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História Seven's Casinos - High Card


Escrita por: chiibis

Capítulo 2 - High Card


Fanfic / Fanfiction Seven's Casinos - High Card

Mark não só apostava na sorte, como também apostava na sua habilidade em ler as pessoas. Algumas vezes ele lia elas com perfeição, algumas vezes ele errava, assim como no jogo, a leitura era uma aposta.

Apostar em cassinos não era só sobre ter sorte ou saber como blefar, era mais, era necessário ler a linguagem corporal das pessoas, principalmente seus oponentes, e saber quando eles estavam blefando.

Do outro lado da mesa o croupier distribuía as cartas entre os jogadores, Mark observava a reação de cada um dos outros quatro jogadores na mesa assim que eles olhavam as cartas que haviam recebido.

Um entre os 5 irá ganhar e eu aposto que sou eu.’ Mark pensou, tentando não deixar seus pensamentos  refletir na sua expressão facial.

Mark não podia negar que a melhor sensação, era quando o croupier virava a última carta e ele percebia que tinha o jogo ganho. Ele nunca soube definir se a sensação era adrenalina ou medo da perda, mas aquilo de certa forma o fazia se sentir vivo. Ele sentia que sua existência tinha um propósito e era melhor que qualquer droga que já tinha experimentado durante a adolescência. Era só sobre ganhar ou perder, nada mais importava.

“Tudo.” Mark empurrou suas fichas para o centro da mesa e os outros jogadores se entreolharam tentando perceber se todos eles pensaram a mesma coisa.

'Estaria ele blefando?'

Os jogadores assumiram que Mark estava blefando com toda aquela confiança de que tinha o jogo ganho, e como a maioria dos homens na mesa precisavam manter seu orgulho intacto, fizeram o mesmo que Mark: apostaram tudo.

O croupier virou a última carta e Mark sorriu, observando os jogadores em volta dele com suas expressões de fúria e derrota. Mark havia ganho mais uma rodada.

Aquela era a terceira semana seguida em que Mark vencia a maior rodada da noite e as pessoas já estavam o reconhecendo pelas suas vitórias e entre eles, o próprio dono do cassino.


//


Park Jinyoung observava da sacada do segundo andar o Pit movimentado. Uma das mesas chamou sua atenção por ter mais espectadores do que as outras.

“O que tem de tão interessante ali?” Jinyoung perguntou para um dos seus diretores, apontando em direção a tal mesa.

Jinyoung continuou observando a mesa, enquanto Bambam mandava um dos seguranças que guardavam a porta perguntar atrás do rádio o que tinha na mesa que despertou a curiosidade de Jinyoung.

“Um dos jogadores teve um Big Hit pela terceira semana seguida.” Bambam disse após voltar depois de alguns minutos de espera pela informação.

“Ele é contador?” Jinyoung mantinha sua expressão fria e indiferente, afinal contadores era algo comum no cassino.

“Os seguranças disseram que ele não parece um.”

“Ele está numa maré de sorte?” Jinyoung não acreditava em sorte, muito pelo contrário, ele sempre acreditou que para ganhar naqueles tipos de jogos denonimanos 'jogos de azar' a pessoa devia ter um dos dois tipos de habilidade: inteligência ou empatia. Sorte era o nome que as perdedores davam para quando não conseguiam ganhar.

“Parece que sim.”

“Deixa ele se divertir mais uma noite e então eu destruo essa confiança dele.”

Bambam não gostava quando Jinyoung falava com aquele tom, mas ele convivia com o rapaz a tempo suficiente para saber que não havia nada que ele pudesse fazer.


//


Como esperado, Jinyoung observava o Pit do segundo andar na semana seguinte, seus olhos passava de rosto em rosto e embora a distância fosse grande, ele podia guardar o rosto de todos presentes como se tirasse uma foto e guardasse na sua memória.

'Uma maldição em formato de benção.’ Jinyoung sempre pensou que ter memória fotográfica, era como ter uma habilidade perigosa. As vezes ele só queria poder esquecer imagens que lhe faziam mal, mas o acervo do seu cérebro o contrariava e lhe mostrava tudo aquilo que ele queria esquecer.

A linha visual de Jinyoung pousou em uma determinada mesa, que ainda tinha somente três jogadores, contando com aquele que chamou sua atenção na semana anterior.

Jinyoung o observou atentamente, tentando salvar cada movimento do seu corpo, a fim de estudá-lo. Jinyoung encontrou nada.

