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História She's Got Me Daydreaming - Let's Stay Together


Escrita por: bertoloto

Capítulo 23 - Let's Stay Together


POV-Cosima

Ela me causa tantas coisas, algumas tão simples, outras perplexamente complicadas. Tocar em sua pele, sentir suas caricias, saborear seu beijo, sentir seu contado e seu traço, todas essas coisas me tornam prisioneiras de Dephine Cormier.

Mulher disfarçada da mais violada perversão. O desvirtuado Anjo. A profana oração.

Ela me olhava tão intensamente na imensidão de nosso mais indecente momento.

“Parou de infantilidade, Cosima?” Perguntou ainda segurando meu fatigado corpo sobre a pia.

“Uhum!” Sussurrei entre suspiros deliciosamente exaustos.

“Linguagem verbal, por favor.” De forma impacientemente dominante, insistiu. 

“Sim, senhora. Parei com infantilidades.” Me rendi ao brilho daqueles olhos redondos.

“Então vamos ficar juntas?” Acolheu minha face na suavidade de suas mãos.

“Vamos!” Sorri em resposta daquele sorriso perfeito, feito para me levar à loucura.

Nos beijamos novamente, mas dessa vez houve calma, houve delicadeza e falta de pressa. Após alguns minutos, resolvemos voltar ao salão, à festa. Dephine caminhou na frente para não causar suspeitas de nosso crime passional.

Enquanto meus olhos se ajustavam ao novo ambiente, meus ouvidos captaram o dançante cover que a banda fazia com “I Don’t Trust Myself” na versão de Stan Taylor. Meus quadris involuntariamente balançavam em ritmo lento acompanhando a melodia. Minhas pernas seguiram até um ponto familiar, o bar. Scott e Mud estavam próximos ao balcão.

“Olha ela aí!” Meu amigo anunciou feliz.

“Hey!” Respondi.

“Eai, Dra. Cormier acabou com você?” Mud questionou em tom preocupado.

Bom, ela não pode estar falando no sentindo literal, né? Como que ela saberia sobre meu relacionamento com nossa chefe?

COSIMA, calma! Tá tudo bem.

“Você não faz ideia.” Brinquei em desespero mascarado.

“Foi por que você quase perdeu o voo?” Scott indagou.

“Sim! Mas já está tudo resolvido!” Busquei por uma taça, “Tudo certinho.”

“Que bom!” O Nerd acrescentou, “Mud, como é trabalhar com o pessoal?” e perguntou.

Instantaneamente, nós três pousamos olhares arbitrários em nossos chefes. Eles formavam uma pequena e milionária roda.

“Ah! É bem tranquilo em termos de ambiente. Eles são bem legais, contam piadas que só cientistas entendem. Porém, rola uma exigência pesada no laboratório, principalmente quando as cobaias humanas estão lá para exames de rotina.” Respondeu sem pausas ou falsa satisfação.

“Deve ser incrível acompanhar Dr. Leekie!” Scott declarou com olhos cintilantes demais.

“Sim! Sim! Ele é muito inteligente e perspicaz, mas depois que Dra. Cormier foi embora, notei a baixa que os experimentos tiveram. Até pareceu que quando ela partiu os cientistas ficaram mais desanimados. Agora que ela está de volta, tenho certeza que o trabalho será dobrado e muito mais meticuloso” Pausou ao se aproximar de nós, como se suas palavras fossem segredo, “Não me entendam mal, Dra. Cormier é brilhante, mas às vezes parece que falta uma bela transa em sua rotina. Muito mal humor, tirania e blá blá blá.”

Meus parceiros riam destemidos enquanto fiquei processando tal comentário.

“Ai ai! Você é sensacional, Mud” Scott soou exageradamente sincero e logo se retirou para ir ao banheiro.

O champanhe refrescava minha garganta como água no deserto.

De longe avistei uma figura querida, porém indesejada em meu novo contexto.

“Ah! Lá está ele. Pensei que não fosse vir.” Mud exclamou ao notar a presença de Paul entre nossos chefes.

Ele cumprimentou o grupo com abraços íntimos e sorrisos forçados, claramente não estava confortável.

“Sempre achei ele muito gato! Socorro!” Aparentemente, a estagiaria é hétero ou pelo menos bissexual, “Sou muito mais ele do que Leekie, Dra. Cormier é uma mulher inteligente.”

O QUÊ?

QUE MERDA FOI ESSA?

“Oi?” Devo ter entendido errado, só pode.

“Você não sabia?” Levou a mão à boca.

