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História She's so cold - Careless Whisper


Escrita por: FinnSkada

Notas do Autor


Oi gente, uma amiga me perguntou se eu que escrevia essa fanfic, e isso me assustou, kkkkkk, bom, vocês estão vendo que a escrita dessa fanfic é mais descuidada e distraída sim, porque é vista do ponto de um garoto. E por isso faço os capítulos maiores.
Música título do capítulo:
George Michael - Careless Whisper
Boa leitura!

Capítulo 3 - Careless Whisper


Fanfic / Fanfiction She's so cold - Careless Whisper

-Tudo bem. Vamos dar início ao teste.

Eu e Dustin havíamos pedalado pra escola, depois daquela notícia que me deixou apavorado. Enquanto pedalávamos, Dustin falava sem parar sobre uma garota que ele havia ficado ontem e eu pensava angustiado sobre o que fazer em relação a Eleanor.

E se Max já tivesse falado sobre mim? Falado coisas horríveis, como que eu fiz xixi nas calças a caminho da locadora, ou que eu e ela roubávamos balas no supermercado, que ela havia assoado meu nariz que estava escorrendo quando quebrei o braço, na quarta série, ou que ela já havia usado um pijama meu e disse que tinha cheiro de xixi, ou que nos chamávamos de sardentos...

Max é ruiva. Ela sempre teve os cabelos alaranjados e compridos, olhos azuis e um bocado de sardas. Eu também tenho sardas, então eu chamava ela de sardenta e ela me chamava de sardento. Não era cruel ou ofensivo. Era meio que uma brincadeira entre nós dois. Antes dela me repelir.

-Que teste? – Perguntei, desinteressado.

Estavámos no refeitório vazio, eu, Dustin e Troy. Havíamos chegado muito cedo e até os funcionários nos olhavam, curiosos. Eu estava deitado sob minha mochila, conversando com os dois, enquanto Dustin rabiscava uma caderneta e me fazia perguntas sem sentido.

-O teste pra saber o quanto você está interessado – Explicou.

-Isso me parece muito idiota.

-O que você sentiu durante o beijo? – Ele me ignorou e continuou.

-Quê? Vocês ficam fazendo esse tipo de testes também? Isso é ridiculo. É coisa de menina.

-Eu não – Troy se defendeu – Nunca fiz isso.

-Não, Mike. Nós nunca fazemos isso. Eu só estou preocupado com você, maninho.

-Quê? Preocupado com o quê?

-Bom – Ele pigarreou – Você está apaixonado, Mike.

-Apaixonado? Apaixonado por quem? – Troy voltou a falar.

-Eu? Eu não!

-Está sim, pela Eleanor!

-Se você chegar perto dela, ela vai encher essa sua cara sardenta de spray de pimenta – Troy se contorceu ao começar a rir.

-Vai nada! Eles deram uns amassos ontem...

-Dustin!

-Quê? O Mike... É pra isso que queriam saber quem é ela? – Ele finalmente ligou os pontos. Afastou o cabelo da testa, incrédulo – Quer dizer que você e a Eleanor...

-Viu? Eu te disse que o Mike não era tão mole assim!

-Cala a boca, Dustin! – Repreendi, envergonhado.

-Você, Mike... Ficou com a Eleanor... – Troy ainda balbuciava.

-Bem, é o que parece. – Rebati irritado.

-Eu sei cara, é que você é... Você é tão... Tão...

-Tá, Troy, eu entendi. Obrigado.

-Ok, o que você sentiu quando beijou ela? – Dustin reassumiu seu posto – Teve vontade de avançar o sinal?

-Que sinal? – Dei de ombros.

-Se você queria mais... – Troy completou.

-Queria mais o quê? Dar outro amasso? – Minhas bochechas formigaram na última palavra.

-Que amasso o quê, você tem quantos anos? Você não pode falar amasso, Mike, isso é coisa de menina – Henderson voltou a rabiscar a caderneta.

-Você acabou de falar.

-Mas foi em outro tom, não nesse. Outra coisa, você é burro? Avançar o sinal é ir além, você sabe, tipo...

-Não, Dustin. Não tive. – Senti que menti um pouco.

-Como assim não teve, foi ruim? – Troy insistia em se meter entre nós dois.

-Sei lá, foi tudo muito rápido, eu nem tive tempo pra pensar nisso.

-Que cor era o cabelo dela? – Dustin deu seu ultimato.

-Castanho claro, eu acho...

-Hm, você gosta dela. Não teve tempo pra pensar naquilo, mas reparou na cor do cabelo dela  na escuridão.