A primeira jogada havia começado e conforme o rapaz apostava, Jinyoung tentava focar ainda mais nos seus movimentos, mas ele parecia uma folha de papel vazia. Jinyoung não conseguia lê-lo perfeitamente.

Jinyoung não tinha a habilidade que a maioria dos jogadores profissionais tinham, aquela que fazia ele ter empatia pelos seus oponentes e se colocar no lugar de cada um deles quando fosse fazer sua aposta. Jinyoung era do tipo prático e determinista, o jogo é uma equação matemática, você só precisa saber resolvê-la.

Seus pensamentos foram interrompidos quando Bambam lhe tocou no braço para avisar que o tal rapaz já tinha chegado, embora Jinyoung já sabia daquilo.


//


O cassino já estava no seu climax de movimento, diversas mulheres bem vestidas andando de um lado para o outro, servindo seus corpos como objetos-de-sorte e vários homens de ternos com seus whisky fazendo barulho quando o gelo tocava o vidro dos copos.

Jinyoung decidiu não encarar o rapaz até que o jogo começasse, porém ele sentia a ansiedade tocando sua espinha ao perceber que os olhos do outro o devorava.

O croupier distribuiu as cartas entre Mark e Jinyoung, pois os outros apostadores sabiam quem era Jinyoung e eles preferiram não arriscar perder seus bens para o rapaz. Mas Mark era novo, ele havia visitado o cassino durante as 4 últimas semanas e sua imaginação decidiu aceitar que o rapaz da pele clara e cabelo sedoso sentado na sua frente, ignorando totalmente sua presença, era só mais um jogador arrogante querendo tirar proveito da sua sorte.

“Apostas.” O croupier pediu.

Mark começou com um valor baixo, Jinyoung apostou menos do que ele, e Mark deixou sair um sorriso no canto dos lábios.

Jinyoung queria deixar Mark ganhar confiança nas primeiras jogadas, assim sua aposta final valeria tudo e ele poderia tirar todo o dinheiro que ele havia perdido nas últimas semanas.

O jogo começou e Jinyoung finalmente olhou para Mark. Ele não só olhou para Mark, ele olhou dentro dos olhos de Mark, como se ele pudesse entrar dentro da sua mente e embaralhar todos seus pensamentos, deixando apenas o desejo de continuá-lo observando de volta.

Mark despertou do transe que havia iniciado quando o croupier anunciou que ele havia ganhado a primeira rodada.

Mark não sorriu em comemoração, mas seus olhos voltaram a observar o rosto de Jinyoung e ele sentiu seu estômago ser esmagado pela ansiedade, quando o rapaz do outro lado da mesa, passou a língua pelos seus lábios para impedi-los de ficarem secos.

O terno que Mark usava de repente ficou mais justo e ele sentiu o ar deixando seus pulmões e não retornando mais.

O croupier pediu as apostas e mais uma vez Mark foi surpreendido pela voz do homem no centro da mesa embaralhando as cartas.

O ar voltou para seus pulmões e ele olhou para as fichas que havia apostado, percebendo que era mais do que ele planejava, mas ainda assim não era de toda perda caso ele viesse perder a jogada.

Jinyoung mais uma vez apostou menos que Mark, deixando o rapaz um tanto quanto curioso.

Antes do croupier virar a última carta, como de costume ele pergunta se os apostadores queriam aumentar a aposta.

Mark voltou a olhar fixamente para Jinyoung, seus olhos perguntando para o rapaz do outro lado da mesa, se ele estava disposto a aumentar o valor do jogo.

“Eu dobro.” Jinyoung respondeu para o croupier, não deixando de quebrar o contato visual com Mark, e muito menos deixando qualquer expressão aparecer no seu rosto.

Mark sentiu que aquele jogo não era como um dos outros que ele havia jogado nas semanas anteriores, e que o outro rapaz estava ali para fazê-lo perder e não simplesmente se divertir.

O croupier virou a última carta e Mark pode ver um pequeno sorriso formado nos lábios do rapaz. Um sorriso era discreto mas visível o suficiente para Mark enxergar as rugas delicadas que se formaram nos extremos dos seus olhos.

Mark tirou sua atenção do rapaz, que parecia já saber o resultado daquela rodada e ainda o encarava, para olhar o valor da carta virada na mesa.

Mark havia vencido, mas ele tinha um mau pressentimento sobre aquela vitória.

“Suas apostas?” Mark foi interrompido da sua tempestade de pensamentos, quando o croupier perguntou se eles pretendiam continuar com o jogo.

