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História She's Back (Mileven) - Um novo início para uma antiga história.


Escrita por: StrangerEggo

Notas do Autor


Gente, muito obrigada pelo feedback no primeiro capitulo <3 O apoio de vocês tem sido essencial.

Boa leitura *-*

Capítulo 2 - Um novo início para uma antiga história.


Fanfic / Fanfiction She's Back (Mileven) - Um novo início para uma antiga história.

Entrei em casa desolado. Olhos marejados e perdidos, como se fosse a primeira vez em que eu entrasse naquele local. 


Era inacreditável, ela está viva, feliz, saudável, com alguém que a trata bem, por que eu não me sinto completamente feliz? Era árduo imaginar que a garota que eu esperei por tantos anos voltou, mas para ela, nada havia acontecido, ela nem se quer me conhecia, eu não era nada. 

Minha existência não fazia sentido sem ela, era como se eu tivesse perdido uma parte de mim, ou talvez, o mundo, simplesmente, a tivesse tirado de mim. 



Não quero continuar vivendo sem ela.



- Mike, depois vá se arrumar, convidei as novas vizinhas para almoçar com a gente! - Minha mãe me chamou a atenção. 
 


- Ok... - Respondi com a cabeça baixa e virei para minha irmã. - Nancy, podemos conversar? - Sussurrei.
 


- Conversar? Comigo? Uau. Vamos lá. - Ela disse surpresa me seguindo até o porão.



Nancy sabia sobre tudo o que ocorreu entre nós, ela não tirava sarro da situação assim como os meus amigos... Então sempre que precisava desabafar eu buscava por ela. Tive que me acostumar após ela ir embora, foi aí que comecei a ficar, um pouco mais ainda, preso em meu mundo de pensamentos.



- Nancy, e se eu disser que a El está viva?
 


- De novo essa história, Mike? Você ficou sabendo de algo?
 

 

 

Odeio quando duvidam de mim, era sempre esse o tipo de resposta que eu tinha ao tentar falar de El. 


Por que as pessoas desistem tão fácil? É decepcionante ver que Eleven quase deu sua vida para salvar essas pessoas e elas, praticamente, desistiram dela, não buscaram se envolver para saber se havia possibilidades de ela estar viva. Eu sempre fui o único empenhado nisso, por mais que nunca tenha achado indícios, eu não desistia, não foi à toa que após tantos escândalos as pessoas ficaram com receio de me ouvir. 

 



De ouvir minhas "baboseiras". 



- A "filha" da vizinha... Nancy... É ela... - As lágrimas saiam de meus olhos, não era mais possível segurá-las.
 


- O quê?! Você não pode estar falando sério! - Ela disse assustada e finalmente me levando a sério.
 


- Mas estou... Ela não lembra de mim, Nancy!  - Falei aos prantos, já não aguentava mais segurar. Nancy me abraçou.
 


- Então faça ela lembrar, ué. - Ela disse enquanto mexia carinhosamente em meu cabelo.
 


- Se a memória dela não voltou há 6 anos você acha mesmo que voltaria agora?
 


- Ela está em um ambiente familiar, isso pode mexer com a cabeça dela. - Nancy dizia calmamente. 
 


- Não sei se é o certo a se fazer... Ela parece estar tão bem sem aquele passado assombroso, aparentemente, para ela, recomeçar fez muito bem. Eu não sei o que fazer, seria egoísmo da minha parte fazer ela lembrar que passou 12 anos da sua vida sendo usada como um "rato de laboratório" ou como uma arma contra os comunistas, só para lembrar de uma semana em que passou na casa de um nerd bobão que se apaixonou por ela.
 


- Então pare de chorar, vá tomar um banho e fique bem bonito, porque daqui a pouco ela vem aqui. Reconquiste-a! Se ela já gostou de você antes, pode gostar de você de novo.
 


- Eu nem sei se ela gostava de mim, Nancy! E agora tendo uma vida "normal" você acha mesmo que ela vai gostar de um nerd como eu?
 


- Vai abrir mão da garota que você ama por pura falta de autoconfiança, então? 
 


- NÃO! NUNCA! - Definitivamente, Nancy sabia como me provocar.
 


- Então vai se arrumar, idiota. - Ela disse enquanto saía rindo ironicamente. 



De fato, Nancy tinha razão, se eu não quero a lembrar de seu passado, preciso escrever uma nova história com ela. Espero que ela aceite meu coração, que ela ouça o que ele já não aguenta mais guardar. Que junto a mim, ela aceite a escrever a nossa nova história.