-Dustin, você é doente.

Foi o que eu disse depois de levantar e pegar minha mochila. Coloquei uma das alças no ombro e fui andando pelos corredores. Troy e Dustin vieram atrás de mim, discutindo a noite anterior. Pareciam mais empolgados do que eu, como se eles houvessem ficado com Eleanor. Tudo o que eu conseguia imaginar, era em Max me fuzilando com os olhos azuis e falando pra prima o quão eu era idiota. E sinceramente, eu acho que ela está certa.

Já eram sete horas. Os corredores começaram a lotar, se encher de perfume barato de lavanda. Eu tenho alergia a lavanda. Eu estava espirrando, e vasculhando meu armário, procurando uma barrinha de chocolate ou algo assim, enquanto Dustin e Troy continuavam a falar sobre garotas, peitos, festa e garotas de novo.

-Hoje tem álgebra? – Interrompi, dedilhando os livros enfileirados no meu armário.

-Sei lá, quem se importa? – Dustin mascava um chiclete.

Pensei em reclamar com Dustin. Como ele estava na escola há tanto tempo sem ao menos pegar na porra de um livro? Dá pra passar de ano desenhando um monte de pênis nas provas?  Não sei quando nós dois nos tornamos tão diferentes, e como conseguimos esse equilíbrio que nos une, mas me faz querer chutá-lo a cada quinze minutos. Eu estava pensando no que dizer a Dustin, alguma tirada legal que mostrasse o tamanho de sua imbecilidade, quando olhei pro lado.

Era Eleanor. Não sei como uma garota pode ficar tão linda de manhã, mas ela estava. Meia calça, o cabelo curto atrás da orelha. Senti minhas pernas fraquejarem. Estava ao lado de Max, que apontava um armário para ela. Eleanor me lançou um tchauzinho e eu devolvi um sorriso. Tenho quase certeza que fiz cara de idiota, mas não pude evitar.

-Não é ela? – Dustin me cutucou.

-É ela sim... – Balbuciei.

-Vai lá falar com ela.

-Não. Falar o quê? – Eu ainda não havia tirado o olhar daquela nuca amostra, o cabelo repicado sobre a pele branca.

-Vai dar as boas vindas.

-Vou parecer um idiota.

-Você sempre parece idiota de qualquer forma.

-Eu não vou, Dustin. – Fechei o armário e girei a combinação.

-Vai logo, merda. – Dustin cochichou agressivo.

-Eu não...

O idiota me empurrou. Dustin é da minha altura, mas ele é mais forte do que eu, com certeza. Na verdade, eu sou um cara magro. Tudo bem, eu sou magrelo. Realmente magrelo. Quando ele me empurrou, eu jurei que fosse passar direto, que escorregaria no corredor e sairia pela janela, voando. Fiz muito esforço pra conter o impulso, e quase estraguei tudo. Eu parei uns 10 centímetros de Eleanor. Dez centímetros. Tão perto que eu senti o hálito de menta matinal. Esqueci que estava com raiva de Dustin quando ela me abriu um sorriso. Uma mecha de cabelo caída na testa. Devolvi o sorriso. Com cara de idiota, como sempre.

-Oi – Arrisquei.

-Olá... Mike? – Ela me apontou o indicador, ainda sorrindo.

-Isso mesmo... E você é? – Fingi ainda não saber seu nome. Pedi a Deus que meu nervosismo aparente não me entregasse.

-Achei que não perguntaria nunca – Ela deu uma risadinha – É Eleanor. Eleanor Ives.

Ela me estendeu a mão. E eu peguei tão rápido, que tive medo de assustá-la, mas ela só sacudiu a mão num cumprimento, num sorriso que estreitou os olhos. Max nos olhou com cara de nojo e se afastou, dando a volta no corredor. Ela soltou minha mão gentilmente.

-Qual é a sua série? – Perguntei.

-Estou no segundo.

-Você é mais nova do que eu, então.

-Eu acredito que sim... Eu vou indo agora, Mike. A gente se vê por aí.

Ela se inclinou e me beijou na bochecha. Quando ela virou, e foi se perdendo no corredor, a única coisa que eu consegui fazer, foi continuar olhando. O cabelo curto roçando na nuca, as pernas cobertas de meia calça preta... Ela parecia tão incrível, que era quase anormal ter falado comigo. Tive a sensação de que eu estragaria tudo. Não sei lidar com essas coisas. Não sei o que fazer, nem o que dizer. E agora eu quero que ela seja minha. Só que ela é demais.

Demais pra mim.

