História She Is The One - Wedding - Part 2

- Por que me trouxe aqui Lily? Aconteceu alguma coisa? – Jack questionou curioso quando nós paramos em baixo de uma árvore perto do lago dos Doherty.

- Aconteceu – cruzo meus braços tentando manter a calma – que merda foi aquela no início da cerimônia?

- O... Que? – ele estava se fingindo de desentendido ou o que?

-Você! – exclamei irritada – Quando David me elogiou e disse que meu parceiro no caso você devia me elogiar, por que não disse a ele que não é meu parceiro? Agora eles todos pensam que estamos juntos.

- Você queria que eu dissesse o que? A verdade? Que o pai dessa criança é Thor, um deus de outro mundo? – ele cruzou os braços também e arqueou uma sobrancelha em desafio.

- Não, era só dizer que somos apenas amigos e nada mais que isso! – me desesperei – Eles não precisam saber quem é o pai do meu bebê, não é da conta deles.

- Mas é melhor eles pensarem que eu sou o pai do seu bebê do que pensarem que você não está com o pai dele porque é uma qualquer que se mete com delinquentes irresponsáveis ou pior... Que não sabe quem é o pai da criança! – ele estourou de vez.

E eu me surpreendi com Jackson de uma forma que nunca pensei que aconteceria. Nunca em toda minha vida havia sido tão ofendida como naquele momento, ele indiretamente havia me chamado de vadia prostituta.

- Você... Não disse isso – trinquei meus dentes completamente enraivecida.

E só então ele pareceu notar o que ele havia dito e seu semblante se tornou o de mais pura surpresa e arrependimento. Tarde demais!

- Me desculpe Lily... Eu...

- Não.Jackson- falei pausadamente ao erguer uma mão em um pedido silêncio para que ele não continuasse sua frase – não posso acreditar que disse isso.

- Lily... – antes que ele tentasse pedir desculpas lhe dei um belo e estalado tapa em sua cara que até mesmo fez o virar o rosto com a força imposta.

- Escuta aqui seu filho da puta, nunca mais fale assim de mim tá me ouvindo, eu posso ser tudo, mas não uma vadia irresponsável que não sabe quem é o pai do próprio filho... Isso não... – aponto meu dedo para sua cara perdendo meu controle – E pense bem antes de falar do meu filho – e saio andando o deixando sozinho.

Eu estava morrendo de raiva dele, como podia se atrever a me chamar de vadia? Certo que não disse com todas as palavras, mas para bom entendedor meia palavra basta. Sei que ás vezes podia ser meio louca e até indecisa, não nego que já havia ficado com algumas pessoas, mas nunca haviam passado de beijos. As únicas pessoas que tinha me envolvido sexualmente era Piotr e Loki e até onde eu saiba duas pessoas não está no ranking das putarias.

Tentando conter meus pensamentos irritados aumento meus passos, voltando o mais depressa possível para a festa, procurando avidamente a mesa de meus amigos para me unir a eles.

Acabo os encontrando em uma das mesas perto da pista de dança montada no gramado da família Doherty. Respiro fundo e me aproximo deles, pondo um sorriso falso em meu rosto.

- Oi gente – um largo sorriso falso.

- Ei bola de basquete – Harry brinca lançando-me uma piscadela.

- Não pense que só porque é o quarto na linha de sucessão ao trono e namorado da minha melhor amiga que você vai escapar das minhas mãos Henry – semicerro meus olhos o fitando.

- Heid, você deixaria Lily me bater? – ele recorre a sua namorada.

- Claro que sim – ela olha dele para mim com um sorriso maroto nos lábios – mulheres sempre ficam unidas amor!

- Acho que temos algumas feministas aqui Charlie – Harry comenta com meu amigo que ria da cena, sentado ao seu lado esquerdo.

- Pois é cara, mulheres juntas é tipo... Muito foda! – o loiro concorda passando seu braço pelos ombros da namorada.

- Hey Charlie, tudo de boa na lagoa amigo? – sorrio para ele me sentando ao lado de Heid de frente para ele.

- Pode crer – ele sorri de volta – e você com esse bolo no forno? Menino ou menina?

