Zayn P.O.V
- Oi, pai, tudo bem? - pergunto e vejo que ele estava estranho, estava com pressa.
- Não é uma boa hora, filho - Trevis
- O que aconteceu? - pergunto.
- Lauren acordou - ele fala e estávamos indo até seu quarto.
- Michelle acordou? Sério? - pergunto e sorrio.
- Por acaso pareço estar brincando? - ele pergunta e entramos no quarto dela. - Fique aqui com ela, vou chamar algumas enfermeiras - assenti e ele sai.
- Oi - falo me sentando na poltrona.
- O que... a-con-te-te-ceu? - Michelle
- Ohh, você quer um pouco de água? - ela assente e eu saio correndo até o bebedouro, ainda bem que ele ficava do lado de seu quarto. Volto com o copo de água e ajudo ela a beber.
- Obrigada - Michelle
- De nada - falo e volto a me sentar.
- Quem é você? - Michelle
- Ah, você não me conhece, sou Zayn, filho do doutor que cuida de você - falo e ela olha em volta.
- Por que estou aqui? - Michelle
- Quem pode responder isso melhor é meu pai -
- Eu quero minha mãe, Clara, fale que eu quero ver ela - Michele fala e eu assenti saindo do quarto e vendo papai com duas enfermeiras.
- Entrem e vejam se ela está bem - papai fala e as duas entram, logo em seguida vejo Camila chegando, mereço, penso revirando os olhos.
- Trevis, como ela está? Tá bem? Falou alguma coisa? - Camila estava desesperada.
- Eu estava no quarto com ela - falo e só aí que ela olhou pra mim.
- E ela disse alguma coisa? - Camila
- Disse, ela chamou por alguém - falo.
- Por mim?! - Camila pergunta com os olhos brilhando, seria uma pena acabar com essa felicidade toda, ou não.
- Não! Ela chamou pela mãe, Clara - falo e Camila faz uma cara confusa.
- Dr.Malik, temos um problema - uma enfermeira fala saindo do quarto.
- Qual? - meu pai entra no quarto e nós dois fazemos o mesmo.
- Ela acha que tem 15 anos - diz uma das enfermeiras.
Camila P.O.V
- Como assim? - eu não estava entendendo mais nada.
- Calma, Lauren, eu sou seu médico, me chame de Trevis. Em que ano nós estamos? -
- 2011 - ela responde firme e foi aí que eu coloquei as mãos no rosto e comecei a chorar. Zayn também estava com a expressão triste e ele fez algo que me surpreendeu, ele me abraçou. Não pensei em mais nada, apenas abracei ele também, eu precisava disso.
- Certo, qual é a última coisa de que se lembra? - Trevis
- De ter chegado da casa da minha amiga, tomei banho e fui dormir, lembro de ter sonhado com um acidente, mas só. O que está acontecendo doutor? - Lauren
- Não tenho certeza, mas você está sofrendo de... de perda de memória, mas calma, vamos fazer uma bateria de exames e aí vou entender o que se passa - Trevis
- Eu perdi a memória? Mas, de quanto tempo? Quantos anos eu tenho? Em que ano estamos? - Lauren
- Não se preocupe com isso, vamos fazer os exames e depois vamos conversar na minha sala, irei responder qualquer pergunta, mas por agora não - Trevis fala e ela assente. A enfermeira ajuda ela a se levantar e Trevis me tira do quarto.
- O que tá acontecendo com ela?! -
- Ela perdeu a memória, muita coisa, mais do que a metade da sua vida, mas isso pode ser recente, ela pode se lembrar de tudo rápido, vamos torcer pra isso - Trevis
- Mas doutor, isso quer dizer que ela não lembra de mim? -
- Infelizmente, por agora não. Vamos fazer vários exames e acho melhor você ligar pra mãe dela - Trevis
- Claro, obrigada, Trevis - pego o celular e ligo pra Clara. Lauren sai do quarto e olha nos meus olhos, aquelas esmeraldas me olhando, sentia falta disso. Mas Lauren estava pálida, os lábios sem cor, a bichinha devia estar morrendo de fome, mais de um ano que não come comida de verdade. Clara atendeu e eu expliquei tudo rápido, ela disse que chegava em 10 minutos. Desliguei a ligação e Zayn colocou a mão no meu ombro.
- Sinto muito - Zayn fala e Dinah chega, no mesmo momento ele saiu e sumiu pelos corredores, graças a Deus, falso.
- O que aconteceu? - Dinah
.....................
Lauren P.O.V
Mandaram eu esperar sentada num banco e tinha um garoto que devia ter uns 13 anos ao meu lado.