“Aposto.” Jinyoung empurrou todas suas fichas para o centro da mesa e Mark sentiu a adrenalina percorrendo seu corpo, aquela seria a sua última aposta da noite. Era tudo ou nada.

“Aposto.” Mark empurrou todas suas fichas para o centro da mesa assim como o outro rapaz havia feito, sabendo que ele provavelmente se arrependeria de apostar tão alto, mas aquilo era o excitante do jogo. Quando Mark o encarou, ele balançou a cabeça em aprovação, e Mark não podia negar que aquilo fez a adrenalina dar lugar ao medo.

As cartas foram dadas e as do centro da mesa começaram a serem viradas, como aquela era uma jogada de tudo ou nada, o croupier perguntou suas apostas apenas por conveniência.

Mark e o rapaz não olhavam o jogo acontecendo na mesa, já que suas atenções estavam em desvendar os mistérios que ambos guardavam ao apostarem tudo naquele jogo.

A última carta foi virada e o rapaz foi o primeiro a quebrar o contato visual, como se já soubesse do resultado.

Antes que Mark pudesse reagir ou falar qualquer coisa, o rapaz se levantou da mesa do jogo, sussurrou algo para o croupier e então deixou não somente o lugar, como também um Mark completamente surpreso.

O croupier pediu que Mark se dirigisse até a direção de apostas para prestar contas sobre sua dívida.

Dinheiro não era um problema para Mark, ele tinha outros propósitos com toda aquela encenação, e quando os contratos foram assinados e os cheques entregues, Mark se dirigiu ao bar do cassino, deixando seus olhos percorrer por todo o local em busca do rapaz que havia lhe feito perder meio milhão em menos de uma hora.


//


“O boato lá fora é que um rapaz misterioso conseguiu fazer o dono do cassino sair da toca, e eu presumo que tenha sido você.”

Mark estava sentado no bar do cassino, encarando o copo de conhaque e ignorando os sons dos homens flertando com as mulheres a sua volta ou se vangloriando com as suas riquezas conseguidas a base de roubos.

“Mark?” Yugyeom o chamou novamente, percebendo que o rapaz estava distraído com seus próprios pensamentos, algo que não costumava acontecer, já que ele sempre observava tudo que acontecia a sua volta.

“Ele era o dono? Não o reconheci” Mark assumiu, ainda encarando o copo e não mostrando tanta atenção para o garoto ao seu lado. O rosto do rapaz que havia lhe tirado dinheiro minutos atrás e o rosto do garoto nas fotos do arquivo que ele trabalhava atualmente eram completamente diferentes.

“Você está bem?” O comportamento de Mark surpreendeu Yugyeom, pois em todas as missões que eles foram colocados juntos, o rapaz sempre fora o mais focado.

“Yug, olha para frente do bar e toca meu ombro, como se me acalentando.” Mark balbuciou com a cabeça baixa, e Yugyeom o obedeceu, focando sua visão na prateleira de bebidas atrás do balcão e fez exatamente o que o outro pediu, colocando a mão no seu ombro e dando tapas de consolo.

“Ele está olhando do segundo andar.” Mark explicou e Yugyeom entendeu o motivo da encenação do companheiro.

O dono do cassino os observava do segundo andar, como se estudando as reações do rapaz que havia acabado de perder meio milhão alguns minutos antes.

“Você realmente não o reconheceu?”

“As fotos do arquivo não estavam muito nítidas. E a maioria era de quando ele era jovem e estava estudando no Japão e quando ele estava na China ninguém conseguiu encontrá-lo.” Mark virou o copo de conhaque em uma só vez, deixando o líquido queimar sua garganta e arranhar sua língua.

“Agora que você conseguiu a atenção dele, qual o próximo passo?”

Mark sentiu um toque delicado no seu ombro, e pela sua visão lateral, ele pode enxergar outra pessoa fazia a mesma ação no ombro de Yugyeom.

“Os dois rapazes parecem tão tensos. Nada que uma boa companhia não resolva, você não concorda?” Uma das moças perguntou sorrindo e ambos os rapazes sabiam exatamente o que elas queriam dizer com aquilo.

“Acredito que meu amigo aqui esteja mais interessado na companhia de vocês garotas.” Mark segurou a mão da moça que havia acariciado seu ombro e a direcionou para o braço de Yugyeom.

Antes que as moças ou Yugyeom pudessem contestar, Mark se levantou do bar, dizendo suas últimas palavras antes de se afastar do companheiro e as garotas.

