Ao som de The Outsider do Black Veil Brides eu caminhava lentamente pelo grande aeroporto internacional de Los Angeles o que deixava minha mãe extremamente irritada. Meu pai resolvia algumas coisas no celular enquanto minha mãe andava a minha frente e resmungava sobre minha lerdeza. Eu? Estava bem tranquila enquanto mantinha minha cabeça longe dos pensamentos sobre essa mudança de estado.
— Avril eu já mandei você andar mais rápido! — Helena agarrou meu braço com bastante força e me arrastou por alguns centímetros.
— Dá pra me soltar? — grunhi irritada soltando meu braço das mãos de minha mãe.
— Você está fazendo essas coisas para me irritar, não é garota? — ela perguntou acompanhando meus passo.
— E parece que eu estou conseguindo. — soltei um riso debochado acompanhado de um sorriso de canto e senti meu braço arder.
— Me respeite! — ela disse depois de me dar um tapa perto do meu ombro.
Revirei os olhos e sai do aeroporto entrando dentro do carro que meu pai havia chamado e logo em seguida Helena entrou também. Depois de informar o endereço ao motorista, o mesmo tocou para nossa nova casa.
Eu sinceramente não estava mais animada com exatamente nada. E não seria essa mudança que me faria ficar feliz. Olhando a paisagem pela janela do carro, eu sentia um vazio e ao mesmo tempo um grande medo – embora eu nunca fosse admitir isso. E se tudo der errado? E se eu não fizer amigos? E se todos me odiarem? De quem eu poderei receber refúgio? Um ombro para chorar? Essas perguntas me deixavam louca! Eu só queria que tudo fosse diferente, que nada fosse como é agora... ou como foi a um tempo atrás.
Todas essas perguntas, esses pensamentos, as lembranças... tudo! Tudo só me dava mais vontade de chorar. De chorar até não poder mais! Mas é claro que eu não faria uma coisa dessas aqui na frente de todos.
O caminho foi demorado, consegui até cochilar um pouco, mas depois fui acordada brutalmente por Helena o que me fez querer socá-la mas eu não o fiz. Claro, ela é minha mãe, eu não faria isso com ela nunca!
Chegando a casa eu fiquei admirada. Era uma casa grande revestida por madeira do lado de fora e rodeado por árvores, plantas e flores. A vizinhança parecia calma, na verdade, parecia mais que não havia ninguém morando ali de tão calmo que era.
Nada que uma das minhas festas não agite esse lugar. Pensei.
As casas eram um pouco afastadas uma das outras, mas nem tanto. Pelo menos eu não seria perturbada por vizinhos chatos. Eu acho...
Entrei na casa e subi direto para escolher meu quarto enquanto meu pai ainda resolvia algo no celular. Peguei o penúltimo. Sei que se escolhesse a suíte-master Helena iria me expulsar de lá a tapas e então adeus maior quarto da casa. Era um quarto grande – não como a suíte-master, mas era boa. Tinha apenas um colchão, até porque, tínhamos acabado de nos mudar. Mas eu sei que logo a mobília seria entregue e minha mãe com todo seu TOC iria deixar a casa como a casa de uma boneca.
Me sentei no colchão macio e cruzei minhas pernas. Agora como seria tudo? Um inferno, um mar de rosas? Provavelmente seria a primeira opção. Mas eu já estaria acostumada. Aliás, minha vida toda foi um inferno. Um pouco dramática demais? Talvez.
Deitei no colchão e encarei o teto extremamente bem pintado de branco e ali mesmo desabei no choro. Era um choro desesperador, doloroso, e, obviamente triste. E assim fiquei até adormecer e cair em um sono profundo e pesado.
Acordei com barulhos na minha janela e levantei irritada. Meu rosto provavelmente estava inchado e meus olhos deviam estar vermelho por conta do choro. Caminhei rapidamente até a janela e pude ver alguns garotos de longe no meu quintal. Eles riam de algo que eu não consegui entender, mas estava nervosa por saber que eles estavam me acordando a essa hora e ainda estarem em minha propriedade.
Desci as escadas com cuidado passando pela sala e pela cozinha até chegar a parte de fora da casa aonde encontrei os garotos parando de rir aos poucos.
— Ei! — chamei a atenção deles. — O que estão fazendo aqui, seus... — caminhei até uma certa parte do quintal e escorreguei "do nada" provocando mais risos nos garotos.
Senti algo doce e pegajoso ser derramado em meu corpo e logo depois penas também serem jogadas por cima. Aos poucos, apareceram mais garotos e uma garota rindo da minha cara e da minha situação enquanto eu não estava nada feliz.
— Seja bem-vinda a Whittier, loirinha! — berraram juntos enquanto ainda riam.
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