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História She's so cold - Everybody wants to rule the world


Escrita por: FinnSkada

Notas do Autor


Música título do capítulo: Everybody wants to rule the world - Tears for Fears
Boa leitura!

Capítulo 4 - Everybody wants to rule the world


Fanfic / Fanfiction She's so cold - Everybody wants to rule the world

Ultimamente eu dormia mal, mas por incrível que pareça, nunca tinha sono. Tinha sonhos com Eleanor, sonhos nos quais ela subia na minha bicicleta, sonhos nos quais eu estragava tudo, sonhos em que eu tocava guitarra pra ela, sonhos nos quais Dustin me fazia estragar tudo, sonhos nos quais ela era minha namorada e eu podia beijá-la a vontade. Mas enfim, só sonhos.

Acordei animado na quarta feira, após de um sono leve e mal dormido. Tomei um banho gelado, pra ficar mais desperto. Me vesti e desci para tomar café. A mesa já estava posta, mas apenas meus pais estavam sentados. Puxei uma cadeira e enchi um copo de suco.

-Bom dia, querido.

-Bom dia, mãe.

-Você parece tão feliz ultimamente... O que aconteceu? – Minha mãe comentou.

-Nada. – Passei uma colher generosa de geleia na minha torrada. Holly se juntou a nós.

-Bom dia a todos! Uh, e ao Mike, é claro...

-Bom dia, Holly. – Falei de boca cheia.

-Mike, você pode me deixar no balé hoje? A mamãe tem clube do livro.

-Não vai rolar. Estou ocupado hoje a tarde.

-Garotas? – Meu pai finalmente se manifestou. Queria lhe dizer que sim, até porque no fundo era uma garota. Mas não foi o que eu disse.

-Natação. – Informei.

-Mas você não sabe nadar – Nancy apareceu na escada com sua mochila. Milagrosamente dessa vez não estava atrasada para a faculdade.

-Mas vou aprender – Menti – É só umas "braçadinhas" e acabou. – Repeti a fala de Dustin do dia anterior.

-Aposto que foi o idiota do Dustin que te disse isso – Nancy sentou ao meu lado e pegou minha torrada recém mordida.

-Porque o interesse repentino em natação? – Meu pai continuou – Você tem uma namorada esportista?

-Porque o Mike teria uma namorada, papai? – Minha irmã mais nova era tão maldosa quando a mais velha.

-Shiu, Holly – Minha mãe colocou o indicador em meio aos lábios pedindo para que Holly se calasse, e ela revirou os olhos. – De qualquer forma, Mike é muito novo para ter uma namorada, ele ainda é meu bebê...

-Um bebê que coleciona catálogos de lingerie, porque não pode comprar revistas indecentes. – Holly alfinetou.

-Holly! – Minha mãe a interrompeu. Fiquei com as bochechas azuis.

-Não sou bebê e não coleciono catálogos – Dei um gole no suco e me levantei da mesa. A campainha tocou e fui abrir a porta, agradecendo a Deus por me livrar daquela reunião em família.

-Grande Wheeler! – Era Dustin.

-Vou pegar minha mochila.

-Que cheiro de panqueca... – Henderson entrou e foi até a mesa na qual tomávamos café – Eu amo as suas panquecas, Sra Wheeler, agradeceria infinitamente se passasse a receita para minha mãe.

-Oh, Dustin, obrigada. Pode se servir. – Minha mãe respondeu delicada.

Dustin puxou um prato e fez uma pilha de panquecas em cima dele. Deu algumas voltas de xarope mapple por cima e lambeu a ponta melada do indicador.

-Que Deus abençoe a mesa dos Wheelers por muitos anos, amém. Tchau Holly, tchau Nancy, Tchau Sr e Sra Wheeler, tenham um dia maravilhoso... – Fui puxando Dustin, senão ele jamais terminaria de falar. Os olhos arregalados do meu pai no prato de Dustin, nos acompanharam até sumirmos de vista.

Como ainda era cedo, ficamos sentados no gramado, enquanto Dustin devorava as panquecas, sujando o polegar e o indicador para pegá-las.

