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História Shadow - Supernatural Fanfic - Ela é minha destruição.


Escrita por: nameiswhite

Notas do Autor


Heyyyy! Mais um capitulo em menos de duas semanas!!!
Estou feliz por conseguir cumprir um prazo haha

Além do cap tenho mais uma nova novidade, um mini trailer especialmente sobre Dean e Danielle, com uma musica que eu amo. O link vai estar estar disponível na sinopse da fanfic.

Me digam o que acharam, a opinião de vocês é o que move essa história.

Aproveitem o capítulo ♥

Capítulo 13 - Ela é minha destruição.


Labanon, Kansas.

Danielle e Castiel ainda não haviam voltado. Depois de ligar para eles e se certificar de que tudo estava bem, Sam preparou um café e voltou para suas pesquisas na biblioteca.

Se passava da meia noite quando um estrondo na porta o chamou atenção.
           Pensou que era os dois que esperava, mas quando Dean caiu no chão como uma fruta madura, pode perceber que havia algo errado.

_ Dean! - subiu as escadas correndo. - Eu nem o vi sair. Você está bem?

O mais velho tentou se levantar sem ajuda do irmão, mas caiu no primeiro segundo.

Sam distinguiu o cheiro de álcool e se perguntou quando tempo se distraiu para que Dean bebesse tanto. Ele era tão acostumado com bebida que só doses fortes o derrubavam. A coisa ali era seria.

_ Quando você bebeu? - ele segurou o corpo do irmão, o ajudando a se erguer.

_ Você sabe a diferença entre rochas e montanhas, Sam? - Dean falava com a voz embriagada.

_ O que?

O mais velho riu, o que depois se transformou em uma estranha gargalhada que não cessava.

_ Qual a diferença entre o homem e essas duas coisas?

_ O que, Dean? - ele era muito pesado para ser carregado escada abaixo por apenas uma pessoa.

_ Rochas e montanhas.

_ Eu não sei. - o sentou no primeiro degrau da escada. - Talvez a natureza.

Dean, teimoso, se levantou resmungando e se pôs a descer escorando - lê-se jogando todo peso do corpo - no corrimão.

_ Você não sabe de nada. - ele escorregou, mas Sam o segurou. - Eu sei a resposta e nem li aquele livro idiota. - fez uma pausa. - Ainda.

_ Do que você está falando? - Sam perguntou quando o viu alcançar o chão e caminhar até o seu quarto. Ele o seguiu.

_ Você não a merece. - falou, parando em um dos corredores e se escorando na parece.

_ Quem?

_ Você sabe... - mesmo bêbado, considerava difícil falar o nome dela. - Você sabe que eu sei e eu sei que você sabe.

Sam estreitou as sobrancelhas. 

_ Dean...

_ Danielle! - ele quase berrou. - Eu sei que você gosta dela.

Sam não respondeu, continuando com a mesma posição e expressão.

_ Você gosta dela desde que a conheceu e agora vive com a cabeça naqueles livros porque tem medo de perdê-la como perdeu a Jessica e quer que ela esteja a salvo para vocês ficarem juntos.

_ É um belo romance. - cruzou os braços, controlando a vontade de rir.

_ Você é egoísta.

_ Egoísta por querer a mesma pessoa que você? - o mais novo atacou. - O que, aliás, é uma mentira.

Dean voltou a caminhar para o quarto.

_ Não estamos falando da mesma garota.

_ Por que?

_ Porque eu não tenho interesse nenhum em Danielle.

Sam viu o irmão se sentar na cama e se enrolar ao tentar tirar os sapatos.

_ Aé? Por que eu acho que os seus sentimentos são uma forma mais aprimorada daqueles que sentia quando éramos crianças.

Dean gargalhou.

_ Ela era muito nova para mim e insuportávelmente odiável. - ele foi até a pia e jogou água no rosto, mas boa parte caiu no chão. - Mas você não achava isso, não é mesmo?

_ Dean... - Sam empurrou o irmão para cama, o forçando a parar por um minuto e tentar recuperar o pouco de consciência que lhe restava. - Eu realmente já fui apaixonado por ela, mas nada que durasse mais de um verão.

_ Isso é psicológico, qualquer estação do ano seria propicia agora. 

