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História Shadow - Supernatural Fanfic - Verbo Conjurar


Escrita por: nameiswhite

Notas do Autor


Olá hunters!
Aqui vai mais um capítulo.
Tenho lido os anteriores e encontrado alguns erros. Quero me desculpar por isso e anunciar que a história vai passar por uma revisão em breve.
Por enquanto, apenas aproveitem mais essa nova parte ♥

Capítulo 14 - Verbo Conjurar


Clifton, Colorado.

Estavam na estrada há mais de nove horas e ainda tinham mais seis horas até chegarem em seu destino. Haviam tomado o caminho mais longo devido à obras e acidentes nas duas rodovias principais.

Dani não falou durante toda a viagem, assim como Dean. Não se falaram antes de sair e mal trocavam olhares. Todavia, quando a conexão dava uma força, seus olhos se encontravam e parecia haver um mundo de coisas para serem ditas.
          E realmente existia, mas ninguém tinha coragem de se pronunciar.

Danielle não queria, mas possuía uma proteção natural que nem mesmo ela entendia. Talvez seja por isso que nunca se apaixonou. Mas com Dean era diferente, ela havia usado sua proteção contra ele, mas isso não era nada quando os dois estavam juntos. Ela tentou de todas as formas e usou o ódio como ferramenta para esconder o que nem mesmo ela compreendia. Na infância era antipatia, ela realmente o odiava. Entretanto, quanto mais o tempo foi passando, ela entendeu o ponto de vista de Dean e descobriu que haviam muito em comum. O fato era que os dois eram extremos: possuíam traços incrivelmente semelhantes, mas nem tudo coincidia, as divergências eram gritantes.
            Danielle só sabia que era como estar na beira de um precipício, mas não um daqueles que a mataria. Ela sabia que havia um rio lá em baixo e que a correnteza a levaria para um lugar novo e imprevisível. Ela só não sabia se valia a pena pular ou não. Possuía uma atração por Dean inexplicável e queria se jogar em sua águas, mas não queria colocá-lo em perigo. Nem se colocar.
            Ela sabia que se pulasse, suas defesas seriam inúteis.
             Danielle tinha medo de se apaixonar.

Dean, que se manteve calado enquanto encarava a pista molhada, olhou brevemente pelo retrovisor e viu Dani se encolher em seu casaco fino.
Ela observava as gotas de chuva escorrerem pelo vidro e se mantinha alheia ao seu contato.

A noite anterior havia sido esclarecedora e todos os seus pensamentos passaram por uma mudança.
           Sim, ele a queria de qualquer forma e ainda achava isso perigoso demais. Mas Dean sempre gostou de perigo.
          Percebeu que seu maior medo era não ser um sentimento recíproco, mas alguém que se entrega daquela forma não pode afirmar ser indiferente. Ele sabia que ela também sentia.
          Dani havia concordando que esse envolvimento destruiria tudo, mas Dean estava disposto a sofrer essa catástrofe.
          Ele não desistiria.
          Observou-a mais uma vez e acabou se perguntando quais seriam seus pensamentos. Quando ela se virou e voltou seus olhos para o retrovisor, fazendo contato visual, ele teve certeza que compartilhavam dos mesmos julgamentos.

(...)

Mesmo revezando o volante com Sam, a viagem havia ficado muito cansativa. Por isso, decidiram parar em uma pequena cidade do Colorado. O hotel era um pouco caro demais para os padrões dos Winchester, uma coisa três estrelas, mas tiveram que pagar mais para poderem ficar com um quarto de três camas, já que aqueles que haviam porta de conexão estavam ocupados.

Danielle entrou no quarto estalando o pescoço. Ficar sentada durante todo esse tempo havia acabado com os seus ossos e músculos.

_ Quem vai para o banho primeiro? - ela perguntou, se virando para os irmãos e forçando uma cara de extremamente cansada para que eles pudessem cair em seus caprichos.

_ Você pode ir. - disse Sam, jogando a bolsa sobre a cama do canto.

Danielle o observou, depois olhou para Dean, que havia ocupado a cama da outra ponta. O problema não era nem dormir no meio, mas sim com ele ao lado.
          Sam percebeu o incomodo, mas não se pronunciou.

A garota separou sua roupa e foi ao banheiro.

