História She's My Torment - New teacher and towels for the floor

:- Quem está aí?! – Escuto uma voz gritar do lado de fora e a fechadura ser forçada, nunca havia escutado essa voz antes então provavelmente é uma daquelas alunas novas que não sabem onde ficam as salas – Eu sei que tem alguém aí, custa abrir a porta por um segundo?

:- Shiiu! Se nós ficarmos quietas, talvez ela vá embora – Lauren se esforça para sussurrar o mais baixo possível e me segura para que eu não acabe esbarrando em nada novamente.

Apenas afirmo com a cabeça e sorrio. Não nego que a curiosidade em saber quem esta do lado de fora daquela porta me consome a cada segundo, más Lauren não me deixa sair, ela diz que se alguém descobrir, aquele não será mais o nosso lugar. Depois de longos minutos encolhida naquela pequena sala abandonada, escutamos as batidas sessarem e os sons dos passos ficarem cada vez mais distantes, o que indica que, provavelmente, a tal mulher havia desistido.

:- Já é seguro sair? – Pergunto sussurrando para a minha namorada.

:- Eu vou ver, não sai daqui – Ela anda até a porta e a porta, pondo apenas a cabeça para o lado de fora da mesma e olhando para os dois lados enquanto eu permaneço na mesma posição de antes – A mesma abre totalmente a porta, e eu pulo em suas costas, me agarrando como um coala para que ela me carregue – Au, Camz! Ossos e bunda pesam sabia?

:- Eu não estou tão gorda assim... Estou? – Pergunto fazendo manha e colocando o meu queixo apoiado no seu ombro direito.

:- Claro que não neném – Ela responde imitando voz de bebê, me segura pelas pernas e começa a andar – Ainda vou te ver hoje? – Ao chegarmos a uma parte onde poderíamos ser vistas por todos, ela me põe no chão, ela me pergunta colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e acariciando a minha bochecha com o polegar.

:- Espero que sim, Lo... –Encosto o meu rosto na sua mão – Eu vou tentar dar uma escapada da Dinah e da galera do time e te mando uma mensagem.

:- Está bem... Más agora nós temos que ir – Ela olha incansavelmente para os lados por medo de que alguém nos visse juntas

:- Não te ninguém aqui, boba – Falo rindo e a beijo.

:- Camz, vamos! – Tenho que admitir que a Lauren sempre deu mais importância para isso do que eu, e que muitas vezes já brigamos por conta disso. Hoje as coisas já estão mais controladas.

:- Agora sim. Até mais, Lo – Pessoas começaram a surgir até do além, então roubei um selinho dela e sai correndo para o meu quarto.

POV Maite

Eu poderia jurar ter ouvido alguma coisa vinda de dentro daquela sala, más deve ser só coisa da minha cabeça... Agora eu só preciso saber onde fica a diretoria desse lugar. Andei por vários lugares até encontrar um corredor largo e com várias portas e armários, onde duas garotas estavam conversando e arrumando alguma coisa onde julgo ser o armário de uma delas.

:- Com licença, me desculpem por atrapalhar a conversa das duas, más será que poderiam me informar onde fica a direção? – Pergunto para as duas garotas de estatura não tão alta, e ao julgar pelas suas roupas e óculos, deveriam sofrer bullying dos seus colegas de classe.

:- É só virar à esquerda e seguir até a última porta – A loira, que também era mais baixa, responde simpaticamente- Aluna nova?

:- Professora – A corrijo sorrindo – Bom, obrigada pela informação. Tenho que ir, já estou mais que atrasada – Falo e praticamente corro até a sala do diretor Wil... Wil... Como é mesmo o nome dele... Ahh!  Wilmer!

Paro em frente à porta e ajeito a minha roupa, me esforçando para ficar o mais impecável possível e bato na porta.

:- Entre! – Escuto a voz do mesmo e respiro fundo antes de entrar na sala – Boa tarde, a senhorita deve ser a professora...