_ Dean! - ele alterou o tom de voz. - Eu sempre achei que havia mais que ódio na relação de vocês e isso é a prova. Você está apaixonado por ela!

Dean ficou perplexo por um segundo. Era como ouvir de mil mulheres puritanas como elas se sentiam corrompidas com o comportamento dele.
            Era como ouvir que não conseguiria e no final realmente fracassasse.
           Como entregar o irmão quando ele efetivamente tem a culpa.

E era isso que Sam estava fazendo. 

Essa palavra de dez letras o atormentava todos os dias desde havia a reencontrado e era como ter 12 anos novamente.
           Ele havia voltado a ser o idiota que a insultava de todas as maneiras possíveis para esconder o que sentia.

Mas ele jurou nunca mais falar, jurou nunca mais sentir e decidiu que essa era uma zona proibida demais para abrir mão de tudo e se arriscar.

Mas com Sam dizendo aquelas palavras em voz alta era quase como uma frase verdadeira. 

_ Eu que bebi e você que está alucinando. - ele empurrou o irmão.

_ Conte a ela. - Sam insistiu.

Dean voltou a pia, se olhando no espelho e segurando a cerâmica com força.
            Nunca se sentiu tão covarde, mesmo com toda a repressão que havia em seu coração para esconder aquilo.

_ Saia daqui. - pediu, mas sabia que não estava em condições de ficar sozinho.

_ Dean, é melhor você tomar um banho.

_ Sai daqui, Sam.

O mais novo obedeceu, mas parou no corredor no momento em que ouviu um barulho de algo quebrando e voltou para ver do que se tratava.

Dean estava sentado na cama com uma mesinha estraçalhada contra a parede. Respirando fundo e com o álcool descontrolado sua raiva, ele disse.

_ Você está errado, Sam. Você tem que estar errado.

O Impala estava estacionado em frente a entrada do bunker e Sam abastecia o compartimento de armas enquanto Danielle limpava algumas sentada no banco de trás.
         Havia chegado tarde na noite passada devido a uma longa conversa com Castiel sobre anjos, céu e Deus. Todavia, não foi tão tarde para ver Dean completamente bêbado e Sam fazendo o possível para controlá-lo. Ele disse que não precisava de ajuda, mas a garota só desistiu quando o próprio Dean disse que ela seria inútil. 
         Com todas essas letras, i-n-ú-t-i-l. 
         O orgulho dela não estava ferido, longe disso. O dele que devia estar, afinal, era o bêbado. Mas ela realmente queria ter ajudado.
        Escutou as brigas dos dois até cair no sono e ser arrebatada por outro pesadelo. Depois disso, não voltou a pregar o olho, se levantando com Sam dizendo que era hora de irem.
        Não encontrou com Dean no café e Sammy a informou que ele, provavelmente, dormiria o dia todo.
        Castiel também havia passado a brilhante ideia de pedir ajuda para o rei do inferno.

Sam e eu devemos ser os únicos loucos desse bunker, pensou.

E era realmente loucura se aliar a um inimigo para vencer outro. Os Winchester eram as provas vivas disso. Resolver um problema arrumando outro era um bola de neve sem fim.
         Sempre que resolvesse um, haveria um próximo derivado do antigo para prover.
         Mas os vilões também são necessários em uma história, é o que a faz ter graça.
         Era necessário haver esse ciclo sem fim.

Danielle queria que seu time estivesse completo. Em todos esses meses com os Winchester ela criou uma certa afeição pelos dois. Era como uma necessidade de se sentir protegida, já que eles eram sua única opção. Por isso Dean era tão importante, pois havia limitado seus medos de forma voluntária e, quando estava ao seu lado, era como se não houvesse nada em volta.

Ela se levantou, terminando seu trabalho e entregando as armas a Sam.
           Ele agradeceu e as guardou, zombando de como ficava bem feito nas mãos de uma mulher.

A porta do bunker se destrancou, chamando a atenção dos dois.

Dean jogou a mochila sobre as costas e subiu as escadas.

Dani e Sam o encaravam.

_ Quem te deu permissão para pegar meu carro?

_ Hã, eu. - Sam sorriu, disposto a não entrar na pilha do irmão.

