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História SHIELD's Most Wanted - 4 Minutes


Escrita por: AsgardianSoul

Notas do Autor


Hello, guys! Tudo bom?
Senti falta de alguns leitores no capítulo passado. Espero que esteja tudo bem com vocês ❤
O capítulo de hoje é a continuação do passado. É um pouco menor (acho que extrapolei no anterior. Sorry)
O hit de hoje é antigão: 4 Minutes, Madonna feat. Justin Timberlake. Já já vocês entenderão!
Boa leitura!

Capítulo 11 - 4 Minutes


Fanfic / Fanfiction SHIELD's Most Wanted - 4 Minutes

— Como falei, a refrigeração do carro manterá seu corpo em baixa temperatura até pouco antes da barreira, onde eu aplicarei a Tetrodotoxina B. Você estará usando uma máscara de oxigênio o tempo todo, ligada ao suporte de vida, mesmo dentro do tanque — explicou Fixation89, como se narrasse um passeio no parque.

Dorothy espiou o carro, não evitando acha-lo parecido com um carro funerário. Sacudiu a cabeça, prestando atenção no interior. Havia um tanque retangular cheio d’água a aguardando. Isso abaixaria ainda mais a sua temperatura corporal para não ser detectada pelo scanner infravermelho.

— Ótimo, vou morrer de hipotermia, então — ironizou, sem nenhum humor.

— Em contato com a água nessa temperatura, seu corpo demorará cerca de quatro minutos para entrar em hipotermia. A verificação está sendo rápida. Sairemos de lá em pouco tempo.

Acho que isso é ainda mais sério do que Sam avisou. Ela inspirou profundamente e entrou na traseira do carro. Ele a entregou um saco de plástico transparente com lacre.

— Tire suas roupas, menos as íntimas, e as guarde aqui, depois lacre. Mantenha os membros afastados do corpo, assim perderá calor mais rápido. E tente relaxar — orientou, depois fechou as portas duplas.

O percurso até o ponto próximo da barreira policial pareceu transcorrer dentro de segundos. O rapaz subiu na traseira e fechou as portas atrás de si, depois acendeu a luz do teto. Ele parou e abaixou um pouco os óculos para enxergar com olhos nus as curvas do corpo dela. Dorothy sorriu de lado, soprando, como se expelisse a fumaça de um cigarro imaginário. Ele riu, maneando a cabeça. Em seguida, retirou o celular do bolso e estendeu para ela.

— Caso queira ligar para alguém importante — explicou.

— Melhor não, senão vou acabar desistindo — retorquiu, desviando o olhar do aparelho, como se ele fosse uma tentação.

— Fica fria. — Ele começou a ajeitar os equipamentos de suporte de vida. Ela entrou logo na água gelada. A sensação era muito relaxante. — A maioria das pessoas choram ou desistem nessa hora. Teve um cara que saiu correndo uma vez.

— Comentários desnecessários, Fixation89. Comentários desnecessários — destacou ela, num tom entorpecido.

O efeito anestesiante da água gelada foi como uma benção para os nervos da ex-agente. Os sensores foram conectados no seu peito e os aparelhos foram ligados. O coração ainda batia um pouco fora do ritmo. Em seguida veio a máscara. O barulho constante do oxigênio sendo liberado do cilindro era relaxante. Uma agulha foi introduzida na dobra do braço com o antebraço. O líquido da seringa foi introduzido devagar para dentro de suas veias até não restar nada. Ela inspirou profundamente, como prestes a saltar de um precipício. Ele puxou a agulha e descartou a seringa, juntamente com as luvas.

— Você acordará dentro de 20 minutos — informou ele, antes de ela fechar os olhos.

Fixation89 pôs a mão debaixo da nuca dela para evitar que se machucasse conforme mergulhava o resto do corpo. O bip do suporte foi desacelerando gradativamente. 4 minutos. Ele disparou o cronômetro do seu relógio e voltou para o volante. 3:48. Desligou a refrigeração. O tempo corria contra eles agora.

2:35. O veículo foi abordado por um policial de meia idade e semblante negligente. Fixation89 mostrou os documentos novamente. Um agente federal rodeava o veículo com o scanner. 2:10.

— Trazendo os restos, heh? — tagarelou o policial.

