Escrita por Ayla.
Fim de festa, cabeça girando, sorriso estampado. Me pergunto onde deixei minha jaqueta, mas a tonteira me faz esquecer da inútil peça de roupa rapidinho. Começo a rir sozinha, olhando em volta, casais saindo pela porta da balada em que eu estava alguns segundos atrás. Minha visão turva encontra um menino moreno que possuía os lábios superiores volumosos, e ele estava de braços dados com uma loira baixinha nada atrativa.
Suspiro, ajeito o cabelo e vou andando em passos tortos até o casal. Empurro a menina de lado, a olho de cima ao mesmo tempo que seguro a camisa azul do menino com força, o trazendo em minha direção. Roubo um beijo abusado do menino, que dura bastante apesar da reclamação frustrada da menina, que não passava dos meus ombros. Solto o rapaz, dou uma risada e saio dali saboreando mais que o beijo, já que a expressão de surpresa do robusto garoto valia muito para meu ego.
"Plim". O barulho do meu celular me deixara tanto quanto irritada, já que eu já estava pensando em qual vítima seria a próxima. Daddy call, penso ao observar o nome na tela do celular, junto com a mensagem:
|Nick, 3:40 AM: Bunny, está acordada?
|(Visualizado às 3:40 AM)
Ah, o menino iludido está tentando mais uma vez. Respondo com uma mensagem muito mais direta do que normalmente eu mandaria, para ver se o menino se toca de que ele é pouco.
|You, 3:42 AM: Pra sexo, estou. Pra você, nem tanto.
|(Visualizado às 3:42 AM)
Ah, esse menino é muito inocente, coitado. O faço de gato e sapato, paixões platônicas são ótimas para tirar proveito, ele é muito capacho. Deve ter começado a chorar. Certamente aquelas doses de tequila a mais não fizeram muito bem, sento em um banquinho apoiando a cabeça no descanso de costas. Tento focar a visão no bar à duas ruas, procurando o próximo alvo, mas dessa vez um sem namorada, que eu possa levar pra cama.
"Plim". Me surpreendo com a notificação no celular, não é que ele respondeu?
|Nick, 3:47 AM: [Foto]
|Nick, 3:47 AM: Essa hard on te satisfaria?
|(Visualizado às 3:47 AM)
Mas o quê diabos? Abro a foto e observo o volume marcado que queria rasgar a cueca cinza que ele vestia. Dava para ver a pele branca e a falta de músculos da perna dele. Olha, não é que ele é feio, longe disso. O menino é bonito, charmoso e tudo mais, tem muitas meninas e até meninos que babam pelo Nick, mas o problema é que ele é perfeito demais. Ele é romântico, e compreensivo, argh. Não tem nada de forçado e sexy nele, ele é só um garoto babão.
O que há com esse nude? Eu nunca esperaria algo abusado de Nick. Tudo bem, eu sei que aceitei sair com ele, mas é que no dia eu estava esperando que ele fosse um pouco mais agressivo depois que pegasse intimidade, mas nem pegada direito o menino tem. Essa foto me pegou no meio do pulo, realmente. Percebi que ele estava em casa pela foto, e chamei um uber, que não faltava na cidade das festas, não importa a hora.
|You, 3:49 AM: Nick, tem certeza que você não pegou nenhum legume na cozinha?
|Nick, 3:50 AM: Haha, é claro que não, Bunny. É meu mesmo.
|Nick, 3:50 AM: [Foto]
|Nick, 3:50 AM: Eu acho que você sabe como é um pênis.
|(Visualizado às 3:50 AM)
Como assim, como assim? Depois dessa foto eu acho que fiquei sóbria de uma vez. Nick tinha posto o Junior pra tomar um ar, e era rosado que nem as bochechas dele depois de uns amassos. Tudo bem, subestimei o dote dele, vamos ver até onde ele vai com essa brincadeira.
|You, 3:51 AM: Ô se sei. Mas babe, o que eu fiz pra merecer esse presente?
|Nick, 3:51 AM: Ah, Bunny, nada. É que você tem saído tanto, que ele se sentiu sozinho... Ai tive que dar uma levantada na moral do menino.
|(Visualizado às 3:51 AM)
Parei pra respirar quando o celular avisou que o uber tinha chegado. Entrei no carro, disse o endereço e voltei a enterrar a cara na tela do celular, visivelmente interessada.