-Espionou muito a sua gatinha ontem a noite?

-Lógico que não. Depois que você saiu, eu fui dormir...

-Ué, porque não?

-Porque sei lá. Não tenho esse direito...- Falei enquanto olhava a casa de Max. O gramado verde, as cortinas fechadas, a garagem aberta. – Já sei do que ela gosta, vou fazer o que ela gosta...

-Preparado pra nadar, Wheeler?

-Nem me lembre disso...

-Relaxa – Dustin largou o prato vazio próximo a entrada da minha casa – Vai ser fácil e no fim de tudo,  Eleanor vai ficar louca quando te ver nadando...

-Porque?

-Porque aquela sua sunga vermelha é muito sexy – Dustin completou rindo, enquanto subíamos em nossas bicicletas.

-Seu merdinha – Foi tudo o que consegui dizer em meio aos risos.

Subimos nas nossas bicicletas e fomos rumo a escola. Eu não comentei com Dustin, mas fiquei apreensivo de falar com Sinclair. Nós nos conhecíamos desde o quarto ano, mas não nos falávamos muito, só nas feiras de ciências, quando ele me pedia pra pegar a fita gomada ou algo assim. Eu tinha uma sunga preta nova que minha mãe me comprou nas férias, ou num feriado qualquer, e uma sunga vermelha horrível, que o Dustin gostava muito de zoar. Guardei as duas na mochila pela manhã. Eu estava mais nervoso do que nunca.

-Sinclair! – Dustin abriu a porta da nossa sala num grito.

Lucas estava sentado na sua carteira, com um livro de biologia em mãos. Ele nos olhou esquisito, como se nós fôssemos velhinhas nuas fugindo do asilo. Abaixou o livro, muito calmo e perguntou:

-Que foi?

-Então, sabe o Mike? – Henderson continuou, enquanto nos aproximávamos ainda mais da carteira de Lucas e nos sentávamos.

-Quem?

-O Mike, o Wheeler, esse aqui – Dustin me agarrou pelo moletom e me sacudiu. Fui obrigado a dar um sorriso amarelo.

-Ah, Sei. Oi, Michael. - Ele deu um sorriso rápido.

-Nada de “Oi, Michael” – Henderson parecia ter tomado muito café aquela manhã. Senti uma urgente necessidade de me desculpar por ele, como se ele fosse um cachorrinho atrevido que mija nas pessoas – O Mike quer entrar pra natação.

Gelei.

-Quê? O Mike? Você sempre fugiu das aulas de natação, e...

-Tá, mas agora ele quer entrar, ué.

-Você pelo menos sabe nadar? – Lucas me encarou, entediado, como se tivesse algo melhor pra fazer.

-Não, eu...

-Claro que ele sabe. – Dustin interrompeu – Que tipo de idiota você acha que ele é? Como ele iria te pedir pra entrar numa equipe de natação avançada se não soubesse nadar?

“Avançada?”

-De qualquer forma, eu realmente não posso. As inscrições fecharam há uma semana.

-Aham. E a novata? A Ives? Eu soube que você a colocou pra dentro.

-Hum, sim, e daí? Ela chegou essa semana – Lucas pigarreou – Você, Mike, está aqui desde a pré-escola. Qual o interesse na natação agora?

-Eleanor. – Dustin foi mais sincero do que eu imaginava.

-Dustin! – Dei um pisão no pé dele, mas ele pareceu não se importar.

-Meu amigo está apaixonado, Lucas, ele nem come mais direito e ele só pesa sessenta quilos...

-Não é tanto assim, sério. – Tentei amenizar.

-É sim. Ele não para de falar nessa garota, o dia inteiro, o tempo todo, você precisa ajudar esse carinha. Qual outra garota iria beijar ele?

-Ela te beijou? – Lucas parecia indiferente com todo o drama de Dustin, até então. Seus olhos estavam arregalados, e o dedo apontado pra mim. Ok, eu conheço essa expressão.

-Acho que sim. – Murmurei.

