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História Sex Therapist (REESCRITA) - 03; Stay


Escrita por: MaddieBiebs

Notas do Autor


Olá meus pães de mel sz
1° Galera, hoje venho trazer o PENÚLTIMO capítulo de ST </3 Pois é, choremos..
2° Esse capítulo como já diz o nome ''Stay'' será aquele momento bad kjk NÃO tem cenas hots, Justin e Kiara não são uma máquina de sexo, é também como já citado Sex Therapist não é uma shortfic só voltada ao sexo.
3° Capítulo dedicado ao meu friend @warjustin que após ler o último capítulo postado de ST me pediu para dedicar o próximo capítulo a ele sz
4° Capítulo betado pela Smurfette do blog Redemption Designs (Obrigada neném sz )
°5 Quem quiser, leiam o cap ouvindo Stay da Rihanna .

BOA LEITURA SZ

Capítulo 4 - 03; Stay


Fanfic / Fanfiction Sex Therapist (REESCRITA) - 03; Stay

 

 Aquela pessoa simplesmente vai aparecer e talvez você nem dê bola de inicio, mas quando perceber você já vai estar completamente louca por ele e nem vai entender como.

Point Of View Justin Bieber

Abro a porta principal da minha residência, visualizando alguns brinquedos de Benjamin espalhados pelo carpete da sala e o ambiente totalmente silencioso.

Adentro de vez o local fechando a porta atrás de mim, caminho cautelosamente até o sofá revestido a algum tipo de tecido macio e sento-me, encostando minhas costas no encosto do estofado. Levo minhas mãos aos fios do meu cabelo, passando desesperadamente no local. Frustrado, suspiro, fixando meu olhar em um ponto fixo da sala de estar. Uma retrospectiva dos últimos acontecimentos se passa em minha cabeça.

Porra, o que estava acontecendo comigo?

As últimas palavras de Kiara rondava meus pensamentos, sem intervalo de pausa. Nunca fui um homem de reprimir meus sentimentos, deixo-me levar, aproveitando cada momento que a vida me proporciona. Realmente eu fiquei extasiado de raiva e ciúmes quando aquele marmanjo estava ao lado dela no supermercado. Eu jamais soltaria aquela frase para ela, que eu estava com medo de perdê-la, porém aquilo pareceu tão certo naquele momento, que eu não me importei com mais nada. Sua resposta fria, e sem um pingo de sentimentos, certamente me pegou desprevenido. Lembro-me que depois de sua fala, larguei seu corpo, virando-me de costas á ela, tentando pegar de todo jeito no sono –algo difícil–. Hoje de manhã ao acordar, deixei seu apartamento silenciosamente, nada de rosas, café da manhã na cama ou até mesmo um ‘’Bom dia, baby’’.

 Eu sinceramente estou em uma completa confusão dentro de mim. Fiquei um bom tempo ausente em casa, distante do meu filho, pois ficar longe de Kiara é sufocante. Eu não sei o que aquela mulher tem que faz ela me ter tanto para ela, não sei nada a fundo de sua vida, fisicamente ela é como qualquer uma. Mas, seu toque, sua voz, a forma tímida e sexy que só ela possui é viciante. Seu perfume é sensual, quase embriagador, deixando-me à sua mercê. A atração que sinto pela minha terapeuta sexual é impossível de explicar, e muito menos de controlar. Com ela sinto as mais estranhas sensações, o prazer pleno com emoções e sentidos. Kiara me perturba profundamente. Linda, encantadora e única. A descrição perfeita da Doutora Gagdol. Olhe só para mim agora, com pouco tempo desde que a deixei dormindo em seu apartamento, a saudade já invade meu peito. Estou com saudades dela, e não só do seu corpo.

 Não posso negar a mim mesmo que talvez eu goste dela mais do que pensei, inúmeras vezes quis arrancar isso de mim, mas, quando você tem o mínimo de esperança, bem no fundo, você acredita que aquilo pode acontecer, que aquilo pode sim dar certo. É complicado quando parte dela, mesmo que pequena demonstra sentir o mesmo. E acredite, o pior de não ter certeza sobre como se sente em relação a algo, é ter que fugir do que está sentindo.