Na ida, o enfermeiro contou ao mesmo policial que estava levando um carregamento de frutas e traria de volta os restos para a produção de adubo orgânico em Massachusetts. O rapaz torceu os lábios e bufou.

— Está uma merda só lá atrás, cara.

— Porque está fazendo isso? Você parece não gostar — questionou.

O agente acenou positivamente para o policial, que reproduziu o gesto. 1:40. O motorista riu, sem humor.

— A esposa é minha chefe. Sabe como é. — Reajustou os óculos e acelerou.

O carro ganhou grande distância da fiscalização, a ponto de não a enxergar mais pelo retrovisor interno. 0:45. Fixation89 subiu na traseira do veículo, retirou o corpo de Dorothy da água e o cobriu com um cobertor. 0:22. Reiniciou o cronômetro quando o coração dela bateu, só para ter certeza. Bip. Um minuto separava ele de uma massagem cardíaca. 9.8.7... Ansiedade. Bip. Normalidade. Pendeu a cabeça para trás, exausto.

Dúvida cruel: estou viva ou acordei do outro lado?, refletiu Dorothy, começando a despertar. Abriu os olhos devagar e a primeira sensação que teve foi calor. Estava enrolada em um cobertor, em trajes íntimos, ao lado do tanque d’água. As lembranças retornaram como um raio. Eu consegui! Um solavanco denunciou que estava na estrada. Ergueu-se, ainda um pouco zonza, bateu na janelinha que dá acesso à cabine e a abriu.

Fixation89, você é o cara! — berrou, não se importando o quão estranha sua voz soou.

— Eu nunca duvidei, Bigthug99 — retrucou, soltando uma baforada de fumaça que não cheirava nada a nicotina.

— Me dá esse bagulho de seja lá o que for que você está fumando, porque isso me cheira muito bem. — Tomou o cigarro para si e ele riu. Ela o aspirou, liberando a fumaça segundos depois. Luzes fluorescentes piscaram em seus olhos. — Chapa, eu sinto que deveria te pagar por isso. — Os dois gargalharam.

— Marlon. — Estendeu a mão para ela através da janelinha.

— Dorothy. — Cumprimentou de volta.

— O que faz da vida, Dorothy, além de ser terrorista da Hidra e psicopata? — Ela arregalou os olhos, sem saber o que dizer ou sentir. — Sim, eu te reconheci no momento em que pus os olhos em você.

— Wow, parece que temos um fã aqui — sentenciou, enfim, para pôr fim à conversa. Não iria discutir com um desconhecido.

Ela fechou a janela e cruzou os braços, carrancuda. Parecia que seria uma longa viagem. Começou a vestir suas roupas. Minutos depois a janelinha foi aberta.

— Foda-se o governo — exclamou ele. — Você me pagou, então prefiro acreditar na sua história. — Ela voltou-se e sorriu largamente.

— Jonas, você é meu espírito animal. — A sintonia entre os dois ficou mais forte. — Eu sei que é clichê, mas eles armaram para mim. Todas essas notícias são para me pressionar a dar um passo em falso.

— Desgraçados. Meu pai adora passar a perna neles. É perigoso, eu sei, mas, ei, um velho pode se divertir!

— Seu pai é médico e passa a perna no governo? Como assim?

— Por que todo mundo acha que meu pai é médico? Eu surto com isso! É quase tão irritante quanto quando me perguntam se me chamo assim por causa do maldito Marlon Brando. — Praguejou.

— Eu te entendo. Perdi a conta de quantas vezes já me perguntaram se meu nome é por causa d’O Mágico de Oz.

— E é? — perguntou ele, segurando o riso.

— Não sei. E o seu? — Devolveu a pergunta, com o mesmo tom. Ele riu.

— Não, meu pai é caipira demais para gostar desse cara, e nem acho que ele seja ligado a essa coisa de homenagem, senão eu me chamaria Clint Eastwood.

Os dois gargalharam. Apesar do tom jocoso, ele apreciava os filmes do ator. Uma discussão acirrada sobre o melhor filme de velho oeste se seguiu.

— Afinal, o que o seu pai faz? — exigiu ela, batendo o pé.

— Ele é dono de um cassino.

— Em Massachusetts?

— Vegas.

