Capitulo 16
Já não existe mais
“O céu já foi azul, mas agora é cinza. E o que era verde aqui já não existe mais.”
Renato Russo
Olho para os meus sapatos, observando a fina camada de cinza impregnar o couro gasto. Era aqui que ficava meu balanço. Onde meu pai me balançava, onde eu um dia fui feliz. O Castelo desmoronou se não fosse o esqueleto da torre eu não ia conseguir me orientar nesse mar de cinzas.
Quase nada restou do Condado. Um mês atrás, a Capital bombardeou o Condado e Erebor. Me pergutaram se e queria visitar os destroços de Erebor, mas eu disse que não. Eu não tenho nada lá. A única coisa que eu tinha lá foi em bora de lá a muito tempo.
Eu quis então só visitar aqui onde eu fui feliz, onde eu terminei de crescer, mas agora e uma ruina. Nada mais restou aqui. Só sobraram as estruturas de algumas casa mais nada.
O aerodeslizador me deixou nó que era antes nos portões do Castelo. Eu fui andando até chegar nó que era antes os jardins do castelo, mas as cinzas e o fogo apagou o verde completamente. A Roseira de minha mãe está preta como carvão.
Ninguém teve tempo de fugir. Jessie me contou a história. Os rebeldes estavam vindo para cá, mas tiveram que vir pelos trilhos do trem, pois o céu estava sendo vigiado. Só sobrou um sobrevivente que morreu no hospital dois dias depois.
Ele contou que meu pai ordenou que haveria um toque de recolher e que seria as 23:00 e que todos deveriam estar em suas casas. E então a 00:00 em ponto em quanto todos dormiam em suas camas juntos uma última vez com suas famílias. O bombardeio começou, esse sobrevivente conseguiu fugir para a floresta e depois foi resgatado. Jessie disse que seu rosto está todo coberto de queimaduras.
Eu só tenho duas horas aqui, mais nada. Essa pode ser a última vez em que eu piso no Condado. Eu olho em meio as ruinas do Castelo e vejo alguns corpos, e tenho que me segurar para não cair no chão. Podem ser os corpos da minha família.
Mas não a certeza, por todos os lados a esqueletos carbonizados, o fogo destruiu tudo. Eu olho para a grama que um dia era verde, mas agora não e mais.
Me levanto do balanço e sigo em direção a floresta, meu pai construiu uma pequena cabana bem escondida na floresta. Eu deixava minha bota de caça, minha jaqueta de couro e meu arco lá. Acho que será mais de utilidade pra mim do que aqui.
Do castelo para a floresta se gasta 15 minutos. Bem, eu estou aqui a 30 minutos. Ainda tenho tempo, eles vão me buscar na praça central do Condado.
O fogo só consumiu uma parte da floresta, o restante continua verde como se o fogo nunca tivesse chegado aqui.
Já se passou um mês desde que acordei no hospital, eu ainda tive que ficar no Hospital de Lanbolt. Realmente e estranho tudo isso, por que desde sempre a Capital dizia que Lanbolt tinha acabado.
A história que nos contaram na escola e que depois que a guerra a acabou, e que Dare se tornou uma Monarquia e que os estados estavam divididos entre famílias, no segundo ano de poder da monarquia Lanbolt se opôs as leis que a Capital projetou para Dare e disse que não serviria mais a Capital.
E então eles lutaram pela independência, no começo eles ganharam por que eles quem fabricavam as armas nucleares e então usaram contra a Capital, mas a Capital usou contra eles e então eles explodirão. Essa e a história que nos contam na escola. A história e bem diferente.
O Rei Ezekiel Lanbolt foi até a Capital em segredo e ele e o Rei Sauron assinaram uma lei, a Lei de Terram, que dizia que a Capital iria bombardear Lanbolt apenas de faixada, mas eles iriam viver no subterrâneo, e não poderiam fazer nenhum contato com os outros Estados.
