História She Bad - Prologue.

E aqui estou eu, no aeroporto, mais uma vez voltando para Califórnia. Se eu queria isso? Não. Mas fui obrigada pelos meus queridos pais. Segundo eles, eu estou arrumando problemas demais aqui no Brasil, então vão me deixar passar um tempo com o meu famoso irmão, existe um castigo pior? Exatamente, não.

Nasci em Weston, Florida, morava com meus pais e meu irmão mais velho, Jake, nós éramos uma família feliz, até o maldito sonho do meu irmão de ser rapper se tornar realidade. Claro, eu fiquei feliz por ele, mas péssima por mim. Eu sabia que perderia toda a privacidade, pelo menos enquanto estivesse com ele, e eu não queria isso. Também era bom lembrar que eu perderia o meu irmão para um bando de garotas loucas, mas tudo bem, já superei.

Ele tinha 18 quando isso tudo começou a acontecer, eu estava apenas com 12. Então para facilitar o sonho dele nos mudamos para Los Angeles, o que não demorou muito, já que meu pai foi chamado para trabalhar em uma empresa no Brasil, então nos mudamos para cá. Jake perguntou se eu queria ficar com ele, mas claro, neguei.

Morar no Brasil era legal, aprendi português, com um pouco de dificuldade, mas dentro de alguns meses já sabia me enturmar. Enturmei-me tanto que minha mãe esta me mandando morar com meu irmão –– revirei os olhos ao lembrar disso ––. Eu o visitava, até os meus 14 anos, agora com 17 terei que vê-lo todos os dias por sei lá quanto tempo.

E sim, eu fiquei três anos sem visitá-lo, além de ele estar sempre sendo perseguido por paparazzi a qualquer lugar que fosse –– e obvio, eu não queria que soubessem quem eu era ––, acabamos brigando a partir do momento que me envolvi com um amigo dele, na verdade, só ficamos mesmo, ele era um idiota –– que acabou virando a minha paixão na adolescência –– E o que causou mais preocupação nessa “relação” era que ele já tinha 18.

Cameron conseguiu destruir a minha vida, nunca me iludi tanto.

Voltei para o Brasil sem dar um “tchau”.

–– Emily! –– minha querida mãe me tirou de meus pensamentos –– Seu vôo.

–– Mas já? –– peguei a minha mala de mão, já que meu pai já tinha mandado a outra para a sala de embarque –– Estou muito animada para o inferno que será a minha vida agora.

–– Menos, por favor. –– começamos a andar –– Seu irmão estará te esperando no aeroporto.

–– Duvido. –– a abracei forte, por mais que ela estivesse me castigando, seria chato ficar sem vê-la –– Que Deus toque no seu coração e você me deixe voltar o mais rápido possível.

–– Pensarei no seu caso. –– nos soltamos e fui abraçar meu pai –– Por favor, eu te imploro, tira Emily dessa.

–– Para de falar de você na terceira pessoa. –– ele riu –– Não posso, sua mãe manda, eu obedeço.

–– Obrigada, você é um ótimo pai. –– disse irônica, o que o fez me abraçar forte.

–– Se cuida e nos avise quando chegar. –– Assenti e caminhei até a área de embarque.

Todas as pessoas a minha volta pareciam concentradas em seus celulares, se despedindo de alguém ou tweetando, mais provável que seja a ultima opção.

Assim que entrei no avião pude ver o número do meu assento, era justamente na janela, obrigada Deus. Sentei e logo peguei o meu celular, o colocando no modo avião, morro de medo, vai que da algo e ele cai.

Deus me livre.

Enfiei os fones no ouvido e coloquei no modo aleatório, o que não foi muito feliz, já que caiu em “First flight home” musica do meu irmão –– o qual me obrigou a comprar seus álbuns ––, deixei que a música continuasse tocando e encostei a minha cabeça na janela.

Parei para pensar e: o pior de tudo não é estar voltando para o país onde nasci, o pior de tudo não é estar voltando para o meu irmão, o pior de tudo é estar voltando para o país onde nasci, para meu irmão e para Cameron Dallas –– o cara que destruiu o meu coração e fez eu me tornar o que eu sou hoje.