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História SHIELD's Most Wanted - Knockin' On Heaven's Door


Escrita por: AsgardianSoul

Notas do Autor


**batida ao fundo** SWEET DREAMS ARE MADE OF THIS
Bem que a música do capítulo deveria ser essa, mas enfim, não quero dar spoiler.
Finalmente teremos o encontro do século. Preparem os forninhos! Muita emoção vai rolar.
Boa leitura!
Ps.: Oferecimento à todos que estão full pistola pela Marvel ter revelado que o Cap sempre foi da Hidra.

Capítulo 14 - Knockin' On Heaven's Door


A cacofonia dos insetos no jardim rompia o silêncio da madrugada, vindo até seus ouvidos em ondas cada vez mais fracas conforte superava as barreiras. Steve trazia o escudo firme rente ao corpo, atento a qualquer movimentação. Estava ciente do fato de que Candice Stein poderia ter companhia. Seu senso de justiça ainda não absorveu o fato de que uma das mulheres tidas como mais íntegras do país seja da Hidra. Não compreendia muitas coisas desse novo mundo onde despertou, mas o desejo de fazer a diferença continuava o mesmo. Orgulhava-se disso com a mesma força com que atirava o escudo contra seus inimigos.

Para seu estranhamento, os alarmes do imóvel estavam desligados e as luzes acesas. O cenário parecia ter sido preparado para visitas. Seria melhor se Sam estivesse aqui. Lembrou-se dele e do quanto se manteve distante durante toda a viagem. O que quer que tivesse em mente, deveria ser sério. Torceu para que não estivesse em apuros e disponível, pois seu instinto dizia que iria precisar de apoio. Saiu da área de serviço e tomou o corredor que dava acesso à sala de estar. Algo parecia estar acontecendo lá, pois ouviu vozes, parecendo uma discussão. Mais dois passos e ouviu um grito de horror, depois um disparo. Como num filme de ação, as imagens se aceleraram diante dos olhos de Steve. Agora estava correndo, quase aos saltos.

A visão do soldado não soube no que focar primeiro. O corpo de Candice Stein jazia no tapete da sala, sem vida, com uma perfuração no meio das têmporas. A arma estava caída ao lado, próximo dos pés de uma figura bastante conhecida. Era ele, quem tanto procurou desde quando o viu vivo, de pé na cena do crime. Bucky o encarava, paralisado, como um sentenciado prestes a ouvir sua sentença. Permaneceu imóvel, mas nem por um momento inofensivo. O sangue avançou umedecendo o tapete até chegar aos pés dele, que deu um passo para trás.

— Bucky, o que significa isso?

— Ela se matou — contou ele, forçando as palavras a saírem. Deu outro passo para trás. A mancha vermelha parecia persegui-lo. — Eu não pude evitar.

Steve analisou novamente a cena. Por mais que quisesse acreditar, não podia se esquecer dos últimos atos de Bucky, mesmo na pele do Soldado Invernal. Ninguém podia sequer garantir que seu velho amigo ainda existia.

— Há mais do que isso para explicar, e você sabe disso. — Quebrou a inércia, dando o primeiro passo adiante, o escudo pesando nas mãos. Inimigo? — Digo, se é mesmo o Bucky que está aqui...

— Eu me pareço com ele? — perguntou, na defensiva. Sentiu o coração se acelerar ao encarar o escudo aumentar diante de seus olhos. Batalha. — Nem tente, Steve.

O tempo se estagnou quando os dois avançaram um contra o outro. Steve ergueu o escudo para atingir Bucky, que ao mesmo tempo ergueu o punho metálico cerrado. O choque emitiu um som neutro que se estendeu por alguns segundos. Enquanto o loiro bloqueava o avanço com o escudo, Bucky usou o braço livre para acertá-lo no rosto. Steve cambaleou, sacudindo a cabeça para afastar a dor. Mal deu tempo para focar a visão novamente e foi atingido do outro lado por outro soco bem colocado.

— Bucky, pare! — exigiu, depois de ser arremessado contra a parede. — Você não pode continuar vivendo como um criminoso.

Antes que fosse atingido novamente, rolou para o lado. O punho cerrado atravessou a parede. Steve levantou o escudo e avançou com tudo, se chocando contra Bucky. Os dois caíram no chão, um sobre o outro.

— Eu não sou um criminoso — interveio, jogando o corpo dele para o lado. Levantou-se, desviando a tempo da cotovelada de Steve.