“Sabia do que? O que você quis dizer com ‘é uma mulher inteligente’?” Indaguei impaciente.

“Bom, há rumores de que Delphine e Aldous eram um casal, mas isso faz tempo, eu acho.” Confessou buscando por mais bebida.

MINHA MULHER COM MEU CHEFE?

Ah! É de foder, né?

Delphine e Aldous um casal?

Senti meu estomago embrulhar por um breve e violento segundo.

Procurei por seus olhos em meio à multidão. Ela bebia água em uma taça, olhava em minha direção discretamente. Paul estava perto dela, porém a distância entre eles era nítida.

Dr. PEGUEI SUA MULHER subiu no pequeno palco para introduzir o projeto aos convidados. Ele nos apresentou como seus parceiros de trabalho. Suas palavras eram repletas de esperança e orgulho.

Enquanto ouvia o suficiente do discurso de meu novo chefe, notei Paul caminhando até o outro lado do salão.

Eu precisava falar com ele, deixar tudo resolvido de uma vez por todas. Mesmo raivosa pelo segredo de Delphine, meu amor por aquela impossibilidade de mulher ainda era forte e indescritível.

Com olhos atentos captei o destino final da caminhada de meu amigo. Apreciando a vista, Paul aterrissou sua avoada estrutura próxima ao parapeito.

“Hey.” Me posicionei na lateral.

“Cosima...” Seu tom era impossível de decifrar, era uma mistura de raiva com decepção.

“Paul, peço desculpas novamente...” Fui interrompida bruscamente.

“Cos, está me pedindo desculpa por minha namorada se apaixonar por você? Porque se estiver, a culpa não é sua. Em algum momento eu a perdi, o culpado sou eu, não é ela, nem você.” Respirou fundo e virou para me encarar.

“Eu queria te odiar, Cos. Eu deveria te odiar! Você tirou de mim a única coisa boa em minha vida. Entretanto...” Engoliu a saliva juntamente com seu Whiskey, “Ela não me quer, ela te ama. Sairei de cena por um momento, mas ainda sou o pai do filho que ela espera.”

“Paul, eu nunca quis te magoar, você sabe disso! Eu não queria me apaixonar, muito menos por ela, mas não controlamos as coisas do coração. Você será um ótimo pai e eu sempre te respeitarei.” Toquei em seu musculoso ombro esquerdo.

“Eu só quero uma coisa agora.” Removeu minha mão de sua estrutura, “Não pense que somos amigos. Aceitei perder a guerra, mas não quero sua aproximação ou suas palavras de consolo. Delphine é sua, mas eu estou fora.” Olhou uma última vez em minha envergonhada face e lentamente fez seu caminho para longe de meu machucado corpo.

Perdas e ganhos?

No final, é assim que funciona. Aqui se faz, aqui se paga.

Sentia saudade de Paul, mas sentia mais saudade de quem éramos antes de Delphine Cormier aparecer. A real é que não somos mais quem um dia fomos. O tempo e suas consequências são punidores cruéis, aqueles que não os temem, são tolos irreparáveis.

Não lembro quando, porém percebi que o coquetel era o último lugar no qual eu queria estar. Cormier e eu, discretamente, abandonamos a festa e partimos para meu apartamento.

Ao adentrar meu mais novo lar, seus olhos analisavam cada canto das paredes.

“Mal chegou e o lugar já está uma bagunça.” Anunciou em tom de riso.

“Minha bagunça é organizada, você que tem TOC.” Defendi minha desorganização.

Riu durante alguns segundos. Enquanto procurei por alguma música dançante em minha playlist, Cormier levava seu tempo para conhecer o resto do apartamento.

“Mas que merda é esta?” Retornou à sala segurando as roupas de Mud, “A estagiária vestia estes trapos pela manhã! Ela esteve aqui?”  

Santa merda!

“Calma! Eu posso explicar.” Cara, que clichê.

“Então comece!” Lançou os trajes ao chão raivosamente.

“Ela se trocou aqui, foi só isso! Não rolou nada e jamais vai rolar!” Jurei em meio à minha honesta explicação.

“Não estou acreditando! Ela veio aqui, despiu-se, fumou de sua erva e o quê mais?” Ela era linda quando ciumenta, porém não tinha o menor direito de me confrontar assim.

“Apenas isso!” Me aproximei ligeiramente, “Não aconteceu nada entre nós, mas entre você e Aldous Babão Leekie aconteceu coisa pra caralho.” Eu não queria ter aquela conversa, entretanto, era tarde demais.

“O quê? Como você?....” Suas expressões denunciavam tamanha surpresa.