Quando viu que estavam sozinhos, Sam aproveitou para falar com o irmão:

_ Ei, o que houve entre vocês? - ele se sentou na cama de Dani.

_ Nada.- Dean respondeu sem encará-lo, ainda mexendo em sua mala.

_ Você está mentindo.

_ Não estou.

_ Dean...

O mais velho olhou para o irmão com expressão entediada, se odiando por ter que contar a verdade para ele.

Dean respirou fundo.

_ Nós nos beijamos.

Sam piscou algumas vezes, parte por achar isso muito estranho por diversos fatores, como: imaginar Dean e Dani se beijando quando eram crianças, o fato deles se odiarem e o medo de Dean dizer que houve mais depois disso.
           Ele não estava com ciúmes, longe disso. Via Dani como uma irmã e era como estar ouvindo uma história sobre incesto.

_ Ela te beijou de livre e espontânea vontade?

_ Eu a beijei... Ela tentou se soltar por um tempo, mas depois acabou se entregando.

_ Uau!

_ É... - Dean sorriu bobo ao lembrar. - Realmente... Uau!

Sam se recuperou de choque e olhou para a porta do banheiro, falando mais baixo logo em seguida:

_ E depois?

_ Fugiu que nem as mocinhas dos livros da Jane Austen.

_ Desde quando você estende de livros e sabe quem é Jane Austen? - Sammy estranhou, mas zombou.

_ Eu não sou um tremendo ignorante. - Dean se levantou, indo até o frigobar e pegando uma água.

Não na menor parte do tempo, Sam pensou.

_ O fato é que ela quer agir como se nada aconteceu.

_ É natural, Dean. - ele realmente entendeu. - Ela está passando por um momento difícil.

_ Eu sei. - ele voltou e se sentou na cama, dessa vez encostado na cabeceira.

_ Então você vai agir do jeito que ela quer?

Ele ficou em silêncio, se esticando para pegar o controle da TV.

_ Claro, - ele sorriu, ligando o aparelho. - mas isso não quer dizer que eu não possa agir como quem quer novamente.

(...)

Danielle não estava tendo pesadelos, mas a presença de Dean a fazia perder o sono.
           Ela estava deitada de barriga para baixo com as duas mãos sobre o travesseiro que apoiava seu rosto e observava Dean dormir. 
         Ele estava virado para o teto com uma mão sobre a barriga e a outra em baixo da cabeça. Sua respiração era tranquila e Dani podia o estudar nitidamente devido a luz que vinha da janela.
          Queria entender o que estava sentindo. Já chegou a pensar que estava confundindo a necessidade de segurança com algo mais. Porém, era um turbilhão de sensações que a consumiam e era complicado demais tentar domá-las... Mais complicado ainda entendê-las.

Dean estava ciente que Dani o observava, mas queria dar esse prazer a ela, por isso fingiu que dormia.
          Ele sabia que ela estava sendo atormentada por seus monstros e se sentiu orgulhoso por ser aquele resignado a matá-los. Entretanto, os demônios que Dani enfrentava naquele momento eram exclusivamente dela e havia uma batalha interna com lugar para apenas uma vencedora.
           Esses ele não fazia idéia de como aniquilar. 

Dean cansou de fingir e abriu os olhos, se virando para ela. 

Esperou que Dani fechasse os olhos rapidamente para não ser pega, mas ela continuou na mesma posição, de olhos abertos e fieis a ele. 

_ Pesadelos?

Ela balançou a cabeça em negação, mesmo deitada.

_ Só pensando em tudo... E ao mesmo tempo em nada. - ela manteve os olhos nele. - Estou te incomodando?

_ Sim... - Dean sorriu.

_ Me desculpe. - ela também mostrou um sorriso. - Boa noite.

_ Estarei aqui caso queira incomodar mais.

Ela se virou para o outro lado, o impossibilitando de estudar sua expressão. Mas Danielle tinha motivos para esconder... Estava sorrindo e mil vezes mais tranquila.

_ Boa noite, Dani. - foi a última coisa que escutou.