— Não brinca! — exclamou, boquiaberta. — Qual deles? Lucky, Lemonade, Golden Match...? Já estive em Vegas várias vezes. Conheci muitos cassinos, até os menores. — Ele deu uma risadinha. — Não seja tímido, pode falar.

— Vegas Lights.

O queixo de Dorothy despencou a ponto de ter que o tocar para se certificar de que ainda estava lá. Vegas Lights era o cassino mais luxuoso da cidade. Só a nata das esferas mais altas o frequentava.

— Não estou crendo. Cara, Vegas Lights é o tipo de lugar que só de se olhar você fica mais pobre.

— Não exagera.

— O quê? Querido, eu estive lá. — Enfatizou cada palavra. — A aposta mínima dá para me comprar três vezes! Você deve nadar em dinheiro.

— Com certeza. Aliás, eu trabalho porque não tenho o que fazer. — Silêncio. Ele tirou os olhos da estrada para encará-la de volta, com uma expressão óbvia. — Qual é o seu problema? Se eu nadasse em dinheiro não estaria aqui. A mesada que ele me dá mal paga minha comida!

— E esse seu trabalho dá dinheiro?

— No início, quando comecei com meu amigo, não. Ele desistiu há pouco tempo, então só agora está valendo a pena. — Ela balançou positivamente a cabeça. Jonas estranhou o silêncio repentino. — Você trabalhava para eles. Deve estar me achando um criminoso.

— Acho que não estou em condições de julgar ninguém, Marlon, afinal, eu sou a terrorista psicopata que matou os próprios pais — argumentou, em tom amargo.

— Ei, não diga isso. Dorothy — chamou, ajeitando o espelho retrovisor no momento em que ela olhou de volta. — Eu vi como agiu com seu amigo. Não conheço sua história, o que te trouxe até aqui, mas eu conheço pessoas. Você não é metade do monstro que estão dizendo por aí.

— Nah, você está sendo bonzinho. Eu fiz muita merda.

— Olha, acho melhor não irmos por esse caminho, porque eu também fiz, aí vamos começar a disputar o título de Maior Fazedor de Merda, e eu sou um cara competitivo que não aceita perder.

— Ok, não está mais aqui quem falou. — Jogou as mãos para cima.

O veículo foi diminuindo a velocidade e saindo do asfalto. Dorothy vislumbrou através da janelinha a poeira se agitando em frente aos faróis. O som do cascalho contra os pneus se fez presente.

— Por que está parando? — perguntou ela.

— Vou dar uma pausa. Passei a madrugada estudando, não dormi durante o dia, cuidei do seu caso a tarde, e estou dirigindo há horas. É mais do que justo.

Não teve como ir contra os argumentos dele. Marlon parou o carro, desligou os faróis e desceu, em seguida, abriu as portas traseiras. O ar frio da noite invadiu o interior abafado.

— Onde estamos?

— Longe da fronteira de Rhode Island, em algum lugar de Massachusetts.

Dorothy desceu e, antes que pudesse analisar a paisagem, seus olhos foram atraídos pelo show de luz no céu noturno. Poucas vezes viu o céu tão lindo. Estrelas piscavam em todo o lugar e a lua crescente trazia um pouco de luz ao meio do nada onde se encontravam. O atrito do tecido em seus ombros despertou sua atenção. Percebeu que Marlon havia lhe entregado seu blazer para que ela se aquecesse. A ex-agente agradeceu e o apertou ao redor do corpo.

Durante a noite, a rodovia não cheirava a asfalto queimado. Não soube identificar o odor ou se havia um para ser identificado. O som de garrafas balançando a fez olhar para trás. Marlon estava terminando de empilhar algumas garrafas de cerveja no teto do carro e subiu em seguida.

— Eu adorei a sua definição de pausa — afirmou ela. — Você faz isso com todos os seus clientes?

— Não, só com os que eu sei que vão adorar minha definição de pausa — respondeu. Estendeu a mão para ela, com um sorriso convidativo.

— Do jeito que está fazendo, parece que você está tramando algo.

— Eu? — falou, ofendido. — Não faço ideia do que está falando. Sou apenas um simples universitário que dá duro para passar acima da média, para não ser deserdado pelo pai.

— De coração puro e inocente — completou ela, com as mãos na cintura.

