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História She Will Listen To You - You Do Not Believe?


Escrita por: CamilaHalfBlood

Notas do Autor


Oii, ta aki o primeiro cap, amanha sai o segundo no mesmo horário.
Não vou falar muito agora que eu tenho que sair então é sói isso mesmo kkk
Quando eu voltar eu respondo os comentários okay?

Capítulo 2 - You Do Not Believe?


You Do Not Believe?

(Você não acredita?)

Estava em uma sala com um sofá desgastado, uma TV antiga e o carpete fofinho aos meus pés, as paredes de cor creme, era a minha antiga casa, percebi com espanto, olhei em volta tentando memorizar tudo que me rodiava quando vi meus pais conversando um pouco a minha frente, senti todo o ar dos meus pulmões se esvaírem.

- Mãe! – Gritei – Pai!

Eles viraram para mim sorrindo depois começaram a se afastar devagar, senti minha visão nublar pelas lágrimas, comecei a correr na direção deles, mas eles ficavam cada vez mais e mais longe de mim.

- Por favor! Não vão embora! – meu pé prendeu em alguma coisa, quando olhei novamente eles já tinham sumido.

Estou sonhando.” – conclui - "só podia estar sonhando"

No lugar dos meus pais agora havia apenas o nosso antigo carro, sua lataria totalmente deformada, com fumaça saindo do motor.

Abri os olhos, com a respiração presa, ainda era de noite, ouvia o som do vento forte do lado de fora e o som dos outros órfãos em seus sonos.

Me levantei em silêncio para não acordar nenhum dos outros, não me atrevi a colocar os sapatos, afinal se eu fosse pega teria que fazer mais tarefas que já fazia, caminhei até a porta, mas a mesma estava trancada.

Suspirei baixinho.

Não entendia o porquê de trancarem todos os alojamentos à noite, aquela casa era uma fortaleza, ninguém conseguia sair dali sem que tivesse as chaves.

Voltei para a minha cama, me sentando nela, passei a mão pelo rosto tentando dissipar as imagens que insistiam em querer vir a tona, respirando fundo para me acalmar.

Meus pais tinham morrido a quase 4 anos atrás em um acidente de carro enquanto voltavam de uma festa  no trabalho do meu pai, nem me lembro do motivo pelo qual deram a festa, mas me lembro do quanto implorei por não ter que ir nela, então depois de muito pedir eles deixaram eu ficar em casa sozinha, quando acordei de manhã me lembro de procurar eles pela casa, achando estranho que minha mãe já não tivesse acordado para fazer nosso café da manhã,não a encontrei fazendo deliciosas panquecas nem encontrei meu pai com seu costumeiro copo de café preto que tomava todos os dias.

Mais tarde descobri que eles nunca mais voltariam.

"Não volte a chorar" - pensei, segurando as lágrimas -"isso foi há muito tempo, aprenda a ser forte."

Respirei fundo uma última vez, voltando a deitar na cama, me remexi desconfortável pelo colchão ser tão fino que conseguia sentir as madeiras da cama em minhas costas, tentei voltar a dormir, mas meus olhos simplesmente não fechavam, fazia muito tempo desde a última vez que sonhei com meus pais, no começo eu sonhava com eles toda noite, mas agora era raro, tinha medo de que eles sumirem das minhas lembranças.

Comecei a cantarolar uma música qualquer, tão baixo quanto um sussurro para não acordar ninguém, tentando me distrair dos meus próprios pensamentos.

{...}

-Ei, acorda! - disse alguém balançando meu braço.

Abri os olhos, não estava dormindo de fato, mas queria desfrutar enquanto podia da "tranqüilidade" da cama, pelo menos comparado ao restante do orfanato.

A menina que tinha me "acordado" tinha cabelos pretos que iam até os ombros, olhos azuis elétricos e usava uma jaqueta preta desgastada e uma blusa com uma estampa praticamente desbotada, mas mesmo tendo a visto poucas vezes no orfanato a reconheci, ela se chamava Thalia Grace, era muito comentada pelos outros órfãos e pelos funcionários do local, todos diziam que ela era a encrenqueira do lugar, que já tinha sido adotada três vezes e que nas três foi devolvida em menos de uma semana, e outros boatos iam bem mais além do que isso, diziam que ela matou a pessoa que a adotou pela primeira vez.

Eu podia estar ali apenas a uma semana, mas via quando ela passava pelos corredores e os outros viravam a cabeça para fofocar, eu compadecia com ela por conta disso, lembrava muito bem de como tinha sido o meu primeiro dia ali e havia sido exatamente igual.

- Se não levantar agora, pode acabar em encrenca. - falou, dando um toque com a cabeça em direção a porta, lá estava Cristiny, a mulher mais odiosa que já tinha conhecido.