-Tudo bem. Vocês ficaram – Troy me deu um soquinho no braço ao se aproximar – Agora eu acredito. Mas me diz uma coisa, Mike?

-O quê?

-O que ela viu em você?

-Não sei... – Balbuciei.

Ela não estava na nossa sala. Por um lado foi bom, por outro horrível porque eu não conseguia me concentrar em nada que o professor Clarke dizia. Passei a aula inteira olhando pela janela, e acho que posso relatar o cair de cada folha daquelas árvores.

Troy estava certo. Eu não tenho nada demais. O que ela viu em mim então? Sou um cara branco, magro e sardento. Sou esquisito, tímido e calado. Não consigo pensar num bom motivo pra alguma garota gostar de mim, principalmente ela. Acho que vou estragar tudo.

Eu não a vi na saída, não a vi no intervalo. Mesmo olhando para todos os lados possíveis a ponto de ter torcicolo. Eu tinha passado a mão na bochecha a manhã inteira, ela pegava fogo, parecia em brasas. Mas eu queria mais.

-Dustin, preciso de ajuda – Informei.

-Ajuda pra quê, maninho?

Estávamos pedalando de volta pra casa. Uma brisa gostosa batia em nossos rostos, fazendo minha franja se bagunçar por toda a testa.

-Eu acho que vou estragar tudo com a Eleanor. Eu nunca fiz isso antes.

Ele pensou um pouco. Mascou o chiclete que estava em sua boca, espero que não seja o mesmo que estava com ele pela manhã.

-Nunca fez o quê? Mas já? Calma, Mike, segura a sua onda, ela não vai liberar assim tão...

-Não! – Repeli nervoso – Eu quero sair com ela, entendeu? Sair, Dustin, sair.

-Tenho uma ideia. Passa no meu trabalho, as quatro em ponto.

-Pra quê?

-Quer ajuda ou não?

Assenti. Eu não tinha muitas pessoas com quem contar. Não tinha experiência pra isso, mas eu sabia o que eu queria. Eu queria sair com ela. Queria fazer parte do mundo dela, mas eu sabia que isso não era possível. Ou talvez fosse, depois de ontem a noite. Mas também sei, tenho certeza que eu vou estragar tudo. Conheço o sangue que flui em minhas veias, conheço minha cara de pateta. Eu vou pôr tudo a perder. Se eu fizer isso, não vou me perdoar.

Fiz a lição depois do almoço e tomei um banho demorado. Eu tinha pouco tempo até as quatro, então fiz tudo o mais depressa que pude. Briguei com Nancy pelo banheiro, briguei com Holly pela televisão. Minha mãe ouvia George Michael. A música começou a me deixar inquieto.

"Eu nunca dançarei de novo, estes pés culpados não têm ritmo

Embora seja fácil fingir, eu sei que você não é tola..."

 

Eu estava nervoso, estava no limite. Não conseguia ficar parado. Fiquei uns bons vinte e cinco minutos na janela vendo se havia algum movimento na casa de Max, e tudo que vi foi ela brigando com Billy na porta de casa sobre alguma banalidade.

-“BILLY, VOCÊ COMEU MEU HAMBÚRGUER?”

-“Eu não sabia que era seu.”

-“Melhor você me comprar outro senão quiser que eu chute essa sua bunda murcha!”

-“O que você disse, sua pirralha?”

Nada de Eleanor.

Quando faltava vinte minutos pras quatro, vesti um moletom com capuz, por cima da camisa preta que eu usava. Olhei pra minha guitarra gianinni, que me encarava deitada no sofá. “Hoje não vai dar. Desculpe” – Foi o que eu pensei em resposta, antes de pegar minha bicicleta e descer a rua até o trabalho de Dustin.

Dustin trabalhava numa loja de esportes, no centro da cidade. Sinceramente, quando ele me disse que tentaria entrar lá, eu não levei muito a sério. Porque, qual pessoa em sã consciência contrataria Dustin? O fato é que Dustin agora era empregado de um senhor até que muito paciente, o senhor Brenner. Eu acho que ele não tinha cabelos brancos antes de Dustin entrar lá, mas agora...

-Maninho! – Dustin fez um legal com a mão, quando me viu atravessar a porta de vidro giratória.

-E aí, Henderson – Respondi.

Faltava uma hora pro turno de Dustin acabar, então fiquei sentado no sofá de clientes, o senhor Brenner não se incomodava. Ele me lançou um sorriso e acenou com a mão. Respondi e começei a folhear uma revista sobre golfe, que estava lá desde o começo do ano.