— Suas companhias dizem o contrário — reclamou Steve, também de pé, entre dentes, recuperando o fôlego.

A indireta atingiu Bucky feito uma flecha disparada a centímetros de seu peito. Cerrou o cenho, com as entranhas subitamente reviradas pela raiva. Tratava-se de um julgamento primário, assim como sempre faziam com ele.

— Ela é minha amiga — exclamou. As palavras soaram como uma confissão há tempos adiada.

— Eu também era — retrucou, transparecendo mágoa.

— E assim terão que continuar! — a voz de Dorothy adicionou mais um tom de tensão na situação. Ela se aproximou e pôs-se entre os dois, acompanhada de Sam. Cruzou os braços e encarou o loiro. — E eu sou inocente, Capitão Rogers.

Steve mediu a recém-chegada de cima a baixo, depois vacilou o olhar para o amigo, como quem pede uma segunda opinião.

— É verdade — resumiu Sam. Apontou com o queixo para Bucky. — É tudo armação para atingir seu amigo de longa data.

— Desculpe, senhorita Turner — remediou Steve, voltando a encará-la, com o olhar menos severo.

— Tudo bem. — Descruzou os braços e deu de ombros. — Fury deve ter falado um monte sobre mim...

— Eh, ele disse uma ou duas coisas — confirmou, meio constrangido em revelar conversas particulares. Ela achou fofo. — Mesmo assim, ainda temos muito o que conversar, e não pode ser aqui.

Os olhares se voltaram para o corpo atrás deles. Dorothy olhou inquisitivamente para Bucky, sem precisar de palavras para exigir uma resposta.

— Ela se matou. Não pude evitar — explicou novamente, dividindo o olhar entre ela e Steve.

A impotência fez-se presente entre uma sentença e outra. Ela apenas comprimiu os lábios, numa forma silenciosa de pesar. Queria fazer ele acreditar que ficaria tudo bem, mesmo ela já estando sem esperanças.

— Não há mais o que fazer aqui. Vamos sair antes que a polícia apareça — aconselhou ela.

Nem mesmo o pressentimento negativo de Steve seria capaz de prever tanto infortúnio. Assim que Dorothy tomou a dianteira para voltar para o corredor, uma figura de preto surgiu adiante, bloqueando a passagem. Ela logo o reconheceu. Instantaneamente abriu os braços e impediu o avanço dos outros. Aquele homem tinha assassinado seus pais e atravessou seu abdômen com uma espada, além de saber agora o que ela era. A saliva evaporou da boca, deixando uma sensação angustiante descer pela garganta e alcançar os pulmões.

— Que merda é essa agora? — inquiriu Sam, já tateando as armas.

— Sam... — reclamou Steve.

— Eu sei, eu sei... Desculpa.

— É o Tate de American Horror Story, só que numa versão menos romantizada — atirou ela, sem um pingo de humor.

— Ele não morde. Quer dizer, a não ser que eu mandar — uma voz feminina falou, do topo da escada.

Todos se viraram ao mesmo tempo, hipnotizados pela nova atração no que estava se tornando um show de horrores. O figurino da mulher imponente acima parecia ter saído de um filme de época. Ela começou a descer os degraus, sem pressa, sentindo o chão debaixo dos pés antes do próximo passo. Os lábios avermelhados esboçaram um sorriso ao pousar os olhos sobre Dorothy. Agnes tinha conhecimento da semelhança com a filha, mas olhando com os próprios olhos, ficou admirada. Infelizmente, seu subconsciente insistiu em enxergar traços de Whitehall. Apesar disso, a satisfação do encontro não deixou de ser menor.

— É ela — balbuciou Bucky, perplexo.

A mão trêmula de Dorothy segurou em seu pulso e o puxou para trás. Ele virou o rosto para encarar a máscara de aversão no rosto dela. Decifrou inúmeras outras emoções transparecerem. Os passos cessaram. Tornou a olhar para frente e viu Agnes parar no meio da escada. Manteve uma das mãos apoiadas no corrimão, numa pose segura.

— Tivemos um dia longo, então diga de uma vez o que quer, madame. — Steve não soou nada amistoso.

Subitamente, Agnes desviou o olhar da filha para o soldado. Cerrou o cenho, como quem faz força para se lembrar, depois maneou a cabeça, sorrindo.