|You, 3:52 AM: Poxa, mas que levantada... O upgrade foi grande, literalmente. Chegou a me deixar molhada.
|Nick, 3:52 AM: Pena que eu não posso ver...
|(Visualizado às 3:52 AM)
O que está acontecendo? Acho que nunca fiquei tão entusiasmada quanto estou agora. Desci do salto e meu ego desceu junto só pra ver as ações desse menino. Comecei a digitar algo.
|You, 3:54 AM: Posso mudar isso, mas acho que você não ia fazer proveito.
|(Visualizado às 3:54 AM)
Um minuto, dois. Ah, parece que eu peguei ele. Realmente um disperdício, toda aquela falação tinha me deixado totalmente excitada por algo mais atrevido. É, ele não vai tão longe quanto eu pensava. Bloqueei o celular e estava pronta para mudar o endereço com o motorista quando meu celular apitou outra vez.
|Nick, 3:56 AM: Tem certeza que não quer nem tirar uma casquinha?
|Nick, 3:56 AM: [Foto]
|(Visualizado às 3:56 AM)
Ele tinha mandado uma foto de cima, com o cabelo castanho claro bagunçado, algo incomum pra ele, mostrando a barriga magra e branca. Nick fazia uma cara excitada, mordendo o lábio e segurando o membro dele. Soltei o ar que estava preso dentro de mim pela boca, completamente atordoada com o caminho ao qual essa conversa estava indo. Ah, ele estava me deixando totalmente no clima. Ainda estou perdida, que atitude é essa? Que expressão é essa?
Não estava, nem estou apaixonada por Nick. Já disse que comecei esse relacionamento - não sei se é bem essa a palavra que eu deveria usar - pensando que se ele ficasse mais ativo, seria lucro. Mas mesmo depois de ter ficado com vários caras hoje, notavelmente mais experientes que Nick, mais bonitos e corpulentos também, nenhum deles estava me deixando tão ansiosa quanto ele. Tem alguma coisa errada, estou muito animada por um garoto inocente demais pro meu ritmo.
Ah, não importa. De todos os erros que eu cometi, esse não deve ser o pior.
|You, 3:57 AM: Me aguarde.
Cheguei no destino, desci do carro e parei, pegando meu celular e observando o meu reflexo. Sempre fui confiante e não tenho medo de não, já que eu mesma era um sim. Dei uma piscadela pra tela e desbloqueei o celular, mandando um "Cheguei." para Nick. Logo a porta se abriu, e eu vi Nick com uma roupa relaxada, outra surpresa. Ele vestia moletom e uma blusa sem mangas qualquer, não me demorei a reparar nas roupas e desci para suas calças. Ah, que pena, sem volume.
- Ué, parece que alguém já descansou? - Nick riu com a minha pergunta, e me puxou pela cintura para dentro da casa dele.
Parece que o ar dele mudou completamente em algumas poucas semanas. Antes ele agia como se eu fosse quebrar a qualquer momento, e agora... Parece que ele quer me quebrar de vez. Ele não parecia ansioso, fazia tudo com calma e ao mesmo tempo rispidez pelo desejo. Esbarramos em alguns móveis enquanto andávamos agarrados até chegar ao quarto sempre impecável dele.
Nick não pareceu se importar com salto que me fazia ficar mais alta que ele, mas sim com meu vestido, já que ele travava uma guerra impaciente com o zíper. O joguei na cama e ele caiu sem nenhuma resistência, me olhando com luxúria enquanto eu tirava o salto e puxava o zíper para baixo. Assim que meu vestido caiu no chão, Nick prontamente esticou as pernas e me puxou para ele.
Tudo estava anormal, o toque dele, o calor, a intensidade e tudo que pudesse ser mudado. Nossos lábios e línguas se entendiam como nunca, os pulmões brigavam para decidir quem era o mais potente na hora da ação, dos movimentos. Mordi a pele do tórax dele, enquanto o garoto deslizou sua mão pela minha coluna, acabando com os dedos dentro da minha calcinha rendada branca.
Senti uma pressão na minha barriga, e vi que o amiguinho dele já estava tão vívido quanto minha ansiedade. Ele tamborilou os dedos da mão livre pela minha costela e continuou descendo, até apertar minhas nádegas com ambas as mãos, enquanto empurrava o tecido branco para baixo. Dei um sorriso e arranhei seu ombro de leve enquanto dizia:
-Ei, o que aconteceu? Andou treinando, foi? - Nick fez uma cara desafiadora e petulante, enquanto respondia:
-Talvez. - Senti uma agulha cutucar meu ego, mesmo que eu não o quisesse pra mim, a parte que precisa ser superior em mim, se incomodava com o fato de ser trocada. Além de que cogitar ele traindo qualquer pessoa, é algo impossível para o eterno cachorrinho, mas não é como se eu tivesse direito de reclamar.