-Você acha? – Dustin virou pra mim, consternado – Você “acha”? Eu abro a porta, e a sua língua e a dela haviam dado um nó, e você “acha”?

-Nós nos beijamos. – Corrigi, irritado.

-Por quê? – Lucas continuava perplexo.

-Sei lá, não acho que isso seja um tipo de coisa pra se espalhar. – Eu não queria que esse boato chegasse aos ouvidos de outras pessoas e Eleanor se sentisse constrangida por minha causa. Não. De jeito nenhum.

-Por quê? Olha essa carinha de idiota. Você não se apaixonaria por ele? – Dustin sugeriu, num sorriso abobalhado.

-Não. – Sinclair nos cortou, ele se virou para mim novamente. – Por que ela te beijou?

-Não sei.

-O que você fez?

-Derrubei cerveja nela sem querer.

-Mas não era pra ela ter te dado um tapa?

-Foi exatamente o que eu pensei! – Henderson completou – Se eu fosse uma garota, eu tinha te dado um chute nas bolas, Mike.

-Ela estava de blusa branca? De malha fina?

-Não e não. – Respondi irritado – Você vai me ajudar ou não?

Lucas olhou pra mim. Depois olhou para Dustin. Olhou pro livro em cima da mesa, pra janela, pra mesa do professor, pro chão, pro teto, pra lâmpada. Por fim, respondeu:

-As três e dez. Te vejo na piscina, logicamente.

Fiquei ansioso. Tão ansioso que tive vontade de roer as unhas, mas me contive. No intervalo, eu não queria comer nada, mas Dustin me arrastou para o refeitório, cheio de panelinhas. Estávamos eu, ele e Troy sentados numa mesa do canto. Acabei tomando um suco de maçã.

-Olha lá a sua garota – Dustin apontou.

Era incrível a forma como eu me sentia cada vez que via Eleanor. Ela era tão, tão... Será que tem uma forma de descrevê-la sem parecer desrespeitoso? Eu não quero ser um idiota como Dustin, mas porque ela tinha que ser tão linda? E tão atraente? E tão... Tão...

-Ok, Mike. Ela é bonita pra cacete – Concluiu Troy.

-Não te perguntei nada. – Respondi arisco.

Existe algo de muito legal nas cinturas das garotas. É onde os caras pegam, certo? Fazem as meninas parecerem uma garrafa de coca cola, digo, é onde você as segura. É um declínio, uma curva, é algo quase projetado. Talvez seja. Não posso deixar de reparar na cintura de Eleanor, porque eu queria mesmo segurá-la. Principalmente agora, que ela esta vestindo uma blusa de alças finas. Porque ela é tão bonita?

-Ow! Essa doeu! Vai atirar em mim? – Troy me cutucou com o cotovelo, mas eu não respondi.

Eleanor estava ao lado de Max, e eu não sei como isso poderia ser possível, mas elas pareciam se dar bem. Talvez ela só odiasse Billy, eu e todos os outros homens do planeta terra. Max tinha o cabelo escorrido, ao lado do rosto e do corpo, e ela parecia mal humorada. Apontou alguma coisa para Eleanor, que sorriu assentindo. Elas caminharam até a mesa ao nosso lado e se sentaram. Eu não me movi, nem por um segundo. Foi Dustin.

-Oi, Max. – Dustin falou, se inclinando para a mesa delas.

Max ficou surpresa. Achei que ela nos bateria com sua bandeja, mas ela ficou olhando como se não acreditasse que Dustin falava com ela. Eleanor virou e sorriu para nós. Mas gosto de pensar que foi especialmente pra mim.

-Sou eu, Max...O  Dustin. – Ele continuou, apontando para o próprio rosto. Troy e eu permanecíamos congelados.

-É, eu sei. O que você quer? – Max respondeu, sem nem ao menos nos olhar. Ela abria uma embalagem de iogurte.

-Não quer se sentar com a gente?

-Tenho cara de quem quer se sentar com vocês? – Ela deu sua primeira colherada no iogurte, e ainda não nos olhava.

-Talvez a Eleanor queira – Ele arriscou – Oi Eleanor, eu sou o Dustin.

