História She Bad - Coachella.

Los Angeles – California.

15 de abril de 2016.

                                  Point of View – Emily Miller.

Cinco dias se passaram desde que a brasileira chegou com o capeta.

E bom... Foi tudo uma correria.

Shawn e os Jacks se reuniram em Londres e claro que nos convidaram para o show que fariam lá, e QUASE que nós fomos parar lá, porém Jake não permitiu. Skate estava envolvido com o novo clipe e fazia questão de me ligar sempre e tentar me arrastar junto, mas o moreno tinha que entender que eu não podia, isso o levava a ficar cada vez mais irritado, só que ao mesmo tempo carinhoso, como se estivesse com medo, como se algo estivesse ameaçando seu lugar...

E claro, Frankie.

Quem mais deixaria o moreno do sorriso fodedor assim? Cameron? Não, esse fez questão de sumir durante esses dias.

Assim como os gêmeos, na verdade, Eleanor. A morena quis sumir um pouco também, principalmente depois de me ligar e a Natália atender.

Ciúmes...

–– Você está bastante pensativa. –– fui tirada dos meus pensamentos pela brasileira –– Aposto que esta pensando no pau do Bieber.

–– Essa seria você. –– fiz com que a morena revirasse os olhos.

–– Você é sempre tão engraçada. –– recebi o dedo do meio –– Pode ser mais rápida?

–– Você está com pressa? –– sorri –– Eu não estou com nenhuma. –– mais uma vez o dedo do meio como resposta.

Vale lembrar que no dia em que eles chegaram, nós saímos para ir ao show do Skate e logo depois fomos beber mais, o que resultou em: todo mundo arrumando ingresso para o Coachella.

Brincadeira, os meninos já tinham comprado.

Sem falar comigo e com meu irmão, que estará em Malibu.

Talvez isso seja bom.

–– EMILY. –– mais uma vez fui tirada dos meus pensamentos –– Eu estou falando serio, fiquei com a bunda em um avião por causa desse festival e você vai conseguir nos atrasar.

–– Poxa... –– fiz biquinho –– Você veio só por causa do festival?

–– Nem começa. –– senti minhas roupas serem jogadas em mim –– Por favor, não me enrola mais.

–– Docinho, nós podemos chegar a hora que nós quisermos.

–– MAS EU NÃO QUERO ME ATRASAR. –– comecei a gargalhar –– Não tem graça.

–– Muito fácil te deixar nervosinha. –– corri para o banheiro antes que pudesse ter mais alguma coisa jogada em mim.

Tomei um banho gelado e relaxante, claro. Decidi que não lavaria o cabelo, afinal havia lavado no dia anterior e se lavasse hoje de novo atrasaria muito mais, e com toda certeza deixaria a amiguinha mais nervosa.

Voltei para o meu quarto apenas enrolada na toalha e deparei-me com uma cena de tirar o fôlego.

Meu ex;

Apenas de cueca.

Ah se ele fosse menos filho da puta.

–– Namorada. –– o capeta deu um sorriso e piscou.

–– Ex-namorada. –– sorri –– Agora saia do meu quarto.

–– Por que? Não gostou do que esta vendo? –– ele começou a se aproximar –– Não tem vontade de relembrar um pouquinho?

–– Mas é claro... –– aproximei nossos lábios –– Que não. –– empurrei-o –– Sai.

Antes que ele pudesse dizer algo, uma morena esbaforida entrou no meu quarto.

–– Resolveram matar a saudade?

–– Não mesmo.

–– Mas iremos. –– recebi mais uma piscada e Frankie saiu do quarto.

–– Eu odeio o seu irmão. –– caminhei ate o meu closet para procurar outra roupa, já que a minha foi amassada.

–– Por que não rola um flashback? –– engasguei-me com a minha própria saliva.

–– Nós nem começamos a beber e você já esta falando merda.

A garota voltou para o quarto e eu puxei um short jeans de uma das gavetas, uma blusa branca e o meu boné marrom. Já nos pés procurei por um tênis confortável.