- Eu não sei ainda, mas acho que é um menino – repouso uma mão em minha ao tão grande barriga.

- Quantos meses? – ele continua.

- Cinco – respondo orgulhosamente, ao pensar que em pouco menos de quatro meses teria meu bebê em meus braços.

- Isso é injusto! – Becka entra na conversa reclamando – Qualquer grávida de cinco meses estaria enorme enquanto você... Nem barriga tem direito, que dirá parece estar grávida! O que você faz pra conseguir essa proeza Lily?

- Nada, literalmente falando – assumo – passo meus dias jogada no sofá de casa, assistindo maratonas de Supernatural o dia todo, comendo sorvete e muito chocolate... Amargo obviamente, porque se fosse ao leite eu já estaria com diabetes.

- Vida mansa – Harry conclui dando de ombros.

- Pelo menos o coração dela vai ter uma ótima saúde – Heid olha sorrindo para mim – chocolate amargo faz bem.

- Jesus amado, eu olho para uma barrinha de cereal integral e engordo – Becka balança sua cabeça negativamente me fazendo rir de sua expressão.

- É meu estereotipo – encolho meus ombros – não tenho culpa!

- Claro que é... Ter 1,72 de altura e um bebê a caminho e ainda não engordar – ela continuou – eu quero sua vida

- Ah não quer não – cruzo meus braços pensando em todo perrengue que já havia passado na vida – de verdade, você não quer!

- Eu gostaria de tentar – Heid entra na onda.

- Sério que queria a minha vida com Harry ao seu lado? Lembre-se Heid, ele é o homem mais cobiçado do mundo – arqueio uma sobrancelha – você está namorando o homem mais procurado pelas mulheres no mundo.

- Vendo por esse lado – ela analisa a situação e logo agarra o braço do ruivo – melhor eu ficar assim mesmo e cuidar do que é meu!

- Isso aí! – concordo enquanto uma música de The Wanted começa a tocar.

- Ai meu bom Deus! Eu amo essa música – Becka exclama extasiada com a batida iniciada – vem Charlie – se põe em pé puxando o namorado pela mão – vamos dançar!

- Vamos também Heid – Harry olha para sua namorada animado.

- Mas e a Lily... Ela vai ficar sozinha...

- Não se preocupe comigo – a corto antes que termine sua frase – eu vou ficar muito bem aqui ainda mais considerando que não sou uma pessoa de multidões.

- Nem dos familiares dos seus amigos? – ela argumenta se pondo em pé.

- Eu amo meus amigos, mas não vai ser o casamento deles que vai me fazer mudar de ideia sobre festas e multidões.

Ela rola os olhos e segue para a pista de dança acompanhada de Harry, se juntando aos outros que já estavam agitados com o ritmo da música. Sorrio assistindo eles dançarem todos muito felizes – alguns desengonçadamente – e balanço minha cabeça negativamente não acreditando que chamava aqueles palhaços de melhores amigos.

- Olá? – uma voz atrás de mim me faz pular em meu lugar, tirando minha atenção dos dançarinos mais do que profissionais a minha frente.

- Ah... Oi? – viro minha cabeça tentando ver quem era o dono daquela voz e me surpreendo.

- Posso me sentar? – ele se põe em pé ao meu lado, me deixando ver seu rosto perfeitamente.

Pense em um homem bonito, mas tipo lindo mesmo e multiplique por 10, esse era o cara parado ao meu lado, sustentando um sorriso de lado no rosto. Era de tirar o fôlego, mas sendo eu Violet Stark tendo sofrido tantas vezes – STEVE, É DE VOCÊ MESMO QUE ESTOU FALANDO! – bloqueei qualquer tipo de pensamento impuro sobre o elemento que pudesse me fazer ter vontade de beija-lo futuramente.

- Acredito que sim – sorrio sem graça dando de ombros.

- Obrigado – sorriu galanteador se sentando onde Harry estava antes e ao se ajeitar na cadeira se apresentou – prazer, John, irmão mais velho de Benjamin – estendeu sua mão.

- Prazer, Violet Stark – pego sua mão – ouvi falar de você.