Não contava por essa, né?

“Pois é, Delphine. Eu pelo menos não te escondo nada.” Afirmei enquanto minhas narinas captavam sua deliciosa essência.

“Não escondi nada! O que houve entre nós é antigo e digno de arrependimentos.” Suspirou, “Eu era apenas uma menina como você. O conheci em uma palestra em Paris, eu havia acabado de me formar. Tempos depois nos envolvemos, ele era meu mentor e...” Hesitou.

“E namorado!” Completei sua frágil sentença.

“Não era assim! Até hoje nosso antigo relacionamento é indecifrável.” Seu timbre soou sincero e perturbado.

“Você o amou?” Insisti em machucar a mim mesma.

“Cosima...” Aquele sotaque era um soco em minha face, “Jamais amei alguém como amo você.” Suas mãos alcançaram as minhas.

Odeio o quão vulnerável seu toque me deixa.

Eu não queria brigar, mas era ridículo me render tão facilmente.

A voz de Stan Taylor com seu cover de “Let’s Stay Together” invadiu nossa atmosfera.

Droga! Me rendo.

Delphine pousou suas mãos em minha cintura, meus braços entrelaçaram seu fino pescoço.

“Você é tudo pra mim.” Sussurrei naquele sorriso lindo.

“Eu te amo, Cosima.” Riu feito criança comendo chocolate, “Deus! Como te amo!”.

Nossos pés moviam em sincronia com a melodia.

“Vai me amar em tempos bons e ruins, tristes e felizes?” Questionei olhando em seus olhos redondos.

“Sempre e para sempre.” A resposta precedeu um beijo tão delicado quando sua pele pintada.

E ali ficamos por alguns minutos. O ciúmes não era maior que nós. O mundo não era maior que nós. Os erros, os arrependimentos, os abusos de nossas incontroláveis ações jamais seriam maior do que nosso inexplicável amor selvagem.

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Pov- Delphine

Nojo, repulsa e traição! Foram essas coisas que passaram em minha cabeça após ver as roupas de Mud sobre a cama de Cosima.

Ela não teria coragem, teria?

Minha bela amada é dona de uma gigantesca impulsividade. Ela é capaz de atos sujos e pecadores para vingar seu espirito magoado. Ao confronta-la, fui tomada por lembranças encardidas de um amor póstumo.

Cosima tomou o conhecimento de meu desfalecido relacionamento com Aldous. Aqueles olhos, ora castanhos, ora esverdeados, não brilharam, pelo contrário, eles julgavam-me ofendidos.

Como disse a ela, eu era apenas uma tímida menina com sonhos maiores do que minhas oportunidades. Dr. Leekie procurou em mim um corpo quente durante as noites frias, enquanto procurei por uma figura destemida do destino. Aldous sempre foi brilhante, ensinou-me não somente conhecimentos científicos, como também mostrou-me um breve ensaio sobre o que o amor poderia vir a ser.

Não o amei, não era apaixonada, porém sou incapaz de negar as consequências de tantos sentimentos por ele causados em mim.

Minha amada e eu cessamos fogo em uma batalha desnecessária. Busquei por seu contato e juntas nos entregamos à dança de nosso desequilibrado momento. Ao termino de canções cantadas, fizemos amor. Concretizamos planos suculentos e carnais.

Na manhã seguinte, acordei mais cedo do que Cosima. Enquanto ela dormia feito princesa em conto de fadas, arrumei minhas coisas e parti para meu apartamento. Ao adentrar o local, encontrei Paul organizando suas coisas.

“Delphine, já estou terminando aqui. Estou voltando para Rhode Island.” Informou-me.

“Tudo bem!...”Aproximei-me denodadamente, “Sinto muito por tudo, Paul. Você não é merecedor de tanto infortúnio.”

“Olha, Del...”Exalou tristeza em seu tom, “Eu sempre vou te amar, mas não vou lutar por uma causa perdida. Não há pelo que se desculpar, só espero que seja feliz.”

“Obrigada.” Agradeci honestamente.

“Bom, é isso. Tô indo nessa.” Anunciou após abraçar-me amistosamente.

Ao fechar da porta, fui consumida pela culpa passional.

Respirei profundamente e passei a entender algo que jamais pensei que fosse compreender: Amar é abdicar de seu ego e, às vezes, até mesmo de sua própria felicidade.

Paul foi embora e levou minha penitência por não ama-lo.

Em um banho quente e rápido desliguei-me de meu passado. Arrumei minhas malas e aprontei-me para o primeiro dia de trabalho. Deixei tudo pronto para à noite ao colocar minhas coisas no carro. A partir de hoje, compartilharei o teto e minha vida com Cosima.