 Fui tirado dos meus devaneios com passos descendo a escadaria, sento-me corretamente no sofá abrindo um sorriso ao ver meu filho correndo em minha direção, com Victória ao seu alcance.

 Seu corpo pequeno se joga em meus braços, aperto meu filho contra meu peitoral, depositando um beijo longo em sua cabeça por cima de seus cabelos claros com cheiro de Shampoo infantil.

— Como vai o campeão do papai? — pergunto, sorrindo verdadeiramente.

— Feliz — abriu os bracinhos sorrindo largo.

— Ben, amor. Vá para a mesa tomar seu café da manhã. Sua nova babá chegará logo mais.

 Após Victória cortar o clima Pai & filho o pequeno me deu um beijo melado na bochecha correndo para tomar seu café. levanto-me do sofá pronto para ir em direção as escadas para tomar um bom banho relaxante na esperança de organizar minhas ideias. Porém, fui parado bruscamente por um corpo baixo e irritado.

 — Onde dormiu essa noite? — com os braços cruzados embaixo de seus seios e uma carranca de nervosa no rosto, Victória me interrogou.

 Não poderia dizer a verdade à ela, então infelizmente, optei por mentir. Mais uma vez.

— Christian me chamou para uma rodada de truco em seu apartamento, rodada vai rodada vem, nem percebi quando caímos no sono. Acredita que dormi na cadeira? — ri forçado — Vê se pode.

  Tive que jogar o filho da puta do Christian na história. Ainda estou puto pela cena que vi dele e da Kiara na academia, entretanto ele é meu álibi, sei que posso contar com ele em umas mentiras, como esta agora. Victória me encarou por um tempo com uma expressão desconfiada, mas logo suavizou sua fisionomia, chegando mais perto do meu corpo e depositando um selinho carinhoso em meus lábios.

— Certo, acredito em você. Se arrume que iremos para o consultório da Kiara — merda— Marquei um horário hoje para nós.

 Estou evitando Kiara e a louca da minha mulher me faz ir justamente no ambiente que ela trabalha. Obrigada Victória.

— E Benjamin? Quem irá  levá-lo a escolinha? — pergunto.

— Hoje ele não irá, a consulta com o pediatra foi marcada em um horário de aula. Então, hoje ele faltará.

— E quem irá levá-lo? — novamente pergunto. Céus, eu só quero um meio para não precisar ir nessa maldita sessão.

A nova babá irá levá-lo até o consultório da Kiara, assim, quando acabarmos lá com ela, nós iremos levar nosso filho ao pediatra. Juntos.

— Você pensou em tudo mesmo — falo, com um falso entusiasmo.

— Sempre penso — piscou em minha direção.

 Deixo minha esposa sozinha, subindo prontamente o enorme lance de escadaria, pronto para tomar um banho, para logo mais enfrentar a mulher que está fodendo com meus sentimentos.

 

[...]

Point Of View Kiara Gagdol

— Doutora, eu não estou satisfeito sexualmente na cama. Meu relacionamento está com falta de sexo, criatividade é até quando tentamos ter uma relação sexual, temos ausência de orgasmos. Minha namorada não é carinhosa quando estamos juntos, está sempre se esquivando dos meus contatos mais íntimos e na hora de dormir, quando podemos tentar algo, ela insiste em colocar um maldito cachorro no meio de nós. Ela é fria e distante desde o começo do nosso namoro. Estamos em crise, e a culpa é dela. Ela já veio a algumas sessões com você, e eu pensei que isso resolveria, que ela se abriria comigo. Porém, nada. — meu paciente suspirou frustrado. Sebastian é um rapaz jovem e com um belo porte físico, venho acompanhando seu caso a mais ou menos um mês. Seu "problema" é parecido com o do casal Bieber, porém, as anotações feitas por mim em uma sessão com Bianca —sua namorada— E algumas análises, cheguei a conclusão  que o comportamento dela sexualmente que deixa seu namorado chateado, e acarretado por algo que infelizmente é comum no mundo que vivemos.