- Sério? – pareceu surpreso.

- É, suas irmãs meio que estavam falando de você e dos seus irmãos enquanto estávamos ajudando Elenore a se arrumar.

-Oh... Isso não é nada bom – ele riu nasalado balançando sua cabeça negativamente enquanto mostrava seus dentes perfeitamente alinhados e brancos para mim.

- Considerando que elas estavam contando sobre como elas maltratavam vocês... É, nada bom – concordo rindo junto.

- Não leve em consideração tudo o que elas falaram a meu respeito, muitas das informações delas são grandes mentiras – cruzou os braços em cima da mesa.

- Tudo bem – ergo minhas mãos em rendição – está tudo deletado.

- Obrigado – juntou as mãos em forma de oração – Ãhm... Eu sei que isso pode soar estranho, mas eu tenho de te dizer que tenho te observado desde a cerimônia... – abaixou seu olhar um pouco vermelho de vergonha.

- Não sei se isso pode ser um bom sinal – mordo meu lábio inferior pousando minhas mãos em minha barriga.

- É que sabe... – ele fez uma pausa um pouco hesitante – Eu adorei o seu vestido! – ergueu seu rosto ainda completamente vermelho.

- O... Que? – inclinei minha cabeça para a esquerda confusa com suas palavras.

Eu não sabia se aquilo poderia ser considerado uma cantada ou não, mas se fosse, era umas das mais ruins já proferidas na face da Terra, muito bosta!

- Não me leve a mal, é que eu sou estilista – ele se explicou rapidamente ao ver meu olhar de pura confusão – e não, eu não estou te cantando. Fique tranquila, eu sou gay...

Oh meu Deus, que grande fora o meu! Certo, só aja naturalmente e finja que essa cena nunca aconteceu e nem que está informação lhe chocou.

- Certo, isso é legal – fui sincera. Realmente era legal conhecer um cara gay, facilitava a convivência com homens um pouco – de verdade!

- Eu te contei isso, mas tem de prometer que isso vai ficar entre nós – me fitou sério – minha família ainda não sabe.

- Ok, fica de boas, eu não vou contar nada – nem estava na minha jurisdição contar qualquer coisa sobre ele a qualquer um – e sobre o vestido... –sussurro – Dior...

- Ah, eu sabia! – exclamou satisfeito consigo mesmo.

- Por favor não conte a ninguém, ou vão dizer que sou exagerada – brinquei ao fazer meu pedido.

- Ok, esses vão ser nossos segredinhos então – ele me lança uma piscadela amigável.

Sorrio energeticamente e ele retribui, logo em seguida o silêncio se instalou entre nós entre nós e durou alguns bons minutos, só sendo quebrado quando o idiota do Jackson passou em frente a mesa, seguindo direto para a casa.

- Meu Deus, que belo espécime! – John comenta quase quebrando o pescoço para olhar o mais alto.

- É um babaca – apoio meu cotovelo na mesa para apoiar meu rosto em minha mão.

- Sério? Pensei que fossem um casal – ele faz o mesmo que eu me observando atentamente.

-Não... Até chegamos a ser um dia, hoje não mais – dou de ombros agradecendo internamente minha decisão de terminar com ele – ele era meu melhor amigo.

- Tá zuando comigo! – arregalou seus belos olhos castanhos.

- É sério – enfatizo.

- Ele é o pai do seu bebê? – ele perguntou todo curioso, mas ao perceber eu me mexer de forma desconfortável ao mencionar o assunto logo tratou de se corrigir – Ai meu Deus, desculpe, isso é algo intimo demais para se perguntar a alguém que se conheceu a quinze minutos! Eu sou um bocudo mesmo...

-Não, está tudo bem – conserto minha postura – ele não é o pai... Você... Por um acaso... Conhece o Thor?

- Aquele loiro gostoso que salvou Londres? Quem não conhece é a pergunta.

- Ele é o pai – encolho meus ombros.

- Menina sua louca! Você pegou o Thor? – arregalou seus olhos abrindo a boca em um “O” perfeito – Virei seu fã!

