essa garota não tem intenções boas com ele.

– E o que eu faço? – Perguntei, sendo inundada por coragem, deixando os meus dois amigos surpresos.

– Agora o que você pode fazer é se reconciliar com ele. – Rosalya sorriu largamente, como se sentisse orgulho do que eu estava fazendo.

Definitivamente estou disposta a lutar por Armin, apesar de sermos como cão e gato. Não posso ignorar meus sentimentos e fingir que nada está acontecendo, preciso fazer alguma coisa e vou começar perdoando-o, mesmo sentindo que faço isso pela milésima vez.


Notas Finais


Sei que já faz mil anos que eu não dou as caras por aqui, mas eu juro que não foi por preguiça :l Eu achava que esse ano tinha sido ruim, mas agora nesse final eu estou completamente destruída, sério! Parece que tudo que aconteceu esse ano, piorou tudo nesse mês, mas eu recebi algumas mensagens perguntando sobre a fanfic e percebi que tem gente que não tinha esquecido da história, por isso estou aqui, yaaay!

Não gosto de mendigar comentários, mas preciso saber se ainda tem gente comigo, mesmo com a demora, então pfvr, gente ;u;

Desculpem as notas longas, mas é isso!

Obrigada por lerem até aqui ❤️


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