Era noite a grama estalava enquanto Danielle caminhava. Um frio intenso a circundou e ela se lembrou que sua mãe havia avisado para levar um casaco. Ela gostava de andar pela fazenda a noite, quando nenhum dos amigos de seu avô estavam por lá. Todos os dias aquele lugar vivia cheio de homens mal encarados e portadores de armas. Sua família dizia para não fazer perguntas, mas ela odiava ter que conviver com os "negócios da fazenda".
          As folhas das árvores estavam molhadas devido a recente chuva e a terra exalava seu cheiro natural. Ela gostava de ver os cavalos durante a noite, pois ficavam mais calmos com a pouca agitação.
         Passou pelo pequeno caminho mal iluminado até o celeiro e viu uma silhueta estranha entre as árvores. Ela olhou para onde antes havia algo e agora só era o breu. Sentiu medo, mas também curiosidade para saber o que era.
         Considerou seguir seu caminho, mas seu instinto dizia que algo a espreitava por de trás dos arbustos.

Correu até a pequena construção onde ficava a lenha para as lareiras da casa e pegou uma estaca fina para servir da arma, o suficiente para alguém com pouca força nos braços.
           Dani caminhou até os arbustos, podendo escutar o som de galhos quebrando quando chegava mais perto. As folhas balançavam em apenas uma parte do matagal, mas as árvores faziam sombra, impossibilitando que a luz da lua iluminasse o local.
           Ela parou ao ver uma pata caminhar para fora de seu esconderijo, em seguida o corpo de um imenso lobo cinza surgir.
           Ficou imobilizada de medo, sabendo que nem mesmo sua madeira seria útil. Era o maior cachorro que já havia visto.
           Ele a estudou, optando por avançar. Abria a boca por ora, mostrando os imensos dentes.

Danielle estava prestes a chorar ou gritar por ajuda, mas tinha consciência que ninguém a escutaria. Então, tomando ar nos pulmões e se virando com uma rapidez que nem ela sabia que tinha, começou a correr em direção ao celeiro.
           Não podia ir para casa, pois o lobo a alcançaria antes.
           Ele a seguiu, mas Dani estava com uma certa vantagem contra o animal.
           Ela começou a gritar quando encontrou a imensa porta fechada, batendo na mesma e implorando por ajuda.
           Quando finalmente tomou coragem para encará-lo, viu seu imenso corpo correr em sua direção e soube que era o fim.

Vou morrer com apenas 10 anos, pensou.

As lágrimas desceram e com elas seu corpo foi caindo encostado na porta de madeira. Enfiou os dedos na terra fofa e fechou os olhos, esperando ter uma morte rápida.

Mas Danielle continuou a respirar e seu corpo parecia intacto, pelo menos em sua cabeça. Abriu os olhos, com esperança de já ter chegado em seu destino pós morte, mas o lobo ainda estava lá, parado a sua frente como um cachorro que observa o dono. E então, quando ela se levantou, ele fez uma reverência muito parecida com aquelas que cavalos treinados fazem, a cumprimentando. Todavia, o lobo continuou de cabeça baixa, como um sinal de obediência.

Ele estava a tratando como superior, como submisso a ela.

Dani levantou no susto, sentindo que sua respiração havia voltado no momento que sua consciência voltará a apresentar sinais vitais.
          Ela caminhou até a pia, ainda sentindo que havia apagado. E era verdade.
          Se lembrava de estar sentada em sua cama com o notebook no colo e em segundos depois ser levada a essa estranha visão.
          Nunca tinha presenciado algo tão intenso como naquele momento e se sentia exausta. Um enjôo a consumiu e ela correu para a pia para poder vomitar.

Os Winchester não estavam, e ela agradeceu por eles não a verem nesse estado.

Foi tudo tão real... E Danielle não sabia descrever. Estava confusa e cansada. Queria apenas deitar e não se levantar mais. Entretanto, a ansiedade misturada com o desespero a faziam ficar elétrica.
          Foi um sonho? Uma visão? ... Uma lembrança?

St. George, Utah.

Sam bateu com os dedos no volante enquanto observava Dean dar em cima da recepcionista do luxuoso hotel para obter informações.

Anastácia Newbold era uma mulher de negócios conhecida por seus investimentos em causas impossíveis que no final se tornam vitórias milagrosas. Mas ele sabia que tudo isso não se tratava de bênção divina. Anastácia era uma bruxa poderosa e conhecida por ajudar aqueles que lhe oferecem uma boa grana.
          Ela se escondia em um luxuoso hotel em St. George, onde estavam naquele momento. Todavia, falar com a bruxa não parece ser algo fácil.