Sentei nas coxas magras dele enquanto o puxava pelos braços, até que ele ficou sentado como eu e arranquei a camisa dele em um movimento só. Fechei os olhos e encontrei a boca dele, lábios que estavam muito efetivos em me fazer pirar. Nick me mordia só para que eu parasse de beijá-lo e ele pudesse descer o rosto até meu colo, me mordendo sobre o sutiã.
Todas essas expressões novas dele me deixaram em êxtase, fazendo com que eu pendesse o corpo para traz, dependendo do apoio das mãos grandes, finas e talvez até másculas do garoto na base da minha coluna. Meu cabelo escuro sofreu com a gravidade e roçou no chão enquanto ele abaixava para alcançar meu corpo.
Brincamos como adolescentes descobrindo o prazer, o corpo alheio. Soltava risadinhas quando ele arrastava o nariz em mim ao beijar minha pele. Logo me afastei e mexi os quadris na frente dele, insinuando curvas, e descendo com elas. Arrastei as unhas de leve pela coxa dele, quase que fazendo carinho, e observei-o se arrepiar.
Aproveitei para tocar o máximo que podia, principalmente onde Nick tinha vergonha demais para me deixar acariciar, antes. Senti a pele dele e a minha brigando para achar uma harmonia no ritmo dos nossos movimentos. Aproveitei cada segundo de calor que ele me transmitia enquanto mexia os quadris lentamente, provocando-o quando voltei a me sentar.
Ele já estava completamente despido como eu, e abusei de quão solto ele estava hoje para o fazer delirar com todas minhas forças. Apesar de me sentir muito leve e confortável com essa agressividade exclusiva, pensava se iria ser a última vez que eu teria tanta liberdade com o corpo de Nick. Ah... Evoluindo de passa tempo para vício em apenas alguns minutos, que raro. Se amanhã viesse a mudar algo entre nós - caso eu decida passar um óleo de peroba na face e terminar com ele -, pode ter certeza que essa madrugada não vai acabar, dentro de mim.
Seus braços me levantaram com facilidade, interrompendo meus pensamentos com o baque que sofri quando ele me apoiou na parede. Me concentrei em me sentir bem e fazê-lo se sentir bem também, deixando pra lá qualquer outra coisa que não fosse o agora. A respiração dele no meu ouvido me deixou ainda mais excitada, então, imagine o efeito que a voz dele rouca, embargada de prazer trazia a cada pequeno centímetro do meu corpo.
Mas como a vida não é perfeita, claramente houve um final. Naquela noite eu deixei seus braços me envolverem enquanto respirávamos com certa irregularidade devido ao cansaço. Percebi as características do antigo Nick enquanto aproveitávamos o silêncio, quando senti meu cabelo ser acariciado e ele chegando mais perto. Suas mãos magras pousaram na minha barriga e ele me acariciou bem lentamente enquanto respirava na minha nuca, me dando um belo arrepio.
-Eu te amo.
Nick sempre era assim, gentil e necessitado de carinho, coisa que eu não gostava tanto nele. Porém, hoje digo que o menino mereceu e cedi pela primeira vez ao romantismo do garoto de dormir agarradinho. Fiz uma careta ao perceber que talvez eu não tinha terminado essa relação até agora porquê talvez eu gostasse um pouco dele, ou da atenção que ele proporcionava ao meu ser. Não dessa personalidade romântica, nem da aparência - que, como disse antes, não era grande coisa assim - mas só... Dele. Acho que não dá pra explicar mesmo, só sentir - alguma coisa entre o desprezo e o amor.
Fiquei ameaçada com a mudança automática que sofri logo que recebi uma resposta mais segura nas ações do menino, de tomar a atitude alguma vez. Não me apaixono, então no final está tudo bem, mas que ele seria difícil de largar depois de sentir seu corpo no meu... É algo inquestionável. Sorri envergonhada, me sentindo derrotada com a felicidade que Nick tinha trago em apenas me abraçar por uma noite. Talvez eu não seja tão de gelo assim, mas quem sabe o que o amanhã traz?
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