Corri para tomar banho e me arrumar. 

 


Vou caprichar.



Talvez eu tenha caprichado até demais no perfume, por muito pouco não me sufoquei. Mas quero ficar cheiroso para a El, só espero que ela goste do aroma. Me olhava no espelho, pequenas gotas de água caiam de meu cabelo bagunçado em minha blusa. Eu era magro, mas depois dessa onda de tristeza fiquei mais magro ainda. Continuava encarando o espelho, não me considero um cara com atrativos positivos, não me encaixo no famoso "padrão de beleza"... Será que ela conseguiria ver algo em mim? Preciso ser mais confiante. Preciso... 



Mas precisar não significa que eu consiga ser. 



Desci as escadas e fui para a sala assistir a algum programa de TV, ou tentar, na realidade só não queria parecer tão desesperado, eu estava extremamente ansioso para a ver novamente, e dessa vez, espero não agir como eu, ou seja, como um idiota. 

Meu corpo inteiro tremia, eu não sabia se balançava as pernas, se roía o pouco que restará de minhas unhas ou se batucava na mesinha ao lado do sofá. Os minutos pareciam dias, os segundos horas. O que eu falaria para ela? Como conseguiria me aproximar dela? Será que eu conseguiria conquistar a sua amizade de novo? Ou até mesmo me declarar novamente? Será que eu seria correspondido? Me sentia confuso, atordoado, nunca tentei chegar em uma outra garota, a única foi a própria Eleven há 6 anos e foi um desastre, eu não sabia o que falar e ela com as suas perguntas inocentes também não ajudava muito, no final, sem encontrar as palavras certas acabei agindo por impulso, mas deu certo, não deu? Acredito que sim. Então preciso ser positivo... Positivo... É... Eleven está mais desenvolvida, ela não vai fazer perguntas do tipo "o que é um namorado?" eu acho. Mas eu sinto que isso só vai dificultar, e se ela já conheceu outro cara? EU NÃO SEI O QUE FAZER, O QUE PENSAR, COMO AGIR.
Definitivamente, eu estava enlouquecendo enquanto ela não chegava, teorizando milhares e milhares de coisas. 


Realmente, Mike Wheeler, você é um fracasso com mulheres. 


De repente ouvi a campainha, sai correndo para atender. 
 

 


- Olá, moças, sejam bem-vindas, podem entrar. - Disse dando espaço para que elas entrassem e tentando parecer o mais normal possível. - Me chamo Michael.
 


- Olá, Michael. Muito obrigada, rapaz educado. Trouxe uma caçarola de frango para ajudar no almoço. - A idosa pronunciou-se, ao seu lado estava sua filha mais velha, acredito eu, e logo atrás El. 
 


- Sra. Lewis, Helena! Um prazer revê-las! - Minha mãe se aproximou iniciando uma conversa e levando as duas mais velhas para a cozinha.
 


- É, parece que elas esqueceram da nossa existência. - El disse rindo e finalmente se pronunciando.
 


- É mesmo. - Eu ria. - Pode ficar à vontade, El.
 


- Obrigada, Mike. Sua casa é muito bonita. -  Ela disse enquanto sentava no sofá.
 



Ela estava linda... Lá estava eu novamente parado igual um palerma, só sabia a olhar e tentar digerir como El se tornará bela. Não que ela não fosse antes, mas ela estava mais, seu sorriso chegou me trazendo de volta à vida. Quando sai do meu transe, percebi que El também se encontrava distante encarando a poltrona de meu pai, que há muito tempo, foi uma forma de arrancar lindos sorrisos dela. 



- El? - Nada de resposta... - EL?
 


- EU!! - Ela gritou se assustando.
 


- Está tudo bem? - Fiquei curioso.
 


- Está sim. - Ela riu desengonçada. - Desculpa, acho que eu estava distante.
 


- Distante? Você estava em Saturno! 
 


- Há-há-há você é tão engraçado que deveria estar trabalhando como palhaço, bobão. - Disse fazendo uma careta.
 


- E você como astronauta, sua lunática. Aconteceu alguma coisa?
 


- Não, acho que é a fome. - Disse com um sorriso desajeitado.
 


- O almoço já está quase pronto... Ah, El, desculpa. A gente mal se conhece e eu já tô te chamando de lunática. - Disse abaixando a cabeça. 