Até porque tênis é tudo.

[...]

–– Amor da minha vida. –– senti meu corpo ser girado e apertado forte por Sammy –– Senti sua falta.

–– Nos vimos ontem.

–– Mas eu já estava com saudade, não posso? –– ele sorriu.

–– Você esta com cara de quem fez merda. –– pude vê-lo gelar –– O que você fez, Sammy?

–– Está se envolvendo com a Stassie. –– Kylie surgiu –– Mas ainda quer a Eleanor.

Juro que eu quase bati no, quase, ex-platinado.

–– Falando em Eleanor...

–– Ela não quer vir porque está morrendo de ciúmes. –– Natália deu uma risadinha –– E a brasileira gostou disso.

–– Sempre gosto.

–– Será que podemos entrar logo? –– o insuportável surgiu –– Prefiro sentir calor lá dentro.

–– Skate vem? –– ignorei-o totalmente.

–– Ele tem um show antes. –– senti meu braço começar a ser puxado pela brasileira.

Se do lado de fora já podia sentir meu corpo tremer com a música, imagina dentro do próprio parque?

Era engraçado andar por ali, até porque quanto mais andávamos, mais atenção nós chamávamos.

Não é todo dia que se vê todos eles juntos e reunidos, não é mesmo?

Mentira. É totalmente fácil vê-los pelas ruas de Los Angeles.

Começamos a nos separar, Kylie, Kendall, Hailey, Stassie, Jordyn e Sammy foram para um lado –– isso porque ele estava com saudade ––, enquanto Carter, Aaron, Taylor e Cameron foram para o outro.

Resumindo: eu fiquei sozinha com Natalia, Frankie, Matt e Hayes.

Segundos depois eu fiquei apenas sozinha com a Nati, pois os meninos foram procurar garotas.

–– Para isso que eles vieram?

–– Obviamente. –– a morena parecia olhar em volta –– E eu estou planejando fazer o mesmo.

–– Você definitivamente não presta. –– revirei os olhos –– Mas sabe que não vai me deixar sozinha, não é?

–– Saudade daquela Emily que ia para festa comigo e competíamos quem pegava mais garoto.

–– Você deve estar me confundindo. –– ela prendia o riso –– A maioria das festas que fomos juntas eu já estava com seu irmão.

–– Esqueci desse detalhe. –– seus olhos focaram em um ponto fixo –– Quem é aquele loiro? Natalia está se sentindo completamente apaixonada.

Fui obrigada a olhar para o mesmo lugar que esse ser olhava e abri um sorriso ao ver que era Twan e Neels –– o tal loiro por quem se apaixonou.

–– Ele é bem gato mesmo. –– apenas concordei ao observar que os dois vinham a nossa direção.

Não demorou muito para que eu sentisse meus pés sendo tirados do chão por conta de Twan, que fez questão de me apertar forte.

–– Quanto tempo, loirinha.

–– Você sumiu. –– soou como se fosse obvio.

–– Negócios. –– ele piscou e virou para a morena –– Quem é essa sua amiga? –– seu sorriso foi de normal para completamente sedutor.

–– Natalia, uma amiga brasileira. –– pisquei –– Mas pode esquecer, pois ela se interessou pelo Neels. –– dessa vez o sorriso sedutor surgiu nos lábios do loiro de olhos azuis.

–– Nossa, como você é discreta. –– recebi um empurrão, nem um pouco leve –– Prazer meninos.

Deus, lembre-me de não deixá-la beber, ou essa garota sai daqui acompanhada dos dois.

Após uns vinte minutos, Matt voltou acompanhado de Hayes, Frankie e agora Crawford e os irmãos Dolan –– uma pena que eles tenham a idade do Hayes. Aproximamos-nos mais do palco e compramos varias opções de bebida.

Não preciso nem dizer que todos começaram a ficar bem mais animados, não? Ainda mais porque quanto mais álcool, quanto mais musica e quanto mais pulamos, mais loucos ficamos.

