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História Shadow - Primeiro dia (Parte 2)


Escrita por: VampCat

Notas do Autor


Oi! Mais um capítulo, espero que gostem.
Lembrando que depois desse, os capítulos saem um por semana só. A historia está pronta mas ainda passando por revisão.
Obrigada!

Capítulo 4 - Primeiro dia (Parte 2)


Enquanto Paulo estava lá em baixo preparando o nosso café da manhã, me arrisquei a dar a volta na cama me apoiando nela. Afinal era patético não conseguir andar, quando ontem mesmo eu era ótimo correndo e escalando os móveis da sala.

Não demorou e ele voltou com uma bandeja em mãos. Lá tinha muito mais do que o necessário para nos dois, tenho certeza. Ele apoiou a bandeja no meio da cama, e cada um se sentou de um lado dela.

-Bom é a primeira vez que você não vai comer ração no café da manhã, então precisamos descobrir o que você gosta de comer afinal. – Ele disse rindo, e depois começou a apontar as coisas na bandeja. – Isso é tudo que achei em casa, aqui temos café, leite com café, e leite com chocolate. E para comer temos... pão. Mas para passar no pão tem margarina, requeijão e um pouco de Nutella, que comprei pra Bia quando ela esteve aqui. – Bia é a sobrinha de 7 anos dele.

Experimentei um pouco de cada e definitivamente o favorito ficou sendo leite com chocolate e pão com Nutella. O que fez Paulo rir bastante e dizer que eu pareço ser viciado em doces.

Acabamos o café da manhã e fizemos mais alguns exercícios, para que eu aprendesse a andar. Ele estava tendo que me ensinar tudo de mais básico, como se eu fosse um bebê. Aquela não era a primeira impressão que eu queria.

Quando enfim me deparei com um espelho, me permiti alguns minutos para reconhecimento. Eu era realmente magro demais (o que segundo Paulo não duraria muito se eu viciasse em doces), minha pele era bem clara também, contrastando com Paulo que era até que bem bronzeado (mas ele jurou que isso mudaria quando eu começasse a sair e ficar mais tempo no sol). Meu cabelo era num tom de prata azulado e bem curtinho, exatamente como meu pelo costumava ser. Porém, acho que o deixaria crescer mais um pouquinho, afinal eu realmente amava a cor.

Falando em cor, meus lindos olhos verdes continuavam lá, arrasadores. A única diferença é que agora a pupila era só uma bolinha no centro deles.

Ainda sobre aparência. Numa rápida conversa com Paulo, chegamos à conclusão que eu parecia ter 20 anos. Então essa seria minha idade “oficial” agora, e isso era apenas três anos a menos que ele.

Quando estava chegando a hora do almoço, decidimos tentar descer a escada. Paulo ficou na minha frente, segurando nos dois lados do corrimão para aguentar o meu peso, caso eu me desequilibrasse e caísse. Eu segurava com a mão esquerda nele e a direita no corrimão. Usava tanta força nelas que os nós dos meus dedos estavam brancos e Paulo, embora não reclamasse de dor, com certeza ficaria com a marca das minhas unhas, um pouco compridas alias.

Sobrevivemos à escada e ele me guiou até a cozinha, me deixando sentado em uma das cadeiras enquanto fazia macarrão. Mas por teimosia eu levantei e comecei a dar voltas na mesa, me apoiando o mínimo possível nas cadeiras. Isso deixou Paulo louco, me dizendo para sentar e ficar quieto. Porém bastava eu dizer que se caísse ele estaria lá para me levantar, que ele ficava sem argumentos.

Comemos e admito que repeti o prato por gula. Aquilo era muito, infinitamente melhor que a ração!

Depois fomos para a sala, e eu insisti que ele não me segurasse, a não ser que eu me desequilibrasse. Paulo não gostou muito da ideia, mas aceitou. Só precisei de ajuda duas vezes e para mim isso já foi incrível.

Acabei deitando no sofá, com a cabeça no colo dele, enquanto víamos um filme, e claro, ele me fazia um cafuné. Se eu não estivesse todo torto para caber no sofá, nem lembraria que eu tinha mudado. Paulo continuava me tratando como sempre, e aquilo me deixava feliz. Fechei os olhos não ligando para o filme, queria apenas sentir aquele carinho. O ouvi rir.

-O que foi? – Perguntei abrindo os olhos para encara-lo.

-Você estava ronronando. – Disse segurando o riso.- E as vezes quando você fala, as palavras ficam parecendo miados.

Desviei o olhar para a televisão e ele riu mais.

-Eu miei e ronronei minha vida toda.

-Sim, mas hoje você é humano e eu nunca tinha visto um humano miando antes. – Disse implicante. Eu tinha que responder a altura.

-Gostou? –Perguntei o olhando provocante.

-Meu Deus, e pensar que você era meu gato ontem. –Minha vez de rir. – Eu sempre pensei que você era super fofinho e tímido, não estrague essa imagem para mim. – Disse rindo e voltando a atenção ao filme.

~~~.~~~

Quando o filme acabou, andei mais um pouco e decidimos que eu estava bem o bastante para, pelo menos, comprar roupas. Então pela primeira vez na vida, eu sai pela porta com Paulo, sem ser para ir ao veterinário. No carro eu olhava o tempo todo para fora por todas as janelas, e quando chegamos ao shopping... Que lugar fantástico!

Não parecia com nada que eu já tivesse visto, a não ser por alguns cenários, em alguns poucos filmes. Mas isso era muito mais incrível. Eu nem sabia para que lado olhar. Porém, Paulo ficava o tempo todo mandando eu me focar, e me puxando para as lojas de roupas. Ele também estava sempre segurando minha mão ou me abraçando pela cintura, para caso eu me desequilibrasse, super protetor.

Conseguimos comprar todas as minhas roupas, não chegavam a ser muitas, mas eram mais que o bastante. Ele me deixou escolher tudo, me dava dicas de vez em quando, mas sempre eu que decidia. E quando percebi praticamente todas as camisetas (além de serem de gola V) eram azul ou cinza, as poucas exceções eram brancas. Por isso, de jaquetas Paulo me convenceu a compra uma preta e uma jeans escura.

Também compramos calças, três em tons de jeans e uma preta, mas não quis bermudas. Ganhei cuecas e meias, e essas deixei Paulo escolher, afinal não tinha a menor experiência com isso e elas não precisavam ser bonitas. Também ganhei um sapato e um chinelo (até agora estava usando um chinelo do Paulo que ficava grande em mim). Quando já estávamos quase indo embora ele me comprou dois pijamas azuis, dizendo que eu provavelmente não iria querer usar, mas que “valia a tentativa”.

E claro, eu ganhei uma casquinha de sorvete de chocolate antes de irmos.

-Sabe, você já era um gato um pouco vaidoso, mas como humano... – Paulo comentou colocando as compras no porta-malas. Eu só empinei o nariz e (com minha casquinha de sorvete pela metade) fui para meu lugar no banco do passageiro, o que o fez rir de novo. Porém antes de fechar a porta, o ouvi gritar entre risos. – Desse jeito vou precisar fazer muita hora extra.

Abri mais a porta, só para mostrar a língua para ele. Super maduro.  


Notas Finais


Até! Obrigada por lerem.


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