Dean revirou os olhos, jogando sua mochila no porta malas.

_ Passa a chave.

Sammy a jogou para o irmão.

Danielle, que observava tudo calada, percebeu o quanto estava aliviada por ver que ele havia reconsiderado.

_ O que fez você mudar de idéia? - ela perguntou.

Dean deu de ombros, nem se virando para ela.
           A falta de resposta a machucou, mas nada que não recuperasse em segundos.

_ Esqueci meu notebook. - Sam disse, correndo para a porta. - Já volto!

Dean entrou no carro, se sentando em sua posição de motorista e esbanjando o silêncio, nem mesmo uma reclamação.
           Danielle estreitou as sobrancelhas e o observou do lado de fora. Ele olhava para o nada e se mostrava bastante entediado.

Parecia a encenação perfeita.

Ela se sentou no carro, disposta a quebrar o gelo.

_ Então... Gostou do presente?

Dean a olhou rapidamente pelo retrovisor.

_ Claro, muito obrigado.

Muito obrigado?
           Ela não sabia o que era mais estranho, Dean agradecendo ou não havendo nenhum comentário depois disso. 

_ Se estamos agradecendo, obrigada por ter vindo.

_ Não me agradeça. - ele ligou o som do carro, mostrando que não estava afim de papo. - Eu ainda acho uma burrice.

_ Mas esta aqui...

Ele soltou um sorriso de desprezo, como se ela fosse uma ignorante.
          Até podia ser, pois não conhecia Crowley, mas não admitia que ninguém a cognominasse disso.

_ Às vezes é preciso presenciar o erro para poder ter o privilégio de estar lá para ver as consequências.

Ela ia responder, tinha todo um discurso preparado em milésimos de segundos para isso, mas Sam entrou no carro e a impediu.

Olhou para o retrovisor e encarou os olhos verdes de Dean fixos na estrada.
          Ele estava em um impasse, ela sabia disso, mas não se importava. Não admitia ser tratada como inferior ou ser ignorada. Se Dean Winchester estava com problemas, havia acabado de arrumar outro.

Riverton, Nebraska.

Estavam no carro não fazia nem vinte minutos e Danielle já queria destruir a vida de Dean Winchester.  Ele havia escapado com êxito de todas as suas investidas para conversa e se dirigia apenas para o irmão.
          Era a viagem de menos de uma hora mais longa que já havia feito.

_ Por que estamos no Nebraska mesmo? - perguntou, sabendo que Sam responderia.

_ Porque se Crowley for uma ameaça, não queremos que ele saiba sua localização. E Lebanon é perto da fronteira entre os dois estados, então só escolhi una cidade aleatória e não muito longe para nos encontrarmos.

Ela concordou, voltando a olhar pela janela.

Queria sentir a ansiedade por estar perto de conseguir respostas, mas o vazio a fazia acreditar que talvez Crowley não seria de tanta utilidade.
           Danielle se sentia puxada a cada dia, mais para o fundo, cansada, a beira de desistir. Ela considerou por muitas vezes essa última opção, se entregar, só assim saberia o que a rondava.
          A carta de sua mãe e suas anotações estavam ao seu lado. Havia listado todos os casos e cidades pela qual Claire Shaw havia passado, depois seus contatos, correlacionando os dois tópicos, mas nada levava a uma resposta.

Demorou mais um tempo para que Dean estacionasse em um galpão de uma escola.
           Era uma estrutura muito acabada para ainda ser utilizada.

Dani apertou o casaco sobre o corpo e foi até o porta malas para pegar seu revólver.

Dean sabia que armas de fogo não funcionariam, mas uma bala com pentagrama já garantia uma certa vantagem.

Entregou uma a Sam e, quando se virou para Dani, viu seus lábios roxos pelo frio.

Ela pegou a arma da mão do Winchester sem encará-lo e se virou para seguir o caminho, mas Dean segurou seu braço, lhe estendendo uma jaqueta.

A expressão dele era neutra, como quem só esperasse que ela pegasse o casaco... E continuou assim até ela o pegar sem agradecer.
          Ele não estava merecendo. Aliás, Danielle sabia que sua voz entregaria seu estado de espírito.
          Ela estava encantada por Dean ter demonstrado o mínimo de zelo novamente.