-É, nós somos amigos e aparentemente essa amizade foi tão forte que chegou a esse ponto, sabe como é, tivemos curiosidade e acabou gerando nosso filho – odeio mentir, nunca fui boa com isso, mas dizer que o homem que tentou destruir o nosso mundo era o pai da criança que eu carregava não era nem uma opção.

- Queria eu ter uma amizade assim – me lançou um olhar malicioso.

Eu ia retrucas, mas assim que abri aboca para respondê-lo, a voz de Catherine soou alta e imponente no microfone.

- Gente eu sei que ainda é meio cedo, mas gostaria que isso acontecesse antes de todos enchermos a cara e nos esquecermos de quem somos – ela fez uma breve pausa enquanto riamos de seu comentário – é hora da valsa dos noivos!

Todos aplaudimos quando ela anunciou e desceu do palco enquanto os noivos se encaminhavam para a pista de dança ficando exatamente no centro, entre as mesas, dando vista para qualquer um na festa. Eles se aproximaram um do outro e uma música lenta começou a tocar enquanto eles dançavam no mesmo lugar.

Mas então eu não sei o que aconteceu e a música começou a travar como se o disco estivesse riscado, Ben olhou para o DJ pedindo uma explicação silenciosa para o homem, caminhou até a mesa de som e de baixo dela tirou uma arma d’água enquanto outra música se iniciava, ele bombeou a água, molhando algumas pessoas, depois largou a arma em cima de uma mesa e Pump It do Black Eyed Peas começou a tocar.

Ele e Ben seguiram novamente para o cento e voltaram a dançar, dessa vez muito agitados!

- Uou! – exclamo animada e sorrindo – Que inovador!

- Vai lá Bem, mostra pra eles o que eu te ensinei! – John gritou ao meu lado incentivando o irmão a continuar.

Aí a música mudou novamente e Everybody Dance Now preencheu o ar e os cunhados de Ben se juntaram aos dois na pista e quando You’re The One That I Want se iniciou as irmãs e irmão de Ben junto de suas parceiras se levantaram.

- Com licença senhorita, essa é a minha deixa! – John me lançou uma piscadela marota logo seguindo para a pista como suas irmãs.

Estava tudo muito fofo e bonito era divertido e alegre, bem a cara e Benjamin e Elenore, louco como ele e romântico como ela.

Uma outra vez a música mudou, dando lugar a Eye Of Tiger, então eu não pude aguentar e acabei rindo de toda a performance, me lembrando da série que eu mais amava na vida vulgo Supernatural, quando Dean está ouvindo a mesma música em seu maravilhoso Impala 67.

- Uhul! – gritei animada da loucura deles.

Mas não houve tempo para eu me envolver com a música, pois Thriller a substituiu em poucos segundos e eu juro que me perguntei quando eles tiveram tempo de treinar a dança para estarem ali, naquele momento fazendo tudo certinho.

- Vai Elenore! – gritei incentivando minha amiga que parecia um pouco tímida ainda.

E uma vez mais a música mudou, tocando agora Crazy In Love de Beyonce e sinceramente... Ben rebolava melhor que eu – se bem que qualquer pessoa rebolava melhor que eu nessa vida! – e Elenore, essa estava escondendo o jogo por trás daquela carinha de boa moça.

Os outros saíram da pista deixando somente os noivos e só retornaram duas músicas mais tarde, com um belo passinho a moda antiga que me fez chorar de rir deles (meu pai iria adorar aquela dança).

No fim, eles voltaram a dançar a música do início, do mesmo jeito que iniciaram a dança, lentamente, como se nada nunca tivesse acontecido ali. Foi muito fofo de presenciar. Deu até uma pontinha de inveja de todo aquele romance.

- Obrigado, obrigado a todos! – Benjamin fez uma mensura em agradecimento pela atenção quando a dana acabou – agora, enquanto... Descansamos... Vocês podem subir no palco e dizer o quanto nos amam!

Todos rimos de seu comentário e aplaudimos eles uma vez mais enquanto se encaminhavam para sua mesa e o pai de Ben se dirigia ao palco com uma taça de champanhe para fazer seu discurso.