Sammy olhou para trás pelo retrovisor, encontrando Dani com a perna sobre o estofado e os cotovelos apoiados sobre o joelho, escondendo sua cabeça entre as mãos. Ela parecia cansada.

Ele se virou, apoiando o braço sobre o banco.

_ Tudo bem?

Danielle se levantou a cabeça como se estivesse em outro mundo.

_ Sim... Só estou com dor de cabeça.

Ela queria contar a Sam, mas sua visão parecia uma espécie e tormenta. Ela se sentia um monstro e ver aquele lobisomem se curvando a fez ter certeza de que estava diretamente ligada a eles.
          Confiava nos Winchester, mas não queria contar suas teorias sobre ser a mais nova criatura do pedaço. Pelo menos não naquele momento.

_ Qual é a dessa Anastácia? - ela falou antes que Sam fizesse outra pergunta.

_ Negócios, eu acho...

_ Eu sei, eu sei. - ela se ajeitou sobre o banco. - Venda de sucesso. Só não entendo como ela vai nos ajudar. 

_ Crowley disse que a alma do marido esta no inferno. - Sam deu de ombros.

_ E quem nos garante que ela vai se importar? - disse. - Ela é uma bruxa, no final de tudo sua alma vai estar no mesmo lugar que a do falecido marido.

Sam pensou no assunto, sabendo que Dani tinha razão. Ele também havia ponderado essa hipótese, por isso, seu plano atual era só conseguir falar com a mulher e ver no que ia dar.

_ Uma coisa de cada vez... Vamos nos concentrar em entrar no hotel.

Dani concordou, olhando para entrada e encontrando Dean debruçado sobre o balcão e soltando um belo sorriso para a recepcionista. Se ele não fosse Dean Winchester, ela até acreditaria que aquilo era só uma jogada para conseguir uma informação. Mas aquele era o tremendo cretino que a fazia ir do céu ao inferno em segundos.
          Ela o fuzilou mentalmente, o torturou e o jogou no purgatório junto com os levitãs novamente. Todavia, quando a palavra ciúme veio em sua cabeça, se obrigou a jogar aquilo no fundo de sua mente e fazer Dean passar pelo portal para voltar. Sua imaginação podia ser uma boa arma, mas não para ele.
          E, principalmente, estava proibida de sentir qualquer tipo de sentimentos por ele. Principalmente ciúme.

Depois de um tempo, Dean voltou ao carro com um sorriso de orelha a orelha.

_Então...?

_ Temos que marcar um horário e, se queremos alguma coisa, temos que estar dispostos a pagar caro.

Danielle revirou os olhos, sorrindo debochada.

_ Com essa pompa toda, pensei que conseguiria mais que isso.

Dean a encarou com dúvida, mas depois que a mente clareou, a idéia de Dani estar com ciúme o agradou intensamente. Ele sorriu, extremamente seguro de si e isso a fez ficar enfurecida.

Ela saiu do carro em um ato de desespero. Queria acabar com aquela palhaçada de Dean e também falar com aquela maldita bruxa de luxo.

_ Hey, o que você vai fazer? - Sam também saiu do Impala, seguido pelo irmão.

_ Nos colocar para dentro.

Ela começou a caminhar em direção ao hotel com os irmãos em seu enlaço.
          O saguão tinha um cheiro impregnante de rosas que a fez ficar enjoada. Procurou pela flor ao redor, mas não havia nenhuma. O lugar era muito chique, decorado com uma parede de pedras pretas e alguns detalhes brancos. O piso era tão limpo que dava para usá-lo de espelho.

A recepcionista - lê-se piranha - soltou um sorriso para Dean ao vê-lo voltar. Danielle cortou o contato visual dos dois, parando de frente para ela.

_ Em que andar eu posso encontrar a sua chefe?

A mulher se assustou com a grosseria, mas manteve a pose. Parece que ela só se desmanchava diante de homens com aparecia de mecânicos e que fedem a cachaça.
           Era óbvio que Dean não se enquadrava naquela descrição, mas com raiva, Danielle o compararia com qualquer coisa.