Nunca gostei dessa palavra "odiar" é algo muito forte, mas de Cristiny eu podia dizer que a odiava, ela tinha se mostrado uma verdadeira víbora com todos os órfãos do lugar, em menos de uma semana tinha me feito trabalhar feito uma escrava, coisa que eu achava que devia ser proibido pela lei, mas quem acreditaria em um grupo de órfãos, era apenas mais fácil não ver o que estava acontecendo de fato.

Cristiny de aparecia parecia até uma pessoa normal, ela tinha olhos azuis e cabelos loiros perfeitos, e sempre andava com roupas de grife, mesmo tendo 45 anos de idade poderia se passar muito bem por 30 anos, eu tinha uma teoria que ela tinha na verdade algum caso com o dono do prédio para ter conseguido esse trabalho, por que era inacreditável que ela, do jeito que trata os outros, tivesse conseguido esse trabalho por qualificação.

- Obrigada - agradeci me levantando, Thalia apenas assentiu com a cabeça e entrou na fila para sair do quarto.

Isso era outra coisa que faziam nesse lugar, eles contavam a quantidade de órfãos que havia a cada manhã, assim que abriam a porta, no começo eu pensava que podia ser por segurança, mas depois percebi que não era isso, eu até tinha perguntado para um dos órfãos, o qual eu não lembrava o nome, mas me lembro exatamente do medo contido no seu olhar, mas fui frustrada quando ele simplesmente desconversou e foi embora.

Percebi que ainda estava sentada na cama, e Cristiny já mandava olhares meio irritados para algumas garotas que como eu ainda não tinham se levantando, então rapidamente coloquei meu sapato, minha mochila que tinha preparado na noite anterior e entrei na fila.

Assim que sai do quarto, perdi mais alguns minutos esperando minha vez para entrar no banheiro e finalmente segui o fluido de crianças que ia em direção a cozinha, passei por mais alguns quartos todos fechados e vazios.

Havia muitos outros quartos além do meu aqui, felizmente eram separados por idade e sexo, já tinha alguns órfãos mais velhos, que eu tinha medo até de estar no mesmo cômodo, mas nesse orfanato, até não era tão cheio, nunca cheguei a contar, nem tive a curiosidade para saber quantos órfãos tem aqui, mas provavelmente devia ter uns trinta.

Peguei um prato de comida que consentia em arroz seco, um pouco de feijão e um pedaço minúsculo de carne,sentei o mais isolada possível de qualquer outra criança, mas o lugar lotou rapidamente, já que a sala não era grande o suficiente, junto comigo se sentaram algumas crianças que variavam de nove a doze anos.

Como todos os orfanatos, assim que o órfão chegasse aos 18 anos era imediatamente solto para se virar na vida, sem ensino, sem casa, sem absolutamente nada, para mim faltavam apenas dois anos e eu estaria livre desse lugar, isso me assustava, o que eu faria? Eu sabia que tinha o fundo de dinheiro que meus pais tinham deixado, o único dinheiro que eu tinha, não era muito, mas era tudo que eu tinha conseguido que meu tio não gastasse com bebidas.

Senti a comida em minha boca armagar ao pensar em meu tio, na verdade do meu tio-avô, John Harrison Cooper, depois do acidente do meus pais, John era o último parente vivo, então minha guarda foi passada para ele, John era uma pessoa horrível, bebia e fumava vinte quatro horas por dia, mesmo que nunca tivéssemos conversado muito, tínhamos quase que um trato, ele não interferia na minha vida e eu cuidava da dela.

Na casa dele eu fazia tudo, desde comida até lavar a roupa, e também nunca iria poder contar para a assistente social a verdade, e em troca ele só tinha que me dar abrigo e deixar eu ir para a escola.

Não era muito justo, mas se eu não ficasse com ele, iria para um orfanato coisa que estava determinada a não acontecer, mas todos os meus esforços acabaram indo água abaixo já que a duas semanas atrás, ele morreu de tanto álcool que ingeriu.

E agora eu estava no lugar que tanto lutei para não ir.

Esse orfanato era totalmente diferente do que eu pensava dos orfanatos, a primeira coisa que eu pensei quando olhei para ele do carro da Sra. Green foi "Uau" tudo era muito lindo, era uma grande construção que se estendia até o céu, com quatro tores, todos os batentes e paredes com detalhes que deixavam tudo lindo e refinado com um grande jardim na frente, até os móveis tinham esse ar antigo, mas por ser tudo tão antigo, havia muitas coisas precárias, pontos em que as paredes pareciam que poderiam desabar ou móveis tão destruídos pelo tempo que eram inutilizáveis.