— Sebastian, no cenário atual, vemos mulheres e homens jogando a culpa pela falta de prazer e felicidade um no outro. Isso está errado, tudo na vida tem um fluxo natural. Na minha sessão com sua namorada busquei sobre a pessoa que ela é, a origem, crença, costumes, formas de pensar e estilo de vida. Para cortamos a raiz do problema, precisamos descobrir qual a compreensão e o entendimento que ela tem sobre sexo, não posso analisar o aspecto sexual dela sem saber sobre a sua individualidade — pausei, respirei fundo e ajeitei os óculos em meu rosto. — Bianca se abriu comigo, e quando ela começou a falar sobre seus problemas, traumas, medos, dificuldades e anseios, percebi que você passou tempo demais culpando-a, que não percebeu que o sexo não é o problema nem a causa. É apenas um sintoma escondendo o verdadeiro problema na vida de vocês. Na nossa terceira sessão, Bianca se sentiu à vontade e me relatou os abusos que ela sofreu na infância. Abusada pelo pai e tio, dos oito anos de idade até os doze. Ela cresceu com esse trauma da infância, passou anos sem conseguir dizer nada a ninguém. Perceba, ela se recua por lembranças que tem, tanto você quanto ela não são culpados pelo o que estão passando. Você, como namorado, deve ir com calma e respeitar o tempo dela. Mostre-a que você a ama, que você a respeita, respeita seu tempo e seu corpo. Use esse acontecimento ruim do passado como uma forma de aprendizado e superação.

 Com lágrimas saindo de seu rosto e escorrendo por sua face, Sebastian sorriu e assentiu com um manejo de cabeça.

— E-eu não sabia que ela tinha passado por algo tão cruel — abaixou a cabeça, chorando baixinho — Eu vou ajudá-la da melhor forma possível.

— Eu sei que sim — sorri emocionada — Irei lhe passar um tarefa, nos próximos dez dias, você anotará neste bloco todas as qualidades de sua namorada e as coisas que você é grato à ela. Concentre-se na gratidão.

 Pego o bloco de notas na mesa ao lado e levanto-me, logo o entregando o objeto.

 Por todas as inúmeras tentativas de fazer Bianca conversar comigo, pelas noites sem dormir analisando o caso do casal e por todo o estresse, saber o motivo real do problema e tentar ajudar um casal que é explícito que se amam, me faz perceber como eu amo o que faço.

— Bom, finalizamos sua sessão por hoje — estendo minha mão ao homem a minha frente que a aperta de prontidão. Caminho até a porta pronta com o objetivo de abri-la para meu paciente sair, porém Beth abriu mais rápido do lado de fora.

— Seu casal preferido, Doutora — a mais velha falou dando espaço para Victória e Justin entrar, logo após Sebastian sair.

Me pus ao lado da porta, abrindo mais a passagem —para como disse Beth— meu casal preferido passar. Puro sarcasmo.

Hoje ao acordar fiquei aborrecida ao não encontrar Justin ao meu lado, ele nem sequer deixou um bilhete ou algo do tipo. Bom, talvez ele ficou chateado com a forma que me pronunciei após sua confissão. Com os pensamentos mais claros, hoje pela manhã depois de uma noite mal dormida, sozinha em minha cama, cheguei a conclusão que talvez eu goste de Justin muito mais do que eu poderia imaginar. Eu gosto dele, porque ele arranca para fora tudo o que existe de bom em mim, eu sinto que posso ser eu mesma com ele, sem ter medo de esconder alguma característica. Eu sinto o que não deveria sentir, o que eu prometi nunca mais sentir, e olha só o que eu estou fazendo, sentindo. Mesmo sabendo de todas as formas que o mais certo seria não gostar, não criar nenhum tipo de sentimento por ele, sei que é errado, —pois ele é casado—, mas ele tem aquele olhar profundo e sorriso encantador, que cá entre nós, dá uma puta de uma confusão na cabeça. Acho que eu nunca me senti tão bem, tão eu mesma quando estava com alguém como eu me sinto quando estou com Justin.

Fecho a porta, logo dirigindo-me até minha poltrona, pegando minha agenda novamente, abrindo-a na marcação da sessão do casal Bieber.

Ajeito meus óculos de grau colocando na face um sorriso ‘’profissional’’  logo me pronunciando:

— Como estão? — Intercalo meu olhar entre os dois.

Justin soltou um ‘’Vou bem’’ baixo sem me encarar por muito tempo, o que me deixou frustrada.

