Lívia Karine White
Eu detesto me sentir assim; Desprezível e um objeto, principalmente para o meu irmão. Por que tão depressiva, Lívia? Simples. Sou a irmã de um maldito psicopata que é capaz de tudo para conseguir o que quer. O ruivinho que muitos julgam ser perfeito, já matou mais de 19 mulheres e adolescentes, por pura diversão, e o mesmo usa a própria irmã como uma distração para não ter que continuar matando e ser descoberto pela polícia.
E quando digo objeto é porque realmente sou usada por ele. É, ele é um doente. Estou falando de Castiel White, apelidado de "Fear of Women" que significa O medo das mulheres.
Eu vivo com um monstro.
Não tenho medo de morrer, ao contrário, eu quero morrer. E não sou uma garota com problemas mentais ou depressiva, a questão é que não suporto mais fazer as vontades do meu irmão, se eu não obedecê-lo, ele me ameaça dizendo que vai me estrangular até a morte... Mas eu não vou morrer sem antes matá-lo.
Ele acabou comigo. Tirou a vida de nossos pais, me proíbe de tudo, até de fazer amigos. Na escola, ele já inventou mentiras de mim: Que sou uma doente que evita o contato humano, mas que confia intensamente no seu querido irmãozinho. Sou tratada como um bebê por todos os professores, alunos e pela diretora.
- LÍVIA!
AH! Droga! O grito desse maldito fez eu me cortar! O sangue do meu dedo indicador escorreu pelo pedaço de cenoura que eu estava cortando para o almoço. Vendo isso, Castiel veio até mim calmamente, pegou meu dedo ferido e sugou todo o sangue.
Doente.
- Você não sabe mesmo cozinhar. - lambeu a ponta da faca que ainda estava suja de sangue - Deveria contratar uma empregada...
- Pra você matá-la depois?
- Não, quem sabe... Sempre que fico perto de você, meus instintos psicopatas somem. - sussurra no meu ouvido, me agarrando e me empurrando no balcão - Nem todos, na verdade.
Enquanto eu tocava o balcão com minhas mãos, percebi que a faca que eu estava usando estava do meu lado, e óbvio que eu não vou ser lenta que nem da última vez. Castiel começou a se aproximar do meu rosto, segurando meu queixo e levantando-o para me beijar com facilidade. Fui sentindo sua respiração lenta e calma e logo após vieram seus lábios macios e quentes prontos para tocar os meus.
- Você é tão galanteador. - digo antes de ser surpreendida por um beijo.
Senti as mãos dele passeando pelas minhas coxas, parando na saia, mas sem arrancá-la. Nojento, que sensação horrível. Sentir sua língua acariciar a minha é algo extremamente horrível.
Chega! Vamos acabar logo com isso.
Peguei a faca e a segurei cuidadosamente, ele ainda não percebeu e isso é bom. Minha mão esquerda puxava-o para mais perto de mim e a direita se preparava para cortar a cabeça desse maldito.
- Adeus, Cassy. - sussurro assim que rompi o beijo.
Castiel não demonstrou nenhuma surpresa. Depois que anunciei o meu bote, ele me encarou e sorriu. Levei a faca em direção ao seu rosto e quando achei que havia acabado com ao menos uma parte de sua cara, me mostraram o contrário. Castiel segurou meu braço e tirou a arma de minhas mãos.
- Tente me matar de novo que aí sim eu acabarei com a sua vida. - disse seco.
A seguir ele me deu um tapa tão forte que eu nem preciso de espelho pra saber se ficou a marca.
- E troca essa roupa, receberemos uma visita mais tarde, não quero te ver vestida como uma cachorrinha.
Ah, sim. Eu ainda te pego de surpresa, garoto.
❀❀❀
- Eh... Com licença.
Era só o que faltava. Não posso nem trocar de roupa em paz? Só faltava minha saia! Hum... Acho estranho o meu irmão ser tão educado a ponto de pedir licença para entrar.
- Pode entrar, se quiser. - digo pegando duas saias, as minhas favoritas, uma azul e uma rosa.
Eu ainda estava virada de costas, mas percebi que a porta havia sido aberta. E então você me pergunta como não sinto vergonha em ficar de calcinha na frente do meu irmão... Ele já viu outras coisas além da calcinha, óbvio.
- Oh, meu Deus! - disse surpreso.
Confesso que a voz dele está bem mudada, mais suave, mais calma.
- Então, Cassy, com qual saia eu deveria ir? A azul ou a rosa? - pergunto colocando-as em cima da cama.
- Não faço a mínima ideia, querida Lívia Karine.
Que formal.
- Apenas sei que não me chamo Cassy nem Castiel, não sou seu irmão.
Está brincando comigo, não é?
Coloquei a saia rosa imediatamente, ela é curta mas não tem problema. Virei rapidamente para ver quem havia entrado no meu quarto e meu Deus... Que garoto lindo.
Ele está usando uma roupa meio estranha, não sei dizer como, só sei que ele é lindo. Olhos heterocromáticos âmbar e verde, cabelo prateado e um pouco de mistério no olhar.
- Ai... Desculpa, eu tô tão envergonhada. - digo cabisbaixa.
E não estou sendo irônica, nem sarcástica, nem nada! Estou mesmo bem corada agora.
- Não tem problema. Sou amigo do seu irmão, ele me pediu para te chamar, iremos fazer uma atividade da escola.
Atividade da escola? Hoje é sábado! Por que não fazemos amanhã? Que maravilha, hein.
Tudo bem então, homem misterioso.
- Mas, me diga, qual é seu nome? - pergunto, curiosa.
- ... Lysandre.
Lysandre... Um nome perfeito para o garoto perfeito.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.