“Esse lugar podia até ser bom se não fosse por Cristiny" - pensei, mas eu não era muito crente nisso, em todos os filmes e livros sobre orfanatos sempre mostravam lugares horrendos.

Pousei os talheres no prato empurrando a última garfada de comida goela a baixo, pensando que não tinha comida pior que desse lugar, me levantei cadeira, colocando minha mochila no ombro, me dirigindo até a saída, mas parei no meio do caminho quando a porta foi empurrada com toda a força, passando de lá Cristiny, seu cabelo diferente do que de manhã estava com alguns fios levantados, como se ela tivesse puxado os cabelos sem se lembrar de arrumá-los depois e com algumas penas presas em seus cachos, sua expressão contorcida em uma carranca de raiva, enquanto segurava seus saltos agulhas nas mãos.

- Quem entrou nas torres? - gritou, sua voz fina e desagradável sobressaltando as outras vozes, todos ficaram quietos com seu grito, eu comprimi os lábios segurando o riso, era a primeira vez que eu via Cristiny dessa forma, tão descontrolada, ela parecia estar a beira do pânico.

- Quem. Entrou. Nas. Torres? - gritou novamente.

Um menino moreno que estava sentado uma mesa mais para o canto do "refeitório" levantou a mão como se estivesse em uma aula e estivesse com alguma dúvida, mas Cristiny pareceu não se agradar muito com isso.

- Heer.... Não pode parar de gritar desse modo?

- O que? - perguntou, sua voz levantando algumas oitavas.

- Sua voz- falou com cara de dor- Deus meus ouvidos devem explodir se continuar a gritar desse modo.

Começei a rir, a cara de fúria de Cristiny era impagável, era a melhor coisa que eu já tinha visto nessa semana, mas infelizmente eu era a única que estava rindo ali, eu sabia que não era maduro e que acabaria me dando mal, mas não pude evitar, assim que vi Cristiny se virar em minha direção, mordi o lábio, parando de rir.

Pelo canto do olho, vi alguns órfãos começarem a cochichar entre si, já até conseguia escutar o que falavam, a novata, com apenas uma semana no orfanato já tinha enfrentado Cristiny.

- Você e você - Disse Cristiny apontando para mim e para o garoto - Vão ser punidos pelo que fizeram nas Torres, a menos que digam logo o verdadeiro culpado.

Ela sorriu maliciosamente, aquele sorriso que fazia meu sangue ferver de raiva.

Droga.

Agora não tinha dúvidas que eu estava encrencada, eu nunca tinha sido umas daquelas alunas que fazia bagunça ou que cabulava aula, e agora lá estava eu, tendo uma punição por nada, nunca nem tinha entrado nas torres.

Fechei as mãos em punhos, quando a raiva beirou o meu consciente, queria fazer Cristiny engolir todas as penas do seu cabelo, mas obriguei-me a ficar calma, mesmo sendo tão tentador tirei esse pensamento da minha mente.

Vi Thalia que também estava sentada na mesa do garoto, se levantar, seus olhos faiscavam.

- Ninguém sabe quem foi! Não tem motivo para você punir ninguém!

- Foi você não foi? - falou Cristiny praticamente cuspindo as palavras - Órfã imunda. Você tem sorte que seu papaizinho te proteger.

Papaizinho? Ela tinha um pai, então por que Thalia estava ali?

- Cala a boca - respondeu, vi sua mão fechar em punhos.

- Haah ficou irritadinha? - Disse Cristiny maldosamente - A punição para seus amigos vai ser pior, não posso punir você, mas tenho pena do que vou fazer com esses os dois protegidos por você.

- Charlotte. - Cristiny ficou lívida quando Thalia disse esse nome, como se alguém tivesse dado um soco nela, sua expressão já não era mais de raiva, na verdade ela não tinha expressão nenhuma - Foi ela sabia? Charlotte voltou, ela estava na torre ontem a noite, eu não fui a única que escutei os barulhos vindo de lá.

Thalia por uma fração de segundo desviou seu olhar para mim, como se quisesse que eu falasse algo.

- Ela precisa de ajuda - pensei, mesmo tendo mais tempo que ela estava ali, a sua fama era bem declamada.

- Thalia ficou no dormitório a noite toda. - Falei - Eu também ouvi, era Charlotte.

Eu não sabia bem o que estava fazendo, mas a ajudei, mesmo sabendo que estava deixando a situação pior para mim.

- Quero vocês três na minha sala daqui quinze minutos - disse saindo da sala.

A nossa volta o barulho começou de uma vez só.

Em meio a tudo aquilo, vi Thalia sorrindo para Nico que prontamente retribuiu, não apenas eles, mais toda a mesa deles sorriu uns para os outros, apenas um sorriu diretamente para mim, um garoto de cabelos pretos e olhos verdes.


Notas Finais


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