— Felizes e se amando como nunca — Victória disse, toda feliz. Meu estômago, sem eu ter controle da ação, deu uma revirada.

Abro um sorriso mínimo. Molho meus lábios secos, logo me pronunciando novamente.

— Eu estive pensando, acho que o caso de vocês não preci...

— Kiara? — Beth interrompe minha fala batendo na porta e abrindo-a, colocando apenas a cabeça para dentro.

Apenas dei um breve balançar de cabeça, dando-lhe passagem para prosseguir sua fala

— Uma senhora está aqui na sala de espera com uma criança, alegando que é babá do filho do senhor Bieber e da dona Victória. Está pedindo para entrar, deixo?

Olho para Victória que fez um gesto positivo com o polegar de sua mão direita. Assenti com a cabeça, permitindo sua entrada.

— A babá veio trazer o Ben para levarmos ao pediatra, amor. — Victória falou, dirigindo a palavra para Justin.

O homem deu um curto sorriso a sua esposa sem mostrar os dentes, focando rapidamente seu olhar no meu.

Um misto de sentimentos se instalou em meu ventre. Uma vontade absurda de chorar tomou conta de todo o meu ser. Eu vivi a calmaria dos meus dias ao lado do cara que não deixa meus pensamentos em paz, mas ambos estávamos cientes que não seria sempre assim. A tempestade vem logo aí.

A porta envernizada se abriu por Beth que logo deu passagem para a babá entrar.

Ao focar meu olhar na pessoa que entra na sala em passos cautelosos com uma criança em seu colo, meu corpo entra em estado de alerta. Meu coração acelera com batidas frenéticas, o ar dos meus pulmões se esvazia aos poucos. Travei, com os olhos esbugalhados.

Adeline está em minha frente. E a cena do supermercado veio a tona em meu pensamento.

— Kiara? — a senhora sorriu para mim, não foi por mal, porém eu não consegui retribuir.— Que mundo pequeno não é mesmo? Jamais imaginaria que te reencontraria tão depressa.

 Sorri nervosa, concordando com um manejo de cabeça positivo. Corri meu olhar rapidamente para Justin, que se encontra branco feito um papel, com uma expressão aterrorizada no rosto. Fecho os olhos rapidamente.

Que ela não perceba a presença do homem nesse ambiente. Peço em pensamentos a todos os santos possíveis.

Quando volto a abrir os olhos encaro a senhora que vai em direção ao casal, mas para ao olhar para o ser humano ao lado de Victória.

Que patético, agora é a hora que eu irei rir pra não chorar? Acho que sim.

— Oh, me perdoe, que falta de educação a minha — ela entregou Benjamin a Victória, que encarava tudo com uma confusão explícita no olhar — Como vai meu rapaz? — Oferece sua mão a Justin, que estende seu braço e cumprimenta Adeline com um aperto de mão.

— Vou bem, obrigado. E a senhora? — sua voz totalmente esganiçada preenche o ambiente.

— Com algumas dores na lombar, mas nada que eu não consiga suportar — sorriu, e as rugas, devido a sua idade, preenche sua face. — Não sabia que trabalhava com sua namorada. Devido a confusão daquele dia no supermercado não podemos nos falar muito. Quero pedir novamente desculpas pelo meu filho, ele realmente não quis dar em cima da Kiara. Se ele soubesse que vocês namoram ele jamais chegaria perto dela com segundas intenções.

Porra!

Porra!

Mil vezes, porra!

— Espera ai, Justin e Kiara? Namorados? — Victória que até então estava quieta, se pronuncia, levantando e entregando a criança a Adeline novamente. — Que tipo de brincadeira é essa, posso saber? Justin é meu marido.

 Diz rude, ela nos encara furiosa, com sangue nos olhos.

— E-eu.. Digo, eu não s-sabia... — a babá alterna seu olhar entre nós três atrapalhada com suas palavras.

— Pare de gaguejar sua velha, e diga logo. — a mais nova cospe as palavras de modo feroz.

— Não fale com ela dessa forma — tomo atitude, levantando-me e me mantendo em frente a Adeline e a criança. — Você está no meu consultório, eu que tenho autoridade aqui.