O galpão tinha cheiro de gasolina, cerveja e cigarro. Ali era, provavelmente, o lugar preferido dos alunos daquela escola.

_ E o que fazemos agora? - ela se encostou em uma das grades de ferro.

_ Esperamos. - Sam falou, se juntando a ela. - Ele costuma ser pontual.

 

Dean caminhava de um lado para o outro, inquieto em ter que esperar.
           Danielle não estava nervosa, nem calma. Era um equilíbrio que até a assustava. Sam e ela conversaram até a figura de um homem se materializar na frente deles.

_ Hello, boys... - Crowley, o qual ela teve certeza pelo sotaque, carregava consigo com forte cheiro de enxofre e perfume caro. Era um aroma digno de um rei. - and girl.

_ Crowley. - Dean cumprimentou.

_ O que temos para hoje? - ele falava com as mãos no bolso do sobretudo escuro que provavelmente era uma fortuna. - Karaoke, golf no motel, barzinho?

_ Viemos aqui para falar sobre o caso da Danielle. - Sam iniciou o assunto.

_ Seus demônios também estão atrás dela, você deve saber de algo.

Crowley a estudou antes de responder.

_ Um importuno acontecimento, devo dizer, mas todos aqueles que se rebelam são mortos, não sei nada sobre o que anda acontecendo a você. - ele sorriu. - E mesmo que soubesse, por que diria a vocês?

_ Porque nos ter como devedores é um privilégio. - Dean relaxou com a arma.

_ Muito esperto, esquilo.

Danielle deu um passo a frente, cansanda de ficar calada.

_ Sam adiantou o assunto por telefone, mesmo não dizendo o que exatamente iríamos tratar. Você é  rei do inferno e se disser que sabe menos que nós, vou saber que está mentindo.

Crowley riu, olhando para Dean que deu de ombros, mostrando que não estava surpreso com a coragem de Dani.

_ Você é muito corajosa para quem está sendo perseguida por todo o purgatório. - ele caminhou para mais perto da garota. - E o que a faz pensar que pode falar assim comigo?

Crowley podia ser o rei de qualquer porcaria, mas não despertava seu medo. Era como um vilão com tendências de mocinho. E não era um impressão vinda de sua casca, mas do seu jeito.
          Ele parecia ser um homem de palavra e prestativo ao que lhe interessava. Pensar nele dessa maneira a fez imaginar qual barganha o rendeu o trono.

_ Se esta aqui, é porque quer ajudar ou nos oferecer uma troca. - ela o encarou sem medo. - É um erro querer apressar seus interesses, meu rei?

Ele sorriu, estalando os dedos para que uma cadeira surrada que estava encostada na parede do galpão viesse até ele. Crowley se sentou e fez silêncio durante um tempo.

_ Não me admira pessoas prepotentes, além de mim. Elas se acham superiores. - ele olhou para Dean como se aquilo também fosse para ele. - Mas é sua coragem que a mantém viva.

_ Então você sabe de algo? - Sam perguntou.

_ Boatos correm.

_ Abre o bico, Crowley. - Dean já estava impaciente.

O demônio tirou a sujeira da unha.

_ Vou abrir, mas vocês estarão aqui no momento em que eu os solicitar.

_ Que seja.

_ Não sei muito mais que você. Os monstros estão agindo de forma singular. Muito deles deixaram seus postos nos parques de terror para irem atrás de você. - ironizou. - Vocês devem ter percebido que as coisas estão muito calmas nesses últimos meses.

_ E quanto aos seus demônios? - Danielle perguntou.

_ Não acredito que estão sendo controlados. Demônios de terceiro escalão têm uma certa semelhança com essas criaturas, mas os trairiam na primeira oportunidade.

_ Está dizendo que seus demônios podem saber de algo?

_ Você acha que eu não já considerei essa hipótese? - ele falava em tom esnobe. - Não abrem a boca nem sobre tortura e, quando se mostraram leais a outro, eu os mato.

Os três se entreolharam.

_ Leais a outro? - a idealização de ter um único culpado fez Danielle pirar. - Quem?

_ Não faço a menor idéia. - Crowley se levantou. - Mas sei quem pode ajudar vocês.