O relógio forçou seus ponteiros eficientemente durante o dia. Enquanto os cientistas terminavam seus relatórios, em minha sala, avistei a estagiária conversando com Dr.Niehaus. As duas estavam perto demais, então chamei por Mud.

“Dra. Cormier, no que posso ser útil?” Propiciou-me respeito facilmente.

“O quanto você estima o que estamos fazendo aqui?” Questionei severamente.

“Muito! Nosso trabalho é tudo o que tenho.” Respondeu sem ponderar sua sincera obsessão.

“Pois bem, fique longe de Dra. Niehaus e foque em sua tarefa: relatar nossos feitos.” Transpareci arrogância.

“Perdão, não entendi.” Retrucou confusa.

“Foque em seu trabalho, não procure em Cosima algo que não será capaz de manter.” Ameacei ao levantar de minha cadeira, “Notei que há algo nela que lhe interessa, então fique longe para seu bem e saúde mental.”

“Dra. Cormier, eu...” Era banal insistir nessa discussão.

“Mud, falo sério, fique longe. Seu relacionamento com ela tem de ser estritamente profissional. Estamos entendidas?” Mirei em seu alvo vulnerável.

“Sim, Doutora.”

“Dispensada, Mud.” A glória servia-me feito luva de seda.

Scott, Cosima e a estagiária preparavam-se para partir. O restante da equipe e eu revisamos os feitos durante algumas horas após o termino do expediente. Porém, antes de nossa reunião final, percebi os jovens cientistas adentrando o elevador. Busquei por meu celular e tentei manter a ordem em meu relacionamento amoroso.

“Onde vai?” Digitei rapidamente.

“Pra minha casa, por quê? Assisti aqueles dedos teclarem com velocidade antes das portas fecharem.

“Espero que vá sozinha.” Para seu próprio bem, Cosima.

“Sua maluca, é claro que vou. Mud e Scott vão sair para beber.”

“Então direto para casa, entendeu?” Respondi enquanto Dr. Silva relatava o dia.

“Doida! Eu te amo.” Enviou por fim.

“Delphine, está escutando?” Dra. Coady tirou-me de minha concentração falha.

“Sim, continue.” Exigi.

Foram horas discutindo sobre os progressos de nosso primeiro dia. Após a exaustiva reunião, havia apenas um lugar no qual eu desejava estar: Nos braços de minha amada.

Ao chegar no prédio, o cheiro de comida caseira penetrou minhas narinas.

Retirei-me do elevador e toquei a campainha.

“Delphine!” Seu tom era tão surpreso quanto suas expressivas expressões.

“Posso entrar?” Perguntei já sabendo a resposta.

Pousei um beijo cansado em seus lábios sabor Cannabis.

Para minha estranheza, o cheiro de comida caseira vinha de sua cozinha.

“O que está aprontando?” Removi a tampa da panela.

“Frango ao molho com legumes.” Respondeu orgulhosa.

“Uau! Estou em choque.” Retruquei ao buscar um copo de suco.

“Não pensei que fosse vir pra cá.” Admitiu o absurdo.

“Estou onde você está.” Não cansava-me de seus lábios ressecados.

Lancei sua leve estrutura ao sofá tom de aquarela. Minhas mãos apalpavam seus seios e glúteos. A saudade era tanta que mal contive os colossais instintos primitivos de minha natureza. Nos deliciávamos, nos sentíamos, nos respirávamos e aspirávamos. O sabor de sua singela epiderme era perigosamente viciante, seu aroma era feito água ardente, volátil e animador.

Com olhos cerrados e pernas desunidas, encontrávamos trilhas conhecidas e ainda misteriosas. Não importa o que aconteça, Cosima sempre estará comprimida em meu abraço.

De repente, uma densa fumaça negra invadiu nossa gravidade.

“Merda, merda, merda!” Quebrou nosso saboroso beijo.

“O que houve?” Questionei preocupada.

Dra. Niehaus correu até a cozinha, desligou o fogão e jogou as panelas na pia.

“Porra!” Exclamou decepcionada.

“Cos, tudo bem?” Caminhei até seu corpo suado.

“Não! Queimei o jantar.” Anunciou o revés, “A culpa é sua! Estava tudo caminhando certo antes de você chegar.” Abriu a torneira.

“Não fale o que não significa verdadeiramente.” Retruquei ao abraçar sua fina cintura.

“Te odeio.” Mentiu terrivelmente.

Virei sua anatomia para melhor analisa-la.