Viro-me para a senhora atrás de mim que se encontra aflita, e peço para ela levar Benjamin para passear, ela assente sussurrando um ‘’Me desculpe’’, repetidas vezes.

Após saírem e a porta se fechar, tomo a frente da situação determinada a jogar toda a verdade no ventilador. Se Justin não tivesse feito isso primeiro.

— Eu tive um caso com a Kiara, Victória — ele se levanta, tomando uma postura séria.

— Você o quê? Você me traiu? Com a nossa terapeuta sexual? — diz entre dentes, com os olhos já marejados.

— Não banque uma de burra como se não soubesse que eu já te traia muito antes do meu envolvimento com a Kiara. Eu não tinha amor dentro de casa, você simplesmente me ignorava, e quando tentávamos algo, era você que interrompia, dizendo que não estava mais excitada, que eu não te excitava mais. Farto, era isso que eu estava. Farto.

Virou-se para a parede socando-a. Eu encaro tudo perplexa. Justin finalmente nos libertou.

Victória se derrama em lágrimas, caindo sentada novamente no pequeno sofá no meio do ambiente.

— Você é uma vagabunda. A pior espécie delas. Eu te levei pra dentro da minha casa, te tratei como uma amiga. Eu confiei em você, coloquei meu casamento em suas mãos para você salvá-lo, mas você só me apunhalou pelas costas.

Foi tudo muito rápido, após sua fala com sua feição de desprezo em minha direção, Victória se levantou rapidamente, acertando um tapa bem dado no meu  rosto.

Não revidei, não gritei. Não fiz absolutamente nada. Ela está na posição dela, eu mereço esse tapa. Eu traí a confiança dela, eu fui contra a ética e moral da minha profissão. Eu fui a ‘’outra’’ da vida do Justin, o que eu fiz foi sujo.

— Victória, me perdoe. Eu não planejei me envolver com seu marido, eu cresci em uma família de princípios e valores familiares. Quando eu me formei na minha profissão e resolvi seguir a minha carreira abrindo meu consultório, meu pai me fez jurar que eu iria sempre por meu trabalho acima de qualquer pensamento ou desejo por alguém que entrasse por essa porta. Eu falhei. Eu me sentia e me sinto horrível pelo o que fizemos com você. Nenhuma mulher merece passar por isso que você está passando, eu não queria receber uma felicidade tirando-a de alguém, eu não quis sentir um sentimento forte por ele. Infelizmente, não mandamos no coração. Eu sei que não há como esquecer e perdoar completamente, mas se houver uma centelha de empatia, por favor, o faça. Te peço o mais verdadeiro perdão.

Finalizo minhas palavras, com lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Eu jamais queria que a verdade fosse dita dessa forma. Dói, está doendo.

— Eu não quero ouvir mais nada saindo dessa sua boca imunda nem ver sua figura desprezível na minha frente. — fechou os olhos por breves segundos logo abrindo-os, respirou fundo limpando os resquícios de  lágrimas de seu rosto. — Eu quero saber é de você Justin. A cachorrada que você fez comigo e imperdoável, mas eu sou burra, burra de amor por você. Eu poderia aqui listar todas as razões porque eu amo você, mesmo com a nossa distância no casamento você fez e faz seu papel de homem comigo, estando presente em todos os momentos da minha vida, me apoiando, não me deixando cair quando eu estava no fundo do poço, estando presente no crescimento do nosso filho, dando carinho e amor a ele, não deixando faltá-lo nada. Lembre-se de todos os momentos felizes que já passamos. Os natais, os aniversários, as confraternizações juntos, em família. Lembre-se do rostinho de felicidade do nosso Ben quando você chega em casa. Você é o herói dele, o par dele nos jogos de futebol, no videogame, nos deveres de casa, no pique-esconde... na vida. Eu quero saber qual a sua decisão. Vai deixar sua família de lado, a base que você construiu, filho, casa e esposa juntamente com a sua dignidade por uma... amante? Pela sua terapeuta sexual?

Com certeza um tiro doeria menos do que ter que ouvir cada mísera palavrinha sair da boca da morena. Agora eu consigo ter em mente o tamanho do estrago que fiz. Uma lição que tiro aqui e agora. Jamais se sujeite a ser um(a) amante.

