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História Shall Never Surrender - Designed


Escrita por: evasparda

Capítulo 15 - Designed


Fanfic / Fanfiction Shall Never Surrender - Designed

A escuridão ainda me dominava. Mas eu estava ciente de que agora estava completamente lúcida. E viva. Correntes seguravam meus pulsos e minhas pernas raspavam no chão, fazendo com que ferimentos ultrapassassem a proteção da calça jeans.

Eles estavam sendo extremamente delicados comigo, do mesmo jeito que seriam com um pedaço de trapo. Eu era sacolejada para cima e para baixo, sendo arrastada a cada curva que viravam. Um saco de batatas era mais bem tratado do que eu. As vezes, uma pequena luz se transferia para o caminho, fazendo com que eu observasse a cena ao meu redor. Demônios de todos os tipos me cercavam, enquanto eu era suportada por dois... Mephisto?* É. Devia ser esse nome. Lembro-me de que Credo uma vez me ensinou os nomes dos demônios e criaturas que eram inimigas, então se estes forem o que eu estava pensando... Eles me arrastavam por todo o perímetro, enquanto vários Scarecrows me cercavam, e quando eu ameaçava a tombar, eles me surravam. Chegou a um ponto em que eu não sentia mais dor, pois meu corpo já não tinha mais onde sofrer. Eles estavam com tanto ódio por mim, que parece que a morte era o que eu menos deveria ganhar neste momento. Quando saímos do túnel, um grande pesar se formou dentro do meu peito. Fortuna, a minha bela Fortuna, apareceu diante de meus olhos. Enquanto andávamos (ou melhor, os demônios andavam e eu era arrastada), eles iam murmurando uma melodia estranha, como se os seus ruídos fossem uma saudação aos mortos oprimidos e sofredores. Arrepiei-me até a alma, com calafrios por todo o meu corpo. Eu já não sabia se os calafrios eram causados pelos arrepios ou pelo frio cortante, contando que eu contava apenas com meus jeans rasgados e minha regata escura. É claro, que se dependessem dos gentis demônios, eu poderia congelar até a morte. A generosidade dessas adoráveis criaturas começava assim. Mas, vendo para o lugar onde estava sendo levada, eu apostaria que eu não precisaria mais de um casaco. Com sorte, talvez eu conseguisse não sair queimada de lá. Mas, do jeito que eu me considerava sortuda ultimamente, desconsiderei essa possibilidade. Começamos a tomar um rumo diferente de onde eu imaginava que seria. Mas, logo percebi que estávamos adentrando as redondezas do grande castelo. Os Mephisto me soltaram com violência e eu caí no chão duro de granito. Meus joelhos esfolaram-se com a queda, mas eu não liguei. Estava com tantos membros machucados, que um ou outro não faria mais diferença agora. Os Scarecrows me chutaram com força, e eu percebi que não seria mais carregada. Obediente, me coloquei em pé, mas caí na mesma hora. Recebi mais chutes violentos e não consegui aguentar. Gritei em agonia. Aquele castigo era pior do que eu imaginava, mas eu coloquei em mente um fato: Estava fazendo tudo àquilo por Nero, e ele deveria estar sofrendo bem mais do que eu. Portanto, com seu rosto em minha mente, coloquei-me em pé mais uma vez. Quando ameacei cair novamente, entreguei todas as minhas forças para as minhas pernas, e consegui ficar ao menos curvada.