-Olá – Ela sorriu docemente. Devolvi o sorriso, mesmo não sendo direcionado pra mim – Eu já sei... E você é o Troy. – Ela acenou para Troy que correspondeu – Max me falou sobre vocês.

-Eu imagino o que essa elegante dama teria falado sobre nós, não é mesmo, Max? – Henderson parecia provocá-la. Achei que seria uma péssima ideia.

-Não, você não imagina – Max nos olhou e soltou um sorriso maldoso. Quase como fosse uma bruxa, e nós fossemos João e Maria, assadinhos dentro do forno. Prontos para sermos devorados.

-Oi, Eleanor – Me pronunciei finalmente.

-Oi, Mike. Pode me chamar de El...

O sinal tocou. Ela se levantou e nem me deu tchau. Muito menos Max, mas quem se importa com Max? Afinal, o que é uma minissaia? É uma saia muito curta? E as saias médias são classificadas como? As garotas são complicadas demais, mas as roupas delas se superam. Quando Eleanor, ou melhor, El se levantou, eu pude reparar na saia, sei lá se era minissaia ou não, mas era meio curta e eu me senti meio bobo. Não conseguia tirar o olhar. Meu Deus, eu preciso pegar naquela cintura outra vez.

-Para com isso, Mike. Você parece um retardado – Dustin me deu um cutucão, mas eu não queria parar de olhá-la.

-Cala a boca, Dustin...

-São os quadris, né? Os quadris das garotas... O que diabos tem neles? Eu não sei, mas não dá pra desviar, maninho...

-Eles te esmagam como um trator – Troy continuou.

-Meu Deus! Só calem a boca... – Eleanor finalmente sumiu em meio aos outros alunos e eu respirei fundo – Que horas são?

-Falta pouco...

Troy nos olhou sem entender. Eu e Dustin nos despedimos dele e fomos até a classe pegar minha mochila. Fomos até ao vestiário masculino, aquela era a hora exata em que os jogadores começariam a jogar, e o vestiário ficaria vazio. A hora perfeita para vermos o "desastre".

-Ok, Mike. Pode sair.

-Não sei, Dustin...

-Sai logo daí –Ele deu um soco na porta.

Quando sai do banheiro, um compartimento pequeno e fedendo a xixi, eu estava de frente a um espelho enorme, que cobria uma parede toda. Lá estava eu, Michael Wheeler, dezessete anos, sardento, branco e magrelo. Olhei minhas pernas tão brancas quanto as paredes, as veias azuis no ante braço e os sinais espalhados pelo tórax.

-Mudança de planos. Eu não vou.

-Por que, cara? Você está ótimo. – Dustin continha o riso com dificuldade.

-Dustin, se você rir, eu juro que vou socar a sua cara.

Dustin se afastou de mim aos poucos e se sentou num banco que ficava no centro do vestiário. Ele respirou fundo umas duas vezes.

-É que você é branco, certo?

-E daí?

-Essa sunga vermelha, “no meio de você” te deixa parecendo um cachorro quente... –Ele começou a rir escandalosamente – Sabe, como se a sunga vermelha fosse a salsicha... A salsicha! A salsicha, Mike, SUNGA, SALSICHA, SUNGA, VOCÊ ENTENDEU?

Me olhei no espelho. Tudo o que eu menos queria era que Eleanor me achasse parecido com um cachorro quente. Ela parecia ter saído de um pôster de revista e eu parecia um cachorro quente. Sem mostarda. Entrei no box e troquei de sunga. Vesti a preta e me sentia menos pior.

-Eu prefiro a outra... – Dustin comentou rindo de onde estava, deitado no banco do vestiário. Eu atirei a sunga vermelha em seu rosto – QUE NOJO, MIKE, VOCÊ COLOCOU O SEU TROÇO AQUI!

Foi minha vez de rir, enquanto Dustin lavava o rosto na pia.