- Boa noite pessoal! – ele cumprimentou esbanjando todo seu sotaque irlandês – Esta noite eu não pretendo dizer mais do que o necessário, porque é isso o que eu sempre faço e no fim eu acabo deixando todos entediados e com sono... Ou arrumando uma bela encrenca para mim – ele fez uma careta, causando riso em geral – Depois quem sabe eu acabe contando a vocês sobre os grande defeitos do Ben como homem e como jogador de Hurling, mas... O mais importante a dizer nesse momento é o... Principal – deu de ombros olhando para seu filho com brilho nos olhos, enquanto sua mão livre permanecia quieta no bolso de sua calça – eu apenas amei quatro homens em minha vida, o meu pai era um egoísta insuportável, como muitos irlandeses, mas era meu pai e eu o amei porque ele me deu tudo o que eu precisava e não digo coisas fúteis como dinheiro e boa vida, não, ele me ensinou que a vida é muito mais que isso, mas isso não vem ao caso agora – rola os olhos tirando algumas boas gargalhadas dos convidados – depois veio meu menino, Johnny com seu jeito adorável de ver o mundo e conquistar as pessoas, meu pequeno William que com seus grandes olhos azuis encanta a todos e este rapaz que se casou hoje... Benjamin – olhou para cada um dos seus filhos e parou seu olhar emocionado em Ben, sorrindo para ele – Eu só darei um conselho a quem está prestes a começar uma vida a dois, somos... Somos todos bem parecidos, no final todos ficamos velhos e contamos as mesmas histórias várias vezes, mas tente se casar com alguém... Bom... E este – aponta para Ben suavemente com sua taça – é um homem bom... Com bom coração. Eu não tenho orgulho de muitas coisas na minha vida, mas tenho muito orgulho de ser pai dos meus filhos e hoje, especialmente de Benjamin... Eu te amo filho! – naquele momento eu entendi de quem Benjamin havia puxado toda a sua personalidade, a mesma alegria de viver, toda a informalidade e delicadeza diante a vida, era idêntico ao seu pai – Então um brinde ao homem com pior corte de cabelo, mas a melhor noiva!

- Ben e Elenore! – dissemos todos em coro erguendo nossas taças.

Quando Sr. Doherty desceu do palco, meus amigos retornaram a nossa mesa, povoando-a novamente.

- Desculpa a demora, nos divertimos demais vendo Ben e Ele dando aquele show que nos esquecemos do mundo – Heid é a primeira a tentar me dar uma explicação ao se sentar ao meu lado.

- Obrigada por acabar de dizer que eu sou um pé no saco – finjo me importar ao cruzar meus braços com um bico na cara.

- Eu não disse isso! – respondeu incrédula observando minha feição.

- Claro que não – continuei de forma sarcástica.

- Violet! – me repreendeu e eu ri da sua cara.

- Bobagem! – abano uma mão no ar.

- Quanta maturidade – Harry olha para nós duas com uma sobrancelha arqueada.

- Disse o homem que encontrei pelado no meu sofá – rolo meus olhos rebatendo seu comentário de forma brincalhona.

- Há há – ele me olha com a maior cara de tédio do mundo – muito engraçado.

Mostro minha língua para ele e rio voltando minha atenção a ao palco, que agora era preenchido com a mãe de Ben.

- Olá a todos – sorriu docemente – primeiramente gostaria de agradecer a presença de todos aqui, vocês não sabem quanto isso me emociona – olhou para o chão um pouco tímida – bem... Ao contrário de meu marido, eu não sou tão boa com as palavras, mas por ser meu filho eu encaro isso de frente – ergueu sua cabeça – eu... Eu me lembro nitidamente, como se fosse hoje o dia em que Benjamin nasceu, era um dia atípico de outono, fazia muito calor, o sol estava alto e o céu claro e azulado como em um belo dia de verão e naquela manhã ele se tornou uma das minhas oito alegrias... E eu não sei se isso foi uma coincidência ou não, mas no dia em que ele me contou que estava namorando Elenore, o céu estava azul como no dia em que ele nasceu e quando ele pediu ela em casamento o dia também estava ensolarado e alegre como ele. E eu me lembro de como eles se olharam, me lembro da ligação instantânea, da sintonia entre eles dois... Se tiver sorte isso acontecerá uma vez na vida de cada um de nós, mas se não tiver, você tem de ir em casamentos e ouvir pessoas falando sobre isso, imaginando que todos somos românticos inveterados. É muito fácil ser cínico sobre o amor, mas isso aqui hoje... – ela balança sua cabeça negativamente – Isso é difícil... – e lágrimas começaram a escorrer de seu rosto – Um brinde a Benjamin e a Elenore por fazerem o difícil parecer fácil.