— Meu Capitão, você é exatamente como Peggy descreveu. — A simples menção dela o fez trincar os dentes. Ela alargou o sorriso. — Se fosse eu, nunca teria deixado você partir.

— Ele te fez uma pergunta — repetiu compassadamente Dorothy, destilando certa fúria contida.

— Não seja rude, docinho — retrucou ela, com falsa indignação.

— Como é? — treplicou, em tom mais declarado. Cerrou os punhos e tomou a dianteira. — Acho que terá que explicar sua definição de rude, pois parece que temos divergências.

— Teremos todo...

— Eu não terminei! — gritou Dorothy, o rosto avermelho. Gesticulou para o homem de preto. — Estou ligando os pontos... Esse desgraçado é seu capanga, logo, ele matou meus pais sob suas ordens. Como ousa machucar as pessoas que eu amo?

— Eu sou sua mãe — sacramentou, como um general. Não havia mais resquício de brincadeira em sua voz. — Eu sei o que é melhor para você, tanto que tudo que fiz foi para o seu bem. E, para início de conversa, trate com mais respeito o meu agente. — Levantou a mão e guiou o olhar dela para ele.

Os orbes da ex-agente se focaram na figura de preto. Milésimos de segundos foram necessários para perceber a mudança. Ele estava sem máscara. Precisou de mais tempo para processar o fato de reconhece-lo. Seus joelhos fraquejaram. Bucky fez menção de a segurar, só que ela recusou.

— Aidan — balbuciou, sem forças.

O homem vacilou em sua posição ao ouvir seu nome vindo dela. Bucky tristemente se enxergou nele, quando na pele do Soldado Invernal. Petrificado, sem vontade própria, vazio. Aidan piscou, como que despertado de um transe, depois caiu de joelhos. Levou as mãos à cabeça, inconformado.

— Dorothy, por Deus, eu juro que não queria... Perdão — implorou, entrecortado por soluços. — Me mate, eu não aguento mais.

Quando Dorothy finalmente rompeu a inércia ao redor dela e se aproximou para ampará-lo, ele ergueu a cabeça, com o rosto transfigurado de ódio e expôs as duas lâminas contidas em seu traje. Ela estancou à centímetros delas com um grito de terror. Steve a puxou para trás e empunhou o escudo contra Aidan. O movimento foi interrompido no meio da trajetória, como se uma força o estivesse contendo.

— É o bastante — anunciou Agnes. Em seguida, os dois foram arremessados em direções opostas.

Sam cedeu ao calor do momento, sacou as armas e apontou para Agnes. Antes que seus dedos tocassem o gatilho, o cano derreteu. Soltou-as com um resmungo, acionou as asas e avançou para cima dela. Nem mesmo chegou perto e suas asas mecânicas foram estilhaçadas. Bucky se jogou em cima de Dorothy para protege-la dos estilhaços, enquanto Steve se aproximou e ergueu o escudo sobre eles. Ela permanecia sentada, de costas para a ação, lacrimejando. Em silêncio, tentava juntar os cacos de seu emocional, prevenir os danos maiores.

— Temos que tirá-la daqui — alertou Bucky para Steve, que concordou com a cabeça.

Sirenes estridentes soaram do lado de fora. Dentro de segundos, paredes explodiram e dezenas de agentes fortemente armados se materializaram no ar e os encurralaram por todas as direções. Sam tentou se levantar, soltou um gemido e desistiu. Sentia uma dor aguda nas costas.

— Continuem no chão — a voz amplificada pelo megafone ordenou repetidas vezes, aos berros. — Entreguem os fugitivos, antes que alguém se machuque.

Agentes da SHIELD, reconheceu Agnes. Poderia reconhece-los a quilômetros, pelo cheiro, postura, abordagem. Não mudaram quase nada, exceto na eficiência. Era para terem chegado mais cedo. Chiou os lábios, decepcionada.

— Não recebo ordens de ninguém — pontuou ela.

O trincar de ossos sendo esmagados tomou conta do ambiente por segundos. Os agentes foram caindo um a um. Uma horrível contemplação, sonora e visivelmente. Buscou a mente de Lewis, descendo os degraus restantes. Me dê cobertura. Passou pelos três espectadores rígidos de tensão.

— Ainda não terminei com você, querida — disse para a filha e rumou para a cozinha, sendo seguida por seu agente.

