História Shall we dance? taekook - Boring until you laugh

Dessa vez não tinha como escapar, eu não conseguia mais dar desculpas, a única coisa possível a dizer era "sim". Passado algumas horas lá estava eu sentado em uma das mesas redondas presentes no espaço de jantar daquele clube luxuoso, cercado de velhos da alta sociedade que só enxergam o próprio nariz.

Eu já não aguentava mais vir a festas como essa, não tinha ninguém da minha idade, mas segundo meu pai isso era super necessário para a imagem da empresa. Bem.. não podia deixar de concordar, afinal eu realmente sou muito bonito, a imagem da empresa está a salvo.
Mas sério, queria estar em casa.

Como na minha vida nem tudo são flores eu já estou bem acostumado. Aliás eu nem me apresentei ainda, perdão. Meu nome é Jeon Jeongguk (mas meus hyungs me chamam de Jungkookie, pois sou o mais novo e blábláblá) tenho 18 anos, sou filho de Im JiHan* e Jeon JunSoo, os donos da JBC, uma das empresas mais influentes de toda a Coréia do Sul. Acabei de passar para universidade com o curso de Administração. Vou começar semana que vem e estou curtindo minha última semana de férias saindo em eventos da alta sociedade ao lado de meu pai. Ele disse que eu tinha de "me acostumar" com esses eventos, pois herdaria a empresa.

Mas quem disse que eu quero?

Agora estávamos todos no salão principal, já faziam 5 minutos que minha mãe pediu ao motorista para levá-la embora pois não estava se sentindo bem, meu pai estava numa mesa distante da minha, mas era uma das primeiras que ficavam na frente de uma espécie de palco e eu em uma mesa vazia, uma das últimas do salão, atrás de mim tinha mais uma mesa e logo depois era a área de entrada. Estava pensando em várias formas idiotas de morrer e pedindo a Deus para que aquilo tudo acabasse, assim como o champanhe que segurava em minha mão estava acabando.

Podia ver meu pai rindo cercado de amigos em volta de si na mesa enquanto uma moça cantava e dançava no palco. Avistei um dos garçons com uma bandeja cheia de taças, o chamei e pedi que levasse minha taça vazia e deixasse a bandeja com todas as outras que estavam cheias. No momento, beber era a melhor coisa que eu podia fazer.

Quando volto minha atenção para o palco, as apresentações tinham acabado dando início a sessão de discursos dos patrocinadores e toda aquela gente que organizava esses eventos. Puro ibope.
E pode ter certeza, foi uma das piores coisas que eu já presenciei, nessa hora eu achei que ia morrer de tédio.

O silêncio pra mim era música, mas o silêncio naquele salão onde eu simplesmente ignorava a voz que vinha do palco era algo incômodo. Por mais que a pessoa que estava falando lá na frente fizesse uma piada ou um comentário engraçado, ouvia-se aquela risada baixa coletiva e logo depois vinha o silêncio e toda a atenção era dirigida a pessoa que se encontrava falando. Percebo que depois de uns aplausos o timbre da voz que agora preenchia o salão me era muito familiar. Meu pai.

Por sorte, vejo o garçom passar na minha frente e pedi para que retirasse tudo dali, eu sabia o que meu pai ia fazer. Arrumei rapidamente minhas roupas, que estavam meio bagunçadas, melhorei minha postura e fiz a melhor cara de quem havia prestado atenção em tudo ali e não me deixo surpreender quando escuto: "Nossa se empresa se esforça cada dia mais para continuar levando honra a economia coreana, e a toda população, tanto nacional como internacionalmente e tenho plena certeza de que esse legado se estenderá graças a meu filho, que vem cumprindo seu compromisso de seguir fielmente meus passos, apresento a vocês o futuro herdeiro da JBC, Jeon Jeongguk."

Eu já sabia que meu pai faria isso, por isso já havia me preparado. Expor o seu futuro sucessor talvez fosse um ato para "marcar presença", e isso ele fazia com orgulho. Nesse momento uma luz se estendeu até onde eu estava, levantei me reverênciando levemente para os lados e fui cercado de aplausos, aplausos hipócritas e mesquinhos de gente que talvez nem sabia da minha existência. Típico.

A luz saiu de minha presença e voltei a me sentar, suspirei alto afrouxando a gravata em meu pescoço quando escuto uma risada masculina, baixa, mas grossa, logo atrás de mim.

E aí minha noite se perdeu.