_ Somente com hora marcada, Senhorita.

_ Eu tenho hora marcada. - mentiu. - Aliás, estou um pouco atrasada, pode me dizer o andar?

Os irmãos se aproximaram, temendo o que Dani podia fazer.

_ Tem que ser anunciada. - a recepcionista pegou o telefone. - Qual o seu nome?

Sam ia puxá-la, mas foi tarde demais.

_ Danielle Shaw.

Ela a pegou pelo braço, a afastando do balcão enquanto a mulher fazia o seu trabalho.

_ Você está louca? - perguntou em tom baixo, mas visivelmente enfurecido. - Não pode dizer seu nome em um lugar onde está totalmente desprotegida.

_ Qualquer um aqui pode estar te caçando. - Dean também não havia gostado de sua atitude.

_ Ah, vamos lá, vocês não são tão burros assim. - Dani cruzou os braços, orgulhosa por ser a rédea naquele momento. - Olhem todas essas pessoas, o que elas fazem aqui?

_ Lêem, tomam drinks... - Dean apontou.

_ E o que as trariam para cá, nos arredores de St . George? - ela continuou. - Não são clientes, pelo menos não nesse momento.

Os irmãos continuavam sem entender.

_ É uma ilusão, um feitiço! - ela teve vontade de berrar, mas manteve o tom baixo. - Olhem com mais calma e pense a catástrofe que seria se essa mesma quantidade de pessoas realizassem seus desejos. Anastácia pode ter muitos clientes, mas não é assim que funciona.

Sam olhou ao redor, analisando as pessoas que passavam por eles. Era um lazer bem afeiçoado, demais para quem da o que pode e não pode para uma bruxa.
          Ele foi o primeiro a ver cada um desaparecer de forma ordenada, emergindo apenas a figura dos guardas e dos símbolos de proteção nas paredes.

_ É um jogo de ilusão para esconder a proteção.- falou, se virando para Dean.

_ O que é indesejado não entra... - os irmãos estavam boquiabertos. - Como você...?

Danielle deu de ombros e ia dar uma resposta carregada de sarcasmo quando a recepcionista a chamou.

_ Senhorita Shaw, Senhora Newbold esta a sua espera.

Ela se virou para os garotos cheia de si, sabendo que havia tomado o comando da situação com maestria.

_ Parece que somos desejados.

Ela começou a caminhar em direção ao elevador e Dean a observou até Sam a seguir.

_ Filha-da-mãe.-disse, indo de encontro a eles.

O elevador parou no décimo quinto e último andar.

Um corredor levava direto a única porta da andar. Nele havia quadros e artefatos antigos, todos uma fortuna. O cheiro de rosas com certeza vinha dali, pois havia vasos espalhados em toda a extensão do local.
           A secretária que os acompanhava abriu passagem para uma elegante sala de estar com vista para cidade ao longe. Virando a direita, em outro corredor, ela os conduziu a outra porta, a abrindo e revelando um escritório.

Sam se pôs ao lado de Dani, oferecendo proteção contra qualquer imprevisto.

A sala era simples, com mais vasos de rosas, revestida com estantes repletas de livros e um pequeno pedestal com a estátua de alguém que tanto ela quanto Sammy não sabiam de quem se tratava. Dean nem ao menos se ligou nos detalhes. Seus olhos forem direto para a mesa onde estava uma mulher de meia idade, mas com um ar de superioridade que parecia enfrentar décadas.

Ela levantou os olhos de suas anotações e se dedicou exclusivamente a Dani.

_ Danielle Shaw... - disse, se levantando para recebê-los. - Nunca imaginei que a veria novamente.

_ Desculpe, mas... - ela olhou para os irmãos,  procurando uma espécie de resposta, mas eles também não sabiam. - Nós nos conhecemos?

_ Você não deve se lembrar, era um criança quando seus avôs trabalharam para mim.

_ Meus avôs? Anthony e Sebastian?

_ Sim... - ela voltou a se sentar em sua cadeira de couro e indicou as outras. Sam e Dani se sentaram nas de frente para ela, enquanto Dean na banqueta da janela. - Um pequeno negócio de busca por artefatos sobrenaturais em troca de alguns conhecimentos sobre magia.