Um casal entrou na loja e Dustin foi atendê-los. Queriam joelheiras. A moça era muito bonita, uma loira de roupas com lycra, o cara, nem tanto.

-Esses ficariam perfeitos nos seus joelhos – Dustin falava ajoelhado diante da moça, que estava de pés descalços com joelheiras subindo em suas pernas, seguradas pelas mãos ágeis de Dustin. Contive um riso, ao notar a expressão do rapaz ao ver o contato de Dustin com a garota.

-Você acha? – Ela perguntou dengosa.

-Totalmente. Você tem joelhos lindos.

-Sério?

-Absolutamente... E pernas também... –Dustin posicionava a joelheira no lugar certo e lançava um sorriso Don Juan. O rapaz se desvincilhou dos dois e falou com Brenner, cochichou algo.

Brenner chamou seu filho Steve para substituir Dustin no atendimento ao casal. Dustin sentou ao meu lado e Brenner veio até nós, com cara de poucos amigos. Ele se abaixou um pouco, e sua costela deu um estalo. Eu ainda segurava o riso, nervoso.

-Esse rapaz disse que você deu em cima da namorada dele, Dustin.

-Eu? – Henderson se fingiu ofendido – Eu não.

-Disse que você parecia um polvo nas pernas da moça. Quantas vezes vou ter que falar disso, Dustin? – Ele parecia irritado.

-Nenhuma, porque eu não fiz isso. Esse cara com certeza está metido com drogas, senhor Brenner. – Dustin apontou o rapaz por trás do ombro. – Eu nem gosto de loiras.

 Brenner bufou e saiu de perto de nós. Eu realmente gostava da cara de pau de Dustin. As vezes eu queria ser como ele, um cara inconsequente. Eu tinha tentado algumas vezes, mas não tinha dado muito certo. Mas ter ele por perto era como ser um pouco disso. Soltei a risada presa dentro de mim, e Dustin me acompanhou.

-Essa foi por pouco... – Falei.

-Nossa... Você viu aquelas pernas? Nossa senhora!

-Vi, são belas pernas – Concordei.

-E são macias, eu queria deitar naquelas pernas e dormir durante três dias. Nem bunda de bebê é tão macia assim.

-Tudo bem, mas qual era o seu plano?

-Que plano? – Dustin endireitou o boné na cabeça.

-Que plano? A Eleanor, Dustin.

-Ah, vem aqui...

Dustin levantou e eu o segui. Vi que ele piscou pra loira, e ela mandou um beijinho pra ele. Revirei os olhos, mas fiquei abismado. “O que esse cara tem que eu não tenho?”.- Pensei. Fomos até o corredor com itens de acampamento. Barracas, lona enroladas, binóculos... Binóculos.

-Olha só isso – Dustin me entregou um dos binóculos.

-O que você tá sugerindo com isso? – Segurei-o com as duas mãos.

-Ela mora em frente a sua casa, certo?

-Você quer que eu espione ela? Você enlouqueceu, Dustin? Você pirou?

-Calma, maninho! – Ele pegou o binóculo da minha mão – Não vai ver ela pelada... A não  ser que você queira...

-Eu não quero. Isso é errado, seu imbecil!

-Vai deixar eu terminar ou não?

Fiquei em silêncio.

-Só vamos ver o que ela faz, do que ela gosta... Assim vamos saber dos gostos dela, essas coisas. Entendeu?

-Não acho que seja uma boa ideia. Isso não é contra lei?

-No estado de Indiana não tem nada contra isso...

“Se ela descobrir isso, ela vai me odiar. Vai me odiar. Eu não quero ser um tarado idiota.”

-Dustin, eu não sou um tarado...

-Claro que não! Nem eu. Você quer ficar com a garota, você vai ficar com a garota. Só isso. Nada de vê-la nua sem autorização. Mas se ela quiser tirar a roupa pra você, aí...

-Cala a boca, Dustin. – Puxei o binóculo da mão de Dustin, mesmo relutante.

-Mike?

-Que é? – Respondi enquanto andava pelo corredor.

-São dez doláres.

 

Paguei pelo maldito binóculo. Tentei me confortar pensando que nunca a veria pelada. Eu não quero vê-la pelada, bom, eu quero, mas não assim. Meu Deus, que diabos eu estou dizendo?! No caso, eu não quero invadir a privacidade dela, nem nada, nem agir como um completo imbecil, eu só quero saber do que ela gosta, eu quero ter assunto com ela. Eu só quero que ela me ache legal.