Agora é tudo com Justin, nosso destino todo em suas mãos. Toda atenção voltado  à ele.

 — Eu já tomei minha decisão. Victória, por favor, me dê um minuto a sós com Kiara.

Pediu calmamente, à esposa de Justin  —ou ex, dependendo da sua decisão— encarou-nos por breve segundos, logo nos deixando sozinhos.

Ele me olhou, pegou em minhas mãos me conduzindo ao sofá. Nos sentamos e então ele começou a dizer:

Quando eu era pequeno, meu pai me contou uma história. Ele e minha mãe estavam na fila da bilheteria para assistirem a um musical no teatro, e tinha uma mulher nessa fila que não tirava os olhos do meu pai. Ele me contou que a moça era uma mulher deslumbrante e que inúmeras vezes ela piscou para ele tentando chamar-lhe a atenção de alguma forma. A tentação carnal era grande, ele ficou tentado em dar uma escapadinha e ir se encontrar com ela. Mas, ele olhou para minha mãe, encarou seus lindos olhos e ouviu aquele eu te amo saindo de seus lábios e bastou um sorriso dela para fazer com que ele percebesse que não precisava de mulher alguma para suprir suas necessidades, seja ela qual for, a mulher da vida dele estava ali, em seus braços. Então, ele me deu o seguinte conselho; "Justin, jamais procure uma amante ou aceite as investidas de qualquer outra pessoa. A família é algo sagrado, seja fiel a Deus e não faça aqueles que estão sob o seu cuidado sofrerem. São anos de lágrimas e sofrimento que momento algum de prazer ou de conexão emocional com outra pessoa valerá à pena. Você tem uma esposa, e somente pelo fato de ela ser sua esposa, significa que um dia você sentiu algo por ela que nunca sentiu por ninguém mais. Salve seu casamento e invista seu tempo nela, para o bem da humanidade e das próximas gerações. Seja homem."

— Então, você escolhe sua família? Tudo bem, eu já esperava isso. Eu na sua posição faria o mesmo, quem em sã consciência deixaria uma vida estabilizada para ficar com a mulher do seu caso extraconjugal? E-eu entendo — jogo as palavras, tentando não demonstrar meu estado nesse momento, mas foi impossível. Acabou.

— Calma Kiara, deixa eu desabafar tudo que está preso aqui — levou uma de suas mãos ao coração, sua voz suplicante e arrastada — Acabo de perceber que não existe as palavras certas para eu poder dizer o que eu sinto por você. Sabe, como você falou para Victória minutos atrás, ninguém planejou isso tudo. E juro, que no começo eu só sentia desejo pelo seu corpo, aquela vontade insaciável de ter uma prazerosa noite de sexo com você. Mas infelizmente meus sentimentos saíram dos trilhos, perdi a rédea da minha vida, e hoje percebo que aquilo que tanto neguei a mim mesmo aconteceu. A gente nunca escolhe com quem o coração vai estar, talvez eu esteja apaixonado por você. E o pior disso tudo, é que meu amor é descontrolado. Eu vivo cada reticências, vírgulas e pontos finais. Eu não me fecho para algo que já está correndo em meu corpo. Mas eu tenho medo do que vem pela frente, eu não quero te prender a mim para você sofrer represálias dos meus parentes, amigos e até mesmo do meu filho. — desabafou — Caralho, eu estou falando e falando aqui dos meus sentimentos e nem sei se você gosta de mim.

 Justin riu sem humor, encarando-me com os olhos vazios. Balanço a cabeça negando, levo minhas mãos ao seu rosto segurando cada lado de sua face com minhas mãos trêmulas. Olhando no mar acobreado que tanto me encantou desde nosso primeiro contato, deixo toda a insegurança e receio para trás, pondo para fora tudo que também está preso em meu coração. Hora da verdade!