:- Perroni, Maite Perroni! – Falo estendendo a mão para cumprimenta-lo, a essa altura eu já estava mais que suando frio, eu realmente preciso desse emprego, cheguei do México a dois meses e se as minhas economias já estão quase acabando.

:- Prazer, Wilmer Valderrama! – Diz apertando a minha mão – Como sabe, sou o direto deste colégio, li o seu currículo e a chamei para ter a certeza de que a senhorita ainda tem interesse em ser nossa professora de Sociologia.

:- Oh, sim. Claro que sim – Respondo animada com a notícia – Quando eu poderei começar?

:-  A partir de amanhã, irei lhe dar os horários de suas aulas e a frequência com o nome de cada aluno de acordo com o seu respectivo ano para que vá preparando as suas aulas – Ele me entrega uma pilha de papeis e um envelope com o que suponho ser os horários das minhas aulas – Cuidaremos de toda a parte burocrática, por agora a senhorita terá apenas que assinar esse contrato.

:- Tudo bem, então até amanhã, senhor. Muito obrigada pela oportunidade – Falo ao terminar de assinar o meu contrato e saio indo para a minha casa.

POV Demi

A convivência com o meu marido, Willmer, está ficando cada vez mais difícil. Não sei onde eu estava com a cabeça quando resolvi me casar com ele, talvez pela pressão da minha mãe ou só pela realização do meu sonho de casar em uma igreja enorme, com tudo do bom e do melhor. O que importa agora é que eu tenho que por um fim nisso tudo, a única coisa que me impede é a nossa filha, Gabriela.

:- Será que nós podemos conversar civilizadamente agora? – Aproveito que agora ele esta sozinho na sua sala e entro para tentar ter uma conversa séria com ele.

:- Você não está vendo que eu estou trabalhando Demétria? Você não pode deixar para termos essa mesma conversa cansativa de sempre em casa?

:- Em casa? Essa foi boa, me conte outra piada – Era só o que me faltava, eu podia jurar que já tive essa mesma conversa umas dez mil vezes – Você nunca para em casa! Você nunca está disponível, nunca tem tempo, nunca me dá atenção! Como quer que eu converse com você em casa?

:- Escute aqui, o que eu faço ou deixo de fazer no meu tempo livre não é da sua conta! – A essa altura, ele já estava apertando o meu braço e me arrastando para um dos cantos da sala – Você casou comigo porque quis, eu não lhe obriguei a nada! Você me conheceu desse jeito! Achou mesmo que eu iria mudar por você? Faça-me o favor.

:- Você está me machucando – Mesmo que isso estivesse doendo não somente na pele, eu não iria chorar, não na frente dele – Já disse para você me soltar! Eu era muito ingênua quando casei com você! E só não peço o divorcio porque a Gabi ainda é muito pequena para essas coisas!

:- Mesmo se pedisse, eu não iria lhe dar esse gostinho – Ele larga o meu braço com brutalidade e anda para o lado oposto da sala rindo sarcasticamente – Para que você iri querer o divorcio a essa altura do campeonato? Você já tem mais chifres do que todo o gado da minha fazendo do interior, Demétria.

Sem dizer mais uma palavra, saio da diretoria com um grande nó na minha garganta e lagrimas nos meus olhos. Para o meu azar, a sala dos professores estava ocupada pelos professores de inglês, química e física. Encontrar um lugar para ficar sozinha em pleno primeiro dia de aula era uma coisa quase impossível. Aproveitando que o banheiro por incrível que pareça estava vazio, entro e me tranco em uma das cabines, lugar onde finalmente deixo as minhas lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Lá dentro pego o meu celular e começo a ver fotos e vídeos da minha pequena, eu precisava continuar com aquilo por ela, pelo menos até que ela cresça um pouco.

:- Oi, quem tá aí? Tá tudo bem? Você quer ajuda? – Droga, agora tinha uma aluna batendo na porta da cabine, com certeza deve ter escutado o meu choro, ai meu Deus, o jeito vai ser sair assim mesmo e inventar alguma desculpa.

:- Com licença – Falo abrindo a porta da cabine vermelha e dando de cara com uma aluna já bem antiga do colégio, Normani Kordei, chefe das líderes de torcida.