Eu e Dustin pedalamos até a minha casa. Paramos numa lanchonete e pedimos dois combos com hambúrguer, batata e refrigerante grande. Dustin também havia comprado um binóculo igual ao meu. Ele também me convenceu a pagar metade de um balde de nuggets, dizendo que era o mínimo que eu poderia fazer depois dele ter tido uma ideia tão brilhante.

Largamos nossas bicicletas no gramado, e subimos pro meu quarto com os lanches. Tive que dar minha batata para que Holly ficasse quieta com suas amiguinhas no quarto ao lado. Apagamos as luzes do meu quarto, para que nada ficasse tão óbvio, e Dustin havia pego emprestado uma lanterna da loja. O senhor Brenner não ia gostar nenhum pouco de saber disso.

Eu estava de joelhos, posicionado no canto da janela, com meu novo binóculo. Dustin segurava o seu, com as pontas dos dedos engordurados, na outra extremidade da janela. Eu tremia tanto, que parecia que ia derreter. Meu coração estava prestes a sair pela boca. Essa era a hora que Max chegava da loja. A luz do quarto de Max acendeu.

-A bruxa chegou – Dustin falou, mastigando.

-Eu tô vendo...

Balbuciei, vendo que Max atirava a mochila em cima da cama. Eleanor apareceu atrás dela. Respirei fundo antes de continuar olhando. Ela estava linda. O cabelo no ombro, um maiô azul. Ela foi até a janela, e abriu mais as cortinas. Max e ela conversavam sentadas na cama, dando risadas inaudíveis, eu só via os lábios se mexendo com dificuldade, devido a distância.

-Ela tá de maiô? – Questionei a Dustin.

-Sim, mas o que ela tá fazendo de maiô?

-Não faço ideia. A Max não tem piscina...

Eleanor ficou de pé. Ela ia tirar o maiô. Abaixei o binóculo, mais nervoso do que nunca. Dustin continuava olhando, abaixei o binóculo dele com um tapa violento e ele me olhou, em dúvida.

-Se você continuar olhando, eu faço você engolir essa merda.

-Calma, maninho! – Dustin jogou o binóculo em cima da minha cama e puxou o balde de nuggets para si – Agora que sabemos que ela gosta de usar maiô em casa, você pode aparecer lá de sunga e falar: “Olá, Eleanor. Quer ir pro meu quarto brincar de parque aquático?”

-Que merda de pergunta é essa? Não quero que ela me veja de sunga nunca. – Dei uma mordida no meu hambúrguer.

-Pensando bem, você está certo. Você não está em posição de aparecer de sunga, ela provavelmente vai te odiar pra sempre por isso.

-Obrigado, Dustin.

-Calma, me deixa pensar... Porque diabos ela estaria de maiô em casa? – Dustin abocanhou outro nugget.

-Porque talvez não estivesse em casa. – Sugeri.

-Ela veio de outro lugar, onde estava usando o maiô, certo? Quais os lugares que ela pode ter ido? Qual a piscina mais próxima daqui?

Pensei um pouco, e não foi difícil. Dei um gole no meu refrigerante.

-A escola. O clube de natação.

-Exato, Wheeler! Você é um gênio, moleque! – Dustin me deu um tapinha no braço – Ela faz natação! Então você entra pra natação.

-Dustin, tem um problema.

-Que mané problema, é só preencher uma ficha, e...

-Dustin, eu não sei nadar.

-É só dar umas braçadinhas na água e “cabô”. Eu conheço o líder do clube, é o Sinclair, da nossa sala, vamos falar com ele.

-Dustin, eu não acho que seja uma boa ideia.

Eu sou péssimo em esportes. Não sei jogar bola, não sei nadar, não sou um bom corredor, não sei nem armar uma barraca. Já fui mascote do time de basquete, mas acabei caindo da escada vestido com aquela fantasia idiota e engessei o braço. Minha mãe quase infartou e meu pai teve que faltar o trabalho para me levar ao médico. Ele não disse nada, mas acho que deve ter sido muito constrangedor falar pros amigos de trabalho como eu quebrei o braço. Porque foi vestido de tigre e rolando pela escada. Por ter pisado num cachorro quente. Então não. Definitivamente não.  Não é uma boa ideia.

-Você quer sair com essa garota?

-Claro que eu quero, Dustin, eu...

-Ok. Então você vai pra piscina.

 

É. Eu acho que vou pra piscina.

Merda.


Notas Finais


Até breve!
Twitter: @FinnSkada
Instagram: @FinnLoboduro
<3
NOVAMENTE, MIL PERDÕES PELO DUSTIN.


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