[...]

O céu já estava ficando escuro, minha vista, talvez, um pouco turva, as gargalhadas saiam com mais freqüências...

E uma mão surgiu na minha cintura.

–– Estava com saudade de ouvir uma risada sua. –– senti um arrepio percorrer o meu corpo –– Estava com saudade de você. –– meu corpo foi totalmente virado –– Sinto saudade da sua boca.

–– Saudade é uma coisa que dá e passa. –– pelo menos eu ainda estava boa nas respostas –– Agora me solte.

–– Acho que só depois que eu ganhar um beijo, ou...

–– Já vai começar com as ameaças? –– um sorriso saiu de seus lábios.

–– Não, hoje eu vou fazer acontecer mesmo. –– seus lábios se chocaram contra os meus, suas mãos envolveram mais a minha cintura, puxando-me mais ainda para perto.

Eu tentava afastá-lo, mas todo esforço não funcionava.

E parecia que por um momento eu queria aquilo.

–– Tente não resistir dessa vez. –– sua boca ainda se encontrava colada a minha –– Eu sei que você quer tanto quanto eu.

Merda.

E nesse segundo que eu me perdi em meus pensamentos, minha boca foi totalmente invadida.

Os beijos de Frankie sempre foram cheios de desejo, com voracidade, com pegada.

O típico beijo de “você vai querer que eu te leve para cama e que a gente transe bem gostoso”

E isso era verdade.

Uma de suas mãos foi para minha nuca, enquanto a outra descia ate a minha bunda e apertava com força. Minhas unhas passavam arranhando suas costas e isso o deixava louco.

Senti nossos lábios serem levemente afastados e abri os olhos, deparando-me com um sorriso de vitoria daquele ser.

Merda.

O que eu fiz?

–– Eu sabia que você sentia saudade. –– Frankie mordeu o lábio –– Agora aproveite o resto do festival, querida Emily. –– ele deu as costas, mas por um segundo parou e voltou –– Lembre que estou um ponto a sua frente.

E eu fiquei ali.

Sozinha.

–– O QUE FOI ISSO? –– assustei-me –– Sabia que ia rolar um flashback. –– Natalia não conseguia parar de rir.

–– Eu vou acabar com a vida do seu irmão.

–– Com certeza vai. –– meu corpo começou a ser arrastado –– Vamos comprar uma água, senão acabarei transando com o Neels aqui mesmo.

–– Por que não transa?

–– Porque me chamo Natalia, não Emily.

Ai.                         

Fui obrigada a ficar em uma fila enorme, apenas por conta de uma água. Também fui obrigada a ouvir a morena falar o quanto o loiro de olhos azuis beijava bem e o quanto ela estava louca para que eles fossem para casa juntos.

Pedirei a Anne para trocar os lençóis amanha à tarde.

Faltava apenas uma pessoa em nossa frente, quando uma mulher surgiu, ela esbanjava um sorriso simpático, o que me fez sorrir também.

–– Pois não? –– a arrogante, Natalia, perguntou.

–– Eu senti algo que vem de você. –– a mulher puxou uma das minhas mãos –– Sei que você pode não acreditar nessas coisas...

Era só o que me faltava nesse dia.

–– Você lê o futuro? –– revirei os olhos ao ver que a morena ia começar a dar corda à moça –– Pode ler o dela, ela acredita. –– vou matá-la.

A palma de uma das minhas mãos começou a ser alisada.

Tentei controlar o riso, pois aquilo fazia um pouco de cócegas.

–– Eu vejo... –– a mulher deu uma pausa dramática –– drogas.

–– Sonho de todo adolescente. –– vou matar essa brasileira –– O que mais você vê na mão dessa linda garota loira? –– prendi o riso.

–– Morte. –– nossos olhos se arregalaram.

–– Acredito que eu não vá morrer agora. –– disse como se fosse obvia e puxei a minha mão da sua –– Acho que morte ainda esta bem longe do meu futuro.

–– E quem te disse que estou falando do seu futuro?