Quando chegamos na piscina, eram três horas em ponto. Não conseguir ir até lá de sunga, achei que seria constrangedor demais. Pensei que poderia ficar de sunga dentro da piscina antes da Eleanor chegar e só ir embora depois de todo mundo. Me pareceu bem conveniente. Lucas estava lá, de sunga azul. Ele tinha um porte atlético que pessoas da nossa idade não tinham, e eu me senti uma vareta do lado dele. Ele conversava com Jennifer Hayes, que parecia exaltada, com uma pilha de cartazes na mão.

-O que houve com a fera? – Sussurrei para Dustin.

-Não sei. Mas ela fica ainda mais gata com raiva.

-Qual a graça em garotas bravas? – Perguntei enquanto jogava minha mochila no banco e tirava o moletom.

-Porque elas te dão tapas, meu jovem Padawan.

-Qual a graça em levar tapas?

-Pra falar a verdade, eu não sei. Mas eu gosto. Principalmente das que ficam com pena de mim e me beijam depois.

-Porque te beijam se acabaram de te dar um tapa? Não faz sentido nenhum – Guardei o moletom na mochila e me sentei ao lado de Dustin, para tirar os tênis e a calça.

-Elas ficam com dó de você. Não sei bem porque, mas ficam. Você que tem essa cara, devia tentar... A Eleanor, a Eleanor chegou...

Eu ia me virar para olhá-la, mas senti as mãos suadas de Dustin no meu rosto e por um segundo, achei que ele fosse me beijar.

-Escuta aqui, maninho... Eu vou contar até três e vou te soltar. Você tem que controlar o seu pipi, entendeu?

-Você é idiota, Dustin?

-Mike, você está de sunga. Se você ficar “pronto”, todo mundo vai ver.

-Eu queria enfiar uma rolha bem grande na sua boca. – Foi a última coisa que eu disse, antes de me virar.

As garotas fazem isso de propósito? Porque parece, realmente que fazem. Elas devem ensaiar em frente ao espelho, por isso que Nancy demora tanto no banheiro. Tenho absoluta certeza de que ela estava em câmera lenta quando se aproximou naquele maiô azul.

Eu não queria olhar demais, mas meu olhar não desviava. Dustin tinha razão. Me esgueirei até a piscina, o mais rápido que pude, desci uma perna, a outra e estava dentro. Fiquei próximo a escadinha, com água até o meio do peito e me agarrando naquele pequeno corrimão retorcido. Eleanor se aproximou de mim com um sorriso. Ela se agachou.

-Mike? Não sabia que você nadava.

-Eu também não – Respondi trêmulo.

-Hã?

-Eu faço muitas coisas que você não sabe... – Menti.

-Isso parece legal...

Foi o que ela disse antes de saltar graciosamente na piscina. É, eu disse “graciosamente”. Não achei outra palavra melhor pra se encaixar nisso. Quando ela subiu em meio a água, o cabelo grudado na pele do rosto, se aproximou de mim e tocou meu ombro.

-Você tem um monte de sinais aqui...

-É de família. – Tremi com o toque.

-É bonitinho...

 

"É bonitinho..."

Era muito esquisito que uma garota me tocasse daquela forma. Por mais que eu quisesse, era muito de uma vez. Uma dose bem maior do que eu podia suportar.

-Porque você está tão vermelho? – Ela perguntou.

-Não estou. – Ri de nervoso, virando o rosto para o lado contrário.

-"Você está vermelho como uma beterraba..."

Foram as últimas palavras de Eleanor naquele momento. Mentalmente agradeci a Deus por me livrar daquela situação, apesar de ser muito bom sentir o toque quente dela no meu braço. Respirei fundo, voltei pra terra e olhei o que tinha a interrompido. Jennifer.

-Eu vou descobrir quem quebrou o vaso dos meus pais! – Ela ainda segurava a pilha de panfletos, e reclamava com Lucas. Dustin estava próximo. Ele me olhou agonizando, mas os outros alunos começaram a chegar.

-Isso não é da minha conta – Lucas passou por eles, visivelmente irritado e foi falar com os outros alunos.

Jennifer andou até próximo de mim e Dustin a seguiu. Eleanor tinha se afastado de mim para poder cumprimentar algum outro aluno.

