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História SHIELD's Most Wanted - After Midnight


Escrita por: AsgardianSoul

Notas do Autor


Olá, sobreviventes! XD
Continuando com o capítulo anterior, hoje teremos tipo uma ressaca dos últimos acontecimentos. E, claro, mais revelações. Começando por mim! Já se perguntaram por que Dorothy? Como o Ward, alguns devem ter pensado que foi por causa d'O Mágico de Oz, mas não. Eis que eu estava desenvolvendo a história, ainda na minha cabeça, e conheci uma banda de rock muito legal chamada DOROTHY. Falei "não, essa banda é mt foda. Minha personagem tem q se chamar Dorothy", e assim aconteceu. Minha música preferida deles é Raise Hell. Mas After Midnight é mais a cara deste capítulo.
Boa leitura!

Capítulo 15 - After Midnight


O strogonoff de frango parecia delicioso ao olhar de Aidan. Havia saído mais cedo do trabalho para fazer uma surpresa para Dorothy. Eles namoravam há mais de dois anos e ele não via a hora de oficializar a união. Vasculhou pela centésima vez a caixa que confeccionou especialmente para a ocasião e encontrou a aliança. Custara-o árduos meses de economia, mas valeria a pena. Tudo por ela vale a pena! Deixou a caixa de lado e voltou ao fogão, afinal, as batatas não iriam se fritar sozinhas. Estava tão ansioso que não percebeu de primeira o interfone chamando. Havia pedido ao porteiro que avisasse quando ela chegasse.

Ele devolveu o telefone ao gancho, soltando o ar devagar. Correu para pegar o lança confete e aguardou ao lado da porta. Minutos depois a silhueta de Dorothy cruzou a entrada. Carregava um semblante cansado, mesmo assim os lábios se moviam, cantarolando alguma canção que grudou em sua mente durante o caminho de volta. Assim que trancou a fechadura, Aidan estourou o confete, cobrindo-a com uma cortina de cores.

— Viado, que susto — exclamou, com a mão no peito, cedendo ao riso. Aidan a abraçou apertado, depois deu-lhe um breve beijo. — Que foi? Ganhou na loteria ou descobriu que tem um tio rico?

— Feche os olhos — pediu. Ela hesitou antes de cobri-los com a mão. Ele buscou a caixa ornamentada com orelhas do Mickey. — Agora abra.

Ela sorriu feito criança enquanto manuseava a caixa. Nunca viu aquele design em nenhum embrulho de presente, então presumiu que ele a confeccionou.

— Como ousa rir da minha caixa artesanal do Mickey? — implicou, forçando o sotaque britânico. Ela gargalhou e maneou a cabeça.

— Está linda. Parabéns! Acho até que deveriam repensar sua função na SHIELD. — Aidan sorriu, abaixou o olhar para a caixa, depois voltou a encará-la, em expectativa. — Ok, vou abrir.

É você quem tem que abrir, idiota! Antes que estragasse o plano, ele tomou a caixa das mãos dela bruscamente. Ela estranhou.

— Desculpe, mudança de planos. — Tirou a tampa. — Calma, isso não vai estragar a surpresa.

— Claro, até porque, o que será que há numa caixa com orelhas do Mickey? — Menosprezou. Ele cerrou os olhos para ela, que apenas sorriu. Adorava provoca-lo.

Uma viagem para a Disney, topa?

— Essas coisas não se perguntam, amor. — Ele gesticulou para que fizesse silêncio.

— Eu não fiz essa caixa só para abrigar uma passagem idiota — defendeu-se. As palavras exibiam um novo tom de seriedade que a deixou em alerta. — Um final de semana nas praias da Flórida?

Ótimo. Continua!

— Ingressos para o show da Lana Del Rey num barzinho cult, cheio daquelas bebidas coloridas que você adora?

— Estou ficando excitada.

— E, para encerrar com chave de ouro...

Fez uma pausa dramática, em seguida retirou a aliança. Dorothy arregalou os olhos e cobriu a boca com as mãos. O dourado reluziu convidativo à luz ambiente. Para completar, Aidan ainda ficou de joelhos.

— Dorothy Turner, quer se casar comigo?

Ela se segurou para não rir do olhar dele, que mais parecia ao do Gato de Botas. Quando deu por si, estava rindo de nervoso, balançando positivamente a cabeça. Aidan sentiu borboletas no estômago, só que ainda ansiava algo mais.

— Sim, eu aceito. — Finalmente estendeu a mão para ele colocar a aliança. Olhou-a mais de perto, ameaçando chorar. De repente, se atirou sobre ele, o cobrindo de beijos enquanto rolavam no chão. — O que deu em você, seu inglês duma figa, gastando todo o nosso futuro patrimônio? Irresponsável, é isso que você é! — Dessa vez foi Aidan quem riu. Ela segurou o rosto dele entre as mãos. — O irresponsável mais lindo do mundo.