Estranhando a falta de comunicação, mais agentes entraram. Enquanto analisavam com terror os corpos dos companheiros, quatro sombras fugiam pelo corredor. Sam lutava para acompanhar o ritmo, mais sendo arrastado por Steve do que por vontade própria. Bucky, por sua vez, ajudava uma Dorothy em choque. O loiro chocou seu escudo com o máximo de força contra a parede ao mesmo tempo que Bucky socou o objeto. A superfície cedeu com o impacto e eles caíram do lado de fora. Encontravam-se na área de lazer, próximos da piscina. Helicópteros sobrevoavam ao redor apontando suas lanternas potentes para o chão.

O corpo de Dorothy despertou aos poucos. Todavia, a ação ainda acontecia em câmera lenta para ela. Os estilhaços, a parede se quebrando, a luz do helicóptero sobre si. Corria no piloto automático, guiada pelo braço de Bucky firmemente encaixado abaixo do braço. Ossos rangiam no fundo da sua mente. Não sabia ao certo se eram os seus ou se fazia parte da alucinação. Ou tudo que está acontecendo é real?

— Área sombreada à esquerda — indicou Steve.

Em sincronia, todos mudaram de caminho. O som das hélices sobrepujava as respirações aceleradas. As árvores não estavam tão perto como pensavam. Tiros sibilaram ao redor deles. Uma rajada de aviso, observou Steve. Começaram a correr em um ziguezague desconsertado, às vezes se afastando, ora aproximando. Olhando mais atentamente, o chão não estava coberto por balas, mas dardos. Grandes e pontudos dardos, com tranquilizante suficiente para derrubar um elefante. Alguém tinha que pensar em tudo.

Agentes desceram dos helicópteros através de cordas. As armas que usavam eram diferentes, uma nova invenção do setor de engenharia. Nunca fora testada, até esta noite. Deitaram no chão, como atiradores de elite, e com destreza, fizeram mira. Steve olhou para trás, tentando entender. Apressou o passo e incentivou Sam a fazer o mesmo. Sabia que seria exigir muito dele, porém, não cogitava deixar ninguém para trás. Um silvo varou a distância entre eles, e por puro instinto gritou para saltarem. Três conseguiram.

Os membros de Dorothy demoraram para responder à mensagem. Sentiu Bucky saltar e a impulsionar. Os outros encolheram-se no ar e aterrissaram metros à frente, quase alcançando a escuridão das árvores. De repente seu movimento foi bruscamente interrompido. Algo embaraçou em seu tornozelo, a arrastando para trás. Desabou sobre a grama e instantaneamente cravou as unhas no solo úmido.

— Bucky — gritou ela, desesperada. Com a visão embaçada, o viu virando-se, com urgência. Ela estendeu uma das mãos na vã tentativa de segurá-lo, mesmo já distantes.

— Fisguei um — comemorou um dos agentes. Os outros largaram suas armas e o ajudaram a fixar a base no solo e mantê-la firme para acionar a tração do cabo e trazer a presa.

— Não vou te perder de novo — afirmou Steve, posicionando o escudo na frente do amigo no momento que uma rajada de dardos explodiu acima. — Deixe-a, não há nada que possamos fazer agora.

Bucky o empurrou para longe, arrancou um dardo da perna e seguiu adiante. Piscou algumas vezes, a visão ameaçando nublar. Passos adiante, mais três o atingiram no peito. O mundo escureceu à sua volta e ele perdeu os sentidos. Steve se apressou, passou o braço por debaixo dos ombros dele e o arrastou de qualquer jeito, como se sua vida dependesse disso. Até o fim da linha! Mais dardos explodiram sobre eles. A maioria atingiu Bucky, já que estava usando o escudo para si, para que continuasse ativo. Pensaria numa forma de ajudar Dorothy mais tarde, depois de impedir Bucky de explodir e sair batendo em todo mundo. A escuridão das árvores renovou suas esperanças. Os helicópteros não tinham visão total ali e os agentes não avançaram, ocupados com outra coisa atrás. Não havia tempo para descobrir o que, só restava usar as últimas forças e correr.


Notas Finais


É FOGO NO PARQUINHO!
A SHIELD finalmente conseguiu capturar a Dorothy. Parece que o jogo virou, não é mesmo?
E não se acostumem com a Dorothy jururu. A bicha tem dinamite no sangue.
Também, preparem-se, porque mais revelações estão vindo.
Beijinhos invernais!


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