Ele entregou um papel a Dean, que o analisou com as sobrancelhas unidas.

_ Diga a ela que se ajudar, a alma do marido sairá do inferno.

_ Deixe-me adivinhar, pacto. - Dani cruzou os braços sobre o peito.

_ Corajosa e curiosa. - ele se voltou para Dean e depois para Sam. - Se eu fosse vocês, me adiantaria, as coisas no mundo dos monstros podem ser bem rápidas.

Crowley sorriu para Dani e sumiu bem na sua frente. Sam caminhou até Dean enquanto ela tentava assimilar tudo de novo que surgiu. 

Os irmãos analisavam o papel quando ela, finalmente deu por si.

_ Então... Do que se trata?

_ Uma bruxa. - Sam respondeu.

Labanon, Kansas.

Dean se remexia na cama, ora olhando para o teto, ora se controlando para não gritar de frustração.
         Havia passado por seu primeiro dia e nem queria ter o segundo. Precisava esquece-la, por isso, prometeu a si mesmo que se afastaria. Mas era tão difícil.
          Conseguiu o que queria, fazê-la sentir raiva novamente, mas era tão angustiante saber que Danielle estava perto e ao mesmo tempo sendo levada para longe. Era o pior tipo de distância.
         Não podia mais negar que se sentia atraído por ela e isso só complicava as coisas. Estavam no meio de uma caçada e ela era o grande premio. Entretanto, isso não era o que mais o torturava, mas sim saber que não era correspondido.
          Dean não estava acostumado e não queria ser dispensado. Nunca foi menos do que a primeira opção para as mulheres e gostava disso. Danielle só serviria para destruir seu ego e sua sanidade. Pois ele sabia que quando tudo acabasse, ela iria embora sem se importar com que deixaria para trás.

Se esticou até a mesinha de cabeceira e pegou o livro que ela havia lhe dado. Já estava na metade e quanto mais lia, mais se lembrada dela.
Elizabeth Bennett e Danielle eram muito parecidas, mas Dani tinha um "Q" a mais que nenhuma mocinha de livros possuía. Ela também era a vilã. Era a mulher completa não por ser perfeita, mas por fazer de seus defeitos e qualidades uma combinação que a transformavam em uma pecaminosa tentação. E o mais intrigante era saber que ela fazia isso de forma natural, sem nem ao menos perceber.
         Ele a queria, mas sabia que era mais perigoso que qualquer monstro. Dean tinha consciência que amar era irreversível e não podia deixar se levar a tanto.

Já se passava das duas da manhã quando decidiu se levantar e ir até a biblioteca para ler. Os três teriam que acordar cedo para iniciar a viagem, mas nem isso fazia Dean - ao menos - se esforçar para dormir.
         Caminhou com o livro de baixo do braço e se perguntou por que estava se esforçando tanto para isso. Ele havia prometido esquecer Danielle, mas estava com o livro que ela lhe deu. Era uma controvérsia e tanto.

Danielle caminhava pelo bunker em busca de coragem para dormir, mas naquela noite não eram os pesadelos que a atormentavam.
           Então, de fato, ela era um alvo e havia alguém com um exclusivo interesse nisso. Os monstros, em geral. Ela valia algo, mas não conseguia imaginar o que.
          Pela primeira vez a gravidade da situação pareceu cair em cheio sobre ela e, com isso, veio o medo. Talvez sua mãe não estivesse a salvo, como Brian ou todos aqueles que já tiveram algum contato com ela. Talvez fosse irreversível e os Winchester estavam sendo levados diretamente para morte.
         Era muita coisa... Muita coisa cercada por nada.

Dani estava remexendo no toca-discos da biblioteca quando ouviu passos. Se virou e caminhou um pouco para poder observar de quem se tratava.

_Filha da mãe! - Dean disse ao tomar um susto com ela.

Danielle, se não estivesse com tanta raiva, poderia ter zoado com a cara dele.

_ É um prazer também, Dean.

Ela voltou sua atenção aos discos de vinil que os irmão possuíam.

Dean ficou na mesma posição, encostado na mesa de planos até assimilar que teria que reagir.

_ Qual é a sua? - ele falou, subindo os poucos degraus até a biblioteca. - Fica andando pelo bunker que nem um fantasma.