A atmosfera de brincadeira se foi ao se encararem após um longo beijo. Não precisavam mais de palavras para expressar o quanto estavam ligados por um sentimento maior do que eles.

— Você promete que sempre vai estar aqui? Mesmo que tudo vá pelos ares e nós nos percamos do caminho, você ainda estará aqui? — perguntou ele, brincando com os confetes no chão.

Prometo — respondeu, sorrindo. — Estarei ao seu lado quando o apocalipse zumbi chegar.

— Dorothy, por favor.

— Claro que sim, bobinho. — Beijou-o na testa, depois apoiou sua cabeça no peito dele. — E você queimou nosso jantar.

Aidan resmungou um palavrão e correu para a cozinha. Ela cobriu o rosto, tentando conter a crise de riso. Lágrimas rolaram por sua face, enquanto se entregava a uma genuína felicidade. Aquele tinha sido um dia com final feliz. Em seu íntimo, desejou nada mais de que aquilo todos os dias. Nada mais do que confetes e riso.

* * *

As cenas se repetiam durante o sono de Dorothy, só que mais angustiantes. Homens a arrastaram pelos tornozelos e a atiraram em um poço. A queda durou uma eternidade na completa escuridão, até que dois pontos brilhantes se aproximaram muito rápido. Duas lâminas erguidas a esperavam abaixo. Lembrou-se de ter gritado ao ser atingida, embora não acordou sobressaltada. Piscou devagar, incomodada pela luminosidade do ambiente. Aos poucos distinguiu alguém ao seu lado, uma mulher de pele alva e cabelos castanhos. Usava jaleco.

— Desculpe se te acordei — Simmons começou, sussurrando. — Você estava um pouco inquieta. Presumi que estava com dificuldades para dormir, então lhe apliquei um calmante.

A cabeça de Dorothy latejava. Olhou ao redor. Não havia mais ninguém. Estava deitada numa cama, em um quarto de paredes acinzentadas. Sua visão ainda estava turva para distinguir outros objetos. Aos poucos as lembranças foram retornando à sua mente, e não foi nada confortável. Comprimiu os lábios para se manter firme, pois já sentia os olhos umedecendo.

— É uma pena Lewis não estar aqui para vê-la. Ele se preocupa muito com você — continuou ela, em tom brando.

Ela não sabe. A ignorância é mesmo uma bênção. Ela só queria desaparecer, mas tudo que envolvesse se levantar estava fora de cogitação. Focava suas forças em apenas continuar respirando.

— Assim que ele chegar, vou dar um jeito de deixá-lo entrar. A segurança sobre você está pesada, tentarei o meu melhor. — Esboçou um meio sorriso.

Lewis. As memórias emergiram. Uma lágrima indesejável escorreu pelo canto do olho. Procurou pensar em outras coisas. Reparou no soro pingando vagarosamente, usado apenas para administrar medicamentos na corrente sanguínea. Soltou o ar pela boca. Confetes e riso.

— Quanto tempo apaguei? — perguntou, com a voz fraquejando.

— Sete horas. Você chegou a recuperar a consciência nesse meio tempo, só que foi acometida por um colapso nervoso, então apagou de novo. — Dorothy se remexeu, demonstrando inquietação. — Fique calma, seu corpo ainda está se recuperando. O fator de cura ajudou muito.

Simmons pronunciou a última sentença com os lábios torcidos, sem manter contato visual. Parecia esgotada e sob pressão. O trabalho exigia muito dela, e muitas coisas ruins estavam acontecendo ao mesmo tempo.

— Não foi preciso nenhum teste, aliás. Você resistiu à prisão, lutou contra um monte de agentes, mesmo entupida de tranquilizantes, num ataque de fúria impressionante. Chegou aqui cheia de hematomas e cortes em processo avançado de cicatrização. Minutos depois, os hematomas desapareceram. — Suspirou, exasperada. — Parabéns, você também tem poderes!

Muito do que Simmons falava não era absorvido por Dorothy. Sua mente vagava por caminhos errantes. Ainda não acabei com você, querida. Estilhaços de memórias se conectavam aos poucos. Cabos de tração. Bucky. Unhas afundando na grama. Cheiro de terra. Confetes e riso. Vazio. Não se lembrava de nada depois disso.

— Meu Deus, o que estou dizendo? Desculpe, Dorothy. Não quis dizer nada disso — explicou Simmons, constrangida. — Muitas coisas estão acontecendo. Muitas mudanças. Não sei se estou preparada — confessou, por fim.

Desta vez Dorothy compreendeu. Procurou a mão distraída da doutora e segurou. Ela suava frio. Simmons a encarou e sorriu, o mais próximo de um “vai ficar tudo bem” que conseguiu expressar.

— Doutora Simmons — uma voz grave chamou na porta.