A dor era tanta que eu achei que fosse desmaiar, mas comecei a dar um passo por vez. Eu deveria estar com algumas costelas quebradas, alguns ferimentos no meu tórax e minhas pernas estavam devastadas. Mas, eu percebi que eles não atingiam áreas letais, como minha cabeça ou meu peito em si. Isso era dever de Sanctus. E, com um tremor na minha espinha, percebi que não seria nada agradável. Ouvi alguns grunhidos das criaturas, e percebi que estavam debochando de mim. Lágrimas de ódio escorriam por meu rosto, mas eu não me entreguei. Se era sozinha que eu iria andar, então que assim fosse feito. Tropeçando em meus próprios pés e no cascalho das ruas, eu me arrastei atrás deles, com alguns atrás de mim e ao meu lado. Impedir a minha fuga, eu supus. Quando eu demorava mais do que o normal, eu recebia uma nova saraivada de chutes e socos, e percebi que meus braços estavam mais inchados do que o normal. Eu nem imaginava como estaria meu rosto. Chegando até a entrada do castelo, as imensas grades se abriram para dar passagem. Meu coração retumbou. Eu estava chegando ao meu destino. Tudo o que eu esperava era poder sobreviver suficientemente para que Dante, Lady e Trish me rastreassem, e que eles então poderiam retirar Nero aonde quer que ele estivesse. Quanto ao futuro da humanidade, eu nada sabia. Yamato estava em poder de Sanctus agora, e o portal estava aberto. Não sei como Nero conseguiu ser vencido, mas algo me sugeria que ele deveria estar bem domado. Eu sabia que não iria sobreviver ao encontro com o papa psicótico. Assim que me encontrasse cara a cara com ele, seria o meu fim. Mas a minha localização estava sendo rastreada. Dante, Lady e Trish saberiam em que ponto entrar, e então eles poderiam dar conta do recado. Eu esperava que Nero fosse forte o suficiente para poder mata-lo completamente, mas eu nem precisava cogitar outra resposta. Ele era a pessoa mais forte que eu conhecia. Ele iria conseguir. Respirando fundo, entramos no castelo e fomos direto para a catedral central. O teto abobadado pareceu-me familiar, e por um momento, lembrei-me do dia em que cantei em uma apresentação formal. Eu sentia como se estivesse livre, leve e forte. Como se o mundo fosse pequeno demais para meus sentimentos e como se eu pudesse voar através de várias dimensões que no universo possuía. Eu amava tudo aquilo. Fora a minha casa, minha vida, minha sanidade. E agora eu estava no mesmo lugar. Mas não para me sentir livre e forte. Mas sim, para ser entregue aos braços da morte. Sangue e lágrimas se misturavam ao meu rosto, fazendo toda a dor transparecer em minhas feições. Os desprezíveis animais agarraram-me pelos cabelos, me arrastando até o destino final.

Começamos a caminhar pelos arredores da catedral destruída, até que chegamos ao seu centro. Um Scarecrow caminhou até o ponto central absoluto, mas antes disso, eu recebi um belo chute em minhas costelas. De fato, elas estavam quebradas. Um urro ensurdecedor escapou de meus lábios e os demônios riram com prazer. Ele levantou a mão pedindo silêncio. Em seguida, começou a cantar uma melodia estranha e eventualmente os demônios o seguiam. A melodia macabra gelava a minha alma e preenchia todo o salão. Lentamente, o piso central começou a se afastar, dando lugar a escuras escadarias que levariam até a um patamar subterrâneo. Enquanto me arrastavam, eles continuavam cantando. Eu ainda estava com dificuldade para respirar, devido a fratura nas costelas. Mas tentava manter a calma, pensando que só haveria mais um pouco. Só mais um pouco. As escadas se tornavam menores e mais próximas ao fundo. Gemi de dor quando um desgraçado me agarrou pela cintura e me jogou escada abaixo, faltando apenas cinco degraus. Bati com a lateral esquerda fraturada, chorando completamente. Isso era muito sofrimento. Mas eu percebi que era só o começo. Quando as escadas terminaram, uma ponte levadiça veio em nosso caminho, com o local todo iluminado em vermelho-sangue. Fogo crepitava nos braseiros de bronze, e a luz vermelha preenchia o local. Mas o que me atraiu a atenção não foi o ambiente. E sim o que estava bem ao centro, suspenso a mais de quilômetros de profundidade pela ponte. Uma região circular onde um artefato estava depositado. E este artefato era o que estava causando todo o caos na população. Yamato era o artefato. Simplesmente... A herança de Vergil. E o que ela estava segurando não era nada mais, nada menos do que o portal do Submundo. E era lá que meu destino seria selado. 


Notas Finais


Espero que gostem, logo postarei mais um capitulo kkk


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