-Ei, você, retardado – Hayes me apontou uma unha enorme – Soube que você estava na minha festa, na segunda.

Dustin estava atrás dela, gesticulando um grande não com os dois braços.

-Eu? Não. – Foi tudo o que consegui dizer.

-Escuta aqui, Wheeler. Eu tenho informações de que você e o idiota do Henderson estavam na minha casa quando isso aconteceu.

-Eu estava em casa, Jennifer.

-Sai daí. Sai daí agora. – O dedo dela chacoalhava na minha frente.

-Quê? Por quê?

-Estou falando pra você sair!

Se eu saísse, todos veriam me veriam de sunga. Principalmente Eleanor. Se eu me soltasse do corrimão, me afogaria imediatamente. Jennifer continuava me mandando sair e Dustin gesticulava atrás dela para que não saísse. Até que o inevitável aconteceu.

-EU SEI QUE VOCE ESTÁ ATRÁS DE MIM, DUSTIN!

Dustin levou um susto com  o grito de Jennifer e tropeçou em alguma coisa, no cadarço ou no próprio pé, sei lá. O fato é que ele empurrou Jennifer e ela caiu em cima de mim, como uma bomba. Eu tentei segurá-la e afundamos juntos. Eu estava já longe do corrimão, e não conseguia alcançá-lo, ainda mais com Jennifer agarrada a mim e gritando. O outro fato é que eu não sei nadar, e pelo visto, nem Jennifer. Eu só vejo água. Mais água. Cabelos loiros. Água, Jennifer e mais água.

 

DUSTIN

Nossa...

 Isso é legal, quer dizer que tudo o que eu pensar, imediatamente fica aqui? Maneiro. Gostei disso. Talvez Mike devesse ficar inconsciente mais vezes... Estou brincando. Ou não. Acho que eu tenho que falar sobre o Wheeler, ou “Wheela”, como gosto de chamá-lo. Bom... Não sei se eu posso ser bom com isso, mas acho que não temos escolha. Acontece que eu acabei empurrando Jennifer, quem mandou ela gritar daquele jeito? E ela caiu na piscina, em cima de Mike e agora os dois estão se afogando.

Eu gritei: ”Lucas!” e o idiota do Sinclair me perguntou o que eu queria. Como ele não ouviu o grito da Hayes? Foi quase um uivo! Ele se lançou na água como se estivesse participando das olimpíadas, e eu queria ter filmado, porque foi realmente irado. Eleanor saltou também, logo depois dele e os dois foram nadando tão bem quanto tubarões, até alcançarem Mike e Jennifer.

O que foi uma pena, porque eu estava bem feliz com a Hayes  de camiseta branca, gritando e se sacudindo como se estivesse num show de rock do "The Clash", mas estava de sutiã, e droga! Porque as garotas usam sutiãs? É um atraso. Achei que os grandes pensadores devessem criar coisas que nos fizessem evoluir, e não retardar a nossa vida.  Mas esses malditos criam esse tipo de bloqueio, e eu...

Eleanor pegou Jennifer, e graças a Deus, ela está meio grogue. Sei que Mike ficaria bem puto se me visse falando assim, mas pensem bem no escândalo que ela iria dar. Aliás, quem será o idiota que disse a Jennifer que estávamos na festa dela? Nós não ficamos nem vinte minutos naquela droga de festa. Definitivamente não é justo... Lucas pegou Mike e ele está desacordado. Será que ele vai ficar bem? Queria me preocupar com Mike, mas estou com um pouco de inveja por ele ter apalpado a Jennifer. Talvez eu entre pra natação, talvez eu...

Opa. Mas que... HAHAHAHAHAHA, Puta merda! Lucas está fazendo respiração boca a boca no Mike, Porra! Mil vezes porra! Eu, eu... HAHAHAHAHAHAHAHA...

Vocês não acham que ele iria ficar muito mais sexy para esse momento se tivesse vindo de sunga vermelha? HAHAHAHAHAHAHA...


Notas Finais


Twitter: @FinnSkada
Instagram: @FinnLoboduro

Até breve! <3


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