Eu tenho dentro de mim um coração forte e fraco ao mesmo tempo, um órgão sensível, sentimental e ingênuo. Tenho um coração tímido, que é assim mesmo. Se abre para poucos, pois tem medo. É medroso, pois contém dentro dele um mundo inteiro. E sabe que tem que proteger desse mundo. Coração que é frágil por dentro, mas tem coragem para defender-se como pode. Depois do meu desastroso casamento com o meu ex marido, eu fechei esse coração de sentir algo. Quando você entrou em minha vida, eu sabia que Justin Bieber era o nome que iria fazer um grande estrago. Eu pensei nos obstáculos que teríamos, no erro que estávamos cometendo. Mas eu percebi que não dá para mudar o sentimento, escolher outra pessoa para gostar. Eu reprimi até o meu limite algum sentimento por você, porém... Porra! Quem eu quero enganar? Acho que o mesmo bichinho que te picou me picou também. — sorri minimamente. Justin encostou nossas testas, sussurrando logo em seguida:

—Por quê? — sorriu.

Eu também acho que estou apaixonada por você. Eu sempre acreditei que não se dá para sentir algo tão forte por outra pessoa tão rapidamente. Mas eu me enganei. Adoro seu sorriso, e o jeito como você olha pra mim, de como você me abraça, gosto do seu calor, da sua voz, do seu cheiro. Sabe, meu coração e minha mente estão ocupados, ocupados por uma pessoa que nunca irá sair de lá.

 Então ele me beijou, dessa vez um beijo diferente. Com outro gosto outro jeito, e um novo sentimento. Um beijo quente, demorado e envolvente. Um encontro genuíno de nossas línguas em busca de mais contato.

Separo meus lábios do seu, respirando fundo, abro um sorriso gigante enquanto uma de suas mãos se embreou em meus fios de cabelo e a outra posou ao lado do meu rosto.

— Depois de ouvir tudo isso, dizer o que eu vou dizer agora vai doer mais em mim do que em você.

Sua voz firme e suas palavras esvaziou qualquer sentimento bom do meu corpo, desmanchando meu sorriso em segundos.

— Eu vou ficar com Victória. Benjamin ainda é pequeno, eu preciso pensar nele, está junto do meu filho em seu crescimento. Apesar dele ser adotado, eu o amo como se eu fosse o seu pai biológico, eu não posso deixar o bem mais precioso que eu tenho.

— Tenta Justin, por favor tenta. — suplico —Dê essa chance a nós, esse é o nosso momento agora, vamos começar do zero. Não estou te pedindo para deixar seu filho de lado, mas você pode ter seu papel de pai junto a mim, não irei me meter em nada que diz respeito a ele. Não faça isso, agora que jogamos limpo um com outro podemos tentar.

Não consegui segurar as lágrimas, e novamente estava chorando.

— Me desculpe baby, me desculpe. — seus lábios colaram em minha testa, deixando um beijo longo, segurei com força em sua camisa com minhas mãos o impedindo de me deixar. Mas infelizmente, ele se soltou, levantando-se do sofá e indo em direção à saída. E então eu vi o homem pelo qual acabei de me declarar sair pela porta, e de minha vida. Eu tinha aquela crença bonita de que tudo no fim dá certo.

Talvez o que irá me matar será a falta dele.

 

 


Notas Finais


Gente e isso, então e o fim mesmo do nosso casal? será, eu acho que sim </3 NÃO ME MATEM, uma hora a merda tinha que ser descoberta :/
Eu irei terminar ST até o fim agora de julho, então esperem que em qualquer momento sai o ÚLTIMO CAPÍTULO de ST.
Tenho projetos novos por aí, hmmm, saindo do forno. Já estou ansiosa para compartilhar com vocês sz
Quero agradecer aos comentários e favoritos do capítulo anterior, ultrapassamos +65 comentários, TOMBEI, irei responder cada um que ainda não tem resposta.
Agradeço do fundo do meu coração sz Amo um tantão cada um.

INDICAÇÃO (Fanfic Jelena) Pra quem gosta sz
https://spiritfanfics.com/historia/contracts-9460172

| Importante: Para esse capítulo, pesquisei bastante no livro ''Princípios e ética de uma terapeuta sexual''. Utilizei na frase de alguns personagens trechos de um texto que recebi a um dois anos atrás, eu acho, de um garoto [época que eu fazia sucesso com os boys, rs] eu sou apaixonada por esse texto até hoje guardo, então resolvi utiliza-lo. Créditos a você Vinicius sz

BEIJOOOOOOOOOOOOOOOS, FUI!


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