 


Definitivamente eu era péssimo em fingir que não a conhecia há muito tempo ou que não possuíamos intimidade alguma. Mas era inegável que nós tínhamos uma ligação. 



- Não tem problema, Mike, eu gostei de você, sinto que vamos ser bons amigos! - Ela disse olhando em meus olhos e sorrindo.
 

 


Esse sorriso... Lá estava eu com as bochechas queimando. Fiquei um tempo a admirando, até que finalmente consegui falar algo. 



- Ahn... C-Como foi a m-mudança? - Sai atropelando as palavras. 



Eu era péssimo para puxar assunto.



- Foi tranquila, eu dormi a viagem inteira e a organização da casa é bobeira. - Ela ria timidamente. - Você sempre morou aqui?
 


- Sim. - Falei fazendo uma careta de tédio misturada com nojo.
 


- Não faz assim. - Ela ria. - Hawkins deve ser um lugar bom de se viver, parece uma cidade tranquila.
 


- É... Talvez, na verdade, agora fiquei com dúvidas. 
 


- Por quê? - Ela franziu o cenho.
 


- Você e o seu cachorro hoje de manhã já chegaram tirando a tranquilidade da rua, talvez da cidade inteira. - Falei tentando segurar as gargalhadas e falhando bruscamente. 
 


- Ele deveria ter te mordido! - Ela disse fazendo uma falsa expressão de indignação. - Além de um cachorro aparvalhado, agora tenho um vizinho aparvalhado também, mereço. – Revirou os olhos.
 


- Já ouviu falar que os cachorros são reflexos de seus donos? - Continuei a provocando. Pode ser idiotice, mas era a forma mais fácil de falar com ela sem querer colocar a cabeça em um buraco. 



Ela me encarava segurando o riso, parecia estar procurando algo para falar mas não parecia ter sucesso. Sua feição agora constantemente risonha me trazia felicidade, percebi que estar com ela em minha frente, bem e saudável não havia preço, independente se ela lembrava de mim ou não. 

 


- Você é um besta, nem precisa ter cachorro, as lixeiras te representam muito bem. - Ela finalmente se pronunciou. 



Eu não conseguia parar de rir da frase de Eleven, nos realmente estávamos fazendo isso? Mesmo ela tendo acabado de me "conhecer", parece que somos amigos de muitos anos, tínhamos facilidade para conversar, ou melhor, para se zoar. 



ALMOÇO PRONTO, PESSOAL! 



Vi os olhos de El brilharem, realmente ela devia estar com fome, lembrei da forma descontrolada que ela comia os eggos na semana em que passará aqui em casa, ri baixinho e a mesma me deu um tapinha no braço por achar que eu estava rindo da expressão que ela fez a poucos segundos. 



- Vamos lá, astronauta. Pronta para matar essa monstruosidade que você tem no estômago? - Olhei ironicamente para ela.
 


- Só ainda não fui na sua frente porque não conheço a casa, bobão. - Ela disse gargalhando. - Senão você estaria aqui sozinho, perfume ambulante. - Ela disse ironizando o fato de eu, praticamente, ter tomado um banho de perfume.



Não conhece a casa... Você é quem pensa, El... Essa casa também é seu lar.
 



Aquele almoço foi maravilhoso, foi ótimo estar perto dela, poder conversar, a ouvir rir, até mesmo tirar sarro de suas gafes. Por mais que em maior parte do tempo eu tenha parecido esquisito e ficado a olhando com cara de palerma, por dentro eu segurava fogos de artifício loucos para fugir, eu finalmente estava matando aquilo que me assombrou por anos, a saudade. Eu adorava a ver feliz, ela estava muito diferente, sorria a todo momento, gostava de fazer piadas, mas ao mesmo tempo manteve sua serenidade, seu olhar inocente...  Ela simplesmente estava ótima, mas era árduo fingir que nada havia acontecido no passado. Que somos apenas "conhecidos". Preciso me acostumar.

 

Chega de olhar para trás, o futuro nos aguarda ansioso.


 

 

 


Eu estava imerso na escuridão, quase morto, de repente, uma luz forte me ofuscou e me acordou... Essa luz... Era ela. Junto a ela, o mundo era outro. Era um lugar melhor, eu me sentia vivo, não me importaria em ficar para sempre nele se tivesse ela ao meu lado.




Ah... Anotação mental: Não exagerar mais no perfume, Eleven gosta de tirar sarro das coisas.
 

 

 


Notas Finais


Obrigada a todos que leram <3


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