“Você não me engana.” Informei pressionando nossos corpos juntos.

“Agora vamos ter que pedir pizza.” Seu timbre era sério, porém não segurei o riso.

“Para!” Insistiu divertidamente.

“Não consigo!” Minha gargalhada tomava proporções ridículas.

“Eu te odeio.” Disse sorrindo.

“E eu te amo.” Degustei sua carne.

Por fim acabamos pedindo uma pizza.

Após comermos, sentamos no tapete para fumarmos de sua erva.

“Você sempre fuma com suas mulheres?” Questionei pronta para ser consumida pelo ciúme.

“Sempre.” Provou a mulher errada.

“Que isso acabe aqui.” Demandei.

Ela deitava sobre meu colo enquanto nossas mãos brincavam de dançar.

“Seja minha que serei sua.” Jurou sem perjúrio.

“Falando nisso...” Levantei cautelosamente para não machuca-la.

Minha malas ainda estavam no carro.

“Já volto.” Informei antes de partir subidamente, e ao fechar a porta ainda ouvia o eco de sua voz suave perguntando onde eu iria.

Busquei por minha bagagem e subi até o apartamento novamente. Sei que Scott morava em frente à Cosima, porém o jovem rapaz ainda não havia retornado de seu happy hour.

Dra. Niehaus estava parada à minha espera no corredor. Seus olhos engradeceram-se ao avistar minhas malas.

“O que é isso?” Questionou em eletrizante choque.

“Ajude-me que explicarei.” Requisitei sua assistência.

Adentramos o espaço e cerramos a porta.

“Me explica!” Ordenou sedenta por uma resposta.

“Bom...” Abandonei meus pertences materiais para aproximar-me de minha maior posse, “Isto sou eu cansada de acordar sem você! Sou eu exausta de não te ter como quero e necessito.”

“Você vai morar aqui?” Perguntou sorridente, porém ainda surpresa.

“Sim!” Minha autoconfiança era surreal.

“Jura?” Seu sorriso era perfeitamente assimétrico, entretanto, ele encaixa em culminância com o meu.

“Juro, meu amor.” Disponibilizei minha fragilidade em seus braços alegres.

Selamos nosso destino em um beijo longo e molhado, quase tão molhado quanto nossas lagrimas.

“Essa música é linda!” Exclamei ao decifrar aquele harmônico ritmo.

“Gostou? Ela me faz lembrar você.” Declarou após metralhar-me com olhos esperançosos.

“Sim! É linda.” Confessei.

“É um cover de Sara King, mas o nome é Passionfruit.” Retrucou ainda em meus braços.

“Torno-me passiva contigo.” Exclamei abertamente, “E não posso lhe culpar.”

“Quanta formalidade em sua fala, Dra. Cormier.” Riu de minha padronizada língua.

“O que espera de mim?” Provoquei.

“Espero que você nunca se perca de mim.” Propôs uma agradável ideia.

“Nossas vidas começam agora, meu amor. Estamos juntas e assim permaneceremos, não me perderei de você, pois foi em você que me encontrei.”

O Cannabis fez efeito em seu feito. Trouxe-nos paz e liberdade.

Ter Cosima em meus braços novamente convizinhou múltiplos sentimentos. Tinha certeza que ela voltaria para o lugar onde pertencia, porém o medo brevemente invadiu-me os ossos. Todavia, aqui ela está, fixada, esfalfada em minha carne.

Com toques sabor uva e um destino sabor maracujá, deleitosamente azedo, Cosima entregou-me sua devoção.  

Olhos maça verde e beijos de morango.

Suave, leve, tênue e penoso, esse nosso amor aparenta ser perigoso, mas é grandioso. Dá gosto e está disposto a prolongar-se em contrato vitalício. Hábito, vício fictício para nosso benefício. Rendo-me e surpreendo-me com o as repercussões de suas emoções e afetos.

Estaremos juntas durante tempos sorrateiros ou ligeiros.

Com sua mão ao ventre meu, e com sua boca na minha, Cos jurou em segredo desvendado o tamanho de seu apego que um dia lhe pareceu errado. Permanecemos na sala enquanto a música esvaziava o ambiente.

“Vamos?” Questionei.

“Vamos pra onde?” Sua confusão era burlesca.

“Ficar juntas?” Insisti em uma resposta óbvia.

“Sim, vamos ficar juntas.” Buscou por minha face com a maciez de suas mãos. Tocou-me, sentiu-me, beijou-me.

O futuro à nós pertence. O amor à nós depende. A felicidade em nós transcende



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