- Hey, em que ano estamos? -
- 2030 - ele sai andando e eu abro a boca várias vezes. Como assim 2030? Algo está muito errado, eu estou com peitos, um corpo fodão, alguém me explica o que está acontecendo.
- Lauren, vem aqui - o doutor me leva até o quarto e na porta estava minha mãe, uma garota grande e o garoto que me deu água.
- Filha! - Mamãe me abraça e eu retribuo.
- Mãe, me diz o que está acontecendo, um garoto falou que estamos em 2030 -
- Vem, vamos conversar e você, vai embora - ele fala pro garoto e ele sai me olhando. Seguimos o doutor até sua sala e uma garota apareceu no caminho, era a garota que estava no quarto mais cedo. - Nos acompanhe - chegamos na sala e tinha apenas duas cadeiras, minha mãe se senta e a garota menor puxa a outra pra mim.
- Obrigada -
- Então, a perda de memória é algo comum quando alguém sofre um acidente muito grave, como foi seu caso. Mas, por que a perda de memória? Bem, alguns motivos, pra começar pela grande quantidade de álcool ingerida pouco antes do acidente. Alterações como essa são comuns em casos de abuso de álcool. O excesso de bebida faz com que a pessoa não se lembre de algumas coisas no dia seguinte, entende? É tipo isso. Mas temos que falar com o piloto sobre isso, só ele que pode dizer se ela tomou ou não álcool. Além do álcool, tem o trauma físico, provocado pelo impacto da batida. Acidentes dessas proporções causam o que a medicina chama de amnésia traumática. A desaceleração no momento da colisão faz com que o cérebro seja jogado violentamente para frente e para trás e se choque com a parte óssea da cabeça. Nessas circunstâncias, a vítima pode sofrer alterações na coordenação motora, na fala e até no nível de consciência. Ou seja, a violência e a velocidade do golpe podem ter contribuído para essa amnésia. Por último, há o efeito psicoemocional, no qual o cérebro, por meio de uma espécie de mecanismo de defesa, bloqueia as lembranças relacionadas ao trauma. O emocional pesa muito nesses casos. Relembrar o evento gera culpa e angústia e, por isso, o cérebro cria uma autoproteção. É possível que Lauren se recorde do acidente e de tudo, mas só o tempo dirá se isso vai acontecer - Trevis
- Então você tá dizendo que pode ser que ela não se lembre de nada? - a garota que puxou a cadeira pra mim pergunta.
- Infelizmente isso pode acontecer, mas a chance de ela se lembrar é muito grande - Trevis
- E como funciona? Eu vou lembrando aos poucos? -
- Depende, pode ser rápido o processo, mas também pode ser lento, durar anos. Cada caso é um caso. Agora, faça todas as perguntas que quiser - Trevis
- Quantos anos eu tenho? -
- 34 - a garota responde.
- E esse acidente, como aconteceu? Quando aconteceu? -
- Aconteceu há pouco mais que um ano. Você estava voltando de uma viagem de trabalho, o helicóptero fez um pouso forçado, de cinco pessoas, só sobraram duas, você e um dos pilotos - a garota respondia tudo que eu perguntava.
- Viagem de trabalho, helicóptero, eu trabalhava com o quê? -
- Você foi integrante de uma banda muito famosa, ficou nesse grupo por uns 6 anos, depois ele acabou e você deu um tempo na vida profissional. Só que depois de uns anos, começou a abrir estúdios de música, colégios de músicas e ensinava as pessoas de graça, é um instituto que sobrevive do seu bolso e das doações voluntárias. Então você ia inaugurar um dos colégios, que era em outro estado, por isso a viagem de helicóptero -
- É muita informação pra mim -
- Sim, por isso vá pra casa, descanse e tente lembrar sozinha - O doutor fala e eu assenti se levantando.
- Obrigada, doutor Trevis - falo o cumprimentando.
- De nada - saímos da sala e as duas garotas ficaram se encarando.
- DJ, vai pra casa, avisa os outros e tenta despistar os repórteres - a grandona assente e sai. - Ela vai pra sua casa, certo? - minha mãe diz que sim e a garota põem as mãos no rosto. - Eu posso levá-la? -
- Claro, só não demore, querida - não, eu nem conheço ela, ai meu Deus. Mamãe beija sua bochecha e depois a minha. - Fica bem, amor - ela sai e ficamos nos olhando.
- Acredito que queira trocar de roupas, vem - ela pega minha mão e me leva até o quarto, beleza, mas, quem diabos é essa garota?
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