_ Isso explica toda a bruxaria no quarto de Anthony. - Dean falou com desprezo na voz.

_ Eu prefiro o termo conjuração, Winchester. - ela pronunciou o sobrenome com ênfase, mostrando que estava ciente de quem ele era.

Danielle ficou em silêncio por um momento, mas decidiu parar de enrolar.

_ Me desculpe, mas nem se eu quisesse, me lembraria da Senhora. Meus avôs fizeram questão de me esconder o negocio da família quando eu era criança.

Anastácia Newbold a analisou com um sorriso frouxo.

_ Bom... Quem sou eu para julgar os métodos de ensino dos caçadores.

_ Fala como se fosse superior a nós. – Dean a provocou, deixando claro seu repudio pela espécie da mulher.

_ E somos, vocês que nunca vão reconhecer.

Ele queria responder, mas a ansiedade de Dani o interrompeu.

_ Será que podemos tratar de negócios? – ela colocou sua mão sobre a mesa, pedindo atenção. A mulher continuou a estudá-la e Dani percebeu que ela era capaz de ver aquilo que ninguém naquela sala enxergava. – O que foi?

_ É impressionante o que você se tornou. – a bruxa disse, em tom de piedade. – Eu não sei dizer, mas com certeza você faz parte de algo grande e isso não é bom. Agora eu entendo porque seus avôs queriam tanto aprender aqueles feitiços.

_ Você pode nos ajudar a descobrir o que esta acontecendo comigo?

 Anastácia segurou a mão de Dani, sentindo um profundo desespero ao tocá-la. Era como ser tomada por uma imensa nuvem de escuridão, mas a amargura não era sinal de medo, mas sim de ânsia pelo poder. Danielle era a direção para uma retenção absoluta. Tão grande que ia além do que podia ver. Ela se tornaria uma poderosa arma.

_ Posso, mas não vou.

Os três se entreolharam, faltando palavras para rebater.

_ Por quê? – a voz de Dani beirava o desespero.

_ Porque é perigoso demais. – ela se levantou, segurando o rosto da garota e expressando sua lástima. – Você é um poço de escuridão.

_ Um anjo já disse algo parecido.

_ Você devia escutá-lo.

_ Nós podemos pagar. – Sammy falou. – Crowley que nos indicou e garantiu que a alma do seu marido estará fora do inferno se nos ajudar.

A mulher riu, se voltando para sua cadeira e pegando o porta retrato com a foto falecido marido.

_ Crowley a cada dia fica mais patético. – deixou o porta retrato onde havia pegado e lançou um olhar de desprezo para imagem. – Eu o induzi a fazer o pacto. Em 10 anos ele se foi e tudo o que havia ganhado se tornou meu. – ela fez um gesto, mostrando que falava do hotel.

_ Por favor. – Dani insistiu. – Você sabe que eu não escolhi isso tudo.

_ Sinto muito, querida. – ela se levantou novamente, mostrando que ficar parada não era uma de suas manias. Foi até a porta e a abriu. – Vocês precisam ir agora.

_ Eu disse que não devíamos confiar em uma bruxa. – Dean foi o primeiro a se levantar para sair. O irmão foi logo atrás, ambos frustrados.

Anastácia se pôs na frente de Dani, passando os braços em volta do seu corpo e lhe dando um abraço acolhedor. Era a primeira vez em muito tempo que Danielle sentia algo tão maternal e, se a bruxa não tivesse lhe negado ajuda a menos de um minuto, ela se sentiria livre para confiar naquela completa estranha.
         Talvez fosse um dom para persuadir aqueles que querem fazer negócios, mas ela sabia como deixar alguém a vontade para se abrir. Dani tinha vontade de cair em prantos sobre a mulher e implorar pela sua misericórdia. Era como se, naquele abraço, Anastácia estivesse mostrando que era ela sua única opção e que, sem sua ajuda, era estaria à mercê do seu destino. Mas ela havia lhe negado isso, então só restava esperar ser um final rápido e fatal.

A mulher se afastou, segurando o rosto da menina e dizendo a única coisa que julgou ser o suficiente para ajudá-la.

_ Suas visões são a resposta.


Notas Finais


E ai, o que acharam?
Me desculpem por qualquer erro.
Até o próximo capitulo xoxo


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