“Eu já chamei a atenção dele, agora é esperar ele vir até mim.” Mark sussurrou.


//


“Jaebum, aquele cômodo ali em cima serve para dormir e pra você fazer esse tipo de coisa com mais privacidade. Por favor.” Mark jogou as chaves em cima do criado mudo ao lado do sofá, enquanto Jaebum colocava a samba canção e a moça que o acompanhava tentava vestir suas roupas que estavam perdidas no chão da sala.

Mark seguiu até o espaço que era considerado cozinha, em busca de água, pois embora ele não tivesse bebido em excesso, o álcool e a frustração havia lhe deixado um tanto desidratado.

Quando Mark se jogou no sofá, a companheira de Jaebum aparentemente havia encontrado o caminho do quarto do rapaz, algo que Mark gostaria que eles tivessem feito antes da sua chegada no apartamento compartilhado, no entanto Jaebum havia esperado pelo amigo no sofá onde antes ele estava ao ponto de fazer sexo.

“Quando você vai começar a usar seu quarto, como as pessoas normais que compartilham apartamento juntas normalmente fazem?” A voz de Mark não indicava irritação, ele já havia encontrado Jaebum em posições piores do que a que ele encontrou ao entrar no apartamento.

“Você está mais rabugento do que de costume também.” Jaebum alcançou seu celular dentro do bolso de sua calça que ainda estava jogada no chão, e começou a procurar por algo que Mark definitivamente não estava interessado.

“Essa é a terceira da semana?”

“Segunda. E você não devia ocupar seu tempo contando quantas mulheres eu trago pra casa, afinal eu pago o aluguel do mesmo tanto que você e mesmo assim não conto quantas pessoas você trás pra cá.” Jaebum deu uma breve pausa, ainda com sua atenção voltada na tela do celular.

“Ah é, eu me esqueci. Você não trás ninguém, porque não sabe como se divertir.” O rapaz terminou deixando o sarcasmo tomar conta.

“Existem dias que você merecia o prêmio de otário do ano, sabia?” Mark levantou do estofado e Jaebum sentiu a irritação do amigo, quando a garrafa de água que antes estava na mão de Mark o atingiu no rosto.

“Babaca.” Jaebum resmungou.

“Quando você vai levar alguma dessas moças a sério? Ou qualquer pessoa a sério?”

“Quando você trazer alguém pra casa e foder ele ou ela por mais de um dia.”

Aquele era um assunto delicado e Jaebum sabia que tocar no ponto fraco de Mark era o mesmo que o mandá-lo para o quarto sem ser completamente direto.

“Galinha.” Mark respondeu indo em direção ao seu próprio quarto.

“Isso não é uma ofensa, você sabia né?” Jaebum gritou, vendo o amigo subir as escadas para seu quarto e o ignorando.

Mark havia comprado um prédio recém construído e restaurado ele para que ficasse habitável. O apartamento tinha a aparência de um enorme container na parte externa, e na parte interna a aparência de uma suíte luxuosa de uma mansão. O galpão havia dois quartos no segundo andar em cada um dos extremos do prédio, o banheiro de uso comum ficava no primeiro andar embaixo do quarto de Jaebum, embora os dois tivessem banheiros próprios em cada um dos seus quartos, e no outro extremo, embaixo do quarto de Mark ficava o lugar no qual eles cozinhavam, afinal tirando os quartos e banheiro, nada no prédio poderia ter algum nome específico. A área de convivência, ou talvez o mais próximo de sala de estar, ficava no centro do galpão e que aparentemente Jaebum acaba sempre confundindo o ambiente com seu próprio quarto, pois ele sempre acabava nu em um dos dois sofás e com uma moça em cima ou embaixo do seu corpo, Mark havia perdido as contas de quantas vezes já havia visto a bunda do amigo ou a bunda da pessoa que o acompanhava.

“Jaebum, vai terminar o que começou no seu quarto, a moça está te esperando.”

“Você é um frígido Mark.” Jaebum gritou pela última vez e devido aos quartos só terem 3 paredes e uma delas ser uma sacada direta para a sala de convivência, que era toda tampada de vidro automatico, o rapaz podia ouvi-lo perfeitamente do andar de cima.

“Eu também te adoro Jaebum.” E com isso Mark mudou a 'cortina' para uma de bambu no vidro eletronico criando uma certa privacidade entre seu quarto e o restante do galpão.