- Saúde! – brindamos.

Olhando pela visão dela, eu era a azarada então, porque ainda não havia tido a sorte de encontrar alguém assim na minha vida e mesmo que tivesse inda não teria a sorte de ficar com ela pela bendita ligação com Loki. Ou seja, teria de esperar ele reencarnar outra vez para poder amar novamente.

Deixando meus pensamentos melancólicos de lado.

Chegou a vez do pai de Elenore subir ao palco, e eu verdadeiramente estava me preparando para mais uma lição de vida. Sério, um nó havia se formado em minha garganta quando a mãe de Ben terminou seu discurso, parecia até que ela estava dizendo tudo aquilo para mim.

- Boa noite – o Sr. MacKintosh saudou – bem... Acho que não tenho muito a falar, Andrew e Lauren já disseram quase tudo, então... – ele fez uma pausa, pensando no que falar – Eu não pensei muito sobre meu discurso, eu só, vou improvisar um pouco, tudo bem? – franziu os lábios – Elenore... Elenore veio como um presente em minha vida, durante muito tempo ela teve só a mim para cuidar dela, amá-la e protegê-la e talvez isso tenha criado um laço forte entre nós dois, um mais forte do que a grande maioria entre pai e filha – deu de ombros – e vê-la sair de casa para construir sua própria família, vai ser a coisa mais difícil que vou fazer... Mas sei que é necessário... Sei que não posso ser egoísta a esse ponto. E eu, vou ter de seguir como todos os pais seguem quando nos acostumamos com a vida após o casamento dos filhos... Ela vai continuar sendo maravilhosa, porque depois de um tempo, as coisas voltam ao seu ritmo normal, estação após estação, seguindo praticamente como sempre foram e a gente se acostuma com o fato de ter mais um membro na família, e em perder um dos nossos para outra família, depois, futuramente nos acostumamos a eles sendo pais como nós e aprendendo a viver como nós... – fez uma nova pausa – Todos estamos viajando no tempo juntos, todos os dias de nossas vidas e tudo o que podemos fazer é nosso melhor, é aproveitar esse passeio maravilhoso que temos a oportunidade de fazer parte... Um brinde aos noivos!

- Um brinde! – brindamos uma vez mais.

- Tem uma cachoeira no meu olho – Becka comenta ao tentar secar as lágrimas que escorriam por seu rosto desvairadamente.

- Isso foi lindo cara – Charlie comenta ainda aplaudindo.

- Irlandeses e escoceses sabem como tocar nossos corações – Heid balança sua cabeça em negativa suavemente.

- Com toda certeza – concordo com ela engolindo o bolo em minha garganta e me segurando para não desmoronar em choro ali mesmo.

Depois já sabem, todos os padrinhos fizeram seus discursos contando alguma história engraçada sobre os noivos, Harry quase não falou nada porque quase não conhecia eles e Charlie deu um de seus adoráveis conselhos sobre a vida. Eu também fiz meu discurso, mas nada muito sério, arranquei algumas risadas dos convidados como uma boa Stark e logo depois dei lugar ao noivo que elogiou sua esposa e reforçou a informação de como ele era sortudo por tê-la ao seu lado pelo resto de sua vida e ela por ter ele, é claro.

No fim, até que foi uma bela festa, teve muita diversão e momentos lindos e cheios de sentimentos e eu não podia estar mais feliz por meus amigos. Eles mais do que mereciam toda aquela felicidade que estavam tendo.

E eu me perguntava quando chegaria a minha vez de ser tão feliz e completa assim... Se é que algum dia seria!