A capital ajudou a construir o subterrâneo e desde então eles vivem lá. Não seguem a monarquia, mas sim a república. E desde então tentam derrubar a Capital.
Eles nunca viam uma oportunidade de fazer com que a chama da esperança se acendesse no povo, e com o meu casamento virão essa oportunidade.
Eu sou o símbolo dessa revolução, dessa guerra. Os rebeldes me chamam de Fênix, pois eu renasci das cinzas do Condado e de Erebor. Eu renasci para fazer com que Dare renascesse também.
A cabana está intacta. Eu suspiro de alivio e vou até a porta. Eu escondia uma chave debaixo de uma pedra, eu olho para o chão na procura da pedra. Eu a acho. A levanto e pegou a chave, coloco na fechadura, abro a porta e entro.
Está do jeito que eu deixei, não mudou nada. A mesa com duas cadeiras está com a minha faca, a lareira nunca foi acessa para não chamar atenção e o meu guarda-roupa está com as portas fechadas. Eu vou até ele e abro as porta.
Lá dentro pendurado está minha jaqueta de couro, eu estou usando a jaqueta cinza de Lanbolt, mas mesmo assim eu visto minha jaqueta de couro. Eu senti falta do peso dela em meus ombros.
Olho dentro do guarda-roupa e acho uma mochila eu coloco minhas botas e minha faca, eu pego meu arco e passo por cima do ombro. Só tenho duas flechas, no dia em que parti para Erebor eu iria fazer mais flechas, mas não fiz. Então deixo as flechas lá. Fecho o guarda-roupa e sigo em direção a lareira.
Eu pego uma foto da minha família, nela estão eu meus pais sentando no jardim. Foi a nossa última foto juntos, eu a ponho dentro da mochila. Até que olho para uma coisa.
Eu não tinha percebido ela ainda, e uma rosa. Uma rosa branca, eu a pego. Como eu não tinha notado isso? Eu a observo bem, ela foi recentemente colocada aqui. Mas como?
Vasculho minha mente, até que penso na pessoa que sempre usa uma rosa branca na lapela do terno. O Rei Sauron, ele sempre usa uma. E ele.
Ele sabe da cabana, então ele ordenou que não destruíssem a cabana, foi por isso. E um recado para mim. Eu me sento no chão, e fecho os olhos. Nesse um mês que fiquei no hospital eu não parei de ter pesadelos e a psi-cóloga de lá me ensinou. Começo a pensar nas coisas simples que são verdadeiras e sigo em direção ás mais complicadas. A lista começa a ficar enrolada na minha cabeça.
Meu nome é Bilbo Modoux. Tenho vinte anos. O meu lar e o Condado. Eu me casei com Thorin Perroud, mas dois dias depois do nosso casamento Erebor foi destruída. Escapei. A Capital me odeia. Thorin foi levado como prisioneiro. Imaginam que ele esteja morto. Há um grande chance dele estar morto. Provavelmente e melhor que esteja morto...
Eu abro os olhos, e me levanto. Está na hora de ir embora desse lugar. Eu pego a mochila e saio da cabana sem olhar para trás. E melhor deixar o passado para trás.
Levo menos tempo para chegar na Praça Central. Os soldados de Lanbolt me avistam e veem até mim, eles não deixaram que eu viesse sozinho. Galandriel Lanbolt, filha de Ezekiel Lanbolt e a atual governante de Lanbolt decidiu que era melhor alguns soldados irem comigo, pois tinha uma grande chance de Sauron ter armado uma armadilha aqui.
Os soldado mandam as cordenas e em poucos segundos o Aerodeslizador chega e aterrissa perto de nós, eles decessem a passagem para que subamos. Eu subo primeiro seguido dos soldados. Eu me sento numa das poltronas, mas antes eu retiro meu arco e coloco ele na poltrona ao meu lado e ai sim eu sento. Depois eu coloco a mochila no meu colo, eu a abraço forte e então fecho os olhos. E só pretendo abrir quando chegarmos a Lanbolt.
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