Danielle sentiu raiva, mas sabia que podia ser superior a Dean em uma provocação.

_ Está sonhando ou não percebeu que esta perambulando por aqui também?

_ Sim, mas eu já estou acostumado. - ele a observou deixar os discos e se virar com uma expressão entediada para ele. - Só não estou acostumado ter alguém para me assombrar. 

Danielle riu com desdém, não sabendo se aquilo era uma ironia.

_ Não precisa se preocupar, ponha fogo nos meus ossos então...

_ Seria maravilhoso. - ele a cortou, sussurrando ao perceber que estavam próximos.

_... E no momento em que essa maldição acabar, você nunca mais me verá, se é isso que você quer.

Dean tirou o livro de baixo do braço e colocou sobre a mesa, com Dani observando seus movimentos.
           Estar tão próximos o fazia perder o juízo.

_ Não é isso que eu quero. - ele olhou profundamente em seus olhos, mas ela se mantinha firme em sua expressão determinada. - Mas sei que você fará isso desde o momento que nos ligou. É o que faz de melhor, fugir daquilo que realmente é boa, caçar.

Danielle cedeu, pois sabia que havia uma partícula de verdade em suas palavras. Ela deu passos para trás e se apoiou na mesa da vitrola, mantendo uma razoável distância entre os dois.
          Tinha total consciência de que era uma boa caçadora, mas também tinha a necessidade de ter uma vida normal. O que não estava conseguindo.

Eles ficaram em silêncio até os olhos da garota irem até o livro.

_ Pensei que não ia ler...

_ Eu também... - ele cruzou os braços. - É um bom livro.

Dani concordou, não conseguindo sustentar o contato visual por muito tempo. Dean, por sua vez, sentia que havia algo em sua garganta que precisava sair.

_ Eu realmente queria te entender... - ela o surpreendeu ao começar a falar, o encarando novamente. - Qual é o seu problema, Dean? Aliás, qual é o seu problema durante todos esses anos? Eu pensei que tínhamos amadurecido!

Ela não percebeu, mas seu tom de voz estava elevado. O que fez Dean concluir que havia conseguido deixá-la chateada.

_ Nenhum, Shaw. - ele falou de forma calma. - Quem tem problemas aqui é você.

Ela estalou a língua, ficando inquieta.

_ Então por que ser gentil comigo, por que ser meu amigo e depois voltar ao nível um da nossa relação?

_ Te deixei magoada? - perguntou em tom brincalhão.

_ Sim, você deixou! - ela gritou, o deixando perplexo. Ele nunca imaginou que ela assumiria. - E nem ouse me chamar de fraca o porque a única fraqueza que vejo aqui vem de você!

Ela fez uma pausa, respirando fundo e se sentindo orgulhosa por deixá-lo visivelmente incomodado por ouvir a verdade.

_ Você é fraco, Dean, porque usa da sua ignorância e prepotência para esconder o que realmente sente.

Ele nem piscava, assimilando cada palavra de Danielle.
          E estava ai um exemplo do perigo que ela representava. Escutar a verdade de sua boca era como levar um tiro diretamente no cérebro, pois ele perdia completo a capacidade de responder por si. 

_ Há coisas que a gente não deve falar para não estragar o que já é destruído. - ele passou a língua pelos lábios e começou a ir em direção a ela. - Você quer realmente saber?

Danielle escorregou da mesa e caminhou um pouco para trás, assustada com a aproximação de Dean. Todavia, deu com as costas em uma estante.
          Ele não parou, mantendo os olhos fixos nela.
          Dani não conseguia reagir, pois não sabia desviar quando se tratava de do par de olhos verdes que pareciam saber ler o que havia em seu coração. Em sua cabeça, estava tudo em câmera lenta, como uma onda que começa calma e no final te derruba com tudo.
           Dean Winchester era essa onda.

Ele colocou os braços cada um em um lado de seu rosto, o que a impediria de fugir, mas ela não faria isso.

_ Você quer saber?

Ela engoliu em seco, mas não conseguia falar. A única coisa que emitiu foi um breve sussurro:

_ Sim.

