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História She's Dead - Trust no one.


Escrita por: laurenfrom1975

Notas do Autor


Sei que é bem diferente do que vocês estão acostumados, mas eu espero que vocês gostem.

Capítulo 1 - Trust no one.


17:00 PM. Salt Lake City, Utah.

Lauren respira fundo, o jato de adrenalina ainda corre pelo seu corpo, as lágrimas queimam os seus olhos. A garota fita o corpo recém abatido no chão, a carne cinza em decomposição, as órbitas brancas e o corte profundo na lateral do crânio da criatura. O cheiro forte da putrefação invade as suas narinas e a garota sente a bile voltando pela sua garganta.

Ela vê os restos mortais espalhados pelo piso branco, mal dá para perceber o sexo e a idade com todas as carnes molhadas, as peles manchadas e os crânios disformes. O fato é que os corpos estão no meio de longos esguichos de sangue, Lauren se levanta com dificuldade e percorre toda e extensão da sala vasculhando os corpos, verificando se todos estão devidamente mortos. A garota para em frente ao último corpo e pega o rádio no bolso de sua calça. – Área Limpa! – Ela diz apertando o botão. Menos de um minuto depois o som de passos invade o local.

– Acho que esse é o seu novo record, Jauregui! – murmura um garoto parado na soleira da porta, olhando de um cadáver para o outro. Lauren se permite um sorriso para o irmão mais novo. Alto, esguio, Dan Jauregui tem os mesmos traços da irmã, os mesmos olhos verdes e o cabelo cor de carvão. Dan, que era três anos mais novo, carregava a mochila de suprimentos e um taco de baseball em suas mãos tremulas.

– Vamos lá, mano – Lauren se abaixa para começar a estender os lençóis sobre os corpos. – Vou precisar da sua ajuda com o serviço de limpeza – Sua voz saiu estranha e rasgada. Nos últimos três dias, ela não disse mais do que o necessário. É claro que foram três dias absolutamente extraordinários. Tudo que a garota conhecia definhou diante de seus olhos. Agora ela estava no meio de uma pandemia mortal lutando para garantir a segurança dela e de seu irmão. Ela não sabia necessariamente em que ponto as coisas ficaram caóticas, mas desde o momento em que ela foi despertada pelo seu pai tentando arrancar um pedaço da sua carne, ela não se deu ao luxo de parar e pensar sobre o que raios estava acontecendo.

A alguns passos dali, o ruído de um trinco se abrindo e da maçaneta da porta girando faz arrepios percorrerem o corpo de Lauren. A garota se põe de pé em um pulo e se vira para Dan, fazendo sinal de silencio, ela puxa a sua pistola Glock do cinto e aponta em direção a porta, seus dedos tremem enquanto a porta é aberta em uma velocidade quase dolorosa de tão lenta. Olhos castanhos apavorados espiam pela fresta da porta e Lauren sente os seus músculos relaxarem um pouco, pelo menos não é um maldito zumbi, ela mantém a arma erguida enquanto caminha lentamente até a porta.

– Por favor, não! – Uma voz doce em tom de súplica faz Lauren parar um metro antes da porta, é uma garota. Antes que Lauren pudesse organizar os seus pensamentos e fazer qualquer coisa, a porta se abre totalmente e a garota de olhos castanhos pula em sua direção. Lauren sente o seu corpo se chocar contra a parede e a arma sendo arrancada de suas mãos. A garota puxa Lauren e encosta o cano gelado na cabeça dela.

– Solta a minha irmã! – Dan grita largando a mochila no chão e segurando o taco com as duas mãos.

A garota solta uma risada fraca carregada de sarcasmo. – Se você continuar tremendo tanto, esse taco vai cair das suas mãos, bonitinho. – A sua voz soa fria e firme. – Vamos ao que interessa. – A garota de cabelos castanhos solta sua refém, que cai de cara no chão.

Lauren sente a gosma quente e vermelha em contato com o seu rosto. A mão de Lauren voa até a boca como se pudesse impedir o bolo que está subindo pelo esôfago. Ela sente a sua têmpora latejar e olha para cima, o sangue está pingando do candelabro.

19:30 PM.  Salt Lake City, Utah.

Um pensamento passa pela cabeça de Dan Jauregui enquanto ele se encolhe na escuridão bolorenta, o terror sufocando o peito e a dor latejante em sua nuca: se ele pelo menos tivesse agido rapidamente, ele e sua irmã não se encontrariam nessa situação. Infelizmente, Dan não conseguiu parar a garota de olhos castanhos antes que ela acertasse sua cabeça com um golpe rápido e eficiente.

A dispensa – que tem um pouco mais de um metro de largura e talvez meio metro de profundidade – é tão escura quanto um tinteiro e fede a cocô de rato e alimentos estragados. Dan conseguia ouvir as vozes abafadas no outro cômodo, mas não conseguia distinguir o que eles falavam. Sons de passos cada vez mais altos denunciavam à aproximação de alguém, quando eles finalmente cessaram, a porta foi destrancada e um calafrio correu pela espinha do menino. A claridade feriu os olhos do garoto antes que ele pudesse distinguir a forma parada em sua frente.

–Sua vez, moleque.– A voz de barítono, rasgada a uísque, parte de um homem corpulento que se debruça para olhar os fundos da dispensa. As mãos calejadas puxam a camisa do garoto que não tem outra escolha a não ser deixar-se ser arrastado.

Dan é solto no meio da sala, seus joelhos se encontram com o chão em um baque surdo e o menino vacila diante da presença de tantas pessoas. Na extremidade do cômodo, ele pode reconhecer Lauren inconsciente e amarrada com tiras grossas em uma cadeira, ao seu lado, a garota de olhos castanhos estava encostada em um sofá caro, comendo tranquilamente uma maça. Sua agressora parecia um tanto quanto entediada com todo aquele show.

Na direção oposta, uma mulher negra com expressões fortes estava ocupada vasculhando as mochilas recém-capturadas dos irmãos Jauregui, enquanto um cara magrelo anotava os itens em um caderno velho. O homem grandalhão se posicionou na frente de Dan, ao lado de uma mulher ruiva e esguia. Seus cabelos encaracolados desciam até as costas, onde ela mantinha afivelado um rifle Enfield L42.

A ruiva demonstrava certa curiosidade enquanto estudava seus reféns. – Certo, vamos acabar logo com isso! – sua voz era firme, combinando perfeitamente com sua postura. O garoto pode concluir que ela estava no comando da situação e todos estavam aguardando seus próximos passos. A líder do bando suspirou lentamente antes de puxar uma pistola do cinto e pronunciar as próximas palavras. – Eu odeio ter que matar gente bonita.

Oito quilômetros ao norte, um grupo de sobreviventes estava trabalhando na cerca do acampamento quando ouviram uma série de disparos.


Notas Finais


E ai, gostaram? Sim? Não? Foi ok? Me digam o que vocês acharam!

Espero que vocês tenham curtido.

Até o próximo capítulo.


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