//


“Eu pesquisei na internet e fiz uma lista das escolas mais distantes do centro da cidade e do nosso bairro, agora você só precisa escolher qual delas é a melhor e ir lá me matricular.” A garota entregou a pasta suspensa nas mãos do irmão, sentando desajeitadamente na cadeira e recebendo um olhar desaprovador do irmão que logo a fez mudar sua postura e sentar de forma adequada.

“Não tem muitos nomes aqui.” Jinyoung comentou ao observar que haviam quatro nomes de escolas de artes marciais, com seus respectivos contatos e informações essenciais.

“Essas são as de porte médio e baixo. Fiquei com medo de selecionar as grandes e famosas e o papai acabar descobrindo.” A garota comentou se desajeitando novamente na cadeira sem nem perceber.

“Você tem certeza que quer isso mesmo?” Jinyoung perguntou pela n-ézima vez.

“Tenho. Eu vou pro colégio e no final da tarde vou direto para o ponto de ônibus com destino ao curso de inglês e quando chegar lá e checar se ninguém me seguiu, eu troco de ônibus e vou pras aulas de artes marciais.”

“Com a condição de que…?” Jinyoung perguntou, esperando que a irmã respondesse o que eles haviam combinado anteriormente.

“De que minhas notas serão as mais altas da sala.” A garota completou.

“Boa garota. Eu vou pesquisar mais sobre essas escolas e amanhã eu vou lá te matricular, ok?”

O sorriso da garota foi o bastante para Jinyoung, quando ela correu e o abraçou desajeitadamente, algo que não acontecia com frequência, ele se sentiu ainda mais motivado a ajudá-la.

Nari era filha do segundo casamento do pai de Jinyoung, junto com os gêmeos que nasceram 5 anos após ela.

Jinyoung tinha 5 anos quando sua mãe faleceu e no ano seguinte seu pai decidiu casar-se novamente, naquela época ele não entendia o que exatamente havia acontecido e por que uma nova mulher havia tomado lugar que antes era de sua mãe, mas ao tempo em que a nova mulher o tratava como seu próprio filho, ele cresceu com a ideia de que fatalidades acontecem e descontar nos outros é perda de tempo.

Conforme Nari foi crescendo, seus pais começaram a perceber que sua personalidade e características não eram tão femininas ou do jeito que a maioria das pessoas esperam que uma garota se comporte ou vista.

Ao passo que Nari foi se afastando mais do seus pais, ela se aproximou mais de Jinyoung e como ele não era o garoto mais sociável no colégio, ele se viu encontrando em Nari não só uma irmã como também uma grande amiga, embora existisse a diferença de idade.

O relacionamento dos dois irmãos se completavam de um jeito único, pois enquanto Nari gostava de fazer atividades que garotos normalmente faziam, como jogar futebol, jogar vídeo games e assistir programas de esportes, algo que Jinyoung também gostava, os dois passavam uma boa parte do tempo juntos, por outro lado Jinyoung tinha traços delicados que somente uma garota iria entender sem julgá-lo.

Diferentemente de Nari, Jinyoung não era afeminado, mas ele trazia os traços delicados de uma garota e uma mente romântica que normalmente garotas possuem, embora tentasse esconder aquele lado a todo custo. Os dois viviam nos seus próprios mundos e no entanto um no mundo do outro, já que seus pais estavam sempre trabalhando, os gêmeos com as babás e quando havia reuniões de famílias, os dois eram sempre os julgados.

Quando Jinyoung decidiu estudar em uma das escolas de balé que ficava no Japão, a primeira pessoa que ele compartilhou a ideia foi com Nari, que embora tenha ficado desolada por passar os próximos 4 anos longe do meio-irmão, não pode pedir para que ele ficasse ou a levasse junto, pois ela sabia que aquele era seu sonho.

Jinyoung se inscreveu em uma escola de direito no Japão, pois seu pai jamais permitiria que seu filho fizesse aulas de balé, seria uma vergonha para o meio social em que eles viviam, então a única solução que o rapaz encontrou, foi de mentir e sofrer dobrado com os dois cursos. Na parte da manhã Jinyoung ia para as aulas de direito e na parte da tarde e noite, ele passava o tempo na escola de balé, praticando os passos que ele foi impedido de praticar durante todos os anos anteriores.

Jinyoung sabia melhor do que ninguém o que era ser impedido de fazer o que gostava, então quando Nari pediu sua ajuda para entrar nas aulas de artes marciais, ele apenas pediu que ela garantisse as melhores notas e ele a ajudaria.




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