Ele confirmou, ainda com a mão estendida. Dorothy encarou o chão, abafando um sorriso, depois tomou a mão dele. Por pouco o blazer não despencou das suas costas. Já sobre o carro, vestiu-o adequadamente. Jonas abriu duas cervejas e entregou uma a ela. Os dois deram longos goles, como se não bebessem por anos. Ela foi a primeira a se deitar, um braço dobrado atrás da nuca e a garrafa quase vazia ao lado. O rapaz abriu mais duas cervejas, trocou a dela e se deitou também na mesma posição.

Eles ficaram em silêncio, admirando as estrelas. O único som que alcançava seus ouvidos era dos animais de hábitos noturnos. Rastejo, bater de asas, pios longínquos. Uma sensação de relaxamento envolveu os nervos de Dorothy, nada parecido com o efeito do álcool ou qualquer coisa que experimentou antes. Vinha de dentro, exalando por cada poro. Fechou os olhos, saboreando cada segundo. Não soube se sorriu ou estava sorrindo. Quando voltou a abrir os olhos, percebeu Jonas a encarando, deitado de lado. Ele não a olhava simplesmente. Ele gravava cada detalhe dela, como se estivesse de frente para uma obra de arte que fosse se desfazer a qualquer momento.

— O que foi? — inquiriu, sem quebrar o contato visual.

— Seu rosto é algo bonito e trágico ao mesmo tempo. — Aproximou-se, sentindo o calor do rosto dela. Sabia que ela também sentia o dele. — Mesmo se eu quisesse, não conseguiria tirar meus olhos de você.

Em meio ao luar pálido, os lábios dele conseguiram encontrar os dela. Eles fecharam os olhos, guiando todos os sentidos para aproveitar aquela carícia. Ao primeiro toque, Dorothy pôde jurar que, se estendesse a mão, tocaria a superfície da alma dele. Havia suavidade em cada movimento que Marlon executava, como se ele a atraísse para um santuário. Seu santuário.

Os espinhos que cresceram em Dorothy ao longo do tempo a machucaram como nunca. Não restou rosas entre eles, ou nada que fosse digno de ser apresentado para alguém que revela sua alma assim tão facilmente, como Marlon. O efeito do veneno agiu rapidamente e ela o rejeitou. Ela não tinha o direito de atravessá-lo com seus espinhos.

— Fiz algo de errado? — perguntou ele, preocupado. Sem obter resposta, ele levantou a cabeça dela alguns centímetros. Olhos lacrimosos o encararam de volta.

— Eu não posso. — Marlon parou uma lágrima dela com o polegar. — Desculpe, eu... Não é justo. — O que está acontecendo comigo?

— Eu posso aliviar um pouco do seu sofrimento — sugeriu, a envolvendo com os braços de maneira protetora.

— Você está, Marlon. — Esboçou um sorriso. — Agora descanse um pouco.

As pálpebras do rapaz se encontraram algumas vezes, pesadas demais para se manterem afastadas. Seus músculos estavam começando a relaxar.

— Dorothy — chamou, de olhos fechados. Ela respondeu com um murmuro sonolento. — Quando tudo isso acabar, quero que me visite em Las Vegas. Promete? — Ela respondeu com outro murmuro. — Estarei te esperando no Vegas Lights.


Notas Finais


E aqui finalizamos mais um arco. Dorothy está voltando para Nova York and some bitches better run! Ehehehe
Alguém gostou do Marlon? Já sabem em quem me inspirei? Aposto que agora sabem :3
E é com orgulho que apresento a playlist oficial da fanfic com todas as músicas apresentadas até o momento: https://open.spotify.com/user/12182084579/playlist/29DzeBxb6P2ZAAtL09aS8E
Só mais uma coisinha muito especial. Está rolando o FF.D.Marvel.AWARDS - 1ˢᵗ, que é o Award das fanfics. Minhas duas fanfics estão concorrendo e eu também, na categoria Melhor Autora. Aqui está o link da votação: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeJjzeM0q9V1qAOqDi0HHMf1sIPoFYsmUJMXW-9KNzrpwpS8w/viewform
Apreciaria muito o voto de vocês, caso achem que sou merecedora. Obrigada desde já ❤
Beijinhos invernais!
Ps.: Eu não faço ideia de quantos minutos se leva para alguém desenvolver um quadro de hipotermia. Eu coloquei 4 minutos por causa da música. Licença poética, algo do tipo.


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