:- Professora Lovato, a senhora está se sentindo mal? Quer ir à enfermaria? Quer que eu chame o diretor?

:- Não, não precisa de nada disso, obrigada mesmo assim – Diferente das outras lideres de torcida, ela se preocupada com todos independente de classe social ou idade.

:- Se precisar de qualquer coisa, é só falar comigo que eu ajudo no que precisar – Agradeço novamente e tento parecer o mais normal possível. Até porque as alunas não precisam ficar sabendo do que se passa na vida dos seus professores. Saio do banheiro o mais rápido possível e vou organizar as minhas aulas, deixando a mesma ainda lá dentro.

POV Ally

:- Só eu achei aquela mulher nova de mais para ser professora? – Pergunta Jesy, jogada na própria cama, separando alguns dos seus livros.

:- Eu não sei... Pelo rosto dela, não aparenta ter mais de trinta anos... Más, sei lá. Se ela for mesmo ser nossa professora, vamos descobrir isso amanhã. – Falo ficando alguns segundo sem silêncio enquanto jogo uma bolinha de tênis no teto do quarto e pego de volta– Más que ela é linda, isso ela é.

:- Ihhh, já tá esquecendo a ogra assim de cara pela professorinha nova? Que rápida você em Brooke – Ela fala atirando uma almofada cor-de-rosa em formato de coração na minha cara. Eu até tento desviar, mas a posição em que eu me encontrava não era nada favorável para isso.

:- MEUS ÓCULOS, SUA LOUCA! – Grito ao ver os meus óculos caindo no chão. Por conta da miopia, custo um pouco a encontra-lo, pego o mesmo e coloco rapidamente no meu rosto.

:- Vocês são duas escandalosas mesmo, né? – Pergunta Lauren entrando no quarto. Acho que esqueci de mencionar, más Jesy e Lauren dormem no mesmo quarto! Isso é muita injustiça comigo.

:- Demorou em Jauregui! Estava muito ocupada com a namoradinha tanajura?

:- Você tá é com inveja. Porque mesmo sendo escondido, eu namoro a Camila, e você fica aí só babando na ogra – Ela responde rindo e se joga em cima de mim.

:- Más vocês tiraram o dia pra me importunar! Foi combinado, aposta, ou o quê? E sai de cima de mim, sua gorda! – Eu bem que tento tirar o corpo dela de cima de mim, más ela é bem maior que eu.

:- Nós sabemos que você ama a gente, sua anã! – Ela fala e sai de cima de mim – Vou tomar um banho, daqui a pouco vou tentar ver a Camz de novo, a Dinah num desgruda mais dela – Ela fala bufando e entra no banheiro para se banhar.

:- Então eu vou indo para o meu quarto – Levanto revirando os olhos e levantando da cama – Tenho muita coisa para arrumar.

:- Uii, vai lá para o seu quartinho com a ogra – Ela fala rindo, e dessa vez sou eu quem jogo a almofada nela.

:- Fui! Qualquer coisa eu apareço aqui mais tarde – Saio rindo do quarto.

Passo pelos corredores e pelas várias portas que havia nele, nada muito diferente da decoração do ano anterior ou até mesmo nos outros anos. A única diferença é uma nova camada de tinta branca nas paredes e portas novas para as que estavam quebradas. Entro no quarto, e para a minha sorte Dinah não estava lá dentro. Como não estava com a mínima vontade de comer, nem iria sair do quarto até o dia seguinte, separei um pijama e o deixei sob a minha cama. Peguei uma toalha e fui para o banheiro.

Depois de mais ou menos meia hora ou quarenta e cinco minutos, saio do banho enrolada com a minha toalha. Tateio toda a cama tentando encontrar os meus óculos, até que sem ver acabo batendo o meu dedo no pé da cama.

:- Auu! – Grito deixando a toalha cair, e quando finalmente coloco meus óculos no rosto, vejo ninguém menos que Dinah Jane, sentada na sua cama e com o seu olhar sob mim.