Dean observou o contorno de sua boca que possuía um vermelho natural, depois, se voltou para seus olhos castanhos e os fitou durante segundos. Sua mão foi até a cintura de Danielle e a envolveu com apenas um braço, juntando seus corpos.
          Ela não reagia, mas seus batimentos estavam acelerados.
        Com a outra mão, ele acariciou sua bochecha, aproximando seus rostos e sentindo o perfume de seu cabelo quando o colocou para trás e segurou sua nuca.

A partir daí, as coisas voltaram a correr em seu tempo natural.

Dean se inclinou e juntou seus lábios, formando um choque térmico.
          Danielle ficou estática por um segundo, mas no momento em que Dean a abraçou com mais força, pode sentir que o coração dele reagia ao ritmo do dela. E então, se entregou. Fechou os olhos e passou seu braço sobre o ombro dele, deixando-o aprofundar o beijo.
         Ela passou a mão sobre seu cabelo curto, arranhando sua nuca. Dean fazia um percurso de suas costas até a cintura com a mão que estava segurando seu rosto.
          A princípio foi calmo, mas ela não esperava que Dean parasse por ai.

Ele mordeu seu lábio e parou por um segundo para tomar fôlego, os dois mantiveram seus olhos abertos e fiéis um ao outro, não quebrando o contanto. Ele sorriu de canto, voltando a beijá-la de forma mais voraz.
          Dean apertou sua cintura, mas desceu até suas coxas, a impulsionando para cima. Danielle passou as pernas por sua cintura enquanto Dean a manteve contra a estante, fazendo alguns livros caírem.
           Deixou seus lábios por um momento e se dedicou a beijar seu pescoço. Dani mostrava que estava gostando ao apertar seu ombro com força.
          Qualquer um pode entrar no mar, mas todos têm que saber que não é possível controlar tamanha imensidão. É ele quem dita as regras e, para quem obedece, pode ser uma experiência incrível.
            Dean era como o mar e Danielle, alguém que estava sendo levada pela correnteza. Ela sabia que havia muito mais para percorrer, mas não podia nem imaginar o que esperar.
            Ele manteve o peso do seu corpo e a sentou sobre a mesinha ao lado, fazendo a vitrola se estraçalhar no chão.
           Continuaram se beijando até não terem mais fôlego. Depois disso, apenas ficaram naquela posição, com as testas coladas e sentindo a respiração um do outro.

Danielle levou a mão que estava em seu ombro até o peito e sentiu que ele ofegava e que seu coração batia de forma acelerada, quase como se estivesse em sintonia com o dela.
          A questão é que ela sentia e sabia que haviam partes no oceano que não eram confiáveis e que seria perigoso fechar os olhos e ser levada pelo fluxo da água.

Ela o empurrou com delicadeza, fazendo-o não entender o que estava acontecendo.
          Se manteve de costas para ele por um tempo, enquanto Dean só esperava uma reação.

Danielle tocou os próprios lábios e assumiu para si que havia correspondido porque queria. Porque havia esperado por aquilo.  No fundo, ela sabia que todo ódio era proveniente de um sentimento ainda mais intenso. Mas não era certo.
          Dean era seu mar pois a faria perder os sentidos e se entregar sem pudor. Logo ela, uma bomba relógio.
          Ela devia focar no seu problema e se concentrar em não ferir mais ninguém e Dean era a última pessoa que ela queria ver machucada.

Ela se virou para ele, se sentindo fraca ao perceber que seus olhos cheios de lágrimas entregavam que ela estava fazendo aquilo contra sua próxima vontade.

_ Você estava certo. - sua voz quase falhou. - Isso vai destruir tudo.

Ela fungou, se virando e saindo da biblioteca em passos apressados.

Dean fechou os olhos e se negou a acreditar que havia feito aquilo.
           Ele sabia que aquela seria a reação de Danielle.

O que são homens comparados a rochas e montanhas?

Nada.

Rochas e montanhas eram provenientes da natureza. Permanecem em um mesmo lugar durante anos, vencendo a força da água, fogo,vento e da terra. Elas são fortes enquanto o homem é destruído por possuir apenas um sentimento, o amor.


Notas Finais


Mais uma vez, me desculpem qualquer erro e quero dizer que estou muito feliz com todos os comentários.
Até a próxima, hunters ♥♥


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