O contato foi quebrado subitamente e ela adquiriu uma posição tensa, como pega em flagrante. Girou nos calcanhares imediatamente e saiu cabisbaixa. O negro de estatura avantajada esperou até ela sumir no corredor para trancar a porta. Sua presença ali era muito incomum, por isso muitos o viam como uma aparição que veio para expurgar as falhas de todos. Não deixou de achar graça do pensamento. Aproximou-se da cama e observou a mulher de expressão severa com seu olho bom. Trouxe a cadeira para mais perto e se sentou.

— Bem-vinda de volta, Turner — começou, soando irônico. — Aposto que irá dizer que se soubesse que falaria comigo assim tão fácil teria se entregado mais cedo.

— Não é exatamente o que eu ia dizer, mas, sim, vamos manter o nível da conversa — respondeu, apática. — Por que não me jogou direto na prisão como a psicopata terrorista que andou vendendo para a mídia?

— Jesus, não sou um monstro — defendeu-se. Empregou um tom neutro para continuar: — Surgiram problemas maiores. Chegou a um ponto que só queríamos que voltasse.

— Ficou sem criatividade para mais mentiras? Porque essa não colou. — Ele ia rebater, só que ela o ignorou. — Você é uma raposa, Fury. Só faz o que melhor se encaixa nos seus planos. Quando viu que deu merda, inventou essa anedota estúpida. E não finja que não sabe do que estou falando!

— Eu estou tão surpreso quanto você — argumentou. — Até o momento, eu sabia que Margot e Franklin foram assassinados, apenas, mas nunca imaginei que Agnes estava por trás disso. Até onde a SHIELD soube, Whitehall quis se vingar dela e a deixou na criogênica. Além de ter mentido sobre você, ela nutria um ódio extremo aos inumanos, que eram o objeto de pesquisa dele.

— Então é mesmo verdade. — Desejou poder afundar de vez no colchão. — Como eu vim parar nas mãos da SHIELD?

— Você me foi entregue ainda recém-nascida por um agente da Hidra, amigo pessoal da Agnes, junto de uma carta escrita a punho próprio— confessou. Ela esperou por mais. — Na carta, ela explicou que sentia medo do que Whitehall faria com o bebê. Parecia realmente preocupada. E implorou para que eu te desse uma família e que fizesse de você uma grande agente da SHIELD, quesito em que ela falhou miseravelmente.

— Ela é louca. Você é louco. Todos que embarcaram nessa história são loucos — rosnou Dorothy, sem saber ao certo a quem direcionar a fúria. — Vocês têm ideia do que fizeram comigo? Eu sou um ser humano! Eu tinha o direito de fazer minhas próprias escolhas!

Quando deu por si, estava gritando em meio à torrente de emoções. Havia tanto a dizer que todas as palavras não pareciam suficientes. A dor de cabeça sumiu em algum momento que não soube especificar.

— Não seja radical — interrompeu-a, estalando como um chicote. — Eu te dei um futuro!

— Não, você não entende. Você me deu uma programação, Fury! Uma maldita programação, onde eu não tive o mínimo direito de escolha. Agradeço pelo futuro, pela preocupação, muito obrigada, mesmo. Talvez isso tenha sido o mais próximo de uma boa ação que já fez na sua vida. Só não tente me fazer engolir seu papel de bom samaritano. Sabe que, olhando agora, começo a entender porque confiou em você, porque você é o único louco o suficiente para executar o plano dela.

— Pare! Você não faz ideia do que está falando.

— Não? Então me esclareça!

— Não quero falar sobre isso. O passado não vem mais ao caso.

— Ah, vem sim! Tudo que envolve o meu passado vêm ao caso — reforçou ela. A discussão se tornava insana, a julgar pelo tom de voz que usavam.

— Agnes confiou em mim, porque ela me conhece muito bem. Nós tivemos um caso. — Praticamente despejou as palavras.

— Seu desgraçado filho da mãe — berrou, no ápice do ódio.

Tomada de um ímpeto sem precedentes, Dorothy abandonou todo o senso que lhe restava e se atirou sobre Fury. Seu sangue não se encheu de adrenalina, ele era adrenalina. A mais pura e pulsante adrenalina. A agulha do soro se desprendeu desastrosamente do seu pulso, machucando a pele sensível. Todavia, ela não sentiu sequer uma picada. O mundo ao seu redor desapareceu. Tudo o que enxergava era seu punho cerrado indo de encontro ao rosto de Fury. De novo. De novo. E de novo. No frenesi, não ouviu as travas de segurança da porta se acionarem.


Notas Finais


'CAUSE NOTHING GOOD COMES AFTER MIDNIGHT #triggered
Mas o Nick Fury, hein? Quem diria...! Fala sério, eles não se merecem?
Bom, acho que esgotei minha cota de maldade por hoje. Primeiro dou um flashback fofo do ex-casal, depois detono com a vida deles. It's just me </3 sorry.
E aguentem firmes, porque travas de segurança não se acionam sozinhas ;D
Beijinhos invernais!


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